sábado, 27 de outubro de 2012

RESISTIR À OPOSIÇÃO

A mentira começou em 1903 com uma fotografia publicada num jornal matutino de São Petersburgo, capital da Rússia. Algo sobre uma estratégia sinistra para dominar o mundo. Um número surpreendente de pessoas dispôs-se a acreditar e a mentira se espalhou pela Europa durante a década seguinte. Primeiro como um boato, comentava-se às escondidas e, às vezes, abertamente. Finalmente, exigiram-se vítimas: seis milhões de judeus mortos pela fome, por gás e fuzilamento. Todos sacrificados por uma mentira iniciada por um pequeno grupo.
 

Já repararam que hoje em dia é cada vez mais difícil saber separar a verdade do engano? Há uma tendência cada vez maior de ver a verdade ao nosso jeito, ao nosso modo, especialmente as grandes verdades.

 

Actualmente, o importante é o que sentimos no nosso coração. "A pessoa tem que encontrar a sua própria verdade", esta é a filosofia corrente, "o que importa é estar bem".

 

Incontáveis vezes tentam persuadir-nos de que não existem respostas nem princípios definitivos, absolutos, tudo é relativo. Cada um deve ter os seus próprios princípios. É motivo de orgulho falar de tolerância, uma tolerância um tanto ou quanto barata em muitos sentidos, porque muitos pensam que na verdade, o que se crê não tem importância, desde que seja sincero, desde que se sinta que isso é a verdade!

 

Facilmente se esquece o perigoso que pode ser a mentira. Esquece-se que a mentira alimentada tem normalmente consequências trágicas foi o que se passou no holocausto dos judeus, a morte de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

 

Aquela notícia do jornal de São Petersburgo era um artigo mentiroso afirmava que os judeus tinham um programa para conquistar o mundo. Minutos após uma reunião dos sábios de Sião, o editor do jornal afirmou que haviam descoberto uma série de documentos nos quais um grupo de membros da sociedade secreta judaica tinha organizado o complô para dominar o mundo.

 

Primeiro, eles minariam a democracia europeia através da propaganda. Homens de negócio judeus provocariam o caos industrial aumentando os preços. Finalmente, com a sociedade gentia em ruínas, as cidades seriam destruídas de uma forma infalível, espalhando bactérias que provocariam doenças fatais.

 

O mito da grande conspiração judaica tinha nascido. Foram rotulados os protocolos dos sábios de Sião e milhões vieram a aceitá-lo como facto. Era tão fácil acreditar no pior daqueles que seguiam tradições diferentes que foram poucas as pessoas que colocaram em dúvida esta mentira verdadeiramente diabólica. Praticamente ninguém viu o terrível perigo. O mito dos protocolos espalhou-se por toda a Europa nas primeiras três décadas do século e ganhou projecção fazendo com que vissem em cada judeus motivos para suspeitas.

 

Cada tradição judaica era vista pelas pessoas em geral como parte da conspiração. Algumas pessoas questionavam-se e não davam importância à onda que se criava contra os judeus. A calúnia foi tomando proporções. Ela fazia parte das ideias de Hitler de purificar a Alemanha exterminando os judeus. Algo que julgaríamos inaceitável.

 

Pessoas viram vagões de comboios serem cheios de homens, mulheres e crianças com uma estrela amarela ao peito, a qual não podiam tirar.

 

Quando as pessoas passavam pelas filas de famintas vítimas dos campos de concentração, olhavam para o outro lado. Não tinham esses judeus tentado dominar o mundo? No fim, seis milhões de vidas humanas tinham sido destruídas num sacrifício graças à grande mentira. O triunfo dos protocolos com outros Estados Europeus tinha atingido um estágio tal que causou aquele enorme e triste holocausto.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial a mentira era tão forte e convincente: Não tinha os judeus matado Jesus? Eles eram capazes de tudo! Como ter misericórdia deles? A onda do anti-smitismo foi esmagadora.

 

Irmãos, a verdade importa. É também uma questão de vida ou morte. Não chega sentir a verdade no coração, muita gente sentia em seu íntimo que os judeus precisavam ser exterminados, e durante a Idade Média, muitos bons cristãos foram tidos como hereges que precisavam ser exterminados. A temível inquisição levou avante uma obra mortífera porque líderes religiosos acreditavam que poderiam salvá-los de torturas piores no inferno.

 

Os cristãos realizaram cruzadas sanguinárias para tirar a terra santa aos muçulmanos porque acreditavam sinceramente que Deus literalmente exigia que Jerusalém estivesse nas mãos dos cristãos. Eles eram sinceros e zelosos. Muitos deram a vida, mas as suas crenças levaram-nos a um grande banho de sangue e a uma imperecível animosidade entre cristãos e muçulmanos.

 

O que cremos pode ser uma grande bênção ou um grande desastre. A verdade importa! A nossa crença importa! Esta é uma questão de vida ou morte.

 

As Escrituras Sagradas apresentam esta questão de forma bem clara. O apóstolo Paulo declara na carta aos Gálatas 1:8: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema."

 

Palavras fortes a do apóstolo. O verdadeiro evangelho de Cristo era muito importante para ele, não era apenas uma opinião, algo bonito de se crer. Era uma questão de vida ou morte. Ele admoestou os irmãos para estarem atentos a falsos evangelhos, ainda que apresentados com grande sabedoria humana!

 

O apóstolo João disse: "Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará flagelos escritos neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida." Apocalipse 22:18 e 19.

O mensageiro de Deus cria que proteger a integridade da Palavra santa era vitalmente importante. Existe a palavra de Deus verdadeira, mas também existem distorções dessa palavra. Há pessoas que adicionam as suas próprias palavras ou suprimem o que discordam. Há pessoas que não têm pejo em manipular a Palavra de Deus para atingir os seus próprios objectivos.

 

Essas falsificações da verdade ao aproximar-se o fim do tempo, e já estamos a viver esse tempo, digo-o em termos sociais, políticos, hoje ninguém nem os jornalistas questionam ou põem em causa qualquer atitude ou decisão do presidente dos Estados unidos. Hoje, vive-se uma situação económica de engano e de fragilidade, sim nós aproximamo-nos do clímax da história, em que será fácil acreditar na grande mentira de Satanás. Estamos no tempo da intensificação dos meios para que Satanás ilumine e inspire os governantes políticos e os líderes espirituais!

 

A onda do anti-semitismo já levou muita gente aparentemente honesta a participar de um terrível holocausto. Outra onda vai levar uma grande parte da população da terra a um desastre ainda maior. O livro do Apocalipse fala de uma besta, o anticristo, querendo o lugar de Cristo, o qual subverte a verdade de Cristo e lidera uma guerra contra o povo de Deus. Apocalipse 13:8 diz: "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a Terra. Aqueles cujos nomes não foram escritos no livro do Cordeiro."

 

Que pensamento terrível! Como poderemos ter certeza de que estaremos do lado certo? Este é um assunto de vida ou morte entre a verdade e a falsidade.

Existe um testamento que nos dá a chave para isso, um dos quadros mais corajosos de que tenho conhecimento, onde a verdade se coloca contra a mentira.

 

No terceiro ano de seu reino, Josafá, rei de Judá, desceu até ao norte em visita a Acabe, rei de Israel. Os dois reis conversavam do facto de Ramote Gileade ter sido capturada pelo rei da Síria, e Josafá propunha para os dois juntarem as suas forças e recapturarem a cidade. Ele declarou que iria com os seus exércitos à peleja, mas pediu que eles primeiro consultassem o Senhor.

 

Acabe decidiu, convocar os seus quase quatrocentos profetas. Estes entraram no palácio e Acabe perguntou: "Devo ir à guerra contra Ramote Gileade, ou devo desistir?"

Os homens responderam: "Vái, porque o Senhor a entregará nas tuas mãos."

 

Josafá ficou desconfiado daqueles profetas tão apressados e teve a sensatez suficiente para querer uma voz de verdade que falasse a grande verdade do verdadeiro Deus. Assim, perguntou: "Não há aqui um profeta do Senhor, ao qual possamos consultar?"

 

Acabe respondeu relutante que ainda havia um homem que possuía essas prerrogativas de saber o futuro, só que ele tinha uma atitude bastante negativa. Micaías, filho de Inlá, nunca tinha dito uma coisa boa a respeito dele. Mas Josafá afirmou que o homem deveria ser consultado apesar disso e Acabe concordou.

 

Quando Micaías estava a caminho, os quatrocentos profetas de Acabe tentaram ser mais convincentes, atingindo um verdadeiro frenesi. "Ataquem Ramote Gileade e serão vitoriosos", gritavam eles. Um homem fez um par de chifres de ferro e em seguida disse: com estes ferirás aos sírios e os destruirás completamente.”

 

Quando o mensageiro que fora mandado buscar o profeta de Deus, Micaías, o encontrou, deu-lhe um conselho: "Olha, todos os profetas a uma só voz já predisseram a vitória para o rei. Que tua palavra seja igual à deles. Fala favoravelmente."

 

Micaías olhou os olhos do mensageiro e respondeu: "Tão certo como vive o Senhor, o que o Senhor me disser, isso falarei."

 

Não é maravilhoso, não é confortador? Eis um homem que se importa com a verdade de Deus. Ele não se comprometia.

Bem, os dois chegaram ao cenário e Micaías ficou perante os dois monarcas, diante dos mantos reais reforçados por quatrocentos falsos profetas que berravam. Acabe virou-se em direcção ao profeta de Deus e perguntou: "Micaías, devemos ir à guerra ou devemos recuar?"

 

Enquanto as outras vozes se calavam, Acabe olhava para ele irado. Micaías decidiu então testar os outros. Zombando dos outros profetas por terem declarado tão prontamente: "Ataquem, porque o Senhor entregará a vitória na mão do rei." Micaías, na verdade, estava a dizer: Será que vocês querem mesmo saber a verdade? O que eles responderam: sim.

 

Então, Micaías disse: "Então disse ele: vi todo o Israel pelos montes, como ovelhas que não têm pastor." I Reis 22:17.

 

Não foi uma mensagem muito encorajadora. A decisão de Acabe de ouvir a verdade cai por terra. Ele vira-se para Josafá e reclama: "Eu não te disse que ele nunca profetiza nada de bom a meu respeito?"

 

Mas Micaías prosseguiu, erguendo-se diante das centenas de profetas que o reprovavam e disse ao chefe deles: "Vocês representam o espírito da mentira conduzindo o vosso rei para o desastre."

 

O chefe esbofeteou Micaías, mas o profeta permaneceu firme. No final, Acabe decidiu ignorá-lo. Ele mandou o profeta de Deus para a prisão e teimosamente marchou para a batalha e enfrentou o desastre que Micaías tinha predito.

 

Como foi que esse profeta enfrentou sozinho a pressão de tantas vozes juntas que o contradiziam? Ele pôs em mente dizer somente o que Deus lhe mandara. Ele tinha o firme apego à palavra do Senhor. Ele era fiel à verdade e mantinha-se firme.

 

Tinha uma mensagem clara que não poderia ser comprometida. Micaías, ao contrário dos outros, estava pronto a ouvir o que Deus dizia. Fosse notícia boa, notícia má, ou mais ou menos. Ele estava pronto a ir onde a verdade de Deus o conduzisse.

Amigos, podemos ter uma boa ideia aqui mesmo sobre nos posicionarmos no final. Quando as forças da falsidade ameaçarem varrer a verdade, podemos fazer a nós mesmos esta importante pergunta: estou pronto a ouvir tudo aquilo que Deus diz agora mesmo? Estou pronto a abraçar todas as verdades que a Sua Palavra revelar?

 

Esta é a chave. Nós não temos que ser heróis para ficarmos firmes no final dos tempos, mas apenas bons ouvintes. Devemos perseverar em ouvir o único e verdadeiro evangelho, as boas novas sobre Jesus Cristo que nos salva pela sua graça. Devemos continuar a ouvir a única e verdadeira palavra das profecias que descrevem o futuro e nos dizem como viver e como manter um relacionamento com o Senhor Jesus Cristo.

 

Se começarmos a ficar incomodados com o evangelho, se começarmos a ignorar parte da Palavra, se quisermos ouvir apenas parte do que Deus diz, estamos a pisar um terreno perigoso, chegaremos a um ponto em que vamos querer manipular a verdade em vez de ouvi-la. Vamos querer revisar a verdade em lugar de obedecê-la.

 

Que grande herança têm os cristãos que ouvem fielmente, que continuam ouvindo a verdade nos piores momentos e permanecem firmes nela. Lembremo-nos que o apóstolo Paulo a descreveu como uma grande nuvem de testemunhas, instando-nos a mantermos a vida cristã.

 

No ano 250 d.C., quando Décio era o imperador de Roma, um sábio cristão chamado Pónius foi conduzido à praça por soldados e caminhou duzentos metros a multidão estava de um e do outro lado do caminho. Ele tinha sido levado ao templo de Nemo e Mêmesis para pagar sacrifício e comer do templo.

 

Um oficial do templo aproximou-se e perguntou ao cristão se ele certamente sabia do decreto do imperador que o obrigava a fazer sacrifícios aos deuses.

 

Pônius respondeu humildemente: "Conhecemos o decreto de Deus no qual diz: mais importa obedecer a Deus que aos homens." Vários oficiais tentaram persuadir Pônius a oferecer o sacrifício. Ele permaneceu na recusa e finalmente o mandaram de volta para a prisão.

 

Alguns dias mais tarde, trouxeram-no de volta ao templo. Desta vez Pônius ficou chocado ao ver seu próprio bispo cedendo finalmente às ameaças e curvando-se perante os deuses.

 

Ainda assim, ele não foi contra a verdade. Pônius fez um discurso diante da multidão ali reunida, protestando contra o tratamento injusto que era dado aos cristãos, alertando sobre o julgamento por vir.

 

Quando os oficiais tentaram novamente fazê-lo comprometer-se, ele disse: "Eu gostaria de vos convencer a tornarem-se cristãos."Eles riram e responderam. "Não nos convencerá a sermos queimados vivos." Pônius respondeu: "É muito melhor de que serem queimados quando forem ressuscitados."

 

Alguns que assistiam ficaram impressionados com a eloquência de Pônius e a forma como enfrentava a morte. "Que educação!" exclamaram. Pônius queria que eles ficassem impressionados com outra coisa. Foi quando disse: "Reconheçam em vez disso a educação daqueles famintos, essa é outra coisa pela qual vocês sereis julgados."

 

Eu acho o testemunho desse homem de grande fé, muito comovente. A verdade importava, para ele era mais importante que a própria vida. Em vez de agonizar nos momentos finais da vida, ele alertou aquelas pessoas sobre o julgamento futuro. Em vez de se revoltar contra os seus perseguidores, mostrou-lhes os mandamentos de Deus, testemunhando sobre sua esperança em Deus.

 

Irmãos e amigos, quero ser como Pônius no final. Não quero ser levado pela onda da mentira, da falsidade; quero permanecer firme e seguro na verdade de Deus. E você? Vamos nos dispor a manter-nos juntos? Podemos começar agora, decidindo ouvir aquilo que Deus nos disser, comprometendo-nos com a sagrada verdade de Deus. Essa é a decisão, porque mantendo-nos firmes no verdadeiro evangelho de Jesus Cristo, firmes na sua verdadeira palavra, descobriremos como será ver Aquele que na Sua boca não se achou engano!

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