segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CONFIAR NA SABEDORIA DE DEUS

1 Coríntios 2. 4-5: “E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.

- Algo que se vê no mundo atual, claramente, é que a ciência se tem multiplicado.
- E o que se vê também é que o conhecimento de Deus tem diminuído.
- À medida que o conhecimento humano cresce, parece que a busca do conhecimento de Deus diminui, ao ponto do homem o desprezar ou dar pouco importância.

Tanto quanto podemos perceber pela Bíblia, esta experiência foi vivida pelo povo de Deus no Antigo Testamento. Quanto maior era a prosperidade e o conhecimento mais o povo se afastava de Deus. Vejamos:

Isaías 1:3: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”.
- Os animais conhecem o seu dono. O boi, que não é um animal de proeminente inteligência, conhece o seu dono quando ele se aproxima.
- O boi tem uma atitude diante do seu dono. Porém o homem não. Ele não se importa com o Senhor como Aquele que o criou.
- O homem ignora completamente a Deus.

Hebreus 3.10: “Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos”.
- O homem não conhece os caminhos do Senhor.
João 1.10: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu”.
- As pessoas não O receberam, não O amaram, desprezaram-no, não fizeram caso de Jesus... A atitude do homem é a de rejeitar, deliberadamente, o nosso Senhor.

1 João 3.1: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele”.
- O conhecer aqui relaciona-se com a atitude de amor; portanto, o mundo não faz caso do Senhor, não quer recebê-lO, não O ama, e também não tem amor a quem fala do amor de Deus.
- Há pessoas que sentiam antipatia por mim, e depois vim a saber que era exclusivamente por eu ser cristão.
- Pois da mesma forma que odiaram a Jesus, o mundo nos odeia, persegue e despreza.

- A ciência avança, e alguém disse que poderemos viver 150 anos no futuro próximo; mas o salmista disse que o tempo de vida do homem seria de 70 anos, e esse era um tempo de canseira e enfado... tempo de doenças, de se tomar remédios...
- O homem conhece apenas esta vida, por isso ele busca insistentemente mantê-la a todo custo, sem se ater que, ela é uma dádiva de Deus, algo que o próprio Deus nos deu; e vive-se sem que haja o menor desejo de glorificar ao Criador; não O reconhecem, nem o amam, nem o reverenciam... há somente uma atitude de indiferença, de afastar-se ainda mais dEle.
2 Timóteo 3.6: “Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade”.
Versículo 5: “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela . Destes afasta-te”.
- As pessoas vinham à igreja mas negavam a palavra de Deus.
- Os cristãos são bombardeados pela sabedoria humana; e a questão é que os homens aprendem, aprendem, e nunca chegam ao conhecimento da verdade.
- Recentemente uma jovem entrou num salão de cabeleireiro e mandou cortar o cabelo rente. Não gostou de se ver e comprou uma peruca. Pagou, saíu e sentou-se no carro, era um destes carros tipo ecosport, e ela desabafou sozinha enquanto chorava sentada no carro. Ela é uma pessoa envolvida nas causas ambientais, com um estilo de vida saudável... Talvez não seja nada disso, mas certamente tem valores que estão incutidos nesse bem... E ali estava ela, sentada no seu carro, a chorar... E esta história levou-me a questionar-me a mim mesmo: Afinal, o mundo tem dado ao homem um conhecimento que não pode salvá-lo, que o mantém perdido, sem saber aonde ir. Os Seus valores estão amontoados no nada, ou no quase nada, porque não têm o conhecimento de Deus.

Enquanto são jovens, podem praticar desporto, ter uma vida boa, defender causas, mas não fazem caso de Deus. Porém, quando a necessidade da alma se faz sentir, percebem que esse conhecimento não lhes pode valer, percebem que tudo/conhecimento o que acumularam não vale absolutamente nada, pois falta-lhes conhecer o Senhor.

- A palavra de Deus diz que o homem plantou e encheu grandes celeiros, e ele admirava-se do muito que conquistara, porém, o Senhor lhe diz: Louco! Hoje mesmo te será pedida a tua alma.

- Não conhecer a Deus é a atitude mais louca que alguém pode ter. É um devaneio...
- O salmista diz: Elevo os meus olhos para os monte, de onde virá o meu socorro, o meu socorro vem do Senhor!
- O câncer é uma doença que desfigura, que abate, que faz sofrer, e, na maioria das vezes, mata. E aquela jovem, passa por uma situação dificílima, está confiada em nada.

Atos 4.12: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.
- Não há outro meio de salvação. Somente em Cristo e por Cristo somos salvos.
- Estar frente a frente, cara a cara com a morte é algo terrível, mas estar sem salvação é algo infinitamente pior.
- É doloroso ver alguém assim sem esperança; não saber e não querer saber que há salvação em Cristo.

Oseias 4.6: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”.
- Os sacerdotes esqueceram-se da Lei de Deus.
- Paulo não foi anunciar a sabedoria humana, mas a palavra de Deus.
1 Coríntios 2.2: “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”.
- Paulo tinha uma mensagem para a igreja de Coríntios: Cristo crucificado!
- O mundo não quer ouvir a palavra de Deus, e a igreja tem desistido de pregar a Cristo crucificado, o Evangelho da salvação, do arrependimento, da reconciliação com o Todo-Poderoso.
- Temos vivido um tempo difícil e desastroso, tempo de pouco testemunho cristão, em que se confia em promessas que Deus não fez, e se tem perdido o zelo por Ele e pela Sua palavra.
1 Timóteo 6.20: “Ó Timóteo guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência; A qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém”.

- Vivemos em tempos difíceis e o pior: vivemos tempos difíceis na igreja, porquê?

- A pregação tem sido adequada àquilo que as pessoas querem fazer, querem ouvir para a sua vida.
- Em muitos lugares, psicólogos são colocados dentro da igreja para tratar as pessoas. E o conselho deles é sempre o mesmo: você precisa aceitar-se a si mesmo. E a palavra pecado toma outros nomes: mal, dependência, distúrbio, condição, circunstância...

- Estamos para entrar numa das maiores festas que o mundo não conhece: a Vinda de Jesus todo o tipo de encenação que barateia o Evangelho, despreza o sacrifício do Senhor, estamos nós a preparar-nos para esse evento, estamos nós a ajudar outros a preparem-se? Esta é a verdadeira questão.

- Há cristãos que se vestem como o mundo se veste. Que falam exatamente como o mundo fala. Que vivem em ambientes degradados pelo pecado, tal qual como o mundo gosta de frequentar. É raro o caso de alguém de se converte e passar a vestir-se diferente, a falar diferente, a abandonar a antiga vida de impiedade, de praticar os velhos prazeres insidiosos, de rejeitar a velha natureza... É raro o desejo de se mortificar a carne, de buscar uma vida de santidade, de sujeição à vontade de Deus.
- Não é a roupa que faz o cristão, mas o cristão terá sempre um proceder zeloso em todas as áreas da sua vida, inclusive no vestir.

1 Coríntios 2. 4-5: “E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus”.

- Paulo disse que foi aos Coríntios apresentar a palavra de Deus e o poder de Deus, e não palavras de persuasão humana.
- O apóstolo Paulo mostra-nos que não usou de sabedoria humana, nem de métodos humanos, mas sua pregação era no Espírito e poder de Deus.
- As táticas que muitas igrejas têm utilizado são frontalmente contrárias à pregação de Paulo, e do que nos revela toda a Bíblia. Ele não era um conferencista que se utilizava da auto-ajuda, da psicologia, do pragmatismo a fim de alcançar os perdidos. Não. Paulo pregava o Evangelho de Cristo em temor e tremor, pelo poder de Deus, não na eloquência, na retórica, no convencimento humano.

Romanos 11.33: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?".
- Paulo fala da grande salvação de Deus para os homens.
- Uma coisa é certa: partiremos deste mundo, e os nossos queridos também. Todos nós estaremos cedo ou tarde diante da morte.
- Há coisas que não podem ser medidas: a areia das praias, as estrelas do céu, nem a água do mar pode ser medida, mas algo impossível de ser medido é o amor de Deus para salvar o pecador.

Efésios 3.9: "E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo".
- A pregação de Paulo mostra-nos o plano de Deus que esteve oculto, o qual estava na mente e no coração do Todo-Poderoso, decretados e determinados por Deus em toda a eternidade, agora é-nos revelado.

- As vezes estamos tão angustiados que nada pode tirar a nossa dor, mas as Escrituras diz que o Espírito Santo nos consola.
- As vezes estamos tão perdidos que não encontramos saída, mas Cristo diz: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim".
- A Igreja tem uma mensagem: a sabedoria humana aponta para morte; mas na Palavra de Deus há vida, porque Cristo morreu por nós, para que pudéssemos ter vida.

domingo, 29 de janeiro de 2012

BEM-AVENTURADO O HOMEM...

Abra a sua Bíblia no Livro de Salmos1:1, onde o salmista diz:

“Bem-Aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”
Graças a Deus, que nos abençoa e nos tem dado esta preciosa palavra. Esta é uma palavra boa para aconselhar aquele que está desejoso de andar nos caminhos do Senhor, e deseja, realmente, ter uma vida abençoada. Para ele o salmista coloca: “Bem-Aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”. O salmista afirma que o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, esse é um homem bem-aventurado.
Nós, em todas as situações da nossa vida, durante a nossa grande peregrinação por esta terra, vamos sempre seguir conselhos; vamos sempre seguir tendências. Aquele que diz que anda por si mesmo, que não ouve a ninguém, que tem uma personalidade própria, engana-se; e esta é uma tolice.
O homem é um ser criado por Deus para viver junto com os seus semelhantes; ele necessita viver em comunidade, em comunhão com outros homens; ele não vive e não pode viver isolado das outras pessoas, pelo contrário, os homens desejam viver juntos uns dos outros, e ter uma vida em sociedade; e seguirão a outros homens, estando com uns e com outros.
A palavra de Deus diz: “Bem-Aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”; e em Provérbios 4.14, afirma categoricamente: “Não entre pelas veredas dos ímpios, nem ande no caminho dos maus”. Salomão, escritor de Provérbios, aborda este assunto como um pai dando conselhos ao filho, como alguém que nos ama e deseja alertar para fugirmos do mal. Ele ordena: não entres! Não andes pela vereda dos ímpios! Ele não fala: “Olha, eu vou contigo até ali, para dar uma 'mão' no caminho no qual tens que andar”.
A palavra de Deus diz através de Salomão, o pregador, o homem de sabedoria: Meus filhos, não entrem pelas veredas dos ímpios, nem andem no caminho dos maus, mas evita-o; alertando-nos a afastar-nos dele, não passando por ele; nem pisando nele; desvia-te dele e passa de largo.
A exortação é para não passarmos pelo caminho dos pecadores, é não trilharmos esse caminho, é desviar-nos e não sentirmos o menor desejo de nos aproximarmos dele. Devemos evitá-lo, passar longe, dar a volta, passar ao largo, afastar-nos definitivamente.
É assim que muitos se arriscam a experimentar a iniquidade, a "conviver" com o pecado, ao experimentar drogas, o cigarro, o álcool; saibam que estes caminhos levaram muitos à destruição. O escritor de Provérbios diz-nos que, conhece o homem o caminho ímpio, portanto, afasta-te dele.
A palavra de Deus fala aos jovens: foge da mulher adúltera, passa longe dela; a palavra de Deus diz como deve ser a nossa reação a uma vida pecaminosa, de como devemos andar distantes do pecado, e do caminho da perdição.
São muitos os pecados em que um homem pode ser envolvido; são muitos os pecados que um homem pode cometer na sua vida. A maior parte deles ele deixará de conhecer, se observar as pessoas com quem anda, e o que elas fazem.
Um crente deve ter uma comunhão, uma comunicação com outros crentes. Um crente deve ter um relacionamento íntimo com outros irmãos, e deve ter o desejo de partilhar, e de viver, segundo a verdade, segundo a vontade Deus. A Bíblia diz para não andarmos nos caminhos pecaminosos, não andarmos na perversidade, evitando-a, desviando-nos deles. Passando de lado, ao largo.
Voltando ao Salmo 1, a palavra de Deus vai dizer: “Bem-Aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. É algo interessante o qual não devemos fazer, mas que começamos a fazer, pois, primeiramente, o homem anda no caminhos dos ímpios, depois se detém, para enfim, assentar-se tranquilamente. Há uma progressão para uma vida daquele que anda no pecado. Começa com uma simpatia por aquela pessoa, para depois se envolver com o pecado, e desviar-se dos caminhos do Senhor.
É-me permitido relacionar com as pessoas do mundo, e devo relacionar-me; de outra forma, como é que falarei do amor de Cristo para elas? Mas eu não devo e não posso ter comunhão, nem que seja por um segundo, naquilo que é a iniquidade deles. Realmente, eu não posso condescender, nem dar o meu consentimento ao pecado. Eu não posso tomar um copinho de cerveja para agradar a um amigo; eu não posso dar uma voltinha com ele, contar umas brincadeiras e rir de uma piada imoral que ele contou, apenas para mostrar que não sou “bota de elástico, que não sou “cota”, e vivo um estilo “farisaico”; porque isso não representa e reflete uma vida cristã, e não deve ser o meu testemunho, pois não é o testemunho cristão, de alguém que ama ao nosso Senhor. É melhor eu ter uma carranca, parecer azedo, porque aquela pessoa quando precisar conversar, quando precisar de um conselho, ela vai-se aproximar de mim, porque ela verá que eu não busco uma vida relaxada com Deus, que eu sou diferente, e Deus me usará como instrumento para proclamar a Sua palavra.
Um famoso pregador, certa vez, em vista a uma cidade, foi convidado para pregar no culto de uma igreja local. E ele pregou com autoridade, com a autoridade das Escrituras, uma palavra abençoada e usada por Deus. O motorista, encarregado de levá-lo ao aeroporto, ouviu atentamente a pregação; e ao final, quando o famoso pregador dirigia-se ao carro, ele disse:
“Pastor, o senhor pregou tão bem, que quero conhecer melhor a respeito deste Deus que o senhor pregou”.
E durante o tempo do percurso até o aeroporto, o famoso pregador havia relaxado, brincando, e mesmo contando piadas relacionadas às coisas de Deus. E quando desceu do carro, o motorista disse:
“Pregador, eu realmente tenho uma certa tristeza agora... Aquela mensagem que pregou abriu o meu coração, eu estava desejoso de conhecer mais o Deus do qual falou, mas ouvindo o que você disse aqui no carro, durante o trajeto, eu vi que há duas pessoas, e as duas são muito diferentes, e eu não sei se quero mais conhecer o Deus que você pregou”.
É triste quando abrimos mão da nossa cristandade, da nossa vida e comunhão com Deus, e começamos a andar por caminhos aonde o crente não deve andar, flertando com a iniquidade, sentindo o “gostinho” amargo do pecado.
Meus irmãos, a palavra de Deus diz que, primeiro começamos a andar no conselho dos ímpios, e depois há uma atitude de se deter no caminho dos pecadores, envolvido com as coisas do mundo, com as atitudes do mundo, e não tendo o temor de Deus. Estamos tão envolvidos com as festas, programações, teatros, danças, cinema, e, verdadeiramente, são atividades que nos levam para bem distante de Deus.
A palavra do Senhor diz: Bem-Aventurado aquele que não assenta na roda dos escarnecedores; e muitas vezes, esse tem sido o problema entre nós, irmãos, temos cada vez mais nos agradado com o mundo, e abandonado as coisas de Deus. Devemos perguntar a nós mesmos: Eu tenho vigiado, sido vigilante e me preocupado com o meu testemunho? Com aquilo que penso, digo e faço? E será que, se perguntado, serei capaz de responder qual a razão da minha fé?
No versículo 2 lemos: “Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite”. O Salmo 19.7, diz: “A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma”.
Talvez, irmãos, estejamos passando por tempos difíceis, tempos de tristezas, de lutas, de angústias, e o salmista diz que a lei do Senhor é perfeita, e refrigera a sua alma. Talvez a alma esteja seca, talvez esteja angustiada, mas a lei de Deus refrigera a sua alma.
“O testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices”. A palavra de Deus diz que o testemunho do Senhor dá sabedoria aos símplices. O que mais pode ser importante na vida de uma pessoa do que ter sabedoria? Que bom seria se todos nós tivéssemos conselhos bons, e que da nossa boca saíssem palavras de sabedoria, que buscássemos na palavra de Deus a nossa fonte de sabedoria, e debruçássemos sobre ela, aprendendo do próprio Deus os seus ensinamentos, e assim, podermos usá-los para a Sua glória.
O versículo 8 diz: “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos”. Vejam o que a palavra de Deus está nos mostrando: sabedoria, alegria, refrigério... tudo isso vem e provém da palavra do Senhor.
O salmista diz que antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e medita nela de dia e de noite. Bem-Aventurado o varão, Bem-Aventurado o jovem que medita na lei do Senhor. Será que realmente eu tenho tempo para me dedicar à leitura da palavra de Deus, será que é importante para eu meditar na lei do Senhor, ou será que o meu dia é tão corrido que não há tempo para meditar na lei do Senhor?
No Salmo 119.9, a palavra de Deus diz: “Com que purificará o jovem o seu caminho?”. O salmista responde: “Observando-o conforme a tua palavra”. A palavra de Deus é apresentada para nós como aquela que purifica o nosso caminho. Há uma vida de pureza esperando por nós na palavra de Deus. Há uma vida de santidade nos esperando na palavra de Deus.
Quando nós viemos a estar na comunhão do Senhor, estávamos numa vida de tanta sujeira, de tantos pecados, que era como estar num lamaçal juntamente com os porcos. O Senhor pela Sua maravilhosa palavra, purificou as nossas vidas.
Você tem sentido a sua vida transformada, purificada pela palavra de Deus? A palavra de Deus tem agido em você como água límpida, que lava e remove a sujeira? Observa o seu caminho, para que ele seja purificado e direcionado pela palavra de Deus.
O versículo 11 do mesmo capitulo diz: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti”. O pecado pode afligir a alma do cristão; o pecado vai fazer o cristão sofrer, mas o pecado não pode habitar na vida do crente que medita na lei do Senhor. Porque ela diz: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu na pecar contra ti”. Quando a palavra de Deus está em nosso coração, ela vai guiar a nossa mente em obediência ao Senhor. Ela vai nos orientar para que sigamos ao Senhor.
Sabe de uma coisa meus irmãos, isso realmente não é uma fórmula mágica, mas esse é o processo de renovação da nossa mente, segundo a vontade de Deus.
No versículo 18, temos: “Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.
Meus irmãos, quando eu vejo as maravilhas do Senhor, e somente quando eu vejo as maravilhas do Senhor, é que estou realmente vendo. O Senhor Jesus Cristo disse: “Eu vim para que aqueles que não vêem vejam”. Muitas pessoas que pensam ver, jamais viram, e cegos têm visto a face de Deus. Quando compreendermos os caminhos do homem segundo os olhos de Deus, então veremos a realidade da vida. Quando vemos os caminhos dos homens pelos olhos do homem, então vemos um caminho de vaidade e de ilusão.
“Abre os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.

sábado, 28 de janeiro de 2012

JESUS O CORDEIRO DE DEUS NO CONTEXTO PROFÉTICO

O maior de todos os romances, ou histórias de amor não é Romeu e Julieta, nem Love Story, nem mesmo E o Vento Tudo Levou, ou o Taj Mahal, ou ainda o Titanic.
A maior história de amor está descrita em João 3:16, onde lemos que “Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigénito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.
O capítulo oito do livro de Atos conta a história de um eunuco que lia esta grande história de amor no livro do profeta Isaías.
Vejamos o que está escrito em Isaías 53:4-7. (Ler o texto).
Falar de Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, enche nosso coração de emoção, emoção que vem da presença do próprio Deus.
Na quinta-feira à noite, Jesus comeu a Páscoa com os discípulos, isto é: A Santa Ceia.
Logo após, no Jardim do Getsémani Judas o traidor O entregou.
Ele foi negado por Pedro, julgado injustamente e depois de cuspido batido, ele foi açoitado violentamente.
Não bastasse tudo isto, o coroaram com uma coroa de espinhos, e então o crucificaram entre dois ladrões.
Siga de perto o desenrolar dos acontecimentos daquela noite.
Primeiro Jesus foi traído por Judas, depois negado por Pedro, então julgado, açoitado, cuspido, batido, coroado com espinhos, e finalmente levou a cruz para o Calvário, onde o crucificaram entre dois ladrões. De um lado o ladrão impenitente e de outro lado o ladrão arrependido.
Ele sofreu sozinho, foi abandonado por todos e pensava até, ter sido abandonado pelo próprio Deus, o Pai.
Todos o abandonaram. Mas Ele permaneceu inabalável.
Que emocionante a declaração de Isaías aproximadamente sete séculos antes dizendo que Jesus foi levado como um cordeiro para o matadouro e como ovelha muda ele não abriu a sua boca. Isaías 53:7.

O Servo Sofredor:
Durante toda sua vida Cristo soube o que era ser odiado, desprezado e rejeitado.
Quando tomou sobre si a forma de homem, Jesus assimilou em sua própria carne a dor, a tristeza e os desenganos que o homem conhece. Por meio da humanidade de Jesus, a Divindade experimentou tudo o que o homem havia herdado.
A Jesus tocou a sorte de sofrer todos os maus tratos e as maldades que os homens ímpios e os anjos caídos puderam causar-lhe. E isto culminou com a crucifixão.
Em vez de partilhar a aflição de Cristo, os homens se apartaram dele com amargura e desprezo. Não se apiedaram dele, senão que o reprovaram por sua desdita e sorte. (Mateus 26: 29-31; 27: 39-44). Até seus discípulos o abandonaram e fugiram. (Mateus 26: 56).

Não podemos deixar de destacar a natureza vicária dos sofrimentos e da morte de Cristo. O ato de que sofreria e morreria por nós, e não por causa de si mesmo, é repetido nove vezes nos versos de Isaías 53. Sofreu em nosso lugar. Tomou sobre si a dor, a humilhação e o maltrato que nós merecíamos.
Digno de nota também é o fato de que Jesus não protestou, nem se queixou para defender-se. O silêncio foi a evidência de uma submissão total e incondicional. (ver Mat. 26: 39-44). O que o Messias fez, o fez voluntariamente e com alegria, a fim de que o pecador condenado pudesse ser salvo.
O servo piedoso foi morto como pecador, não como santo.

Deus não se alegrou de que o seu servo, o Messias, tivera que sofrer; mas por causa do bem-estar eterno dos homens e segurança do universo. Deve entender-se por esta frase que tal foi a vontade de Deus. Unicamente assim teria êxito o plano de salvação. Os sofrimentos de Cristo eram parte do plano eterno.
Por causa do pecado, o homem perdeu sua inocência, a capacidade de amar e obedecer a Deus, seu lar, seu domínio sobre a terra e a própria vida. Cristo veio para restaurar todas estas coisas de forma permanente.
A morte do servo de Deus proporcionou uma expiação aceitável e efectiva do pecado que havia ocasionado a perdição. Esse sacrifício era essencial para e redenção e a restauração do homem.

Tudo o que se perdeu por causa do pecado será restaurado. Cristo se converteu no herdeiro de todas as coisas, e compartilha a sua herança com os que resgatou das mãos do inimigo. Eles compartilharão o seu triunfo, não como vassalos e nem como escravos, senão como homens e mulheres redimidos pelo sangue de Cristo, e destinados a reinar com Ele para sempre.

O Cordeiro do Calvário:
O Cordeiro das Profecias é o Cordeiro do Calvário. É Jesus, nosso Redentor.
A Inspiração nos convida a olhar para o Homem do Calvário. Olhai para Aquele cuja cabeça foi coroada com a coroa de espinhos, que suportou a cruz da ignomínia, que desceu passo a passo o caminho da humilhação. Olhai para Aquele que foi um homem de dores e que sabia o que é padecer, que foi desprezado e rejeitado pelos homens.
Devemos olhar para o Calvário até que o nosso coração se enterneça diante do maravilhoso amor do Filho de Deus. Ele não deixou nada por fazer para que o homem caído pudesse ser elevado e purificado. O cordeiro das Profecias levou sobre si a nossa culpa.

Mesmo a maneira da Sua morte foi prefigurada. Como a serpente de bronze foi levantada no deserto, assim devia ser levantado o Redentor por vir, “para que todo aquele que n´Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16.
“E se alguém Lhe disser: Que feridas são essas nas Tuas mãos? Dirá Ele: São as feridas com que fui ferido em casa dos Meus amigos”. Zacarias 13:6.
“E puseram a Sua sepultura com os ímpios, e com o rico na Sua morte; porquanto nunca fez injustiça, nem houve engano na Sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-Lo, fazendo-O enfermar”. Isa. 53:9 e 10.

Mas Aquele que havia de sofrer a morte às mãos de homens vis, devia ressurgir como conquistador sobre o pecado e sobre a sepultura. Sob a inspiração do Todo-poderoso, o suave cantor de Israel tinha testemunha as glórias da manhã da ressurreição. “Também a minha carne, proclamou jubiloso, repousará segura. Pois não deixarás a Minha alma no inferno [a sepultura], nem permitirás que o Teu Santo veja corrupção”. Salmo 16:9 e 10.
Poderia haver detido os passos da morte e recusado ficar sob seu domínio; mas voluntariamente entregou a vida, a fim de poder trazer à luz a vida e a imortalidade. Suportou o pecado do mundo, sofreu-lhe a maldição, entregou a vida em sacrifício, para que o homem não morresse eternamente.

Que maravilhoso pensamento este, de que Jesus tudo sabe acerca das dores e aflições que sofremos! Em todas as nossas aflições foi Ele afligido. Alguns dentre nossos amigos nada sabem da miséria humana e da dor física. Nunca ficam doentes e, portanto não podem penetrar plenamente nos sentimentos daqueles que se acham doentes. Jesus, porém, Se comove com o sentimento de nossa enfermidade. Ele é o grande missionário médico. Tomou sobre Si a humanidade e colocou-Se à cabeceira de uma nova dispensação, a fim de que possa reconciliar justiça e compaixão.

Caso queiramos afinal ser salvos, cumpre-nos aprender todos, ao pé da cruz, a lição de penitência e de fé. Cristo sofreu a humilhação a fim de salvar-nos da vergonha eterna.
Consentiu em receber escárnios e zombarias e maus tratos, para que nos pudesse proteger. Foi nossa transgressão que Lhe adensou em torno da divina alma o véu da escuridão, e arrancou-Lhe um brado como de pessoa ferida e abandonada por Deus. Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades; e as nossas dores levou sobre Si, por causa dos nossos pecados. Fez-Se oferta pelo pecado a fim de que, por meio dEle, pudéssemos ser justificados perante Deus. Tudo quanto é nobre e generoso no homem despertará em correspondência à contemplação de Cristo crucificado.

Foi para nos remir que Jesus viveu, sofreu e morreu. Tornou-Se um Varão de dores, para que pudéssemos tornar-nos participantes das alegrias eternas. Deus permitiu que Seu Filho amado, cheio de graça e verdade, viesse de um mundo de indescritível glória para outro mareado e corrupto pelo pecado e obscurecido pela sombra da morte e da maldição. Consentiu em que Ele deixasse Seu amoroso seio e a adoração dos anjos, para sofrer a ignomínia, a injúria, a humilhação, o ódio e a morte.
Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito.

Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertence.
Pela Sua vida e morte, Cristo operou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Era o intuito de Satanás causar entre o homem e Deus uma eterna separação; em Cristo, porém, chegamos a ficar em mais íntima união com Ele do que se nunca houvéssemos pecado. Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade

O Cordeiro Vitorioso:
Jesus via sempre diante Si o resultado da Sua missão. A Sua vida terrena, tão cheia de trabalhos e sacrifícios, era iluminada pelo pensamento de que não seria em vão todo o Seu trabalho. Dando a vida pela vida dos homens, restauraria na humanidade a imagem de Deus. E havia de nos levantar do pó, reformar o carácter segundo o modelo de Seu próprio carácter, e torná-lo belo com Sua própria glória.

Cristo viu os resultados do trabalho de Sua alma e ficou satisfeito. Olhou através da eternidade, e viu a felicidade daqueles que pela Sua humilhação haviam de receber o perdão e a vida eterna.
Enquanto Jesus pendia no Calvário, todo o Céu atentava com profundo interesse para a cena. O glorioso Redentor de um mundo perdido, sofria a pena da transgressão do homem contra a lei do Pai. Ele estava prestes a redimir Seu povo com o próprio sangue. Estava pagando as justas reivindicações da santa lei de Deus. Era o meio pelo qual se poria, enfim, termo ao pecado e a Satanás, e sua hoste seria vencida.
Será que já houve acaso sofrimento e dor iguais àqueles que foram suportados pelo moribundo Salvador?

Não, realmente não. Foi o senso do desagrado do Pai que Lhe tornou o cálice tão amargo. Não foi o sofrimento físico que pôs tão rápido fim à vida de Cristo na cruz. Foi o peso esmagador dos pecados do mundo, e o senso da ira de Seu Pai. A glória de Seu Pai, Sua mantenedora presença, haviam-nO abandonado, e o desespero fazia sentir sobre Ele o peso esmagador da treva, arrancando-Lhe dos pálidos e trémulos lábios o angustioso grito: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46.

Jesus unira-Se ao Pai na criação do mundo. Por entre os angustiosos sofrimentos do Filho de Deus, unicamente os homens cegos e iludidos permaneciam insensíveis. Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos ofendiam o querido Filho de Deus em Suas ânsias de morte. Todavia a natureza inanimada geme em simpatia com Seu ensanguentado e moribundo Autor. A Terra treme. O Sol recusa-se a contemplar a cena. O céu se enegrece. Os anjos assistiram à cena de sofrimento até que não mais puderam contemplá-la, e ocultaram o rosto da horrenda visão. Cristo está morrendo! Está como que sem esperança! É retirado o sorriso aprovador do Pai, e aos anjos não é permitido aclarar as sombras da hora terrível. Não podiam senão olhar em assombro a seu amado Comandante, a Majestade do Céu, a sofrer o castigo da transgressão do homem à lei do Pai.
Foi o amor pelos pecadores que levou Cristo a pagar o preço da redenção.

Conclusão:
Os frutos do sacrifício de Jesus só serão conhecidos realmente em toda a sua intensidade, quando estivermos na eternidade.
Nesta vida nossa mente não tem capacidade para alcançar plenamente os resultados do grande sacrifício de Jesus por nós na cruz do Calvário.

A única coisa que podemos fazer além de aceitar a salvação provida na cruz, é dizer: Louvado seja o Senhor nosso Deus por tão grande amor.
Pessoalmente cada um deve dizer: Senhor, eu aceito o Cordeiro de Deus nas profecias, o Cordeiro do Calvário e seu sacrifício em meu favor.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A GRAÇA DIVINA NA VIDA DO PECADOR IMPENITENTE

Texto bíblico: Génesis 4:1-16
1. Existem pessoas que não reconhecem a graça de Deus no Antigo Testamento.
2. Há quem declare que a graça manifestou-se apenas no Novo Testamento.
3. Outros defendem que no Antigo Testamento Deus impunha uma religião legalista, sem misericórdia, sem amor e sem compaixão.
4. Por fim, os que não admitem a comiseração de Deus – sentimento de piedade pela infelicidade de outrem – no Antigo Testamento.

I. Uma Oferta a Jeová.
“O Senhor dera a Caim e Abel instruções relacionadas com o sacrifício que deveriam trazer-Lhe. Abel, guardador de ovelhas, obedeceu à ordem do Senhor e trouxe um cordeiro como oferta. Esse cordeiro, ao ser morto, representava o Cordeiro de Deus, que seria morto pelos pecados do mundo. Caim trouxe como oferta o fruto da terra, a sua própria produção. Não estava disposto a depender de Abel quanto a uma oferta. Não lhe pediria um cordeiro. Pensou nas suas próprias obras perfeitas, e estas apresentou a Deus. ...” Cristo Triunfante, 2002, p.35 (Meditações)

1. Deus pediu uma oferta e especificou. Só não é dito se eles construíram um altar. No entanto, o sacrifício seguinte que é referido, refere um altar (Gén. 8:20).
2. O sistema de ofertas e sacrifícios foi introduzido por Deus quando o homem foi expulso do Jardim (E.G.White, PP. 54-58).
3. vs. 3-4. Revelam que Caim sabia que estava a fazer mal ao apresentar uma oferta que Deus não pediu. Ele foi instruído que o sangue representava o sangue do Filho de Deus que seria derramado pela expiação dos pecados.
4. Ao seguir a orientação divina de sacrificar um cordeiro pelos seus pecados, ele teria mostrado lealdade a Deus, autor do sistema de sacrifícios, teria expressado fé no plano da redenção: Heb. 11:4.
5. Caim reconheceu parcialmente os direitos de Deus sobre ele. Há em primeiro lugar uma revolta contra o pedido de Deus. Há uma recusa de reconhecer-se como pecador e necessitado de um Salvador.
6. A sua oferta não representava penitência pelo pecado: Heb. 9:22.
7. Caim reconhecia a existência de Deus e o Seu poder para dar ou para reter as bênçãos terrenas. Sentia que era proveitoso viver em boa relação com a Divindade. Considerou que esta oferta era suficiente para apaziguar a ira de Deus. Que tipo de carácter tinha desenvolvido Caim?

II. O Carácter de Caim: “…mas Caim e a sua oferta” (Génesis 4:5)1. Prepotente: Vemos como Caim se vê, vê o seu irmão e como vê Deus.
2. O sacrifício não é aceite por Deus, sente o orgulho ferido e a sua arrogância transparece. Caim percebeu a ausência de um sinal visível do agrado de Deus e da aceitação da sua oferta.
3. “Pelo que irou-se Caim fortemente,” pode dizer-se “ira = arder”. Sentiu um poderoso ressentimento contra o seu irmão e para com Deus.
4. A conduta de Caim exemplifica o pecador impenitente cujo o coração não é subjugado. Quando percebe que não é aceite, torna-se ainda mais rebelde. Caim não ocultou os seus sentimentos. O seu semblante “descaiu-lhe”. Frustração, desagrado e ira.
5. Presunçoso: Presunção é o acto de supor algo, pretensioso. Caim ouviu a orientação de Deus (Génesis 4:6-7) e sem dizer uma palavra saiu com a pretensão de cometer fratricídio (Génesis 4:8). Assassinou o seu inocente irmão.
6. Displicente: Pessoa que revela desinteresse. Deus conversa com Caim duas vezes. A primeira para orientá-lo antes de cometer matar o seu irmão (Génesis 4:6-7), ele nada respondeu. A segunda para convidá-lo à reflexão depois de derramar sangue inocente (Génesis 4:9), ele revela desinteresse por Deus.
7. Incorrigível: Alguém que não se sujeita a correcção, embora seja para seu bem. Caim questiona Deus pelas consequências de seu próprio pecado, insinuando que Deus é injusto.

III. O Carácter de Deus: como Deus vê Caim.
1. Compaixão: Deus vê Caim triste e compadece-se dele (Génesis 4:6-7).
* “Então Deus perguntou a Caim: Porque te iraste? Quem fala é Deus (ver vs. 14-16). Deus continua a aproximar-se pessoalmente dos homens depois de terem sido expulsos do Jardim.
2. Bondade: Depois que Caim mata o irmão, Deus ainda se aproxima dele com bondade, fazendo uma pergunta que certamente Caim sabia a resposta (Génesis 4:9).
* A recusa da oferta por Deus, não significa necessariamente a recusa de Caim. Deus, com compaixão, (misericórdia e paciência), estava pronto a dar-lhe outra oportunidade.
* Apesar de lhe mostrar o desagrado ao recusar a oferta, apresenta-se diante do pecador para falar, aprofundar as razões, para persuadir do erro do seu proceder.
* Deus falou a Caim como a um menino caprichoso, na intenção de o ajudar a compreender a verdadeira motivação que assaltava o seu coração como um animal feroz.
3. Amor/Disciplina: “Que fizeste?” Não tendo tido resultados no trato suave, Deus procedeu de forma directa; fazendo compreender Caim o crime que tinha cometido. “Que fizeste?” implica que Caim tinha plena consciência do seu acto.
* Abel é um tipo de Cristo. Também Jesus, ao vir ao mundo como “parente” da humanidade, foi recusado e morto pelos seus irmãos. (v.10)
Deus faz cair o castigo maior sobre a terra e não sobre Caim (Génesis 4:10-12). Caim continua com vida e saúde por muitos anos!
4. Graça: Deus não elimina Caim, embora o salário do pecado seja a morte: o do Cordeiro ou de quem não aceitou o Cordeiro. Embora Deus revelasse justiça se tirasse a vida de Caim para não perpetuar suas características, Ele coloca um sinal de protecção “para que não o ferisse quem quer que o encontrasse” (Génesis 4:15). Caim saiu ingrato da presente graça de Deus a fim de seguir sua própria vida de pecado!

Conclusão:
1. Deus ama mesmo aqueles que não merecem ser amados. Ter uma audiência com Deus, estar em Sua presença e sentir Seu amor nem sempre resulta numa transformação de vida.
2. Deus protege mesmo aqueles que O ignoram. A protecção de Deus é incondicional, mas nem sempre é reconhecida.
3. Deus aconselha mesmo aqueles que O desprezam. Os conselhos de Deus são bons, mas nem sempre são considerados.
4. Deus oferece Sua preciosa graça mesmo sabendo que o beneficiado O rejeitará. A graça de Deus é infinita, mas não irresistível.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Da Igreja que somos à Igreja que precisamos ser

1) Introdução:
Mateus - 6 - 33 : 33
Como podemos tornar os desafios bíblicos presentes em nossos documentos, em ações que nos tornem efetivamente uma Igreja Missionária ao Serviço do Povo.

2) Igreja: Um movimento de Fé que move a história.
O quadro por que atravessa o mundo desencoraja qualquer optimista; mas não deve desencorajar homens e mulheres de fé! Fico desolado ao ouvir colegas de ministério expressarem-se acerca da Igreja, do povo e da Missão com tristeza e pessimismo. O pior é quando passamos ao povo esses sentimentos de pessimismo, incredulidade e dúvidas através das nossas mensagens. O nosso povo vai atuar na missão na medida de nossa própria motivação. Se cremos num Deus que move montanhas, seremos capazes de mobilizar o nosso povo a mudar o bairro, a cidade e o país, no poder e autoridade do nome de Jesus. A realidade, já dita por diferentes teólogos, é que “há poder nas nossas palavras”. Para lançar o povo na prostração e incredulidade, ou lançá-lo com alegria em marchas missionárias, que pela fé, mudam a história.
Eu creio profundamente que nós podemos ser parte desse mover e agir de Deus na história da nossa igreja no nosso país. E, assim, atuarmos, para que haja vida plena para todos os que escutam as boas novas.
Estou convencido de que essa mudança tem de começar no coração dos/as pastores/as e responsáveis pelo rebanho. Se não conseguimos crer nisto, está na hora de ficarmos a sós com Deus, que um dia o chamou, e confessar-lhe as dúvidas e dificuldades, e pedir com sede o dom da fé, a fé que remove montanhas (cf. Mc 11.20-25), que muda a história de um povo. São palavras de fé que movem a história e constroem a esperança num mundo novo que está mesmo diante de nós (Mat. 5:5).

3) Jesus: A prioridade da Igreja
Uma centralidade na cristologia é decisiva. Cristo funda a Igreja, a qual é o seu corpo. Não há Igreja sem Ele. Parece o óbvio, mas, em tempos de modismos doutrinários, é decisivo cantar e ensinar: “Cristo Conta Comigo Agora” (HA 487).
Por que enfatizar isso? Porque vivemos em tempos de materialismo religioso. Explico. Trata-se de uma sociedade, onde a grande prioridade é ter, possuir; a corrida do consumo é o grande anseio da alma das pessoas. O mercado tornou-se uma grande divindade; atender as suas exigências tornou-se a grande cerimónia religiosa dos nossos dias. Alcançar o bem material desejado torna-se uma grande compensação. As igrejas rendem-se. A salvação é a prosperidade, é o possuir um negócio próprio, uma casa, um carro. Não consigo ouvir em nenhum dos testemunhos contemporâneos na televisão a genuína alegria de encontrar Cristo, e a esperança da eternidade com Deus. Está tudo descrito em bens materiais.
Jesus é instrumentalizado para o consumo, e, com isso, Deus, também, foi posto ao serviço do mercado. Está certo isso? Estaria salva uma pessoa que, tendo aceitado Jesus, continuasse desempregada? Segundo algumas teologias, a resposta seria não.
Mas qual é a teologia dos Evangelhos? Antes de responder, deixem-me citar o Pr. David Wilkerson : “Acredite ou não, muitas pessoas de bem que estão envolvidas em realizar empreendimentos maravilhosos não irão para o céu. Pior do que isso, muitos, que se consideram cristãos e estão convencidos de que irão para o céu, ficarão de fora, mesmo não estando envolvidos em pecados grosseiros como pornografia, e outros moralmente condenáveis.” O que tem a ver esta afirmação de David Wilkerson com o que falávamos? Simples, Jesus não é uma opção religiosa entre diversos outras que o mercado oferece, quase sempre segundo o conceito: O que eu ganho com isso? Jesus ensinou: “Muitos, naquele dia, hão-de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e, em teu nome, não expelimos demónios, e, em teu nome, não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt 7.22-23).
A salvação, no Evangelho, pode representar a renúncia às posses, como foi no caso de Zaqueu: “Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.” (Lc 19.8-9). Aqui, fica claro que é Jesus, como autor da salvação, que espera que tiremos do nosso coração nossos ídolos; aquilo que mais almejamos deve dar lugar a ELE. Zaqueu perdeu a riqueza para ganhar a Cristo e a Salvação. O contrário do jovem rico (cf. Lc 19.18-23).
Por isso, a Igreja de Cristo rompe com o mercado, o consumo. Quantas vezes temos deixado de ofertar a missões, a projetos sociais, porque estamos economizando para comprar um vestido novo, um carro mais novo, ou mesmo um aparelho de televisão? Ou, como igreja local, priorizamos uma guitarra nova em vez de investir na congregação da periferia, ou mesmo ajudar famílias mais carentes. Vede o ensino do discurso missionário de Jesus. (cf. Mt 10.5-10).
Assim, a salvação está relacionada à afirmação de Jesus no Sermão do Monte: “Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” (Mt 6.33).
Sim, seguir o ensino de Jesus conforme viveu Paulo: “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e, esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20). Sim, Jesus como prioridade, fé centrada nele, valores orientados por seu Evangelho e uma viva dependência de sua graça salvadora são caminhos da salvação, e o único modo de ser Igreja de Jesus.

4) A Igreja: Valoriza, reconhece e escolhe a Cruz.
A cruz é uma realidade. Ainda que alguns tentem escondê-la, ela é o maior símbolo do Cristianismo. Hoje, há tentativas de transformar a fé cristã numa religião da negação do sofrimento, da exaltação, do prazer e da prosperidade. Mas o Cristianismo, embora considere alegria, prazer, prosperidade, frutos da vida cristã, não tem vergonha da cruz; pelo contrário, a considera o poder de Deus. Não foge da cruz, mas a assume a cada dia. Afinal, foi esta a ordem de Jesus: “Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.” (Lc 9.23-24). Não escolher a cruz, nos termos das palavras de Jesus, é escolher o mundo, é perder a verdadeira vida.
Aprendamos com o Rev। Dietrich Bonhoeffer : “Esta cruz é colocada sobre cada crente. O primeiro sofrimento cristão, que cada qual tem de experimentar, é o chamado para cortar a ligação com este mundo. É a morte do homem velho no encontro com Jesus Cristo. Quem entra para o discipulado entrega-se à morte de Jesus, expõe a sua vida à morte; desde o princípio que assim é; a cruz não é o fim pavoroso de uma vida piedosa, feliz, antes, se ergue no começo da comunhão com Jesus Cristo. Cada chamada de Cristo conduz à morte. Quer, com os primeiros discípulos, devamos abandonar casa e profissão para O seguir, quer, com Lutero, saiamos do claustro para ingressar na vida secular, em ambas as coisas, a mesma morte nos aguarda, a morte em Jesus Cristo, a extinção do nosso velho homem na chamada de Jesus.”

5) Igreja: Uma comunidade fraterna.
Há, no Novo Testamento, expressões que marcam definitivamente o modo de ser fraterno da Igreja: “Perseveravam [...] na comunhão, no partir do pão e nas orações [...] Todos os que creram estavam juntos, e tinham tudo em comum.” (At 2.42,44).
Temos sido ameaçados por uma visão que se tem tornado hegemónica no meio neo-evangélico, a qual tenta implantar uma Igreja que, em vez de ser uma família, onde todos buscam respeitar-se, amar e apoiar-se mutuamente, por uma Igreja rodoviária, onde multidões chegam e a maioria não se conhece, ficam pouco tempo ali, e, em seguida, partem por diferentes caminhos, para destinos desconhecidos. Reconheço que a grande maioria dessas pessoas tem tido uma experiência real com Deus, mas também observo que muito poucos têm avançado desta experiência com Deus, para uma experiência no caminho do Discipulado, do seguimento a Jesus, ou, menos ainda, têm experimentado a vivência da fé ao nível que Atos 2. 42-47 narra.
Isto não quer dizer que, porque queremos ser uma família, devemos ser uma comunidade de fé pequena. Não, não é isso que estou a dizer. Cito o exemplo de João Wesley, o qual, na medida em que as multidões se convertiam, iam organizando as Sociedades Metodistas, que eram grupos de comunhão, fraternidade e ajuda mútua para o crescimento na fé. Esse princípio é usado hoje na Igreja Metodista que mais cresce no mundo, a Igreja Metodista da Sarça Ardente, pastoreada pelo Bispo Sundo Kim, e que ultrapassa os 90.000 membros. Esta igreja local, em Seul (Coreia), tem algumas centenas de grupos de integração, onde as pessoas vão aprendendo a viver a fé cristã e a exercer o amor, a santidade e a justiça, e, assim, tornam-se transmissoras da fé cristã.
As nossas igrejas locais precisam ser uma comunidade fraterna, e, eu diria, terapêutica. As pessoas estão carentes de atos de amor, e creio ser a nossa vocação propiciarmos um espaço de acolhimento que seja restaurador da dignidade humana, e da criação de Deus, desfigurada pelo pecado.

6) Igreja: Da Comunhão à Unidade.
Da experiência da multiplicação dos pães ao quadro da última Ceia, a vida de Jesus é um constante apelo à solidariedade, comunhão e serviço mútuo em amor (cf. Jo 17).
É clara a visão que o tema nacional nos convida a sermos uma comunidade de fé, principalmente, comunidade do Reino de Deus, em constante alerta e serviço ao povo, e isso não é uma tarefa fácil. Tudo ao nosso redor conspira contra a comunhão, o serviço e a vida; a sociedade, em geral, está centrada em projectos extremamente individualistas; os políticos buscam os votos com promessas ao povo, que nunca irão cumprir, visto os seus projectos serem pessoais e individualistas.
Ser uma comunidade cristã é, antes de tudo, a grande ênfase e tarefa. Devemos mostrar que é possível construir uma comunidade fraterna e voltada para o apoio mútuo. Não podemos ser uma comunidade, onde irmãos se destroem e se devoram mutuamente (cf. Gl 5.15). Isso é um escândalo para o Evangelho. Temos que tomar em consideração e exemplo a vivência expressa pela comunidade cristã primitiva. O testemunho de Atos 2.42-47 nos mostra uma comunidade, onde a dor, a alegria, a refeição, a necessidade, enfim, tudo era compartilhado. Eram, de fato, uma família de fé, unidos pelo amor. Essa ênfase põe, à luz do dia, a necessidade da ligação, do relacionamento, conhecimento entre as pessoas da comunidade.
Conexidade é o nome que damos a esse relacionamento que é necessário haver entre os membros de uma comunidade, para que alcancem a UNIDADE (cf. Fp 1.9). Vamos refletir um pouco mais sobre a conexidade.
Estamos conscientes de que o mundo atual fortalece, cada vez mais, os laços de inter-dependência. Todos o seres humanos, a ciência, as comunicações, as guerras, o comércio, os movimentos culturais, ou a luta pela paz, pela ecologia, em todos os sentidos, há uma conexidade, até dramática, na comunidade mundial.
O mal está organizado, atua articuladamente. A política que oprime os países endividados está articulada através de instituições como o Banco Mundial e outras instituições que me dispenso de mencionar.
Nós, Adventistas, não podemos cair no congregacionalismo: somos um movimento profético, teremos muito maior força se nos organizarmos e partilharmos recursos, e integrarmos a nossa ação. Certamente, se vivermos com o sentido da vida do Reino de Deus, venceremos o sofrimento e a morte. Pois Deus está conosco.
João Wesley preocupou-se em dar ao povo metodista uma base de unidade para a missão. Apenas uma atitude de abertura para a verdade bíblica e o diálogo podem sustentar, continuamente, esta unidade. A conexidade é mais que um sistema político administrativo, é uma opção de trabalho pela unidade na missão. A Igreja tem um compromisso vivo com a verdade do Evangelho e pela experiência pessoal e comunitária do Espírito Santo; exerce o seu testemunho e pratica o Evangelho do Reino como força libertadora de Deus entre nós.
Essa base conexional da missão da Igreja Adventista é uma realidade que se alimenta na vida, ministério, sacrifício, morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. É Deus quem dá ao sacrifício de Jesus Cristo a força libertadora da vida. Nele, afirmamos que há vitória da cruz e da vida sobre a morte. É o poder da cruz com o qual os cristãos se identificam. A santidade bíblica e se traduz ousadia a partir de Cristo, e se traduz em amor a Deus e amor ao próximo, de tal forma que um condiciona o outro (cf. Mt 22.37-40; Jo 2.9-11).
“Quando a voz de Deus põe fim ao cativeiro de Seu povo, há um terrível despertar daqueles que tudo perderam no grande conflito da vida. ... Os ganhos de uma vida inteira foram em um momento varridos. Os ricos lastimam a destruição de suas soberbas casas, a dispersão de seu ouro e prata. ... Os ímpios estão cheios de pesar, não por causa de sua pecaminosa negligência para com Deus e seus semelhantes, mas porque Deus venceu. Lamentam que o resultado seja o que é; mas não se arrependem de sua impiedade.” O Grande Conflito, pág. 654.

POESIA VIDA E ADORAÇÃO

1. INTRODUÇÃO: Salmo 104
A linguagem humana tem sido empobrecida pela ausência da poesia.
Num mundo marcado pelo imediatismo e pelos artefatos da tecnologia microelectrónica, há poucos espaços para a imagem poética, necessariamente profunda e às vezes aparentemente sem utilidade. No entanto, os poetas são mais importantes que os desenvolvidos pelos criadores de tecnologia, que nos fazem fruir a vida, mas não nos ajuda a entendê-la.
Podemos dizer que a poesia ficaria relegada a livros de tiragens ridículas, não fosse a música, que tem sua poesia própria (a melodia) e se encontra com a poesia propriamente dita através das letras usadas. As canções, no entanto, são poesia, mas um outro tipo de poesia.
No meio cristão, passamos pela mesma experiência. A poesia vem perdendo espaço, mantida por meio dos hinos, que também são um tipo de poesia. Nós somos um povo musical, como o de Israel o era, como nos lembra o profeta Amós: Vocês fazem músicas como fez o rei Davi e gostam de cantá-las com acompanhamento de harpas. (Amos 6.5)

2. ENRIQUEÇAMO-NOS COM A IMAGINAÇÃO POÉTICA
Não podemos, diante deste quadro, esquecer que a Bíblia, o livro pelo qual pautamos as nossas vidas, é um livro de expressão poética. Se não entendermos esta sua característica, teremos dificuldade para ouvir Deus falar
Tomemos alguns dos grandes salmos.
O salmo 1 não diz simples que a felicidade consiste em viver de forma reta diante de Deus, mas usa imagens para descrever os ímpios e para pintar os justos. Assim,

Bem-aventurado o homem que
não anda no conselho dos ímpios,
não se detém no caminho dos pecadores,
nem se assenta na roda dos escarnecedores.

Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas,
que, no devido tempo, dá o seu fruto,
e cuja folhagem não murcha;
e tudo quanto ele faz será bem sucedido.
(Salmo 1.1,3)

A pessoa temente a Deus não é uma árvore, mas é como se fosse, diz-nos a poesia.

O salmo 19 retrata a glória do Senhor com imagens poéticas majestosas:

Os céus proclamam a glória de Deus,
e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Um dia discursa a outro dia,
e uma noite revela conhecimento a outra noite.
Não há linguagem, nem há palavras,
e deles não se ouve nenhum som;
no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz,
e as suas palavras, até aos confins do mundo.
Aí pôs uma tenda para o sol,
o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói.
(Salmo 19.1-5)

Como o firmamento anuncia, se não tem boca? Como um dia discursa, se não tem língua? Como a natureza, que não tem som, faz ecoar a palavra de Deus? Como pôr uma tenda para o sol?

O salmo 23 é poesia pura, desde o princípio.

O Senhor é o meu pastor;
nada me faltará.
Ele me faz repousar em pastos verdejantes.
Leva-me para junto das águas de descanso;
refrigera-me a alma.
Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,
não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo;
o teu bordão e o teu cajado me consolam.
(Salmo 23.1-4)

O que é repousa em pastos verdejantes e ter um pastor, se não somos gado? O que é ser guiado pelas veredas da justiça? Como receber consolo de um bordão e de um cajado?

Estes poucos exemplos bastam para mostrar que não dá para entender alguns capítulos senão com a imaginação. Precisamos, portanto, de imaginação poética para fruir melhor a Bíblia. Se não, como admiremos também a existência de uma sarça que não se consome ou de uma estrela que percorre o firmamento para guiar os magos? Se não, como entenderemos a oração de Jesus pedindo pela passagem do cálice? Como entenderemos a descrição que o livro de apocalipse faz do céu? como उमा Cidade Santa, a nova Jerusalém, que descia do céu.
Ela vinha de Deus, enfeitada e preparada,
vestida como uma noiva que vai se encontrar com o noivo, (...)
brilhando com a glória de Deus.
A cidade brilhava como uma pedra preciosa,
como uma pedra de jaspe, clara como cristal.
[Nela, não havia templo,]
pois o seu templo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, e o Cordeiro.
A cidade não precisa de sol nem de lua para a iluminarem,
pois a glória de Deus brilha sobre ela,
e o Cordeiro é o seu candelabro.
(Apocalipse 21.2, 11, 23, 23)
Só podemos usufruir da riqueza do livro de Apocalipse por meio da imaginação poética, a mesma que Deus inspirou ao autor bíblico.
Nem todos precisamos ser poetas, mas todos precisamos de um pouco de imaginação poética para penetrar na riqueza da Palavra de Deus.
3. VALORIZEMOS A EXPRESSÃO POÉTICA
A poesia é uma das formas mais apropriadas para se falar da vida. Os livros de Job, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos são uma demonstração viva desta realidade.
Há na Bíblia expressões poéticas acerca do sofrimento, como esta:
A minha harpa se me tornou em prantos de luto,
e a minha flauta, em voz dos que choram.
(Job 30:31)
Há, na Bíblia, inclusive expressões poética de exaltação ao amor erótico, entre um homem e uma mulher, como em Cântico dos Cânticos, uma das quais sendo a seguinte:
O inverno já foi, a chuva passou, e as flores aparecem nos campos.
É tempo de cantar; ouve-se nos campos o canto das rolinhas.
Os figos estão começando a amadurecer,
e já se pode sentir o perfume das parreiras em flor.
Venha então, meu amor. Venha comigo, minha querida.
(Cântico dos Cânticos 2.11-13:)
A poesia é uma das formas mais adequadas para se falar de Deus e para se exaltar a sua excelsitude para conosco. O que é o seu nome "Emanuel" se não uma expressão poética? Como um Deus pode se apresentar como "Eu sou o que sou", se não pela imaginação poética. Os salmos, uns musicados (e é pena que tenhamos perdido as suas melodias), outros não, são essencialmente cânticos de louvor, isto é, exaltação, a Deus. Nós os apreciamos porque falam de nós mesmos, nossas dores e dúvidas, mas também porque falam de Deus, de sua glória, isto é, de sua beleza, e de sua graça, de seu amor para conosco.
Um dos pontos altos da expressão poética do Antigo Testamento é o salmo 104, todo escrito em forma de imagens poéticas.
Bendize, oh minha alma, ao Senhor!
Senhor, Deus meu, como tu és magnificente:
sobrevestido de glória e majestade,
coberto de luz como de um manto.
Tu estendes o céu como uma cortina,
pões nas águas o vigamento da tua morada,
tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento.
Tomaste o abismo por vestuário e a cobriste;
as águas ficaram acima das montanhas;
à tua repreensão, fugiram,
à voz do teu trovão, bateram em retirada.
Elevaram-se os montes,
desceram os vales, até ao lugar que lhes havias preparado.
Que variedade, Senhor, nas tuas obras!
Todas com sabedoria as fizeste;
cheia está a terra das tuas riquezas.
Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo.
Se lhes dás, eles o recolhem;
se abres a mão, eles se fartam de bens.
Se ocultas o rosto, eles se perturbam;
se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó.
Envias o teu Espírito, eles são criados,
e, assim, renovas a face da terra.
A glória do Senhor seja para sempre!
Exulte o Senhor por suas obras!
Cantarei ao Senhor enquanto eu viver;
cantarei louvores ao meu Deus durante a minha vida.
Seja-lhe agradável a minha meditação;
eu me alegrarei no Senhor.
(Salmo 104.1-3,6-8,24,27-31,33,34)
Os poemas de exaltação a Deus levam-nos à Sua presença, para contemplar a Sua glória:
Oh profundidade da riqueza,
tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos,
e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?
Ou quem foi o seu conselheiro?
Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas.
A ele, pois, a glória eternamente.
Amém!
(Romanos 11.33-36)
Não há, portanto, uma dicotomia entre poesia e fé. A fé diz "eu creio em Ti, Senhor "; a poesia crente clama: "meu coração se lança sobre as tuas costas, Senhor".
A fé afirma: "guarda-me, Senhor"; a poesia bíblica escreve: esconde-me à sombra das tuas asas (Salmo 17.8).
A fé exalta: Como é preciosa, oh Deus, a tua benignidade! a poesia aprofunda: Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. (Salmo 36.7)
A fé pede: Tem misericórdia de mim, oh Deus, tem misericórdia; a poesia consagrada enriquece: pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. (Salmo 57.1)
Para que usufruamos da poesia enquanto expressão de nossos sentimentos e desejos mais profundamos precisamos valorizar a expressão artísticas, precisamos nos educar para a poesia, precisamos nos expressar por meio da poesia.
1. Precisamos valorizar a expressão poética.
Cada um de nós deve buscar formas artísticas para expressar nossos sentimentos (de tristeza e de alegria), nossos desejos e nosso louvor.
A Bíblia reconhece o valor da expressão artística, e um dos exemplos está no livro de Samuel. E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele. (1 Samuel 16:23)
Você está triste, ouça uma canção que anime o seu coração. Você está agitado, entre numa galeria de arte ou numa exposição para ver as obras dos outros.
Se está com a auto-estima lá em baixo? Leia o poema 8 do livro dos salmos. Se está excessivamente autoconfiante? Leia o poema de Paulo aos filipenses (capítulo 2).
2. Precisamos nos educar para a poesia.
Para fruir a poesia, temos que nos educar para a poesia. Precisamos entender que a poesia é uma outra maneira de dizer as coisas. Precisamos reconhecer que ler poesia nos torna menos duros, menos amargos, menos pesados; mais sensíveis, mais agradáveis e mais leves.
Educando-nos para a poesia, leremos melhor e escreveremos melhor; mais que isso, entenderemos melhor a Palavra de Deus a nós.
Para tanto, leiamos a poesia bíblica, leiamos a poesia secular (principalmente brasileira), leiamos a poesia evangélica (embora escassa).
3. Precisamos nos expressar por meio da poesia.
Só ela nos permite dizer o que não cabe na boca nem no discurso narrativo.
A poesia é bonita de mais para ficar só com os poetas. A poesia é profunda demais para ficar só com os poetas não cristãos.
Precisamos escrever poeticamente. A poesia cristã precisa estar nos livros, nas praças e nos teatros. Precisamos de poesia cristã de qualidade, mesmo que perca parte da sua idialismo ou homiletismo.
Aos poetas jovens, de qualquer idade, leiam muita poesia e escrevam. Escrevam muito, reescrevam muito. Sejam humildes e ousados, ao mesmo tempo. Sejam os melhores poetas. Orem a Deus em busca de inspiração. Vejam o que os outros fazem e façam melhor.
4. CONCLUSÃO
O mundo precisa de poesia. Vamos dar poesia ao mundo. A poesia também se ressente da corrupção do género humano. Nós podemos falar da redenção, também sob a forma poética.
Foi o que o apóstolo Paulo fez no grande teatro ao livre de Atenas. Depois de ver as expressões poéticas do povo, espalhadas pelas ruas e pelos templos, ele assim se expressou:
Esse que adorais sem conhecer
é precisamente aquele que eu vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe;
sendo ele Senhor do céu e da terra,
não habita em santuários feitos por mãos humanas.
Nem é servido por mãos humanas,
como se de alguma coisa precisasse;
pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;
de um só fez toda a raça humana
para habitar sobre toda a face da terra,
havendo fixado os tempos previamente estabelecidos
e os limites da sua habitação;
para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar,
bem que não está longe de cada um de nós;
pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos,
como alguns dos vossos poetas têm dito:
"Porque dele também somos geração".
Sendo, pois, geração de Deus,
não devemos pensar que a divindade
é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra,
trabalhados pela arte e imaginação do homem.
(Atos 17.24-29)

O cristianismo precisa de poesia. Paulo, para nos ensinar o sentido da vida, sentido da vida que muitos cristãos temos perdido, nos abençoa com as seguintes palavras, carregadas de poesia:

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado
com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
[Ele] assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis perante ele;
e em amor nos predestinou para ele,
para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade,
para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,
no qual temos a redenção, pelo seu sangue,
a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
que Deus derramou abundantemente sobre nós
em toda a sabedoria e prudência,
desvendando-nos o mistério da sua vontade,
segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos,
todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
[pois em Jesus] fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas
conforme o conselho da sua vontade,
a fim de sermos para louvor da sua glória,
nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade,
o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido,
fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
o qual é o penhor da nossa herança,
ao resgate da sua propriedade,
em louvor da sua glória.
[Ele] pôs todas as coisas debaixo dos pés,
e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,
a qual é o seu corpo,
a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
(Efésios 1.1-14, 22-23)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O AMOR NUNCA DEIXA DE EXISTIR

I Coríntios 13:8
INTRODUÇÃO:
Paulo enumerou e definiu o lugar dos dons do Espírito Santo na Igreja (Capítulo 12). Mostra que a possessão de todos estes dons e de outros poderes adicionais não faz de ninguém um cristão, a menos que possua o Dom supremo do AMOR.
Este maravilhoso poema do capítulo 13, em prosa, tem sido chamado o maior, o mais intenso e o mais profundo que Paulo escreveu.
Nele se apresenta:
• A natureza do amor.
• O valor do amor.
• A duração eterna, em comparação com os dons transitórios.
O AMOR É UM DOM DO ESPÍRITO!
Este Dom é o de maior valor a qualquer virtude descrita.

I AS MELHORES VIRTUDES E DONS NÃO SUBSTITUEM O AMOR
A Línguas Humanas – É o poder de expressão que possuem os oradores, os excelentes e bem dotados.

B Línguas Angélicas – A elevada linguagem dos anjos.
Sim amor – ÁGAPE, no sentido mais sublime, descreve-se assim:
• O amor que reconhece o valor na pessoa amada.
• O amor que se baseia num princípio e não na emoção.
• Amor que provém do respeito pelas admiráveis qualidades que o amado tem.
• Este é o amor que existe entre o Pai e Jesus.
• É o amor redentor da Divindade pela humanidade perdida. São João 15:1.
• O amor é a qualidade especial que se demonstra no trato com os demais, os cristãos. São João 13:34-35.
• É o amor que se pratica para demonstrar a relação do crente com Deus.
• O amor não é um sentimento enfermo e emocional que tem o seu centro no eu e nos desejos egoístas.
• O amor foca o interesse e a preocupação nos outros e produz uma conduta correta.
O amor que é humano é semelhante ao METAL.
METAL QUE RETINE – Faz muito ruído e dá a impressão de ser algo de muita importância. É o som monótono como o toque de um címbalo.
C Dom de Profecia - Falar como um mensageiro inspirado por Deus.
D Mistérios – É a capacidade de entender as maravilhas da vida, descobrindo os segredos da natureza.
E Ciência – É o Dom do conhecimento, agudo e profundo.
F Fé – Uma classe de fé que capacita o homem a fazer proezas excepcionais para Deus. Sem amor, não tem valor.
G Reparte-se todos meus bens – Isto equivale a distribuição de todos os meus bens dados aos pobres, mas feito sem amor, é igual a um ato de hipocrisia.
H Para Ser Queimado – O martírio que tem o propósito da glorificação próprio não tem nenhum mérito. O sacrifício maior não vale nada sem amor, não tem esperança de vida eterna.
Todas estas virtudes são admiráveis e importantes, porém ineficazes sem o amor.
“A mente que não se entregou a Cristo, e não é movida pelo Seu Espírito, está sob o domínio de Satanás, que realiza nela como lhe apraz.” (5 T, p. 515).
Aquele que não tem um conhecimento pessoal do amor de Deus, estará perdido. Os esforços para realizar o bem a outros serão estéreis.

II O QUE É E O QUE NÃO É O AMOR
AS EXCELENTES CARACTERÍSTICAS SUPERIORES DO AMOR – I Coríntios 13:4-7
Os que realmente se amam.

A O QUE É O AMOR – I Coríntios 13:4
1. É sofrido:
a) A paciência e longanimidade num mundo onde prevalecem a impaciência e a intolerância, é um precioso atributo.
b) O amor é magnânimo com as faltas, fracassos e debilidades de outros. Reconhece que todos os seres humanos são falíveis.
c) A paciência é o oposto à precipitação, às expressões e os pensamentos passionais e à irritabilidade.
d) Sofrido – É o estado mental que capacita o homem para ser paciente, tranquilo, quando é provocado, oprimido, calmo e perseguido. Este é um dos frutos do Espírito. (Efésios 4:2).
2. É benigno, significa:
a) Ser gentil, manifestar bondade, ser considerado, suave.
b) Descreve a natureza bondosa dos que são movidos pelo Espírito de deus. Sempre procura, palavras, ações e uma simpatia compreensiva e sensibilidade ante as lutas e dificuldades de outros.
c) Em todas as circunstâncias da vida, boa ou má, triste ou alegre, o amor é suave e gentil.
d) O amor é o oposto do ódio, o qual manifesta com severidade, ira, aspereza, dureza e vingança.
e) O amor por outro lado é bondoso, faz o bem, é gentil e cortês, não fere seus sentimentos, o ajuda a ser feliz.

B O QUÊ O AMOR NÃO É – I CORÍNTIOS 13:4-6.
1. Não tem inveja.
a) Isto é manifestar sentimentos maus e desagradáveis para outros, porque tem alguma vantagem sobre alguns. Sentimentos que produzem lutas e divisões.
b) Inveja e os ciúmes, de todos os defeitos humanos, um dos mais cruéis e desprezíveis (Provérbios 27:4) – Lúcifer foi vencido pela inveja, Agora ele procura implantá-lo no lar, na igreja e no governo. Somente o amor pode expulsar os ciúmes.

2. Não é jactancioso – “Ser vanglorioso” – “Jactar-se”.
a) O amor não apregoa seus próprios louvores.
. é humilde
. não trata com soberba.
Aquele em cujo coração se encontra o verdadeiro amor, recorda a vida e a morte de Jesus, e instantaneamente recusa cada pensamento que o leve a justificação própria.
b) O amor verdadeiro reconhece que tudo vem de Deus, e não encontra lugar para a vã jactância, porque a possessão de tudo vem de Deus.

3. Não se inflama – “inchar-se”, “orgulhar-se”.
a) O amor não inflama a pessoa de vaidade.
b) O amor não produz engrandecimento próprio. Aqueles que são muito capazes, que têm conhecimento superior, cria neles um estado subjetivo de orgulho.
c) O amor não se compraz na auto estima que promove a vanglória.
d) O verdadeiro amor não busca louvores de outros por qualquer coisa que se tenha alcançado.

4. Não faz nada indevido (Verso 5)
a) Significa:
• atuar indecorosamente
• comportar-se de forma desonrosa, estar desnudo.
b) “O amor nunca é descortês, rude, tosco, nunca se conduz de tal maneira que possa ferir a sensibilidade alheia. Cristo procedia sempre com cortesia e correção para com todos.” (OE, 127). Não responderá o amor aos impulsos do coração natural de devolver a rudeza e a aspereza com descortesia.
c) O amor procura promover a felicidade alheia. Isto induz a evitar tudo o que causaria uma ofensa ou impediria o verdadeiro gozo.

5. Não busca o Eu
a) Significa: “egoísmo puro”; “a busca egoísta de vantagem”, “a influência ou o louvor”. Esta é a característica do amor humano, mas difícil de entender para o coração não santificado.
b) A natureza egoísta do ser humano inverteu a ordem divina, induzindo a concentrar seus afetos e interesses em si mesmos (Jeremias 17:9). O ser humano se interessa em primeiro lugar em si mesmo e com frequência esse interesse predomina sobre todos os demais.
c) O verdadeiro amor que nasce de Cristo, coloca o eu em último lugar e a outros primeiro (Mateus 5:43-46).Aquele que está dominado pelo amor desinteressado de Deus, esquece-se do eu e está completamente dominado pelo desejo de fazer a vontade de Deus. Por isso ele pode dar sua vida em favor de outros.
d) O amor cristão, não tem em conta as exigências do coração natural de dedicar-se a si mesmo. Está disposto a sacrificar sua comodidade, seu tempo, sua tranquilidade, seus recursos, seus dons em favor de outros.

6. Não se irrita
a) Nada pode perturbar a mansidão do perfeito amor. Aquele que se entregou ao Senhor e está morto para o pecado, nada pode irritá-lo ou desgostá-lo. Simplesmente entrega tudo nas mãos de Deus. Um dos efeitos mais visíveis da conversão é a mudança de caráter que antes era irritável, cheia de ressentimentos e fácil de irar-se.

7. Não guarda rancor
a) Não toma em conta o mal “que lhe tenham feito”, não guarda, não rechaça, ou carrega o mal por conta de outro.
b) Este é outro belo atributo cristão do amor.
c) Aquele que está dominado por este amor, não é severo, não está disposto a encontrar faltas em outros ou atribuir-lhes motivos equivocados.

8. Não se alegra com a injustiça (Verso 6)
a) Não se compraz em nenhuma sorte de injustiça, mesmo ao se tratar de amigos ou inimigos. A injustiça que é pecado, é completamente estranha à natureza divina do amor.
b) O amor não se regozija com os defeitos de outros, nem se alegra porque tenha descoberto que são culpáveis de algum mal. Não se compraz na malignidade ao escutar a notícia de que alguém tenha equivocado. Este é capaz de ajudar ao que não o ama (Provérbio 10:12), quando está em dificuldades (Provérbios 11:13). Os que não estão santificados pela verdade são os que se comprazem no mal proceder de outros. (romanos 1:32).

9. Fica feliz com a verdade (Por contraste).
. significa: virtude, justiça, bondade.
. O amor não se compraz nas faltas, senão nas virtudes de outros.
. O amor se interessa no progresso da verdade, se compraz na liberação do homem dos grilhões do pecado, porque isto o coloca em contato com a verdade.

III ATÉ QUE EXTREMOS PODE CHEGAR O AMOR CRISTÃO – I CORÍNTIOS 13:7, 8.
A O amor tudo sofre
1. Significa: “cobrir”, “proteger”, “resistir”, “suportar”, “tudo perdoa”, “tudo perdoa”, “tudo dissimula!.
2. O amor oculta e faz silêncio das coisas, como as faltas de outros, que o egoísmo ou o coração natural o poderão expor alegremente.
3. Este amor não sente desejos de examinar as debilidades alheias, ou de permitir que sejam inspeccionados por alguma outra pessoa.

B O amor tudo crê
1. Interpreta a conduta alheia da melhor maneira possível, dando bons motivos a outros. Isto não significa ser crédulo, crendo em coisas absurdas, sem discriminar entre o certo e o errado.
2. Não crê em qualquer coisa ou prejuízo deles a menos que haja mais evidências irrefutáveis.
3. O amor em relação com Deus, não tem dúvidas acerca da Palavra de Deus. Tudo aceita e obedece com gratidão.

C O amor tudo espera
1. Não importa quão obscuras sejam as aparências e quantos motivos haja para colocar em dúvida a sinceridade de outros, o amor continua esperando que tudo termine bem, e mantém esta posição até que desapareça toda possibilidade de que assim seja. Esta fé no próximo, inspirada pelo amor, motiva o indivíduo a ser um defensor da causa alheia, na oposição.
2. O amor se baseia na confiança. Está disposto a fazer frente ao ridículo, a luta e ao desprezo em defesa de outros.

D O amor tudo suporta
1. Suporta serenamente as dificuldades, provas, injúrias, e todos os ataques que promove o adversário de Deus, através de outros.
2. Demonstra infinita paciência.
3. Está preparado para considerar a conduta desfavorável de outros com paciência compreensiva e com simpatia inspirada por Deus. (Mateus 22:37-40).

CONCLUSÃO
A O amor nunca deixa de existir
1. “Cair do seu lugar”, “minguar”, “perecer”, “não acaba nunca”.
2. O amor genuíno não cai como uma folha ou como uma flor.
3. O amor cristão permanece inalterável, imanando sua fragrância de fé, esperança e segurança ao seu redor, tanto nos momentos de alegria e tristeza.
4. Assim deve ser, pois o amor é o mesmo fundamento da lei de Deus, é eterna.
5. Cultivemos este fruto do Espírito.
6. Poderemos estar seguros de que este tipo de amor não fará nenhuma vicissitude na vida ao qual não seja capaz de fazer frente ao amor.
7. Poder depender sempre do amor “ágape”, o que vem de Deus para resolver os problemas que atingem nossos lares. AMÉM.