domingo, 25 de abril de 2010

UM GRITO DE ANGÚSTIA

45 E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona.
46 Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Mateus 27:
Já alguma vez prestou atenção à serenidade com que Jesus orava?
“Depois de assim falar, Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Filho te glorifique” João 17:1
“Pai, desejo que onde eu estou, estejam comigo também aqueles que me tens dado, para verem a minha glória, a qual me deste; pois que me amaste antes da fundação do mundo.” João 17:24.
“Cristo disse: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar.” João 10:17.
Mas, absorto nos Seus pensamentos, Jesus cruzou o ribeiro de Cedron, entrou no jardim do Getsémani (João 18:1) e as Suas súplicas mudaram de tom.
As orações de Cristo no Getsémani e no Calvário foram muito diferentes das Suas orações anteriores. Depois de dizer aos Seus discípulos “a minha alma está profundamente triste, até à morte”, prostrou-Se em terra (Marcos 14:34,35). Tão intensa era a Sua agonia, que orou: E dizia: “Aba, Pai, tudo te é possível; afasta de mim este cálice; todavia não seja o que eu quero, mas o que tu queres.” Marcos 14:36.

A palavra Abba revela a Sua relação profunda com Deus e o afecto que sentia por Ele. Em três ocasiões tinha sentido que a Sua missão era pesada (Marcos 14:34-41), mas em cada uma delas tinha-se rendido ao Pai dizendo: “Não seja como Eu quero, mas como Tu queres” Mateus 36,42,44.
Cristo veio à Terra para fazer a vontade do Seu Pai (ver Hebreus 10:5-7), mas a agonia do Getsémani fê-l´O tremer quando Se aproximava da meta. Um anjo desceu do Céu para O fortalecer mas “posto em agonia, orava mais intensamente. E o Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” Lucas 22:44.

1. A intensidade da Sua dor.
Alguns dos Seus compatriotas tinham-n´O entregue aos romanos. Judas atraiçoara-O. Pedro tinha-O negado. Os Seus discípulos tinham-n´O abandonado precisamente quando mais necessitava deles. E Ele pôde suportar tudo aquilo, mas quando parecia que Deus também O tinha abandonado, o Seu coração ficou destroçado, e gritou com força: “Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?” Mateus 27:46.
Aquele foi um grito de angústia, proferido com lábios trementes o coração despedaçado, enquanto estava suspenso na cruz. Aquele era o terrível preço da nossa redenção, um preço que nós nunca poderíamos pagar, nem sequer compreender, mesmo durante toda a eternidade.

A palavra “clamar” ou “gritar” (anaboao) só se utiliza aqui em todo o Novo Testamento. É um verbo forte que indica uma emoção poderosa e uma súplica a Deus. Sugere um grito de agonia resultante do profundo sentimento de alienação que Jesus experimentou como “resgate” pela humanidade (ver Mateus 20:28). Nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), esta é a única ocasião em que Jesus se dirige a Deus sem Lhe chamar “Pai”.
Paulo diz que aqueles que receberam “o espírito de adopção de filhos” (hiothesias) exclamam (krazomen) “Abba, Pai” (Romanos 8:15; cf. Gálatas 4:6).

No entanto, mais ninguém poderia estar melhor qualificado do que o Filho de Deus para Se dirigir a Ele como “Abba”, o “Pai”. Abba é a palavra aramaica para fazer referência a Deus, é um termo carinhoso como “papá”. Nos evangelhos, Jesus, como Filho do homem, falou do Seu Pai e orou a Ele, e ensinou os Seus seguidores a orar, dizendo: “Pai nosso, que estás no Céu” (Mat. 6:9). Então, por que razão agora, na cruz, Cristo clama com força “Deus Meus”, em vez de “Abba” ou “Pai”?

Nada pode separar uma pessoa de Deus (Romanos 8:35-39) excepto o pecado (Isa. 59:2). Isto significa que Cristo sentiu uma separação no mais profundo da Sua alma, porque carregou os pecados de todo o mundo (1ª João 2:2). “O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos” (Isa. 53:6). Como membro eterno da Trindade, Cristo sempre tinha estado rodeado pelo maravilhoso amor do Pai e do Espírito. Quão terrível era a Sua separação deles agora! A Sua solidão era intensa. Desde as alturas, o amor eterno tinha descido para salvar a humanidade, ainda que o preço que tivesse que pagar fosse muito alto, e sabendo que a maioria O rejeitaria. Não existe amor maior!

Cristo, no Seu corpo, “levou Ele mesmo os nossos pecados sobre o madeiro” (1ª Pedro 2:24). “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.” (Gál. 3:13). Cristo sentiu-Se abandonado, separado do Pai, como se já não fosse Filho de Deus. A terrível carga do pecado, tão detestável para o PAI e para o Espírito, e tão horrenda para Cristo, acabou com a Sua vida. Essa carga de pecado separou Jesus da comunhão com o Pai e com o Espírito que Ele ansiava ter e de que necessitava tão desesperadamente.

O Calvário constituiu um juízo contra Satanás, o originador do pecado (Heb. 2:14), e contra o Salvador, como substituto dos pecadores (2ª Cor. 5:21; cf. Isa. 53:10,11). Cristo tomou o lugar de cada ser humano e sofreu o juízo divino pelos pecados de todos que gesto assombroso!

2. Abandono total.

Jesus homem chegou ao limite, precisamente onde mais necessitava de Deus. Mas justamente no momento da Sua maior necessidade, sentiu-Se abandonado por completo. É impossível compreender a inexprimível angústia dessa terrível solidão.

Deve ter causado uma tremenda dor ao Pai e ao Espírito ver Jesus sofrer e morrer como homem, pois Eles sentiram o Seu sofrimento. O grito de Cristo é a experiência mais dramática dos evangelhos. Embora antes tivesse falado da Sua ressurreição (Mat. 16:21) e da Sua segunda vinda (Mat. 16:27), durante aquelas terríveis horas sobre a cruz não podia vê-las através da escuridão. Temia que a “separação (de Deus e do Espírito) se tornasse eterna” (Desejado de Todas as Nações, p. 642). Cristo estava disposto a perecer para salvar a humanidade. E tê-lo-ia feito ainda que fosse só por si, amigo/a!
Cada membro da Trindade esteve envolvido no sofrimento na cruz. Para a Divindade foi um suplício ouvir o Varão de dores clamar: “Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?” (Marcos 15:34). O “pagamento” da culpa humana implicava que Cristo assumisse o castigo por todos os pecados. Experimentou o abandono total de Deus que devíamos sofrer nós. Não havia outra maneira.

Não foi um Deus zangado que castigou a culpa humana, mas sim um Pai e um Espírito quebrantados que sofreram juntamente com Cristo, embora só Ele devesse ser o sacrifício pelo pecado. Ninguém jamais poderá compreender a profundidade do sofrimento partilhado pela Trindade durante as horas que Jesus esteve suspenso na cruz. Só podemos imaginá-lo nas palavras: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito” João 3:16.
3. Esperança por fim!
Toda a Trindade esteve presente na cruz. O Calvário abre as profundezas insondáveis do amor divino, de maneira que a rebelião não possa surgir de novo (ver Números 1:9). O amor revelado no Calvário atrairá e manterá para sempre todos os seres, tanto os não caídos como os salvos, perto de Deus, em adoração e louvor.

Pouco antes da Sua morte, com profunda fé, Cristo dirigiu-Se uma vez mais a Deus como Pai: “Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito” (Lucas 23:46). Maravilha das maravilhas: o indefeso Jesus humano, que possuía a plenitude da divindade, nunca dependeu da Sua própria divindade, mas agarrou-Se à divindade do Seu Pai, ainda que, como portador do pecado, Se sentisse abandonado por Deus.

Quem pode entender a profundidade do sacrifício que isto representou?
Quando olho para a cruz, clamo com força a Deus, para que quebrante o meu coração, e me leve a dar-me conta de que Jesus morreu pela minha transgressão da lei, pelo meu pecado e por minha culpa. Clamo com força para que possa amá-l´O de todo o coração, para que possa deleitar-me na Sua lei e odiar o pecado pelo que Lhe fez. O meu pecado crucificava novamente Cristo (Heb. 6:6).
Por isso oro: “Quebranta, ó Deus, o meu coração, para que eu não quebrante o Teu.”
Nós não poderemos viver como Ele viveu se não estivermos com Ele. Mas dado que Cristo sofreu a agonia de estar separado de Deus e experimentar essa sensação de abandono, Deus promete-nos: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Heb. 13:5).
Cristo experimentou o abandono mais terrível para que nunca tenhamos que estar longe de Deus.
Que assombrosa substituição!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A FÉ QUE SURPREENDE JESUS

Mateus 8: 5-13
“Muitos crentes desejam ter uma fé do tamanho de uma montanha, antes de tentarem mover uma semente e mostarda.” Anónimo.
“A fé e a obediência são amarrados no mesmo feixe. Aquele que obedece a Deus, crê em Deus; e aquele que crê em Deus obedece a Deus.” Charles H. Spurgeon
Introdução:

Jesus, quando viveu entre os homens, acostumou-se mais à falta de fé do que à presença dela. Por isso ao encontrá-la fazia questão de a destacar

1. A fé precisa ser dirigida a Jesus (v. 5)
- Porque ele pode compreendê-la
- Porque ele pode responder – “eu irei...”

2. A fé expressa-se humildemente (v. 8) (ler Lucas 7:6)
- Não sou digno! O centurião afirma que não é indigno, no versículo 9 “nem mesmo em Israel encontrei tanta fé.” Trata-se de uma fé notável. Um homem que é suposto ser um pagão, era a sua fé aos olhos de Jesus mais digna do que a fé dos que acompanhavam Jesus.
• É muito interessante porque os Anciãos aprovavam as obras deste homem. Jesus elogia a fé. Talvez esteja implícita que quando se unem a fé e as obras, uma pessoa pode ser muito estimada tanto por Deus como pelos homens.
• É difícil encontrar um politico que seja estimado por todos.
• É raro encontrar um professor que seja apreciado por todos os alunos, tanto por aqueles que recebem uma nota baixa como por aqueles que recebem uma nota alta.
• É muito raro encontrar um dirigente religioso que seja apreciado por todos os sectores da comunidade.
• Este centurião deve ser uma pessoa formidável!
- Contudo, creio.
“…o seu coração fora tocado pela graça de Cristo. Viu a própria indignidade; não temia, no entanto, pedir auxílio. Não confiava na própria bondade; o argumento que apresentava era a sua necessidade. A sua fé apegou-se a Cristo ao Seu verdadeiro carácter. Não crina n´Ele apenas como operador de milagres, mas como o amigo e salvador da humanidade.” D. T. N., p. 233.

3. A fé foi expressa com lógica e inteligência (v. 9) (Lucas 7:8)
- Reconheceu a autoridade de Jesus, era uma autoridade do Céu, assim como que era um oficial do exército representava o poder e a autoridade de Roma – doenças = soldados.
- Ele seguramente ouviu o que se tinha passado em João 4:46 a 49-53, um ano antes, deve ter ouvido falar de muitos milagres.
- Confiou na autoridade reconhecida – palavra é ordem
- Confessou-a perante os homens – nem todos reconhecem.
Gosto de Lucas 7:9 “maravilhou-se”, “admirou-se”. A fé do centurião, bastava um única palavra de Jesus. Este centurião nunca tinha visto Jesus, nunca tinha conversado com Ele, tornava a sua fé ainda mais “impressionante”. Até Jesus se admira! Até Jesus se surpreende!
“Para Jesus este foi um penhor da obra que o Evangelho havia de realizar entre os gentios. Com alegria, antecipou a reunião de almas de todas as nações ao Seu Reino.” DTN, p. 324.

4. A fé em Jesus nunca será decepcionada (v. 13)
- Ele conhece a sinceridade com a qual nos aproximamos dele
- Ele retribui na proporção da fé que expressamos

Para reflectir:

1. O que significa aproximar-se de Jesus com fé?

2. Como é possível expressar fé na palavra de Jesus?

3. Quais os fatos na vida pessoal que ajudaram o centurião a crer intensamente em Jesus?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

CRISTO É O CAMINHO

O Senhor Jesus Cristo acabava de anunciar o Seu retorno ao Céu e também o propósito de voltar à Terra segunda vez, para buscar os Seus filhos. Ao falar aos discípulos, afirmou: “E vós sabeis o caminho para onde eu vou”. Então Tomé, sempre tardio para entender e tardio para crer, disse: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?” Tomé devia saber. Jesus acabara de dizer tudo, para onde ia. Mas o Mestre não quis que o discípulo ficasse envergonhado pela sua falta de atenção e, acrescenta: “Eu Sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim.” (João 14:1-6).
Irmãos, quando não sabemos, quando não compreendemos, devemos dizer ou perguntar a Deus. Tomé fez isso. Ele devia saber para o Salvador ia, mas ideias preconcebidas impediam-no de compreender. Tomé, porém, era sincero. Pediu esclarecimentos e Jesus deu-lhos. A Bíblia diz: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada nega; peça-a a Deus, e ser-lhe-á concedida” (Tiago 1:5).
Na resposta de Cristo a Tomé vemos uma indirecta indicação de que há no coração do homem um anelo por Deus. Todos nós, na verdade, temos consciência de estar mais ou menos distanciados do Pai celeste, pelo pecado. E lá no fundo do coração, temos o desejo de nos aproximar dEle, de nos relacionarmos com Ele, de alcançarmos o Seu favor, de estarmos seguros nEle.
Aos que querem ir a Deus, Jesus diz: “Eu sou o caminho”. Ele é a ligação entre o céu e a terra. Com a Sua humanidade Ele toca a terra, com a Sua divindade, toca o céu. Jesus Cristo é a mística escada do sonho de Jacob, pela qual Deus chega até nós e nós até Deus.
As palavras de Jesus: “Eu Sou o Caminho, e a verdade e a vida” evidentemente constituem um só pensamento. O ponto principal é a declaração: “Eu sou o caminho”. As outras duas: “Eu sou... a verdade” e “Eu sou... a vida”, dão-nos o porquê de Ele ser o caminho.
Em primeiro lugar, por ser Jesus a verdade, Ele é o Caminho para o conhecimento de Deus. Deus revela-Se pela natureza e pelas Escrituras. Mas de modo especial pelo Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo diz que em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). A Bíblia também declara que Ele é “a expressão exacta do Seu ser”, isto é, a expressa imagem de Deus (Hebreus 1:3). E Jesus mesmo disse: “Quem me vê a Mim, vê o Pai” (João 14:9). Jesus Cristo não era mero comunicador da verdade, mero porta-voz dela. Ele próprio era a verdade a respeito de Deus.
A outra frase complementar “Eu Sou... a vida” aponta Jesus como Espírito vivificador, que comunica vida. As Escrituras falam do homem como espiritualmente morto em pecado (Efésios 2:1). Há pessoas que estão tão enraizadas nos preconceitos, nas suas próprias teorias (Judas), que estão tão mortos que mesmo o toque de Jesus, de nada vale para abrir o caminho para Deus.
Mas Jesus ainda declara: “Eu Sou... a vida” – a fonte da vida. “A vida estava nEle”, diz João, “e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). Jesus possuía vida original, não emprestada.
Por isso pôde dizer aos judeus, depois de curar o paralítico que estava junto ao poço de Betesda: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão” (João 5:25).
Por incrível que pareça, a vida de Cristo foi posta ao nosso alcance pela Sua morte. Usando uma ilustração da natureza, Jesus disse: “Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto” (João 12:24). Houvesse Jesus preferido preservar Sua vida, teria ficado só. Mas porque deu a vida pelos pecadores, possibilitou vasta colheita de homens e mulheres para a vida eterna.
Pela morte de Jesus, Ele expiou – pagou a culpa – de nossos pecados, sofreu a pena e colocou a vida ao nosso alcance. Pedro escreveu: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (I Pedro 3:18).
Irmãos, Cristo é o caminho no mundo, para a raça humana. Os técnicos pedem conhecimento para resolver os problemas da humanidade. O conhecimento tem-se multiplicado, de ano para ano, mas também se multiplicaram os problemas. O conhecimento adquirido pelo mundo é da natureza errada, que não reconhece a Deus, não tem lugar para Cristo. Cristo no entanto continua a ser O CAMINHO. Ver título do livro!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A BÍBLIA É A PALAVRA TRANSPARENTE DE DEUS

Há alguns anos a nação brasileira ficou horrorizada com um incêndio de grandes proporções no Edifício Joelma, no centro de São Paulo. Parecia impossível apagar aquele incêndio. As escadas magirus dos bombeiros não alcançavam a todos os andares, e as pessoas, nos inúmeros escritórios e empresas, começaram a se desesperar.
A fumaça rapidamente asfixiava as vítimas, que tentavam respirar junto às janelas e acenar com tremendos gritos por socorro. Quando as chamas avançavam, os flagelados não escutavam as vozes que recomendavam calma, e desatinadamente começaram a saltar de grandes alturas para a morte.
Dramas de desespero e dor aconteciam dentro e fora do Joelma onde parentes e curiosos assistiam a uma das maiores tragédias. Com intensa dificuldade os que estavam nos últimos andares, chegaram ao heliponto onde o resgate ficava cada vez mais difícil pelo calor da laje e pelos ventos que direccionavam afoitamente as chamas para todos os lados. Muitos morreram exactamente no momento em que procuravam o escape.
Milhões hoje estão também à procura do escape para os seus dilemas, os seus problemas, e sua dor. Paradoxalmente nesta época de avanços científicos, e apesar do apoio que a psicologia e a psiquiatria procuram oferecer, aumentam os desajustes, os traumas, a solidão e o desespero. A resistência humana e a capacidade de superar as dificuldades, tudo é posto à prova.
Sem falar no desemprego e na onda de crises financeiras que desestabilizam todo o mundo. As pessoas estão à procura de uma verdade, um caminho que lhes dê sentido à vida e um pouco de paz para sobreviver. Os próprios governos em várias regiões da Terra desejariam acalmar essa avalanche de inquietação social e impedir as explosões de insatisfação e violência, mas se sentem quase incapazes.
Parece que os problemas vão além do simples espaço físico para se instalarem dentro do próprio coração. As multidões estão com a mente e o coração carentes de uma luz maior, uma bússola que possa dar-lhes uma direcção. Não sabem para onde estão indo, e que caminho estão seguindo.
Mas estão à procura de uma saída. Desvairados, correm atrás de panaceias como a bebida alcoólica e as drogas. Mascaram suas realidades nos 3 dias do carnaval, para outra vez se descobrirem insatisfeitos, desiludidos com os seus problemas não resolvidos e até agravados.
É possível que vocês já viram um adesivo colado no vidro dos automóveis que diz: “Não me sigam, que estou perdido”. Isso dá uma ideia da insegurança das pessoas. Como disse o psicólogo Carl Jung:
“O ser humano é um enigma para si mesmo.”
Mas o nosso Pai Celestial não deseja que Seus filhos fiquem perdidos por aí, sem um roteiro seguro. Ele quer guardar você das dúvidas que assaltam a sua mente. Ele não quer que você caminhe na escuridão, passando por perigos na noite desse mundo.
Ele deixou um roteiro, um mapa para lhe indicar o caminho e dar sentido à sua vida. O rei e patriarca Davi assim escreveu no lindo e inspirado no livro de Salmos:
“Lâmpada para meus pés, é Tua Palavra e
Luz para o meu caminho.” - Salmo 119:105
É essencial, entretanto, que as pessoas estudem com atenção para perceberem o verdadeiro sentido da Bíblia, comparando o texto que estão lendo, com outros textos, para não darem suas próprias interpretações aos Escritos Sagrados, como advertiu o Senhor no livro de Mateus:
“Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.”
Mateus 22:29
É fundamental pedir a assistência divina quando vamos abrir a Santa Bíblia. No livro de Salmos 119:18 está escrito:
“Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da Tua lei.” Salmo 119:18
Essa é uma coisa que o Senhor aprecia muito fazer.
“Então lhes abriu o entendimento para compreenderem
as Escrituras.” - Lucas 24:45
“Derramarei o Meu Espírito e vos farei saber as
minhas palavras.” - Provérbios 1:23
Mencionamos há pouco a importância de comparar o que o Espírito Santo disse em um texto, com o que Ele declarou em outro texto sobre o mesmo assunto. Dessa forma um verso se torna a chave para desvendar o sentido de outro verso ou conjunto de versos.
Por exemplo: Em Lucas 21 encontramos pessoas perguntando a Jesus sobre o templo de Jerusalém e o fim do mundo. Mateus 24 afirma que essas pessoas que perguntaram eram os apóstolos do Senhor.
E através de Marcos 13, no verso 3 descobrimos que os apóstolos que perguntaram foram Pedro, Tiago, João e André.
Comparar um texto com o outro é uma regra básica ao se estudar a Bíblia.
Uma das razões porque há tantas doutrinas discordantes em diferentes igrejas, é que essa regra geral não está sendo respeitada, e o diapasão de todo o Livro de Deus não está sendo ouvido.
Embora algumas profecias ou exortações fossem dadas a um grupo de pessoas em circunstâncias específicas, e com uma aplicação a um singular evento, podemos com certeza receber delas a edificação espiritual em todas as épocas.
“Porque tudo o que dantes foi escrito,
para o nosso ensino foi escrito, a fim de que pela paciência
e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”
Romanos 15:4
Um dos factores importantes para a pessoa compreender as Escrituras é praticar os seus ensinos.
“Se alguém quiser fazer a vontade dele,
conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus
ou se falo por mim mesmo.” - João 7:17
Amigo, aquele que não deseja obedecer a verdade, nunca poderá entende-la. Quando andamos de acordo com a luz que recebemos de Deus, através de Sua Palavra, mais e mais seremos iluminados nesse conhecimento. Por que revelaria Deus mais belezas da Sua Palavra àqueles que não estão dispostos a segui-la?
Um ateu perguntou a uma humilde senhora cristã: A senhora leu a Bíblia hoje? Li, sim senhor? Pode me citar alguma lição que aprendeu? A senhora pensou um pouco e não conseguiu se lembrar de nada. Muito bem, disse o ateu, para que ler alguma coisa se você não aprende nada com ela? Ela pensou mais e disse: Eu gostaria que o senhor apalpasse essa roupa que lavei hoje cedo. Ainda esta molhada? Não, já está seca. Pois é, disse a lavadeira. Eu lavei com água, a água secou, mas a roupa ficou limpa. Eu também li a Palavra de Deus. Já não me lembro mais o que li, parece que evaporou, mas senti que a minha vida ficou mais limpa.
Devemos entender que as Santas Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse, são a revelação de Jesus Cristo. A Sua santa face nos olha e nos lê, a partir dessas páginas sagradas. Ele é o nosso Redentor e Rei vindouro, capaz de salvar a todos os que se achegam por Ele ao Pai (Hebreus 7:25). Entender isso é a maior de todas as alegrias.
Agora, meu filho, pegue a sua Bíblia e comece a ler com amor e devoção. E sentirá uma Presença Gloriosa acompanhando você e trazendo vida, saúde e as bênçãos da paz. Compreender a Bíblia é conhecer pessoalmente o seu Autor. E, com certeza, Ele iluminará não apenas a sua mente, mas também os seus caminhos.

Texto: Pastor Neumoel Stina

O DEUS QUE EU CONHEÇO

Como é Deus? Como você o vê? Quem é Deus para você?
O apóstolo Paulo diz em I Coríntios 8:5, que muitos são os deuses e senhores do homem.
“O paganismo povoou a terra e o céu com diferentes ordens de divindade, e os homens imaginaram deuses presidindo sobre as montanhas, rios e flores; sobre enchentes, sobre
as pestilências sobre o fogo; sobre a virtude e sobre o vício; sobre famílias e nações.” - Pulpit, vol. 19, pg. 283
“O sol e os planetas foram feitos objectos de culto,
bem como os signos do Zodíaco. Os panteões dos antigos povos, como Babilónia, Egipto, Grécia e Roma estavam cheios de supostas divindades: Amen, Ápis, Assur, Apolo, Atena, Baal, Bao, Cibele, Camos, Dagon, Diana, Hórus, Isis, Júpiter, Marduk, Mercúrio(ou Hermes), Mitra, Moloque, Osíris,
Tamuz e Vénus.” - 7BC 1067
Também existem alguns deuses do sistema filosófico: o deus do deísmo, que tem o poder de criar, mas não mantém ligação com suas criaturas. É uma espécie de rei ausente de seu domínio e a ele indiferente. O deus do panteísmo, constituído do universo como um todo. As coisas que vemos: o solo, a água, o ar, os astros e até nós mesmos. Há muitas outras coisas que se tornam deuses.
Todos estes deuses são criação e imaginação do homem. Reflectem ideias e defeitos humanos. Como disse Voltaire: “Desde que Deus criou o homem à Sua imagem tem o homem retribuído à cortesia criando deuses à humana imagem”.
Nenhum destes deuses é o Deus que eu conheço - o Deus das Escrituras. O Deus que eu conheço, é o Deus que se revelou ao homem. O que dEle sabemos, pela Bíblia, Ele mesmo o revelou.
• O Deus que eu conheço é o Deus criador. Ele é a grande Causa de tudo o que existe.
“No princípio criou Deus os céus e a terra.” - Génesis 1:1
Muitos alegam a origem do mundo e do vasto universo à acção de forças naturais. Negam que uma Força Superior criou a imensidão do universo, e o nosso planeta - negam a acção de Deus.
O cientista e astrofísico, Dr. Jesse L. Geenstein, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, observa:
“Como a matéria veio do nada, é um terrível mistério.
Poderia ser isto algo fora da ciência?
Tentamos ficar fora da filosofia e da teologia,
mas a vezes somos forçados a pensar em termos maiores,
a olhar algo fora da ciência.”
Plain Truth, jan de 1979, pg. 4-6, 23, 24
Há um ser que tudo criou - É Deus.
Que confissão! E da parte de um eminente cientista! Não há como explicar a origem do universo independentemente da ação de Deus. Nas palavras majestosas do grande Livro: “No princípio criou Deus os céus e a terra”, encontramos a verdade.
• O Deus que eu conheço não é apenas o Criador: Ele é também o Mantenedor do universo. Deus criou mediante o Seu Filho, e sustenta a criação igualmente pelo Filho. Como está escrito:
“Havendo Deus, outrora falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nesses últimos dias nos
falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder, e depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas.”
Hebreus 1:1-3
O Deus Filho sustenta todas as coisas pelo Seu poder.
“Por intermédio de agentes naturais, Deus está operando
dia a dia, hora a hora, momento a momento, para nos
conservar a vida, construir e restaurar-nos.”
A Ciência do Bom Viver, pg. 153
• O Deus que eu conheço é revelado nas Escrituras como um ser santo, perfeito. Ele mesmo disse:
“... Eu, o Senhor vosso Deus, Sou santo.”
Levítico 19:2
E falando d´Ele, Jesus disse:
“... perfeito é o vosso Pai celeste.”
Quão maravilhoso! Mesmo em meio a tanta corrupção, as Escrituras surgiram do povo de Deus rodeado de nações que cultuavam deuses corruptos, sanguinários. Mercúrio era o protector dos ladrões. Baco, o protector dos ébrios. Para assegurar o favor desses deuses, seus adeptos se entregavam à embriagues e ao roubo. O Culto de Afrodite (a Vénus dos Romanos), a deusa do amor e da fertilidade, era acompanhado nos templos, por práticas imorais.
O seu santuário em Corinto, na Grécia, tinha cerca de 1.000 prostitutas cultuais (Catecismo Católico Popular, de Spirago, vol. II pg. 48; 8 BC 223). A influência de tais deuses - ou ideias deles - deve-se ao fato que a fornicação era uma quase característica da vida greco-romana (6BC 314). Num mundo assim cheio de corrupção, a Bíblia foi escrita. Mas o Deus nela revelado é um Deus santo e moralmente perfeito. Isto é certamente maravilhoso!
• O Deus que eu conheço é também um Deus de amor. O amor de Deus transparece em toda a Bíblia. No Antigo Testamento Ele diz:
“Com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.”
Jeremias 31:3
E o Novo Testamento afirma:
“... Deus é amor.” - I São João 4:8
Em Deus o amor é mais do que atributo, mais do que uma qualidade básica: Ele é a sua própria natureza, a Sua essência. Assim, o Seu amor para conosco, seres humanos, não depende do que somos e sim do que Ele é.
Deus mostrou o Seu amor principalmente pela morte de Seu Filho. Como escreveu São Paulo:
“Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”
Romanos 5:8
Meus queridos amigos, este é o Deus que eu conheço: O Deus que tudo criou e tudo sustenta; o Deus santo, perfeito em todos os Seus caminhos; Deus de amor, que está interessado em nós, que nos deu a salvação, que se compadece de nós e nos presta ajuda; que supre todas as nossas necessidades.
Não quer você hoje, retribuir a esse maravilhoso Deus, que tudo fez por nós, entregando-lhe o seu coração?
Abra agora o seu coração. E o Deus que eu conheço o receberá de braços abertos.

JESUS, UM PRESENTE DO CÉU

Gosta de receber presentes? Qual o tipo de presente que você mais gosta?
Há um presente, do qual eu quero falar. Um grande presente, que muda a vida.
De um modo geral todos apreciamos oferecer e receber presentes.
Há ocasiões no ano em que se vive em função do comércio de presentes. São milhares, milhões de presentes.
Mas, há alguns presentes que são especiais.
Era um dia ensolarado de primavera.
Eram quase 12 horas, no momento mais quente do dia, quando Jesus e seus discípulos caminhavam da Judeia para a Galileia.
E era-lhes necessário atravessar Samaria.
Quando chegaram próximo da aldeia de Sicar, Jesus cansado da longa caminhada a pé sob um sol escaldante, sentou-se para descansar junto ao poço de Jacó (herança que Jacó havia dado ao seu filho José).
Os discípulos haviam ido a cidade comprar alimentos, Jesus estava sozinho junto à fonte quando uma mulher chegou para tirar água.
Jesus estava sedento e aproveitou para pedir àquela mulher um pouco de água para beber.
A mulher ficou surpresa que um Judeu pedisse qualquer coisa a uma “desprezada Samaritana”.
Geralmente eles não falavam com elas. Judeus e Samaritanos não se comunicavam. E a mulher comentou isso com Jesus.
O que aquela mulher não sabia é que Aquele homem não era um simples Judeu. Ali diante dela estava o Grande Presente de Deus para o mundo caído.
Esta história está no evangelho de João, no capítulo 4. E no verso 10 de São João 4 Jesus se revelou àquela mulher como o presente de Deus com as seguintes palavras:
“Se você conhecesse o presente de Deus, e quem é que está pedindo água, você pediria e Ele daria a você a água da vida.”
Esta revelação de Jesus abriu espaço para um maravilhoso diálogo que transformou a vida daquela mulher.
A samaritana levava uma vida atribulada. Já havia tido 5 maridos e vivia agora com alguém com quem não se tinha casado, era o sexto homem de sua vida.
Era uma mulher de vida difícil. Ninguém queria se relacionar com ela. Nenhuma mulher vinha tirar água ao meio-dia, só ela.
Mas Jesus, o presente de Deus transformou a vida daquela mulher. Ela reconheceu n´Ele não apenas um Judeu, mas o Senhor, o Profeta, o Messias, o Cristo.
Sua vida mudou completamente porque ela recebeu o presente de Deus-Jesus Cristo.
Ela não aguentou tanto amor ao receber Jesus, o presente celestial. Posso até imaginar aquela face amarga, a testa enrugada pela preocupação, ganhar uma expressão de suavidade que emana do Senhor.
Quando recebemos a Jesus o presente de Deus, nossas prioridades mudam. Começamos a olhar o mundo e a vida de maneira diferente. João diz que a mulher acabou nem levando a água para sua casa.
Os versos 28 a 30 ensinam que a Samaritana deixou seu cântaro junto à fonte, e indo à cidade contou a todos que havia encontrado o Messias, o Cristo, e todos os habitantes da aldeia saíram ao encontro de Jesus.
Há esperança para o pecador? As Escrituras afirmam que sim:
“Cristo morreu pelos nossos pecados.” - I Coríntios 15:3
Deus ordenou que no nome de Jesus:
“Se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados,
em todas as nações, começando por Jerusalém.”
Lucas 24:47
A salvação que Deus oferece, porém, é achada tão só pelos que sentem tristeza pelos seus pecados e deles se arrependem verdadeiramente. Há duas espécies de arrependimento: Uma é constituída de tristeza por causa das consequências do pecado; a outra, tristeza pelo pecado em si mesmo. O verdadeiro arrependimento é aquele que faz-nos sentir tristeza pelo mal que fizemos por termos ofendido a Deus.
Talvez hoje eu esteja falando para alguém de vida atribulada, pessoas marginalizadas, pessoas sofridas, pessoas abandonadas, pessoas tristes, pessoas em crise, pessoas que não tem coragem de olhar no espelho.
Talvez você se sinta em desespero, como quem não tem mais esperança. Com medo de olhar a tudo e a todos.
Pensando até que o mundo desabou sobre a sua cabeça.
Eu quero dizer para você que ainda há esperança. Hoje, Jesus, o presente de Deus, está dizendo a você.
“Venha a mim e coloca sobre mim toda sua carga e
eu vou aliviar você.” - Mateus 11:28
Meu amigo, minha amiga, eu sou apaixonado por Jesus, ele é para mim um amigo maravilhoso. Vou lhe dizer algo mais:
• Se Jesus foi capaz de aceitar Davi um assassino e adúltero;
• Se Jesus foi capaz de aceitar Pedro, que o negou por 3 vezes;
• Se Jesus foi capaz de aceitar o Ladrão arrependido;
• Se Jesus foi capaz de aceitar Maria Madalena, a pecadora;
• Se Jesus foi capaz de aceitar a Samaritana;
• Ele é capaz de aceitar a você e a mim também.
• Basta apenas aceitarmos o presente do Céu.
• Embrulhado no cesto da manjedoura,
• Sangrando na cruz, para nos redimir.
• Vindo sobre as nuvens para nos buscar.
Abra agora o seu coração e receba a Jesus o presente de Deus para você.

Texto: Pastor Neumoel Stina

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A FESTA DA PÁSCOA

Êxodo – 12: 1 - 28
1. DEUS GOSTA DE FESTA
a) Toma a iniciativa de promover a festa (v. 1)
b) Escolhe os organizadores (v. 1)
c) Define a data (v. 2, 3)
d) Determina quais serão os convidados (v. 3)
e) Estabelece o cardápio e a forma de prepará-lo (v. 8, 15)
f) Define o traje (v. 11)
g) Dá o nome (v.11): “Páscoa” = verbo hebraico “pasoh” = “passar além, passar adiante sem fazer mal”= “passagem do Senhor” (v. 13) – “eu sou o Senhor” (v.13)
Javé é Deus acima de todos os deuses, é Senhor acima de todos os senhores, é autoridade sobre a autoridade do faraó...

2. SÃO OS VALORES DESTA “PÁSCOA” = “PASSAGEM DO SENHOR” ?

A PASSAGEM DO SENHOR

I – A PASSAGEM DO SENHOR TEM UM CENTRO: CORDEIRO (v. 3-6)

1. CORDEIRO PESSOAL (“cada um tomará para si um cordeiro” – v. 3)
A escravidão era um drama nacional israelita que já durava 400 anos, mas antes de ser um drama nacional era um drama pessoal: o israelita não tinha cidadania, direitos, identidade, liberdade, sonhos; seus horizontes limitavam-se à escravidão, exploração, espoliação, opressão, violência, angústia. Mas uma esperança concreta se desenhava e para concretizá-la cada um deveria ter um “cordeiro”.

2. CORDEIRO FAMILIAR (“... um cordeiro para cada família...” – v.3-4)
Quando Deus passa - em qualquer época, lugar ou geração – Ele valoriza a família. O grande projecto divino foi e continua a ser passar na família pois Ele bem sabe que ao passar nela estará efectivamente passando pela nação (enos). Deus programou, assim, uma festa doméstica: sem templo, sem altar, sem sacerdote, Deus revelou a sua prioridade número um – o lar! E família para Deus tem uma visão abrangente, envolve todos aqueles que têm relacionamentos mais próximos (v. 3 – “... convidará ele o seu vizinho mais próximo”).

3. CORDEIRO SINGULAR (v. 5 “... sem defeito”)
Deus exigiu que no dia 10 (v. 3) escolhessem o melhor cordeiro de todos os cordeiros de cada rebanho, um cordeiro sem defeito, evidenciando uma vez mais a sua visão de perfeição...Jesus será o Cordeiro perfeito. É Jesus o teu Cordeiro neste dia?

4. CORDEIRO SACRIFICADO (v. 6 – “.. congregação de Israel o imolará no crepúsculo da tarde”)
Toda a família israelita e, consequentemente, toda a nação, concentraria a sua total atenção no cordeiro escolhido, separado, guardado por quatro dias, sacrificado sem que nenhum osso fosse quebrado e assado.

5. APLICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO:

a) A passagem do Senhor hoje tem como centro um cordeiro: Jesus Cristo (João 3:36)
b) Jesus é o cordeiro pessoal (Marcos 10:46-52 – “Jesus, filho de David, tem compaixão de mim”)
Jesus é Deus que passa na nossa família para a abençoar a cada um em particular.
c) Jesus é o cordeiro familiar (Lucas 19:1-5 “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua..” quero fazer parte da tua família, dos teus íntimos.
Jesus é Deus que passa hoje na nossa igreja, entre nós, para abençoar as nossas famílias que são especialmente Suas.
d) Jesus é o cordeiro singular.
Cristo “não cometeu pecado nem dolo algum se achou na sua boca, pois ele quanto ultrajado, não revidava com ultrage, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga rectamente” (I Pedro 2:22-23).
Jesus é Deus passando em nossa família para nos levar para um caminho de
perfeição....
e) Jesus é o cordeiro sacrificado
“Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca, como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is 53:7)
Jesus é Deus passando entre os homens para amá-los da forma mais completa: sacrificialmente...

II – A PASSAGEM DO SENHOR TEM UM SINAL: SANGUE (v. 7-13)

1. SINAL DA COMUNHÃO: CORDEIRO PARA SER “COMIDO” POR NÓS (v. 7-11)
Em todas as casas onde houvesse sangue (v. 7) aconteceria uma saborosa “refeição” de cordeiro temperado com ervas amargas e acompanhado de pães ázimos (v. 8), comido às pressas (v. 11), mas vivido na experiência intensa e única de comunhão libertadora...

Jesus é Deus que passa entre nós para nos atrair para a comunhão pelo Seu sangue

“A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida; quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá” (João 65-57) .
“Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas mentimos e não praticamos a Verdade; se porém, andarmos na luz como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (I João 1:6-7)

Quem come do Cordeiro Jesus dá valor ao viver com o povo de Jesus!

2. SINAL DA SALVAÇÃO: CORDEIRO PARA SER VISTO POR DEUS (v. 12-13)
Na grande noite da passagem do Senhor pelo Egipto só havia um referencial para os olhos divinos: o sangue nas casas: a visão dele significaria execução da salvação, a ausência dele execução do juízo. Ele providenciou tudo, mas o sangue na porta teria de ser pintado por cada casa!

Jesus é Deus que passa entre nós para proporcionar ao homem a salvação.
Não adianta ser simpático com o Cordeiro Jesus, conhecer a história do Cordeiro Jesus, ter uma religião que fala do Cordeiro Jesus, contribuir financeiramente para as obras realizadas em nome do Cordeiro Jesus, o que necessitamos é deixar o Espírito Santo pincelar nas ombreiras do nosso coração o sangue de Jesus.

III – A PASSAGEM DO SENHOR TEM UM PROPÓSITO (v. 14-20)

1. FAZER UM RESGATE HISTÓRICO (v. 14 “este dia vos será por memorial..”)
Quando Deus passa numa geração Ele quer que os efeitos da Sua passagem se evidenciem nas gerações seguintes
Jesus passou entre nós e deixou a ceia como o memorial da sua passagem Salvadora.
(I Cor. 11:24 – isto é o meu corpo que é dado por vós, fazei isto em memória de mim”).

2. CELEBRAR AO SENHOR (v. 14)

A libertação está intimamente ligada à celebração (Ex 5:1 “... deixa ir o meu povo para que me celebre uma festa no deserto”). O “Egipto”, que é símbolo da escravidão do pecado, rouba nossa mente, rouba as nossas emoções, rouba o nosso corpo, rouba o nosso tempo, rouba os nossos talentos, rouba os nossos sonhos e desvia a nossa atenção do objectivo prioritário da vida humana: celebrar a Deus, adorar a Deus. “Salvação” significa liberdade e responsabilidade para celebrar. Deus espera nossa celebração!
Jesus espera nossa celebração (Luc. 17:17-18 – cura dos leprosos...)
O céu é uma celebração eterna ao Cordeiro – Ap 5:6-14

3. APROXIMAR-NOS DO PADRÃO DIVINO DE PERFEIÇÃO (v. 15-20)

a) A Páscoa exigia o uso de “pães ázimos”, ou seja, sem fermento (v. 15, 18-20)
O fermento, no contexto bíblico, é sinónimo do pecado que precisa ser forma determinada ser rejeitado.Com o sangue nas portas das suas casas os israelitas estariam livres da condenação, mas uma vez livres dela precisariam construir um carácter semelhante ao de Deus....
a) A Páscoa deve ser uma “assembleia santa” (v. 16)
Celebrar a Páscoa é reafirmar um pacto de santidade com Deus!

A.: Jesus passa hoje entre nós para nos santificar....
Ex. da Ceia de Corinto realizada com imoralidade – “... não é boa a vossa jactância, não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento para que sejais nova massa, como sois, de fato sem fermento. Pois também Cristo nosso Cordeiro pascal foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os ázimos da sinceridade e da verdade” (I Cor. 5:1-6)

CONCLUSÃO: QUAIS SÃO OS DESAFIOS DA PÁSCOA = PASSAGEM DO SENHOR? (v. 21-27)

1. MOBILIZAR A LIDERANÇA (v. 21)
Os líderes são responsáveis para levar o povo a cumprir as condições exigidas para a Sua passagem...
Nosso grande objectivo é capacitar líderes para colocá-los à frente do rebanho Pedra Viva
2. MOBILIZAR AS FAMÍLIAS (v. 21)
As células são a nossa estratégia maior de alcance das famílias
3. “SALVAR” AS FAMÍLIAS PELO SANGUE (v. 22-23)
Quando o Cordeiro Jesus entrou na casa de Zaqueu houve salvação na sua casa (Lucas 19:9-10). a nossa missão é levar famílias da experiência da “salvação em termos de conceito” para a “salvação experimental”...


APELO (v. 27b- “então o povo se inclinou a adorar”)

1. ADORAR PRESSUPÕE A CONSCIÊNCIA DA LIBERTAÇÃO (“então.... – v. 27)
Deus te chama para a salvação...
2. ADORAR PRESSUPÕE A CONSCIÊNCIA DA SUBMISSÃO (“foram... e fizeram... como o Senhor ordenara – v. 28)
Deus te chama para o serviço (7:16; 8:1, 20; 9:1, 13; 10:13)