quinta-feira, 30 de julho de 2009

6ª PALESTRA: PALAVRA DE VITÓRIA

INTRODUÇÃO:

Hoje, vamos estudar a sexta palavra de Cristo na cruz.Foram palavras de vitória. Isto significa que há esperançapara você e para mim, porque Cristo venceu para que vocêe eu pudéssemos vencer, também. Então vamos lê-las em João 19: 28 a 30.
DESENVOLVIMENTO: A primeira palavra foi dirigida ao Pai, em prol detodos; a segunda palavra foi para uma pessoa; a terceira foi para duas pessoas: A Sua mãe e o Seu discípulo João; a quarta foi para o Pai; a quinta para Ele mesmo, a sexta palavra foi dirigida ao Pai, mas é para todos. “Está consumado”.
Somente Jesus pôde dizer essas palavras de forma absolutamente verdadeira. Ele morreu com a certeza de que Sua missão tinha sido eterna e perfeitamente cumprida, morreu sem um único arrependimento. Não precisou de mais tempo para pregar mais um sermão, curar mais um paralítico ou multiplicar mais um pedaço de pão. Ele tinha apenas trinta e três anos, mas havia cumprido a Sua responsabilidade ao pé da letra.
Embora Ele tivesse encerrado de forma traumática os Seus dias na Terra, morreria com a satisfação de saber que opropósito de Sua vida fora cumprido com sucesso. É quase uma prestação de contas. O último e definitivo balanço.
Nessas palavras podemos encontrar a certeza da nossa salvação, a convicção de que os nossos débitos para com o Pai foram pagos por outra pessoa. Esta frase “Está consumado” é apenas uma palavraem grega: Tetelestai. Ela vem do verbo Teleo, que significa “terminar, completar, realizar.” Significa a conclusãobem sucedida de um procedimento. Você pode usar esta palavra após pagar as suas contas ou completar uma corrida.
O servo que terminava a sua tarefa, usava esta palavra para comunicar ao Mestre. Significa que terminou o que veio fazer, e ainda o fez de maneira perfeita. Assim,Tetelestai era a palavra usada por agricultores. Quando um bezerro nascia tão perfeito que parecia não ter nenhum defeito, o fazendeiro gritava: “Tetelestai! Tetelestai!” Era a palavra usada por um artista depois de dar os toques finais na tela ou no busto de mármore, o pintor ou escultor afastava-se uns passos e admirava a sua obra. Senão achasse nada que exigisse correção ou a melhorar, dizia orgulhosamente: ”Tetelestai”.
Jesus usou esta palavra “Tetelestai”. O que Ele tinha feito estava acabado e perfeito. Aos pés da cruz, os homens diziam: “A vida de Jesus foi um fracasso”, mas Jesus dizia: “foi um sucesso”! De acordo com Mateus e Marcos (Mat 27:50 e Mar17:37), Jesus pronunciou esta palavra em voz alta. Quis que todo mundo ouvisse aquela palavra especial que ecoaria por vales e montes, aldeias e cidades durante vinte séculos. Ele não disse: “É o fim”, porque isto significaria que teria sido morto e derrotado. Não, não era o Seu fim, mas o início de um novo capítulo na Sua existência eterna. Ao gritar “Está consumado”, Jesus deu o maior brado de vitória em toda a história da humanidade.
Mas, vamos juntos analisar um pouco mais a fundo, o significado desta expressão: “Está consumado”. Jesus veio à Terra com um propósito. Qual foi o propósito de Jesus deixar a Glória celeste, tomar a forma humana, nascer comouma criança e viver sendo tentado em tudo, para finalmente morrer numa cruz? Para entendermos isto, temos que voltar ao Jardimdo Éden. Após criar o mundo, na sexta-feira Deus criou o homem. E naquele dia, ao pôr-do-Sol, diz a Bíblia, Deus contemplou a Sua obra de criação e exclamou: “Está tudo muito bom”. Está completado, consumado, e tudo é perfeito.
Tudo está no seu lugar. Um mundo perfeito e harmonioso, e o ser humano para desfrutar da felicidade nesse ambiente era sem defeito. Depois de contemplar a Sua maravilhosa criação, Deus descansou no Sábado, separando para o homem um dia especial de comunhão entre a criatura e o Criador.
Mas então, o inimigo de Deus, como se fosse uma criança malcriada, diante de um quadro recém acabado e com tinta fresca, vem e coloca a mão, e estraga o quadro da Criação. Num mundo onde havia perfeição, ele colocou dor, morte e traição. O quadro maravilhoso da criação ficou totalmente arruinado. Apareceram, então, lágrimas, solidão, tristeza, morte, traição e desconfiança.
O mundo ficou arruinado. Deus, porém, não podia aceitar que as coisas ficassem dessa maneira. Ele não podia permitir que o ser humano, que Ele criou com amor para ser feliz vivesse num mundo assim. Não, Deus não podia permitir isso e, nos Seus planos eternos, já estava providenciada a obra maravilhosa da Redenção.
Então Jesus veio a este mundo para restaurar o que oinimigo tinha degradado. Veio para recriar, para salvar, para devolver a esperança. Mas para isso era preciso pagar o preço da culpa humana, porque se o homem pecou, tinha que morrer. Não havia outro caminho. Mas o ser humano não queria morrer. Como solucionar o problema? Alguém tinha que morrer. Só que Deus não pode morrer porque é Deus. Então, Ele teve que Se fazer homem para poder morrer. Nenhuma criatura, incluindo os anjos, poderia morrer para salvar o homem. Somente Deus feito homem.
Assim o pecado seria pago. A dívida humana seria paga e o homem poderia receber a salvação de graça. Por isso, Deus teve que Se fazer homem e morrer na pessoa de Jesus. Éramos nós que merecíamos que nos cuspissem no rosto. Éramos nós que merecíamos uma coroa de espinhos na cabeça. Éramos nós que merecíamos as chicotadas nas costas até sangrar. Éramos nós que merecíamos morrer pregados na cruz. Fomos nós que fizemos as coisas erradas. Em Jesus, ninguém encontrou pecado. Ele nunca fez nada errado. Ele não tinha por que morrer. Mas já que não queríamos morrer, alguém teria que morrer em nosso lugar.
Ele morreu e com Sua morte terminou a obra de Salvação, sofreu tudo o que podia sofrer, ensinou tudo o que podia ensinar e, agora, também numa sexta-feira, à tarde, Deus, na pessoa de Jesus, pregado na cruz do Calvário olha para o quadro restaurado, salvo, reintegrado, refeito. Agora o homem não está condenado só a viver num mundo de infelicidade; agora ele tem uma saída. Jesus, lá na cruz, vê a obra da redenção terminada e exclama: “Está tudo muito bom. Está completo. Está consumado!” Então morre.
No Sábado descansa na tumba, mostrando-nos que ainda resta um dia de repouso depois do Calvário.
Amigo, tudo o que Jesus precisava fazer para nos salvar está feito. Não precisamos fazer mais nada. O ser humano, porém, por algum motivo não aceita que é um degraçado. Se alguém lhe der de presente um carro, 0K, você vai olhar para a pessoa e vai pensar: “Quanto é que ele me vai pedir a seguir?" Porque neste mundo ninguém entrega nada de graça.Vivemos num mundo que temos de pagar por tudo. Se vamos a uma loja comprar um fato e vemos que ele custa apenas oitenta euros, não compramos e começamos a pensar: “Não pode ser. Se é tão barato é porque não presta”. Por que agimos dessa forma? Porque vivemos num mundo onde as coisas que valem, custam muito. Estamos acostumados a pagar e quanto mais caro pagamos, temos a impressão de que adquirimos o que é melhor. Por isso, é difícil acreditar que se vivemos mal a vida toda, se andamos no pecado e caímos em miséria, de repente, podemos ser salvos, de graça, sem pagar nada, sem dar um centavo. É inacreditável!
Um evangelista estava a recolher a sua tenda depoisde uma campanha evangelística quando alguém chegou e fez a seguinte pergunta: “Pastor, o que devo fazer para ser salvo?” O pastor continuou a embrulhar a sua tenda e disse: “Ah, meu amigo, você chegou tarde demais”. O homem ficou zangado e reclamou: “O senhor não acha que está a ser muito orgulhos ao dizer que cheguei tarde? O senhor acha que era na sua tenda que eu encontraria salvação? Eram as suas palavras donas da salvação?” E o pastor respondeu: “Você não entendeu, amigo. Se quiser fazer algo para salvar-se, chegou dois mil anos atrasado, porque tudo o que era necessário fazer para salvar-se, já foi feito na cruz do Calvário. Você só tem que aceitar. Não há nada que possa fazer.”Quer dizer que o homem não tem nenhuma responsabilidade quanto à salvação? Tem sim e sabe qual é? Tem que dizer “Sim”, tem que abrir o coração, aceitar, porque Jesus não pode fazer nada por você, se você não quiser. De que serve a penicilina se a pessoa que está a morrer com uma infecção não aceita o remédio? Está tudo providenciado. Alguém pagou o preço para descobrir a penicilina. Aí está o remédio pronto. Mas não vale nada se o doente não reconhece que está doente e não aceita o remédio!
Amigo, a salvação da raça humana está foi providenciada na cruz do Calvário. Está tudo feito, tudo pago, consumado. Mas isto não vale nada se você não aceitar, se não reconhecer que precisa e não correr para os braços de Jesus.
Imagine que deve quinze mil Euros. Não sabe o que fazer, não sabe a quem recorrer, nem para onde ir. Segunda-feira você tem de pagar quinze mil Euros ao Banco. De repente, chega um amigo com a prova de que a sua dívida está paga. Está aqui, os seus quinze mil Euros estão pagos. O que precisa fazer para não dever mais ao banco? Simplesmente aceitar. Mas se você não aceitar, ninguém pode fazer nada por você.
Quando Jesus morreu, crucificado com os braços abertos, queria dizer: “Filho, estou aqui de braços abertos e espero por ti. Vem a Mim enquanto podes. Não importa se já falhaste uma, ou mil vezes. Nunca penses que para ti não há mais esperança. Eu venci na cruz para oferecer-te a vitória também. Para te dizer que ainda há esperança para ti.”Amigo, tu e eu merecemos morrer, mas um dia, Jesus subiu à montanha do Calvário. Era difícil. Era tão difícil que na véspera, no Getsémani, Jesus disse: “Pai, tenho medo de morrer. Se puderes, passa de Mim este cálice”. Mas o Pai disse: “Filho, alguém tem de morrer para salvar o ser humano”. E Jesus, olhando para ti, disse: Está bem, eu amo-o. Não importa o que eu tenha que sofrer, se é para o salvar eu sofro.” Ele sofreu em nosso lugar. Pregaram os Seus pés e as Suas mãos. Colocaram uma coroa de espinhos na Sua fronte, cuspiram no Seu rosto, bateram n´Ele. Zombaram, escarneceram ,enxubalharam - No e em silêncio Ele suportou tudo. Então tu não tens o direito de dizer que estás perdido, que teu caso é sem esperança. Lá na cruz Ele exclamou: “Está feito.
Está consumado! ”Sim, Ele tomou a nossa falência e cobriu-nos com a Sua liquidez. Ele não Se limitou a dar uma entrada, e esperar que lhe pagassemos as prestações, “... agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado.” Heb 9:26.
Na antiguidade, quando o preço da compra era acertado e não ficava nenhum valor em aberto, escrevia-se TETELESTAI no comprovante de venda, isto é, QUITADO. Sim, Jesus pagou o saldo de nossa pecado até o último centimo. Isto significa que quando aceito a Jesus, os meus pecados estão em Jesus, e não em mim. Sim, existe pecado dentro de mim, porque ainda tenho a natureza pecaminosa, mas não estão sobre mim, porque recebi vestes novas, as vestes da Justiça de Cristo. Em Jesus tenho ficha limpa no Céu. As virtudes de Jesus foram creditadas na minha conta, com êxito.
Se tentarmos acrescentar algo à obra de Jesus, como rituais, penitências ou peregrinações, na verdade estamos a rebaixar o preço que Ele pagou, estamos a dizer: "O que Ele fez não foi suficiente. Deus não quer o nosso mérito e sim a nossa disposição em aceitar o pagamento feito por Cristo em nosso favor.

CONCLUSÃO:
Amigo/a, se ainda não recebeu Jesus como seu Salvador pessoal, recomendo que o faça neste instante. Aquestão que tem diante de si não é a grandeza do seu pecado, mas o valor do sacrifício oferecido por Jesus.“Está consumado.”
Ele completou a Sua obra, porque nós não a podíamos realizar, ao aceitar podemos receber força para viver uma vida em Jesus. Sim, obras faremos, não mais nós, mas Cristo em nós!
“A expiação por um mundo perdido devia ser plena, abrangente, completa.”DTN pág. 566, e foi por meio deste brado que os portões do Céu se escancaram para quem quiser entrar. Seria porventura inútil tudo isso que Jesus fez por nós? Não é este o momento para também dizermos “Está consumado?” Isto é, “dou por definitivamente consumada a minha entrega a Jesus, devolvendo, entregando-Lhe o que por direito já é Seu: o meu coração”.

terça-feira, 21 de julho de 2009

7ª PALESTRA: ENTREGO A MINHA VIDA NAS TUAS MÃOS

Hoje, é a última reunião desta Semana do Calvário.
Estudaremos a sétima e última declaração de Jesus Cristo que se encontra registada em Lucas 23: 44 a 46.

DESENVOLVIMENTO:
A missão de Jesus estava chegando ao fim e Suas últimas palavras foram: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.”Dizem que geralmente as pessoas morrem do jeito que vivem. A vida de Cristo foi de dependência do poder de Seu Pai. Ele foi capaz de entregar Sua vida a Deus na hora da morte, porque passara toda a vida em completa entrega ao Pai.Queira Deus que, quando chegar o fim de nossa existência, as nossas palavras revelem o que foi a nossa vida. Consegue imaginar-se a escrever a sua última mensagem para um ente querido? As suas últimas palavras para um filho ou cônjuge?
O que diria?

Como pronunciaria as suas palavras finais?
Com certeza, cuidadosamente, escolhendo cada palavra. A maioria dos seres humanos possui apenas uma oportunidade de fazer o seu último pronunciamento. Foi o que aconteceu com Jesus. Sabendo que as Suas últimas palavras seriam para sempre ponderadas, não acha que Ele as escolheu cuidadosamente? Sim Ele fez, e o fez por você.

Que lições podemos tirar dessas palavras?

1. Jesus viveu e morreu com as Escrituras nos lábios. Citou as palavras do Salmo 31:5. Quando o rei David foi caluniado e perseguido exortou todos os que podiam ouvir a serem fortes, cientes de que o Senhor os protegeria no momento de dificuldade. As últimas palavras de Jesus não seriam de confiança. Foi então que exclamou: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito, tu me remiste, Senhor, Deus da verdade!” Sal 31:5.

2. Jesus iniciou as Suas palavras na cruz usando a expressão: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34). Ao proferir as últimas palavras, começou assim: “Pai”. Assim sempre foi a Sua vida. Ele começava com o Pai, vivia com o Pai e concluía com o Pai. Cristo ia morrer, mas não era vítima dessa tragédia. A entrega de Sua vida não era o resultado de uma derrota. Foi um acto livre da Sua própria vontade. “Ninguém a tira de mim. Pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.” (João 10:18). A morte não foi até Jesus. Ele foi ao encontro dela. Agostinho disse: “Ele desistiu de viver porque quis, quando e como o quis.” Jesus morreu de acordo com os propósitos divinos, não por causa docapricho de homens covardes.

3. Jesus morreu nas mãos do Pai. “Pai, nas Tuas mãos...” Que magnífico significado é encontrado nesta expressão! O poder das mãos! Por diversas vezes Jesus disse que seria entregue nas mãos dos homens. Aos cansados discípulos, no Getsémani, disse: “Chegou a hora! Eis que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantem-se e vamos. Aí vem o traidor.” (Mat 26:45 e 46). Pedro disse que Jesus foi crucificado por “Homens perversos.” (Act 2:23). Mãos perversas formaram a coroa de espinhos, pondo-a sobre a fronte de Jesus. Mãos perversas o esbofetearam. Mãos perversas dilaceraram as suas costas. Mãos perversas cravaram pregos nas Suas mãos e pés.

Mas chegou o momento em que as mãos dos homens não podiam fazer mais nada, e as mãos de Deus detiveram o derradeiro poder de decisão. Quando David estava a ser perseguido pelos inimigos, ele percebeu que mesmo quando estamos nas mãos de homens perversos, podemos estar nas mãos de Deus. “O meu futuro está nas tuas mãos; livra-me dos meus inimigos e daqueles que me perseguem”.

Da mesma forma mesmo que estejamos nas mãos de enfermidades e acidentes, podemos estar nas ternas e protectoras mãos de Deus. Jesus Se entregou voluntariamente nas mãos de pecadores e, voluntariamente, entregou-Se nas mãos de Deus. Cercado pelos que O odiavam, consciente de que ninguém tinha importado com as injustiças contra Ele; sabendo que os discípulos tinham, na maior parte, desertado, nessas circunstâncias Ele podia contar com o Pai. Ele podia entregar-Se nas mãos do Pai. Nas mãos do Pai, Ele foi elevado a uma posição de autoridade e, hoje, espera que Seus inimigos sejam se dobrem reconhecendo que foram instrumentos do mal. Estar nas mãos do Pai é estar nas mãos do Filho. As mãos do Filho e do Pai estão em harmonia, estão entrelaçadas.

Assim o segredo da vida é estar nas mãos do Pai. Estar nas mãos do Pai é estar no melhor, no mais seguro e aconchegantel ugar do Universo. Você está nas mãos do Pai? Veja se está nas mãos do Pai não é tudo do que precisamos? Leiamos Isaías 41:10,13. Na Bíblia “Mão” significa poder e mão direita, o máximo do poder. Deus emprega o máximo do Seu poder em nosso favor. Ele oferece-nos as Suas mãos. Quanta segurança há em saber que debaixo de tudo há sempre as mãos de um Pai. Nada, ninguém, nenhum acontecimento pode causar-nos dano. Sempre há mãos protectoras, fortes e carinhosas que nos acolhem. Quem poderá nos retirar das mãos do Pai? Amigo/a, recomendo as mãos do Pai.

Não se engane quanto a estar ou não nas protectoras mãos de Deus. Quando John Huss foi condenado pelo Concílio de Constança, em 1415, o bispo encerrou a cerimónia dizendo: “Nós agora confiamos a sua alma ao diabo”, mas Huss contestou: “Confio a minha vida nas Tuas mãos Senhor Jesus Cristo. A Ti rendo o meu espírito, o qual Tu salvaste.” Huss, que era seguidor de Cristo e conhecia as boas novas do evangelho, sabia que nenhum homem pode nos confiar às mãos do diabo, se nos rendemos às mãos de Deus. Huss foi queimado amarrado a uma estaca, vitorioso, cantando, enquanto era queimado, pois sabia que pertencia a Cristo e Cristo lhe pertencia.

4. Jesus entregou-Se confiante – “Nas Tuas mãos entrego...” Era um grito de confiança absoluta. Diante das portas da morte, aconchegando-Se nas mãos do Pai, era uma vida que descansava sobre a providência do Pai.
Confiança ausente na vida de Pilatos que entra e sai, faz perguntas, emite juízo e actua como um possesso.

Confiança ausente na multidão, que gritava endemoninhada.
Confiança ausente nos discípulos, que se dispersam, possuídos pelo pânico.
Confiança ausente no Sinédrio, que monta uma trama com maléficos desígnios e acaba desorganizado e confuso.
Somente Cristo estava em pleno controlo das Suas próprias faculdades e somente Ele pode exercer a plenitude da Sua vontade, porque Ele conhece o Pai e porque mantém a Sua confiança n´Ele.

5. Jesus, não somente nos ensinou como viver, mas nos ensinou também como morrer. Ele estava preparado para morrer. Mesmo cercado pelas circunstâncias mais adversas Ele morreu em paz.

Conta-se que na cultura africana os cristãos locais oram por uma “boa morte”. Ao contrário do que possamos pensar, boa morte não significa morrer sem dor ou dignamente, ou mesmo morrer em idade avançada. Boa morte é ter a oportunidade de reunir a família em torno de si nos últimos momentos e ter força para dar o último “incentivo” a fim de que levem uma vida piedosa e se preparem para o reencontro no Céu. A fé é transmitida quando o que está morrendo declara a sua fé Naquele que morreu nacruz.

Jesus nos deu o último incentivo para vivermos nas mãos do Pai e nos mostrou que, vivendo assim, se tivermos que passar pela morte estaremos tranquilos, porque estamos nas mãos de Deus.Ele nos deixou a herança uma “boa morte”.

Na cruz as trevas estavam dissipadas, o sofrimento estava acabado e Ele podia finalmente entregar-Se nas mãos do Pai, para cuja presença agradável retornaria. Nos tempos antigos, o batedor auxiliava o navio para que entrasse no porto em segurança. Ele pulava do barco e ia até o porto, atando o forte cabo do navio a uma rocha ao longo da costa. Então, com um guincho, o navio aportava. Esse é o simbolismousado pelo autor de Hebreus, que vê Jesus como Alguém que foi para o Céu preparar o caminho para nós. “Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual entra no santuário interior por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar...” (Heb. 6:19,20).

Deixe as tempestades retalharem as velas, deixe as rajadas de vento tentarem nos tirar do curso, os salvos chegarão seguros ao porto.A cada dia estamos mais próximos da volta de Jesus, a cada dia somos puxados um pouco mais para perto do porto por Aquele que provou ser mais forte, até mesmo, que a morte.E para nós que temos esta esperança, a morte não é o fim da estrada é apenas uma curva; não é o fechar de um livro, mas apenas o início de um novo capítulo. Capítulo este, que terá início quando Jesus voltar e ressuscitar os Seus fiéis.

Pois Ele morreu, não apenas, para levar os nossos pecados embora, mas para provar que a morte não domina sobre os que depositaram sua fé sobre o Único que a subjugou. Por isso, o fiel dormirá, mas nunca morrerá. Assim, próximos da morte, a cruz nos será mais preciosa do que nunca.Talvez, ao meditar nas últimas palavras de Jesus na cruz você esteja pensando: “Vou viver como quiser, e então, no último minuto, direi: ‘Pai, em Tuas mãos entrego o meu espírito.” Não! Com raríssimas excepções você morrerá exactamente da maneira como viveu. Se Deus não é seu Pai agora, certamente será impossível aceitá-Lo como Pai quando a morte estiver se aproximando. Estamos preparados para o Céu, quando abraçamos Cristo como o nosso Salvador, aceitando o que Ele fez por nós na cruz.Somente os que crêem em Jesus podem confiar inteiramente o seu espírito ao Pai.

CONCLUSÃO: “Nas Tuas mãos entrego o meu espírito”. Estas foram as últimas das sete palavras que Jesus proferiu na cruz. E estas têm sido, também, as últimas palavras de milhares de Seus seguidores, desde então até hoje. Quando as pedras começaram a ser lançadas, Estêvão, o primeiro mártir cristão, orou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” (Act. 7:59). Mas “Bem aventurados”, escreveu alguém, “os que não somente morrem pelo Senhor, como crentes, mas à semelhança do Senhor exalando a vida nestas palavras: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito.”

Meu amigo, durante estas noites estivemos meditando sobre as sete últimas palavras de Cristo na cruz. Quantas preciosas lições Jesus ensinou na cruz! Lições sobre perdão, certeza, provisão, confiança, vitória e entrega. Para que estas lições tragam benefícios a nós, precisamos desenvolver um relacionamento com Aquele que as ensinou. Paulo observou em Gálatas 3:26 e 27: “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes baptizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.”Depois de nos revestirmos de Cristo por meio da fé e do baptismo, precisamos estar dispostos a segui-Lo, até à morte, se necessário for. Jesus disse: “Se alguém vier após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.” (Luc. 9:23).

Será que reconhecemos o que Jesus fez por nós? Será que reconhecemos que na cruz Jesus fez sete declarações de amor por nós?

Se reconhecemos, então devemos estar prontos a segui-Lo para todo e qualquer lugar. Quantos querem dizer comigo: “Jesus, eu reconheço o que fizeste por mim na cruz”?