segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Testemunho de Jesus

Do antigo profeta Jeremias, vem esta significativa injunção:
 
“Não te entregarão; ouve, te peço, a palavra do Senhor, segundo a qual eu te falo; e bem te irá, e será poupada a tua vida.” (Jeremias 38:20)
 
Como é importante que todos nós ouçamos a voz do Senhor. Mas como saber quando esta voz fala a nós? Poucos humanos tiveram o privilégio de ouvir uma voz audível dos céus dizendo-lhes o que fazer.
 
Que prerrogativa maravilhosa nossos primeiros pais tiveram. Eles podiam comunicar-se com Deus face a face. Todos os dias, no frescor do anoitecer, Ele vinha e falava com eles.
 
Um dia tudo mudou. Deus veio na hora de costume, mas Adão e Eva não estavam esperando por Ele, como costumavam fazer. Apavorados, eles se esconderam no jardim.
 
“Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo e me escondi.” (Génesis 3:10)
 
Geralmente uma criança fica ansiosa para que seu pai volte logo do trabalho. Mas quando ela desobedeceu, essa antecipação se transforma em medo.
 
Como resultado do pecado, ao invés de gozar a presença de Deus, a raça humana passou a temê-la. Eles não podem encarar um Deus perfeito. Não foi Deus que se afastou deles, foi a humanidade que não pôde mais encará-lo.
 
Nossos primeiros pais foram expulsos do jardim, e anjos com espadas de fogo guardavam os portões para que os homens não pudessem retornar e comer do fruto da árvore da vida.
 
Depois que foram expulsos do paraíso, os filhos de Deus costumavam ir até os portões do jardim para conversar com os querubins que estavam lá. Pouco antes do Dilúvio o jardim foi retirado da terra.
 
Moisés se comunicava com Deus, recebendo mensagens diretamente dEle. Como um pecador, entretanto, ele não podia ver a Deus face a face. Em certa ocasião ele pediu para ver o rosto de Deus. Encontramos essa história em Êxodo 33.
 
“Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. E acrescentou: Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. Quando passar a minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá.”  (Êxodo 33:18-23)
 
No tempo do Antigo Testamento havia três maneiras pelas quais os homens recebiam mensagens de Deus. Algumas vezes as linhas de comunicação eram cortadas, e Deus não podia falar com eles.
 
Saul, rei de Israel, tentou se comunicar com Deus depois de ter cortado as linhas de comunicação. Ele havia destruído os profetas e os sacerdotes. Num período de grande desespero ele consultou ao Senhor.
 
“Consultou Saul o Senhor, porém este não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.”  (1 Samuel 28:6)
 
Aqui estão os três métodos pelos quais Deus falava a Seu povo. Um deles era através de sonhos. Entretanto, nem todos os sonhos são de Deus.
 
Quando eu estava na faculdade, um aluno de minha classe era muito supersticioso. Ele tinha muitos sonhos, e parecia achar que todos eles tinham um significado importante. Um dia, na sala de aula, ele relatou um de seus estranhos sonhos, e pediu ao professor Minchin que o interpretasse.
 
“Ficarei feliz em interpretar seu sonho”, respondeu o professor. “A interpretação deste sonho é que você comeu muito picles e muitas amêndoas antes de dormir.”  Comer demais antes de ir para a cama provoca sonhos. Outros sonhos são gerados pela tensão nervosa ou pela preocupação. Mas, às vezes, Deus fala através dos sonhos.
 
O segundo método através do qual Deus se comunicava com Seu povo era através dos sacerdotes. O Urim e o Tumim eram pedras das vestes dos sacerdotes. As pessoas costumavam vir ao sacerdote com uma pergunta. Se uma sombra passasse pela pedra da esquerda a resposta era negativa. Se uma luz brilhasse na pedra da direita, a resposta era afirmativa.
 
O terceiro método mencionado foi a comunicação através dos profetas. Deus usava os profetas como instrumentos de comunicação.
 
Muitas pessoas tinham a idéia de que os profetas eram escolhidos apenas para predizer o futuro. Por vários anos trabalhei para um programa de rádio chamado A Voz da Profecia, no Brasil. Nosso estúdio era no Rio de Janeiro. Um dia, quando chegava em casa de uma viagem, peguei um táxi no aeroporto, e pedi ao motorista que me levasse à sede da Voz da Profecia.
 
“ Ah, o senhor trabalha para a Voz da Profecia?”, o motorista perguntou. “Que boa oportunidade para lhe fazer uma pergunta! O que vai acontecer amanhã?” Como muitas pessoas, ele achava que o objetivo da profecia é satisfazer nossa curiosidade a respeito do futuro.
 
Embora os profetas muitas vezes recebessem a habilidade de prever o futuro, seu principal objetivo era, simplesmente, ser um mensageiro de Deus. Suas mensagens nem sempre eram aceitas pelo povo. Geralmente, os profetas eram perseguidos.
 
O dom da profecia não era restrito aos homens. Lemos sobre várias mulheres na Bíblia, que receberam este dom. Uma delas foi Miriã. O livro de Êxodo refere-se à ela como “a profetisa”.
 
“A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças.”  (Êxodo 15:20)
 
No livro de Juízes, encontramos outra profetisa chamada Débora.
 
“Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.”  (Juízes 4:4)
 
Outra profetisa no Antigo Testamento é Hulda:
 
“Então o sacerdote Hilquias, Aicão, Acbor, Safã e Asaías foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, o guarda-roupa, filho de Ticvá, filho de Harás, e lhe falaram. Ela habitava na Cidade Baixa de Jerusalém.”  (2 Reis 22:14)
 
Na época do nascimento de Cristo, o livro de Lucas nos fala sobre uma profetisa no templo de Jerusalém.
 
“Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Famuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara...”  (Lucas 2:36)
 
Em Atos 21:9 lemos a respeito das quatro filhas de Filipe, que moravam em Cesaréia. Todas as quatro tinham o dom da profecia.
 
Como notamos nas duas últimas referências, nem todos os profetas viveram na época do Antigo Testamento. Jesus foi o maior de todos os profetas. O livro de Apocalipse é um dos livros proféticos mais impressionantes da Bíblia, e foi escrito pelo apóstolo João.
 
Nada indica que o dom de profecia fosse algo restrito aos tempos bíblicos. Está dito claramente, que haverá profetas nos últimos dias.
 
“E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões.”  (Joel 2:28)
 
Um dos dons que foram prometidos à igreja cristã foi o dom de profecia.
 
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11,12)
 
No capítulo 12 de Apocalipse, Deus destaca a história da igreja cristã da época do nascimento de Cristo até o fim da história do mundo. Na sua fase final esta igreja recebe duas marcas que a identificam.
 
“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.”  (Apocalipse 12:17)
 
A igreja que o diabo odeia tem duas marcas importantes que a distinguem. A primeira é a guarda dos mandamentos de Deus. Existem muitas igrejas boas no mundo. Muitas pregam que os dez mandamentos foram abolidos na cruz. A igreja final, remanescente, é notada por guardar os dez mandamentos. Não alguns mandamentos, não apenas nove, mas sim, todos os dez. Qualquer igreja que não siga este padrão não é a igreja remanescente identificada aqui.
 
A segunda marca é “o testemunho de Jesus”. A que isso se refere? Não podemos pedir a resposta a esta pergunta a um ser humano. Apenas a Bíblia tem autoridade para nos dar a resposta. Nós a encontramos em Apocalipse 19:10:
 
“Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.”  (Apocalipse 19:10)
 
Qualquer igreja que preencha os requisitos que a identifiquem como a última remanescente de Deus, como está no livro de Apocalipse, deve ter a manifestação do dom de profecia.
 
Este é um bom momento para tirarmos alguns minutos para rever a história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A palavra “adventista” é um termo que foi amplamente utilizado no século XIX. Um grande reavivamento no interesse pela segunda vinda de Cristo, ou o segundo advento, como era conhecido na época, espalhou-se pelo mundo. Aqueles que pregavam o retorno iminente de Jesus eram chamados “adventistas”. Eles não pertenciam a nenhuma denominação específica. Havia batistas adventistas, metodistas adventistas, e até católicos adventistas.
 
Um dos primeiros pregadores do segundo advento no século XIX foi um homem chamado Guilherme Miller. Ele dedicou sua vida ao estudo das profecias de Daniel. Através de um estudo cuidadoso da maior profecia da Bíblia, como está apresentada nos capítulos 8 e 9 do livro de Daniel, ele chegou à conclusão de que Cristo voltaria em 1844. Estava errado! Nenhum ser humano, nem mesmo os anjos sabem o tempo exato em que Cristo irá voltar. Mas, ele foi sincero em sua crença.
 
Ouvi a alegação de que os adventistas do sétimo dia são falsos profetas, porque profetizaram que Jesus voltaria em 1844. Esta é uma conclusão impossível. Os seguidores de Guilherme Miller eram chamados adventistas, mas eles não pertenciam à Igreja Adventista do Sétimo Dia, que não existia na época. Guilherme Miller nunca se tornou um adventista do sétimo dia. Ele foi batista até o dia de sua morte.
 
Quando Jesus não apareceu em 1844, foi um amargo desapontamento para aqueles que esperavam Sua volta naquele ano. Além da amargura do desapontamento, eles estavam envergonhados porque as pessoas zombavam deles.
 
Eles foram sinceros no estudo do livro de Daniel, literalmente devorando suas páginas, cumprindo assim a profecia do capítulo 10 de Apocalipse.
 
“Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e na minha boca era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo.”  (Apoc. 10:10)
 
Enquanto eles estudavam as profecias e acreditavam que a vinda de Jesus estava próxima, a mensagem era doce como mel. Por causa do grande desapontamento, o que era doce tornou-se amargo.
 
Deus não se esqueceu de Seu povo fiel. Apesar de seu erro, Ele ainda os amava. Ele fez três tentativas para comunicar-se com eles.
 
Em 1842, vivia em Boston um eloqüente pregador batista, que estava preparando-se para o ministério episcopal. Seu nome era William Foy. Em 18 de janeiro e 4 de fevereiro ele recebeu duas visões relacionadas ao advento próximo do Salvador, e a jornada do povo de Deus até a cidade celestial. Em 1844, ele recebeu uma terceira visão. Ele teve medo de proclamar as mensagens que recebera.
 
Em 1844, Hazen Foss, de Poland, Maine, um homem educado e de boa aparência, recebeu as mesmas mensagens. Viu as provas e perseguições que viriam até ele se relatasse fielmente o que lhe fora mostrado. Esquivou-se da tarefa, e recusou-se a relatar a visão. Ele recebeu a visão três vezes. As três vezes ele recusou. Finalmente, lhe foi dito que estava livre da responsabilidade, e que o fardo seria entregue à mais frágil das frágeis criaturas, que aceitaria o desafio. Chocado com esta mensagem, ele, repentinamente, decidiu relatar a visão, mas não conseguiu lembrar uma palavra sequer.
 
Ellen Gold Harmon tinha apenas 17 anos em 1844. Ela era a mais frágil dentre os fracos. Quando pequena, foi atingida no rosto por uma pedra jogada por um colega. Aquele golpe quase a matou, e ela ficou, por algum tempo, entre a vida e a morte. Continuou com a  saúde fragilizada, recuperando gradualmente apenas um pouco de sua força. Nunca mais ela foi capaz de freqüentar a escola regularmente.
 
Nesta época, Deus deu à ela uma mensagem de encorajamento para o grupo de adventistas batalhadores. Diferente de William Foy ou Hazen Foss, ela teve vontade de passar a mensagem adiante. Continuou recebendo as mensagens de Deus até sua morte em 1915.
 
Que tipo de livros poderiam ser escritos por uma garota fraca, sem estudos, que teve de abandonar a escola depois da terceira série? Ela escreveu 69 livros. Este livros são usados em faculdades e universidades. Em um determinado país, o ministro da educação, precisando de um guia para o seu sistema educacional, adotou seu livro Educação como um manual para seu governo. No Brasil, o Dr. João B. Clayton Rossi, quando era Procurador Geral da República, usava as informações de seus livros para preparar palestras para as Faculdades de Direito do país. Suas palestras eram muito apreciadas e, como palestrante, era sempre muito requisitado.
 
É quase impossível ler os livros de Ellen White, sistematicamente, sem sentir a convicção de que eles são inspirados.
 
Cientificamente ela estava muito à frente de seu tempo. Só há pouco tempo a ciência está chegando às declarações que ela fez no século XIX. Naquela época ela falou sobre as causas do câncer, sobre os perigos do colesterol, sobre as ameaças à saúde provocadas pelo álcool e pelo tabaco, sobre a influência pré-natal. Naquele tempo alguns médicos prescreviam tabaco para certas doenças respiratórias.
 
Era uma época em que a fumaça que subia das chaminés das fábricas era sinal de progresso. Ela escreveu sobre os perigos da poluição do ar muito antes da sociedade se preocupar com problemas ecológicos.
 
Algumas de suas declarações soavam misteriosas para seus leitores do século XIX. Ela falava sobre “correntes elétricas no sistema nervoso”.
 
“ Os nervos do cérebro que se comunicam com todo o sistema são o único meio através do qual o Céu pode comunicar-se com o homem e afetar sua vida. Qualquer distúrbio na circulação das correntes elétricas no sistema nervoso enfraquece as forças vitais, e o resultado é a perda das sensibilidades da mente.” (Ellen G. White, Testimonies for the Church, vol. 2, pág. 347)
 
Muitos anos mais tarde os cientistas descobriram as “correntes elétricas do sistema nervoso”. Na época em que ela escreveu estas palavras, elas pareciam absurdas.
 
Em 1929 veio a surpresa! O que parecia absurdo tornou-se razoável. Nesse ano Hans Berger, um cientista alemão, começou a publicar algumas estranhas figuras que consistiam apenas em linhas ondulantes. Ele afirmava que estas linhas mostravam a atividade elétrica do cérebro. A partir de então, o estudo de suas pequenas linhas ondulantes tornou-se um novo ramo da ciência chamado eletroencefalograma. Hoje, centenas de laboratórios interpretam as tabelas de descargas elétricas dos cérebros humanos. (The Scientific American, Junho, 1954, pág. 54)
 
Ela ajudou a guiar a igreja de forma maravilhosa, combatendo o fanatismo, sempre voltando a atenção das pessoas para a Palavra de Deus. Através de sua iniciativa, foi construído um hospital em Battle Creek, Michigan, onde as pessoas vinham de perto e de longe para serem tratadas por médicos adventistas. Foi através de sua influência e ajuda financeira, que John Harvey Kellog tornou-se um médico renomado, e que seu irmão, W. K. Kellog iniciou as indústrias de alimentos Kellog’s. Outros hospitais foram construídos em várias partes do mundo, e sob sua liderança a igreja assumiu uma tarefa, aparentemente impossível, de abrir uma escola de medicina em Loma Linda, Califórnia. Milhares de médicos têm sido preparados nesta universidade e vão pelo mundo como médicos missionários. Sua liderança formou uma linha de frente para o estabelecimento de uma rede global de faculdades e instituições educacionais.
 
Houve uma manifestação constante do sobrenatural na vida de Ellen G. White. Durante suas visões públicas, como as dos profetas bíblicos, ela não respirava. Seus olhos permaneciam abertos numa expressão de regozijo. Os profetas bíblicos manifestavam os mesmos fenômenos físicos.
 
“Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim.”  (Daniel 10:17)
 
“... palavra daquele que ouve os ditos de Deus e sabe a ciência do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos.” (Números 24:16)
 
As visões públicas de Ellen White eram quase sempre acompanhadas de fenômenos físicos semelhantes aos descritos nas Escrituras, relacionados aos profetas bíblicos. Uma testemunha ocular, J. N. Loughborough, que declarou tê-la visto em visão cinqüenta vezes, descreve o que via:
 
“Por mais ou menos quatro ou cinco segundos ela parece cair no sono, como uma pessoa que desmaia, ou como alguém que perdeu suas forças; depois ela parece ser, no mesmo momento, dotada de uma força sobre-humana, algumas vezes levantando-se e andando pela sala. Existem movimentos freqüentes das mãos e dos braços, apontando para a direita e para a esquerda, conforme vira sua cabeça. Todos estes movimentos são feitos de forma graciosa. Em qualquer posição em que se encontre a mão ou o braço, é impossível, para qualquer um, movê-los.
 
“Seus olhos estão sempre abertos, mas ela não pisca; sua cabeça permanece erguida, e ela olha para cima, não com um olhar vago, mas com uma expressão de regozijo, diferindo de seu estado normal somente por parecer olhar intencionalmente para algum objeto distante.
 
“Ela não respira, mas mesmo assim seu pulso bate regularmente. Seu semblante é agradável, e a cor de seu rosto tão viva quanto em seu estado natural.”  (Arthur L. White, The Early Years, pág. 122)
 
Durante todo o tempo de suas visões, que duravam de 15 minutos a 3 horas, ela não respirava. Vários médicos fizeram testes, incluindo fechar sua boca e narinas. Dr. Flemming, que duvidava da autenticidade de seu dom, examinou-a durante uma visão. Ele segurou uma vela o mais próximo possível de seus lábios em linha reta. Não houve o menor tremor. O médico anunciou em alta voz para toda a congregação: “Isso consuma o fato para sempre; não há fôlego em seu corpo.” (Arthur C. White, The Eearly Years, pág. 303)
 
Um dos médicos, que era um médium espírita, afirmou que se ele estivesse presente durante alguma visão da Sra. White, que ele poderia trazê-la de volta em um minuto. Chegou a ocasião em que ele poderia provar sua afirmação. Ele estava presente enquanto a Sra. White estava tendo uma visão, e Tiago White convidou-o para examiná-la. Depois do exame, ele virou-se, completamente pálido e trêmulo. “Seu coração e seu pulso estão normais, mas não há fôlego em seu corpo”, ele exclamou. Quando ele saía do local, alguém lhe perguntou: “Doutor, o que é isso?” “Só Deus sabe. Deixe-me sair desta casa”, ele respondeu. (Idem, pág. 464)
 
Nos tempos bíblicos aqueles que tinham contato com os profetas também se assustavam.
 
“Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam.”  (Daniel 10:7)
 
Durante uma de suas visões na igreja de Battle Creek, seu marido disse à congregação: “Pode haver alguns na congregação que têm dúvidas a respeito da inspiração de minha esposa. Se houver, ficaríamos felizes em chamá-los para virem à frente e tentarem testes físicos descritos na Bíblia. Isso pode ajudar alguns de vocês.”
 
Naquele dia a Sra. White estava com suas mãos delicadamente postas sobre seu peito. O irmão White disse àqueles homens fortes: “Separem as mãos dela. Vocês podem usar as duas mãos para afastar apenas uma das dela. Apenas puxem.” E eles tentaram. Eles puxaram e puxaram até que algumas pessoas ficaram com receio de que eles pudessem machucá-la. O irmão White disse: “Não temam; ela está a salvo nos cuidados de Deus e vocês podem puxar até que estejam satisfeitos.”  Eles disseram: “Agora estamos satisfeitos. Não precisamos mais puxar.”
 
Ele disse: “Levantem um dedo de cada vez”. Foi impossível, Eles não puderam mexer sequer um dedo. Então ela afastou suas mãos e as mexeu. Tiago White disse aos homens: “Agora, segurem-na.” Eles a seguraram pelos pulsos, mas não puderam impedir seus movimentos. O irmão White disse: “Agora estamos satisfeitos. Agora vamos ver se suas pálpebras se fecham.”  Havia uma grande lamparina de querosene próxima ao púlpito. Ele retirou a proteção e colocaram a luz bem em frente aos seus olhos. As pessoas pensaram que ela fosse mexer os olhos para protegê-los. Ela não o fez. Ela estava totalmente inconsciente. (Arthur L. White, The Progressive Years, págs. 232,233)
 
Ellen White era realmente uma profetisa enviada por Deus? Ou poderia ser classificada como um falso profeta? A Bíblia diz que haveria falsos profetas no fim dos tempos.
 
“... porque surgirão falsos cristos e falsos profetas  operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.”  (Mateus 24:24)
 
Como podemos ter certeza? Muitos sentem que a única forma de evitar que sejam enganados é rejeitando quaisquer dons proféticos sobrenaturais. Esta é uma posição perigosa, pois podemos estar rejeitando uma mensagem de Deus. A Bíblia diz:
 
“Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom....” (1 Tessalonicenses 5:20,21)
 
Podemos seguir a recomendação deste verso, pois a Bíblia nos dá meios pelos quais podemos testar os dons espirituais. Os escritos de Ellen White devem ser testados pela Bíblia, que é nossa única regra de fé. Temos quatro testes importantes:
 
I. O primeiro teste que desejamos levar em consideração é encontrado no livro de Isaías:
           
“Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva.”  (Isaías 8:19,20)
 
Qualquer um que afirme ter uma mensagem de Deus nunca deve contradizer nada que Deus já tenha revelado. Deus não é um Deus de confusão. O Espírito Santo nunca dá à ninguém uma mensagem que contradiga a Palavra de Deus. Os adventistas do sétimo dia baseiam suas crenças na Bíblia, e apenas na Bíblia. O dom de profecia não tinha o intuito de ensinar a doutrina.
 
 “De sorte que as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; mas a profecia não é apenas para os incrédulos, e, sim para os que crêem.”  (1 Coríntios 14:22)
 
Ellen White foi erroneamente indicada como a fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nenhuma das doutrinas ensinadas pela igreja foi iniciada pelas profecias de Ellen White. Durante o início da história da igreja, quando os pioneiros pesquisavam nas Escrituras dia e noite para determinar a verdade doutrinária, Ellen White não fez nenhum comentário. Ela disse: “Minha mente estava fechada”.
 
Se Ellen White tivesse escrito uma palavra que contradissesse a Bíblia, eu rejeitaria seus escritos e aceitaria a Bíblia. Não testamos a Bíblia com base nos escritos dela, mas sim os escritos com base na Bíblia. Ela disse que seus escritos eram uma luz menor para guiar as pessoas à luz maior, a Palavra de Deus.
 
II. Um segundo teste está em Jeremias 28:9.
 
“O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua palavra será conhecido como profeta de fato enviado pelo Senhor.”  (Jeremias 28:9)
 
Os profetas modernos, como Jean Dixon, impressionam multidões se ao menos metade de suas profecias tornam-se verdade. Os autores da Bíblia não podiam ter sequer 1% de erro em suas previsões. Eles não podiam ter uma média de 99% no cumprimento de suas profecias. Eles poderiam ser apedrejados até a morte por uma profecia falsa dentre centenas de verdadeiras.
 
A Sra. White fez muitas previsões com base na inspiração do Espírito Santo. Não havia margem de erro. O tempo não nos permitirá dar exemplos, mas existem vários. Mencionaremos apenas um aqui.
 
Na época em que até os especialistas afirmavam aos americanos que não haveria uma guerra civil, ela fez uma declaração impressionante. Ela disse:  “ Em breve nossa nação estará em conflito e desordem.” Olhando para as pessoas na igrejinha onde ela estava falando, ela declarou:  “Alguns de vocês perderão os filhos na guerra.”
 
Antes que os primeiros tiros da guerra civil fossem disparados, Ellen White, em Parkville, Michigan, em 12 de fevereiro de 1861 teve uma visão do conflito e sua ferocidade.
 
Ela foi levada em visão até a Batalha de Manassas, que ela descreveu em detalhes. W. W. Blackford, um tenente-coronel do Exército Sulista, em seu livro “War Years With Jeb Stuart”  (Anos de Guerra com Jeb Stuart) descreveu a mesma batalha, e sua descrição é idêntica à descrição profética da Sra. White.
 
Muitas de suas profecias têm se cumprido em nossos dias.
 
III. Um terceiro teste é dado em 1 João 4:1-3:
 
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo.” (1 João 4:1-3)
 
Ellen White sempre enalteceu a Jesus, sempre proclamou a verdade sobre Sua divindade, sempre levou homens e mulheres a Ele como a única fonte de salvação. Seu livro “O Desejado de Todas as Nações” é um dos livros mais inspiradores já escritos sobre a vida de Cristo.
 
IV. O quarto e último teste a ser apresentado é tirado das palavras de Cristo no evangelho de Mateus:
 
“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?... Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:15,16,20)
 
Que tipo de fruto ela produziu? Até mesmo seus inimigos não poderiam negar que ela foi uma verdadeira influência cristã. D. M. Canright passou a vida a criticá-la, ainda assim, em seu funeral, ele foi várias vezes até seu caixão e disse: “Uma cristã maravilhosa”. O New York Independent, ao relatar sua morte, publicou estas palavras em 23 de agosto de 1915:
 
“De qualquer maneira, ela era absolutamente honesta na crença que tinha em suas visões. Sua vida foi digna delas. Ela não demonstrava nenhum orgulho espiritual e não obteve nenhum lucro sórdido. Ela viveu a vida e fez o trabalho de uma profetisa digna, a mais admirável da sucessão americana.”  (Arthur L. White, The Later Elmshaven Years, pág. 444)
 
Muitas vezes, durante meu ministério, encontrei pessoas céticas, ou às vezes, abertamente contrárias aos escritos de Ellen G. White. Enquanto eu estava na ilha de Bermudas, um homem me ligou, falando severamente contra seus escritos. Quando lhe perguntei quantos de seus livros ele havia lido, logo tornou-se evidente que ele não poderia citar nenhum.
 
Eu me correspondia com uma senhora do oeste do Canadá que escrevia panfletos e fazia palestras públicas, condenando severamente os escritos de Ellen White. Fiz a esta senhora uma pergunta simples: “Quantos dos seus livros a senhora já leu?” Recebi respostas evasivas, dizendo-me quantos livros havia na sua estante. Ela lera seleções usadas pelos críticos e tiradas de seus contextos, mas nunca realmente estudara os escritos da Sra. White.
 
Quando eu tinha apenas quatro anos de idade, meu pai decidiu deixar a cidade de Nova York e levar a família para o Oeste do Canadá. Ele abriu uma sorveteria em Saskatchewan. Ele foi avisado de que não era um bom lugar para se viver da venda de sorvete, por causa dos invernos rigorosos. Como este era o único tipo de negócio que ele conhecia, ele foi adiante, e logo sua pequena sorveteria tornou-se um abrigo das rajadas do gelo do inverno. Um antigo fogão à lenha aquecia o prédio, enquanto as pessoas aproveitavam o abrigo contra o frio, elas não resistiam ao seu delicioso sorvete.
 
Meu pai sempre manteve uma prateleira cheia de livros cristãos em sua lojinha. Um dia um pregador entrou, e olhando os livros, ficou furioso. “Você deveria queimar estes livros”, ele resmungou. “A Sra. White foi uma falsa profetisa. Todos os seus livros deveriam ser destruídos”.
 
“Neste caso”, meu pai respondeu calmamente, “queimaremos os livros agora mesmo. Não quero nenhum livro escrito por uma falsa profetisa em minha loja. Vou abrir a porta do forno e o senhor jogará os livros no fogo. Mas antes de queimar este livro chamado “O Desejado de Todas as Nações”, deixe-me ler algumas palavras de meu capítulo favorito.”
 
Conforme meu pai começou a ler a descrição vívida da agonia de Cristo, de Seu sofrimento por nossos pecados, lágrimas se formaram nos olhos do pregador. Ele nunca tinha ouvido nada assim antes. Depois de levar sua experiência até onde achou ser necessário, meu pai deu o livro ao homem e disse: “Tudo bem, abrirei o forno, e o senhor jogará o livro.”
 
“Espere”, disse o pregador. “Eu não sabia que estas palavras estavam neste livro. Eu gostaria de ler mais!” O livro nunca foi queimado.
 
Antes que alguém  possa chegar à qualquer conclusão, é vital que os escritos de Ellen G. White falem por si mesmos. Acredito, sinceramente, que se todos estudassem estes livros com a mente aberta e um espírito de oração, não haveria críticas. É importante para todos nós que sigamos o conselho bíblico:
           
“Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom.”  (1 Tessalonicenses 5:20,21)

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