quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

AS GLORIAS DA TRAGÉDIA DO CALVÁRIO


INTRODUÇÃO:

Lucas 23:33-49

Calvário: um lugar de tragédia ou de glórias? Por mais paradoxal que pareça, o Calvário reúne estas duas realidades. Em quase tudo, há um lado triste e outro alegre, conforme o ponto de observação. Um médico corta, e principalmente porque sabe que como resultado de sua actuação como médico, uma vida poderá ser salva. Assim, se de um lado, no Calvário vemos o crime mais cruel, revestido da mais requintada perversidade humana, por outro, contemplamos, no auge do maior esplendor, as glórias da tragédia do Calvário. Um estudo de Lucas 23:33-49, permite identificar, quais foram os aspectos da glória do Salvador, que foram manifestas no Calvário.

1- A glória do Salvador.

A pessoa de Cristo, o humilde nazareno, é o grande conquistador do coração dos homens e o eixo bendito em torno do qual hão de girar, através dos tempos, a ordem e a paz, o amor e o bem de que precisa o mundo para sua felicidade presente e porvir.

Na tragédia do Calvário, brilha no maior fulgor a glória do Salvador:

Nos fenómenos maravilhosos que ali se deram, a saber:

a) Trevas sobre toda a terra da Judéia (Luc. 23:44)

b) Terramoto que fez partirem-se as pedras e os túmulos se abrirem, de onde ressurgiram muitos corpos de santos que apareceram em Jerusalém, logo após a ressurreição do Senhor (Mat. 27:51-53)

c) O véu do templo se rasgou de alto a baixo (Luc. 23:45)

* Nas palavras do centurião romano, o chefe dos executores: “Verdadeiramente este homem era justo”. (Luc. 23:47)

* No choro das mulheres piedosas (Luc.23:48)

* Na confissão do ladrão arrependido (Luc. 23:42). Na verdade, este foi um dos resultados imediatos, eficazes e gloriosos do sacrifício de Jesus Cristo, como oferenda a Deus.

* No cumprimento integral das profecias que se relacionavam como o Seu sofrimento, a saber:

Ellen G. White descreve a glória do Salvador na cruz nas belíssimas palavras “Na Sua humilhação, era Cristo glorificado. Aquele que, a todos os outros olhos, parecia vencido, era Vencedor...morrendo, dá testemunho em favor da sua divindade e da glória do Pai”.

Vemos que o primeiro aspecto da glória do Salvador manifesta no Calvário, foi o próprio Salvador sendo morto por amor a cada um de nós.

2- A glória da missão do Salvador

Jesus morreu como substituto do homem pecador. Morreu para salvar o homem que era incapaz de se salvar.

Ele morreu para que tivéssemos vida, e a tivéssemos em abundância (João 10:10)

* Morre o animal para nos dar a vida, para dele nos nutrimos. Morre na terra a sementeira para germinar em abundante colheita. Assim Cristo morreu para que vivêssemos. Este é o significado da glória da missão do Salvador manifesta no Calvário!

* A vida que tem a sua origem em Cristo, é uma vida transformada, é uma vida que desfruta paz interior como resultado da obra realizada no Calvário.

* Foi por isso que antes de ascender ao céu Ele disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turve o vosso coração nem se atemorize”. (João 14:27)

Ilustração: Dois pintores foram encarregados de pintar, num quadro a paz. Um deles representou-a por uma paisagem, em que deslizava um regato de águas cristalinas, e em algumas árvores floridas magníficos pássaros a chilrear...

O outro, representou-a por uma terra revolvendo-se, um vulcão em erupção, uma floresta incendiando, mas um pássaro cantava tranquilamente num lugar seguro!

Assim, no Calvário nós contemplamos esse duplo quadro que, se de um lado nos causa horror e repulsão, de outro nos delicia a mente e nos eleva para as alturas, ao pensar na glória de Deus e na paz e bem-avenrturança que fruímos no meio das tragédias a glória do Calvário!

Já vimos dois importantes aspectos da glória do Salvador manifesta no Calvário. Vejamos, por fim, a terceira aspecto desta glória que ali foi manifesta, a saber:

3- A glória do Calvário.

Na cruz, não encontramos um amor apenas de palavras, mas um amor eficaz, amor que move, que satisfaz, amor sacrificial, amor em acção.

* Amor que se revela nas palavras às desoladas filhas de Jerusalém: “Não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos”. (Luc. 23:28)

* Amor que se concretiza no brado de intercessão pelos seus inimigos: “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. (Luc. 23:34)

* Amor que se concretiza na garantia da posse do Paraíso ao ladrão arrependido: “Em verdade te digo hoje, estarás comigo no Paraíso”. (Luc. 23:43)

A tragédia do Calvário proclamou simultaneamente, a falência moral do mundo e a imensidade do amor do Salvador.

Ilustração: Em 1798, a Revolução Francesa, aproximava-se do seu fim. Como resultado, milhares de cabeças rolaram na guilhotina. Não havia campo para a revolução do amor. Enquanto isso na Suíça, um educador estava disposto a provar que o amor é a única revolução capaz de mudar o mundo. Pestalozzi, imbuído de um profundo amor pelo próximo, assumiu a responsabilidade de educar 80 órfãos que tinham sido deixados na miséria e solidão quando as tropas francesas destruíram a aldeia onde viviam. As crianças estavam esfomeadas, maltrapilhas e carentes de afecto. O grande pedagogo, convicto do poder do amor, foi lembrado anos mais tarde com uma homenagem que continha o seguinte epitáfio: “Tudo pelos outros, nada para si mesmo”.

Houve Alguém, maior do que o grande educador Pestalozzi, que merece ser homenageado para todo o sempre, pela glória do Seu amor manifesto no Calvário – Jesus Cristo.

Dele se pode dizer “Tudo pelos outros, nada para Si mesmo”.

APELO:

O que pensa você, querido amigo, quando contempla pela fé as glórias da tragédia do Calvário? Sente-se atraído pelo Salvador, pela Sua missão e pelo Seu amor? Quer dizer: Senhor lembra-Te de mim quando vieres na Tua glória? Queremos assumir o compromisso de O seguir?

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