PRECE: Bom dia, Sábado feliz! Senhor Deus nós nos achegamos a Ti, nosso compassivo Redentor; e rogamos-Te, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio Filho, nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que se achegam a Ti. Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo esteja connosco. Em nome de Jesus. Amém.
História para crianças: Esta é a minha história preferida.
Era uma vez na Tailândia, a Tailândia fica situada mesmo no sul da China, por
isso já estão a ver que é muito longe. Esta história passou-se numa aldeia, as
casas eram feitas de bambu. Numa das casas vivia o pai, que trabalhava no campo
a cultivar arroz, a mãe que cozinhava e a filha. A menina tinha um nome
Tailandês, mas podemos traduzi-lo para o nome da menina que tenha 6 anos. Quem
é que tem 6 anos?
A
coisa que esta menina mais gostava de fazer era olhar pela janela, olhava um
largo que havia diante da janela da cozinha. Ela gostava de olhar os meninos a
brincar no largo enquanto a mãe fazia o almoço. Naquele dia brincavam os seus
melhores amigos e ela estava com vontade de pedir à mãe para a deixar ir
brincar com eles. De repente viu lá ao fundo uma coluna de fumo, olhou durante
uns instantes e o fumo continuava a subir para o céu. Então disse à sua mãe:
–
Mãezinha, estou a ver fumo!
A
mãe atarefada com o almoço respondeu:
–
Muito bem, minha filha, continua a olhar!
Passou-se
algum tempo e a Susana, começou a ver labaredas de fogo. Mas ela nem queria
acreditar, por isso olhou mais algum tempo e finalmente ficou convencida que
era mesmo fogo. Então disse:
–
Agora, estou a ver fogo, fogo muito grande!
A
mãe que continuava muito atarefada, pensou que os meninos que brincavam no lago
tinham acendido uma fogueira e não deu muita importância. Por fim disse:
–
Está bem, continua a olhar.
E
a Susana continuou a olhar, mas o que viu foi que o fogo avançava rapidamente e
queimava as casas todas, eram casas de bambu, e os vizinhos fugiam para a
montanha. Então disse:
–
Mãezinha, agora estou a ver as pessoas todas a fugirem para a montanha e as
casas estão quase todas queimadas!
Nesta
altura, a mãe começou a compreender que o que a menina estava a dizer era uma
coisa muito séria e aproximou-se da janela. Ao ver o que se estava a passar,
esqueceu-se do almoço, pegou na mão da Susana para fugir. Mas a Susana não
estava de acordo e disse:
–
Mãezinha, tu ensinas-me que devemos confiar em Jesus e que quando há perigo,
nunca devemos fugir sem contar-Lhe os nossos problemas.
A
mãe ajoelhou-se e fez uma oração muito rápida e já estava a levantar-se quando
a Susana começou a orar:
“Senhor
Jesus, Tu és tão forte e tão grande que podes apagar o fogo. Tu podes fazer
qualquer coisa, soprar e apagar o fogo. Ou podes mandar chuva do céu e apagar o
fogo…”
Entretanto
a mãe começou a ficar impaciente porque a Susana nunca mais terminava a oração
e tentou levantar-se e arrastar a Susana, mas ela continuava: “eu tenho muita
fé, e confio em Ti meu Jesus… Não deixes que a nossa casinha se queime… Foi o
meu pai que a fez e teve tanto trabalho… Olha, Jesus, eu sei que me estás a
ouvir. Amém.”
Quando
ela disse “Amém”. A mãe levantou-se rapidamente e já ia a sair de casa, quando
olha para trás e vê que a Susana está à janela:
–
Susana, minha filha, anda depressa, o fogo é muito grande e já está muito
perto.
A
Susana, com muita calma, olhava pela janela e ria-se, sentia uma grande
felicidade, olhou para a mãe e disse:
–
Eu sabia que podia confiar em
Jesus. Ele ouve sempre as minhas orações. Vê? O fogo está
apagar-se.
A
mãe aproximou-se da janela e confirmou o que dizia a sua filha. De facto o
vento tinha mudado de direcção e agora empurrava as chamas na direcção das
casas que já tinham sido queimadas.
Sabem,
meus queridos meninos, muitas pessoas pensam que foi o vento que mudou de
direcção de forma natural. Mas, para a menina que eu chamo Susana e para mim,
foi Jesus que respondeu à sua oração.
Quantos
acreditam que foi Jesus que apagou o fogo, levantem as mãos!
A
Susana ensinou uma grande lição à sua mãe. A lição que nas horas de perigo só
Jesus pode ajudar!
Ela
foi uma menina de fé, confiou em Jesus na hora difícil e não fugiu, orou e
depois foi ver o que Jesus tinha feito. Jesus quer adultos, jovens e muitas
crianças como esta menina. É isso que diz Jesus nesta passagem:
“Vós sois o sal da terra. Mas se o
sal se tornar insípido, com que se há-de salgar? Para nada mais serve senão
para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se
pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e
se coloca debaixo de um vasilha, mas no candelabro, e ilumina a todos os que
estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:13-16
Há
uma passagem correspondente no Antigo Testamento que encontramos em Isaías:
“Levanta-te, resplandece, pois já vem a tua
luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. As trevas cobrem a terra, e a
escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem surgindo, e a Sua glória se vê
sobre ti. As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te
nasceu.” Isaías 60:1-3
Deus
depositou toda a Sua luz, a luz que o mundo em trevas necessita, em pessoas
como vós e como eu, gente simples e com defeitos! O sal moral e espiritual que
um mundo moralmente doente necessita, Deus colocou-o em pessoas como vocês,
como eu! Pessoas limitadas nos recursos económicos, recursos da sabedoria,
gente que se engana e gagueja!
Além
disso, estamos matematicamente derrotados. Parece que o fogo avança mais
depressa que a nossa acção de evitar que pessoas sejam destruídas, perdidas,
não recebam o aviso que o fogo se aproxima. A população mundial cresce mais
rapidamente que pregamos o evangelho. Até em Portugal, onde a população cresce
lentamente, não conseguimos acompanhar o ritmo do crescimento espiritual.
Fazemos
planos, como a Missão Global, ou seja estabelecer uma presença adventista, isto
é ter uma igreja organizada, em todos os países, tribos, línguas e povos da
Terra.
Todos
desejamos que cada ser humano ouça falar da volta de Jesus! Todos queremos que
ouçam a mensagem dos três anjos! Todos queremos ver o Céu rasgar-se e Jesus
voltar em glória e majestade, como Rei dos reis e Senhor dos senhores! Queremos
ir para o Lar! Eu quero ir! Pensei dar este título a esta mensagem: “Eu quero
ir!” mas depois pensei: como posso apresentar este título se há tanto para
fazer e estamos tão bem aqui?! Como podem este punhado de 8.000 Adventistas
pregar a 10 milhões de portugueses?
No
livro Serviço Cristão p. 7 diz
assim:
“Deus
poderia ter proclamado a Sua verdade por meio de anjos sem pecado…” E eu pergunto:
Porque o não fez?
Deus
poderia enviar uma companhia de anjos para anunciar a Sua mensagem numa noite
escura, os anjos poderiam brilhar no céu, colocados em pontos estratégicos e,
em menos de meia hora, anunciar o Evangelho a todo o Portugal, todas as
aldeias, vilas e cidades deste país onde não há presença Adventista, poderiam
saber que estamos a viver o Dia Final! Angola, Moçambique até chegar a S. Tomé
e Príncipe, quem sabe às Ilhas de Cabo Verde, ao Brasil, fazer isto falando
numa só língua, o português.
Poderia
enviar uma Companhia de anjos, numa noite escura e escrever no céu de Portugal
em letras de fogo. E num instante todos saberiam a verdade! Deus poderia ter
feito isto porque Ele tem todo o poder!
E
poderia fazê-lo em todos os países, tribos, línguas e povos da Terra. Então
terminaria a obra num instante. Ninguém ignoraria o anúncio. Mas o texto
inspirado do Serviço Cristão
acrescenta: “…mas não era este o Seu plano.” Porquê?
Por
que razão não é o plano de Deus? Porque Satanás poderia imitar os planos de
Deus, se o Senhor enviasse Companhias de anjos para anunciar de viva voz ou com
letras de fogo a mensagem, Satanás enviaria ele também Companhias de anjos maus
para anunciar uma mensagem contrária. Então o mundo ficaria ainda mais confuso.
Reconheçamos, com tantas religiões muitas pessoas vivem já confundidas!
Satanás
pode falar a língua dos homens e a língua dos anjos. O jornalista Mexicano,
José Pagés Llergo, foi jornalista em Berlim antes da II Guerra Mundial, ouviu
Hitler falar no Palácio dos Congressos.
Diz
que ele falava com poder e arrebatamento. Impressionava as multidões. Um dia
enquanto discursava, de repente parou e começou a olhar para o alto, com as
mãos estendidas para o céu. Permaneceu nesta posição muito tempo. A multidão
estava no mais profundo silêncio. Muitas pessoas choravam.
O
jornalista, não compreendia muito bem a língua alemã e não percebeu por que
razão Hitler estava naquela posição e menos ainda o silêncio do povo e as
lágrimas. Então perguntou a uma senhora que estava ao seu lado:
–
O que está a fazer o Furher?
Ela
respondeu de forma ríspida:
– Cale-se, o Furher está a falar com Deus!
O
homem mais sanguinário do século XX, fez crer às pessoas que estava a falar com
Deus. Por isso Deus não Se serve dos anjos. Não usa esse plano porque Satanás
poderia facilmente imitá-lo. O livro Serviço
Cristão, ainda na página 7
conclui dizendo: “Temos, porém este tesouro em vasos de barro”
O
apóstolo Paulo exorta a cada crente fiel:
“Pois
Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, é quem brilhou em nossos
corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus
Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
poder seja de Deus, e não de nós.” II
Coríntios 4:6-7
Deus
mandou que das trevas resplandecesse a luz ao dizer: “Vós sois a luz do mundo”,
para que isto pudesse acontecer Ele teve primeiro que brilhar nos nossos
corações, “para iluminação do conhecimento da glória de Deus”. Por esta razão
“colocou” o tesouro, as indescritíveis riquezas de Cristo, a Luz que um mundo
em trevas necessita, e o sal da Terra, em vasos de barro.
Porquê?
Porque
quer beneficiar e educar a toda a humanidade. Quer que participemos do Seu
amor, sabe que necessitamos desta participação para desenvolvermos o nosso
carácter. Sabe que necessitamos de participar no Seu plano de salvar outros
homens e mulheres para que alcancemos a perfeição. Para sermos semelhantes a
Jesus Cristo.
Mas
também porque Satanás não pode imitar! Satanás não pode imitar as palavras de
um coração renovado, tocado pelo amor de Cristo, resgatado de uma vã maneira de
viver “sem esperança e sem Deus no mundo”!
Satanás
não pode imitar uma vida santa. Não pode imitar a modulação de uma voz que foi
tocada pelo amor de Cristo.
Foi
com este tipo de pessoas que Deus trabalhou no Antigo Testamento. Foi com este
género de homens e mulheres que Jesus trabalhou no Novo Testamento e é com este
barro humano que Deus quer trabalhar no presente tempo!
Uma
das experiências mais emocionantes é a vivida por Gideão e os trezentos
audazes. É uma história que se encontra em dois capítulos, Juízes 6,7. Os
midianitas oprimiam severamente os filhos de Israel. Deus ordenou a Gideão que
organizasse um exército e Gideão fez o que o Senhor mandava e reuniu 32.000
soldados.
Quando
Gideão viu que tudo estava preparado para ir à batalha em nome do Senhor, Deus
diz-lhe: “É demais o povo que está contigo, para eu dar os midianitas nas suas
mãos. A fim de que Israel não se glorie contra Mim, dizendo: o meu próprio
poder me livrou.” Juízes 7:2
E
Deus acrescenta: “Experimenta-os”: “Anuncia aos ouvidos do povo: Quem for
medroso e tímido, volte, (volte para casa). Então voltaram do povo vinte e dois
mil, e dez mil ficaram.” Juízes 7:3
Deus
olhou aqueles dez mil e disse: Ainda há povo a mais. Experimenta-os outra vez: “Fez
Gideão descer o povo às águas. Então o Senhor disse a Gideão: Qualquer que
lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte…” Juízes 7:5. Só 300 beberam água como a
bebem os cães. E Deus disse a Gideão: “Com estes trezentos homens que lamberam
a água eu vos salvarei.” Juízes 7:7
Perante
esta situação Gideão exprimiu o seu temor: “Senhor, eles são como a areia do
mar, são uma grande multidão, e Tu queres que eu vá contra eles, só com estes
300 homens?”
Deus
pacientemente ouviu e animou-o, dizendo: “Se ainda temes, vai com o teu criado
Purá ao arraial dos midianitas e ouvirás o que dizem, e então se fortalecerão
as tuas mãos.” Juízes 7:10-11
(contar
o sonho do soldado midianita aos seus companheiros (Juízes 7:13-15)
Agora
Gideão sabia que esta vitória não seria ganha pela força ou habilidade dos seus
homens, estes seriam instrumentos nas mãos de Deus para trazerem paz, segurança
ao povo de Deus. Saberiam que quando se tem Deus por perto, não há impossíveis.
Sim, se o povo Adventista em Portugal quiser viver a experiência de Gideão de
confiar no poder de Deus, veremos milagres, nós somos o povo que Deus necessita
para ir e anunciar as maravilhas de Deus!
Porém,
Gideão compreendeu uma coisa muito importante: apesar do poder de Deus
disponibilizado para a vitória, são ainda assim precisas duas coisas: disponibilidade
completa do instrumento humano e uma estratégia, ou seja, organização. Assim,
dividiu o seu exército de trezentos homens em três companhias, ou batalhões.
Depois colocou-os em posições estratégicas ao redor do acampamento dos
midianitas, deu uma tocha, um cântaro e uma trombeta a cada soldado e ordenou:
“Eu tocarei a trombeta e os que estiverem
comigo, então também vós tocareis a trombeta ao redor de todo o arraial, e
direis: Pelo Senhor e por Gideão!… Tocaram as trombetas, e partiram os cântaros
que traziam nas mãos.” Juízes 7:18,19
Os
midianitas dormiam profundamente e no silêncio da noite não ouviram 300
trombetas! Ouviram a trombeta do juízo final. Não viram 300 tochas! Viram
carros e espadas de fogo nas colinas. Levantaram-se aterrorizados, deixaram
tudo e fugiram abandonando as suas tendas e vendo em cada homem que se
movimentava um inimigo.
Sim,
homens disponíveis são ainda hoje vasos de barro, mas nas mãos de Deus
continuam a ter poder!
Foi
esta também a experiência de Eliseu, o servo do Altíssimo. Vamos ler:
“Os homens da cidade disseram a Eliseu: Como o
meu senhor vê, esta cidade é bem situada, mas as águas são más, e a terra é
estéril. Disse Eliseu: Trazei-me uma tigela nova, e ponde nela sal. E eles a
trouxeram. Então saiu ele à nascente das águas, e deitou sal nela, dizendo:
Assim diz o Senhor: Sararei estas águas. Jamais causarão morte nem
esterilidade. Ficaram sãs aquelas águas até ao dia de hoje, conforme a palavra
que Eliseu tinha dito.” II Reis 2:19-22
“Tragam
uma tigela nova, e ponde nela sal” foi exactamente o que disse Deus. Irmãos e
irmãs, hoje, esta terra é boa! Quando saiu das mãos do Senhor, Ele disse que
era “muito boa”. Mas as águas, segundo Apocalipse
17:15 “os povos, multidões, nações e línguas” que a habitam, são maus.
A
terra está enferma: “Toda a cabeça está enferma, e todo o coração fraco.” Isaías 1:5 e no capítulo 24 e
versículos 4-5 o mesmo profeta diz: “A terra seca-se e se murcha, o mundo
enfraquece e se murcha, enfraquecem os mais altos do povo da terra. A terra
está contaminada por causa dos seus moradores; desobedeceram às leis, mudaram
os estatutos, e quebraram a aliança eterna.” Isaías 24:4,5
A
terra está enferma, seca-se e murcha, o mundo enfraquece, a terra está
contaminada por causa dos seus moradores, porque desobedecem às leis, mudaram
os estatutos, e quebraram a aliança eterna. A terra está doente. Precisa de
cura, precisa de remédio. Necessita do medicamento, do sal e da luz. Chegaram
ao ponto como está descrito ainda no profeta Isaías 60:2 “As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos.”
Mas
Jesus disse: “Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo”. Toda a luz que
um mundo em trevas necessita, Jesus a tem conservado em vasos de barro. Todo o
sal que este mundo contaminado necessita, o Senhor Jesus tem-no guardado,
conservado em vasos de barro. Mas os vasos devem ser novos, a tigela tem de ser
nova como disse Eliseu. O sal da justiça de Cristo quando está colocado em
tigelas novas, em vidas convertidas e santificadas, tem poder!
Tem
de haver uma grande obra de transformação na nossa vida. E todos nós a
desejamos. Mas porquê, às vezes, achamos isso impossível? Numa recente
meditação lia-se a história de um velho Chevrolett que queria ser um carro
novo.
Para
isso, pediu ao seu dono que lhe trocasse o escape. Logo a seguir, percebeu que
continuava o mesmo carro. Pediu, então, para o porem a consumir gasolina
especial. O resultado foi o mesmo. A seguir, achou que ele deveria receber uma
nova pintura. Quando saiu pelas ruas da cidade, estava feliz e orgulhoso, mas,
no íntimo, continuava a ser o velho Chevrolett. Teve até a ideia de trocar o
ano de fabrico nos documentos, mas nada disso resolveu. Finalmente, disse ao
proprietário: “Leve-me ao fabricante.” E assim foi. Ao chegar à fábrica, foi
levado a um lugar estranho. À entrada estava escrito: “Ferro velho” O velho
Chevrolett ficou assustado, mas submeteu-se humildemente a um longo e doloroso
processo. Foi desmontado, peça por peca, e finalmente transformado num carro
zero.
Nas
nossas tentativas para ser um vaso novo, queremos nós vencer o mal, a ferrugem
que nos consome e que nos retira poder. Usamos muitas estratégias, mas só uma
funciona: colocar o “homem velho” nas mãos do Fabricante celestial. Ele tem
poder, o poder que Deus manifestou em Samaria, ainda o tem hoje!
Samaria
foi sitiada pelos Sírios. Havia fome na terra. Tanta fome que as mães
cozinhavam os seus próprios filhos e os comiam (II Reis 6:23-29). E havia quatro
homens leprosos que estavam da parte de fora da cidade. Os leprosos naquele
tempo eram desprezados. Eu posso imaginar a desgraça destes quatro homens,
doentes e nada para comer, nem restos. Então tomaram uma decisão: “Para que
estaremos nós aqui assentados até morrermos? Se dissermos: Entremos na cidade,
há fome na cidade, e morreremos aí. Se ficarmos aqui, também morreremos.
Portanto, vamo-nos ao arraial siro e nos rendamos. Se nos deixarem viver, viveremos;
se nos matarem, tão-somente morreremos.” II
Reis 7:3,4
Eles
não tinham como costumamos dizer: por onde escapar! Faz-me pensar na via rápida
que liga Aveiro a Vilar Formoso, conhecida como a estrada da morte. A primeira
vez que aí passei, fiquei admirado porque nas zonas mais perigosas existem
pequenas saídas. Se os travões não travarem, podem entrar nessas saídas que são
uma espécie de beco em que a rua é metade alcatroada e metade de areia, para
travar as rodas dos veículos. A estrada da morte, mesmo assim tem saídas de emergência.
Mas estes quatro homens não tinham saída. Por isso foram para o acampamento dos
Siros. Mas não estava lá ninguém!
“Pois o Senhor fizera ouvir no arraial dos
Siros um ruído de carros e de cavalos, como o ruído de um grande exército, de maneira
que disseram uns aos outros: Vede, o rei de Israel alugou os reis dos heteus e
os reis dos egípcios, para virem contra nós. Pelo que se levantaram e fugiram,
ao crepúsculo, e abandonaram as suas tendas, os seus cavalos, e os seus
jumentos. Deixaram o arraial como estava, e fugiram para salvar a sua vida.” II Reis 7:6,7
Quando
os leprosos chegaram ao arraial encontraram comida, as mesas estavam postas e
comeram e beberam até saciar-se. Agora, que estavam com o estômago cheio,
começaram a dar uma volta pelo acampamento e ficaram surpreendidos com o ouro,
os colares, anéis, e tantas jóias que os siros ali tinham deixado. Pensaram, “o
nosso futuro está garantido”, e começaram a abrir buracos durante toda a noite
para esconder aquele precioso tesouro. Mas, pensaram um pouco melhor e
disseram: “Não fazemos bem. Este dia é dia de boas novas, e nos calamos. Se
esperarmos até a luz da manhã algum castigo nos sobrevirá. Pelo que vamos e o
anunciemos à casa do rei.” II Reis 7:9
Quantos
crentes estão acumulando tesouros, enquanto tanta gente perece por falta das
boas novas! Mas irmãos, se chega o amanhecer, o dia em que começa a eternidade,
e não anunciámos as boas novas, como disseram os leprosos “algum castigo nos
sobrevirá”, é hora de dizermos: “Pelo que vamos e o anunciemos à casa do Rei.”
Sim,
quantos estão acumulando tesouros! Participando em negócios, a estudar nas
Universidades com o único propósito de acumular dinheiro, de ter património!
“Que estamos a fazer aqui?” disseram os leprosos. Sim, querido irmão e irmã, o
que estás a fazer aqui? Estão vocês seguros de que é a vontade de Deus que
estejam aqui? Não será porventura que o Senhor Deus tem para si uma obra num
outro lugar e o irmão e a irmã têm vivido indiferentes a isso?
Será
que ao vosso lado há homens e mulheres com fome do pão da vida e não o tendes
partilhado com eles? Que estamos a fazer aqui? Iremos ficar fora das muralhas
da cidade para morrer ou vamos pelos campos e valados de forma destemida?
Um
dia ouvi um irmão contar uma história com lágrimas nos olhos e na alma. Ele
vivia numa pequena cidade da Áustria. Vivia no R/C Direito, mas no R/C
Esquerdo, vivia um homem viúvo. Era um homem que não falava, vivia a sua dor de
viúvo, sozinho. Um dia o nosso irmão disse à esposa:
–Tens
visto o nosso vizinho?
Ela
parou, pensou e disse:
–
Há muitos meses que não o vejo!
Ele
saiu e bateu à porta. Ninguém respondeu. Vigiou dois ou três dias, mas ninguém
entrou ou saiu. Finalmente decidiu-se por chamar a Polícia e os Bombeiros. Estes
vieram, arrombaram a porta. E o nosso irmão pôde ver uma caveira estendida no
corredor, com a cabeça na direcção da porta. Perguntou a um médico que estava
ali, se lhe podia dizer há quanto tempo teria este homem morrido. O médico
disse-lhe no mínimo dois anos e meio.
Agora
ao contar a experiência. O nosso irmão dizia:
–
Há dois anos e meio o meu vizinho provavelmente pensou em mim, precisou de mim,
há dois anos e meio numa madrugada ele ter-se-á sentido mal, um aperto no
coração, precisou de ajuda, de socorro e caminhou na direcção da porta, mas não
teve força para abrir, caiu e morreu. Morreu sem saber que ao lado havia alguém
que tem o pão e o sal da vida! “Não quero acreditar que isto se passou comigo”,
dizia.
Há
quase três mil anos, um homem, escondeu-se numa gruta no Monte Horebe. Este
lugar é no extremo sul da Península do Sinai e Deus foi ter com ele e
perguntou-lhe: “O que fazes aqui, Elias?” I
Reis 19:9. A obra que tens a realizar é no Norte. Alimentei-te com trigo do
céu e pão dos anjos para que fosses para o Norte. O que fazes tu aqui no Sul? E
Elias começou a argumentar com o Senhor. Deus, porém, ordena:
“Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de
Damasco.” “Quando lá chegares, unge a Hazael rei sobre a Síria.”
“E
a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel.”
“Ungirás
a Eliseu profeta em teu lugar.” I Reis
19:15,16
Estamos
seguros e certos perante Deus e a nossa consciência de que estamos no lugar
certo, a fazer o que Deus quer? O que estás tu a fazer aqui?
Conta
uma antiga lenda que quando Jesus voltou para o Céu teve uma conversa com o
Anjo Gabriel. O Anjo perguntou-Lhe:
–
Senhor, sofreste muito para salvar os homens?
Jesus
respondeu:
–
Sim, Gabriel, muito.
–
E todos os homens sabem? – Voltou a perguntar o Anjo.
–
Não – disse Jesus – só o sabem algumas pessoas na Palestina.
–
E que farás para que todos o saibam? – perguntou Gabriel, preocupado.
–
Bom – disse Jesus – pedi a Pedro, a Tiago e a João e aos outros Meus discípulos
que o contassem a outras pessoas, e aos que os ouvissem que dissessem a outros,
até que toda a Terra o saiba.
– Mas, Senhor – disse Gabriel – suponhamos que
passe o tempo, e os Teus discípulos esqueçam de anunciar as boas novas. Que
farás nesse caso?
Jesus
calmamente respondeu:
–
Não tenho outro plano, Gabriel. Espero que cumpram com o seu dever.
Jesus
disse: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. Saiamos irmãos e
anunciemos a boa nova. Jesus ainda confia. Confia em ti, confia em mim, e nós
no poder do Espírito não podemos desiludir Quem tanto amou e confiou! Ele
disse: “Vós sois o sal e a luz do mundo!” Foi Ele que disse, Ele quer agir
através do SEU Espírito, mas precisa dum vaso, para transformar as águas que
não prestam em água viva!
José Carlos Costa,
pastor
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