quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma História Antiga e Sempre Atual

I REIS 16.29-34

Inspirados em Provérbios 14.12, os compositores evangélicos Paulo Cézar e Jayro T. Gonçalves escreveram uma música intitulada “Caminhos”, e num trecho da canção declaram: “Posso andar em caminhos que eu mesmo quis construir/ Posso fazer o que quero, agradando só a mim/ Mas plena paz não posso alcançar/ Há caminho, que ao homem, parece ser bom/ Mas seu fim não é o melhor.”

Infelizmente, esta não foi a compreensão do rei Acabe. Ele figura na lista dos reis de Israel como um dos mais infiéis. Não observou os caminhos do Senhor: viveu uma vida completamente sem referências, fazendo somente o que era mau.

Nos nossos dias também, muitos são os que têm escolhido caminhos errados, seguindo sem direção.

AMBIENTE HISTÓRICO
Acabe, filho e sucessor de Onri, foi o sétimo rei de Israel e reinou durante 22 anos, foi o seu sucessor o seu filho Acazias. Segundo o relato bíblico, Acabe fez “o que era mau perante o Senhor, mais do que todos os que foram antes dele”. O seu reinado foi marcado por idolatria, apoio ao paganismo, perseguição aos profetas do Senhor e constantes guerras contra a Síria.

A história do rei Acabe põe em cena outros nomes importantes da época, a saber: Jezabel, a impiedosa mulher a quem Acabe tomou por esposa e que exerceu tremenda influência na sua vida, pois o instigava a fazer o que era mau (21.25); Elias, o ousado profeta do Senhor, que confrontava Acabe por causa dos seus pecados, sendo por isso perseguido (21.20); Nabote, símbolo das vítimas do abuso de poder do rei e da rainha, o qual foi apedrejado por se recusar a vender ao rei uma propriedade que lhe pertencia (21.1-16).

A história do reinado de Acabe está registada em I Reis 16.29 a 22.40. A vida desse rei pode ser tomada como exemplo da infeliz trajetória de um homem sem referencias para a vida. Como aconteceu nos dias de Acabe, hoje também o Senhor e a Sua Palavra têm sido desprezados por muitos. E o misticismo e a atenção aos falsos profetas têm sido a opção de inúmeras pessoas. Destacamos a seguir, alguns dos perigos e as trágicas consequências da ausência de valores corretos para a vida.

1. O PECADO DA IDOLATRIA
Acerca da idolatria a que Acabe se entregou, o texto aponta duas questões agravantes: seguiu os pecados de Jeroboão e casou-se com Jezabel (16.30-33).

O rei Jeroboão tinha edificado em Dã e Betel santuários para concorrer com o templo de Jerusalém (motivos políticos). Também incentivou o sincretismo religioso, misturando o culto do Senhor com o de Baal. Além disso, profanou o sacerdócio, pois, a quem queria constituía e consagrava como sacerdote (12.25-31; 13.33-34). Acabe, não apenas preservou esse padrão de culto; como se não bastasse, foi mais longe ao tomar por esposa a Jezabel. O deus de Jezabel era Baal e com o casamento esse culto pagão foi mais e mais fortalecido em Israel. Cerca de 850 profetas estavam ao serviço do culto pagão em Israel. Baal era servido por 450 profetas e a deusa Aserápor 400 (18.19). Jezabel exerceu grande influência sobre Acabe com o propósito deste perder a fé  e princípios  bíblicos, desviando-se completamente do Senhor e trilhasse os caminhos da idolatria.

Quando o ser humano perde os valores dados por Deus e ignora o alvo a seguir, abandonando a Palavra de Deus e deixando de olhar firmemente para o Autor e Consumador da Fé - Jesus - torna-se susceptível de se entregar à idolatria. Por causa das vantagens políticas, Acabe abandonou o Deus de Israel e entregou-se à idolatria. O relato de I Reis 21.25-26 diz que ele “se vendeu para fazer o que era mau...” Hoje também há muitos que se vendem, abandonam a Deus, perdem os referencias e seguem a outros “deuses” por causa de supostas vantagens.

2. A ATENÇÃO AOS FALSOS PROFETAS
Quando Josafá, rei de Judá, se juntou a Acabe para guerrearem contra a Síria, sugeriu a Acabe que consultasse primeiro a palavra do Senhor, acerca da viabilidade desse projeto. Então o rei ajuntou cerca de 400 falsos profetas (provavelmente serviam à deusa Aserá, pois os de Baal já estavam mortos) e se pôs a ouvi-los. Acabe tinha prazer em ouvir estes profetas, pois eles profetizavam o que lhe interessava (22.5-6,12). Inconformado, Josafá perguntou: “Não há aqui algum profeta do Senhor para o consultarmos?” (22.7). Acabe respondeu: “Há um ainda, por quem consultar ao Senhor, porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau. Este é Micaías...” (22.8). O texto não esclarece, mas parece que Elias tinha-se afastado de Samaria, pois só reaparece quando Acazias, sucessor de Acabe já está a reinar (II Rs 1). Ao ser convocado, Micaías disse que falaria somente o que o Senhor lhe dissesse, mas, como era de esperar, o rei não gostou da mensagem (22.17-18). Por isso ordenou que Micaías fosse lançado na prisão e castigado com escassez de pão e água até que ele retornasse da guerra vitorioso e em paz (22.26-27).

Optando pelos conselhos dos falsos profetas, subiu para a guerra, mas a batalha terminou no mesmo dia em que começou, pois ele foi ferido e à tarde morreu (22.29-36).

A insensatez e o trágico desfecho da história de Acabe retratam o proceder daqueles que perdem os referências para a vida. Dão atenção aos falsos profetas, embrenham-se pelos perigosos caminhos da magia, do espiritismo, do esoterismo e das vãs filosofias, e o fim é sempre desastroso. É por isso que Jesus adverte: “Acautelai-vos dos falsos profetas...” (Mt. 7.15; 24.23-25; I Jo 4.16).

3. A CONIVÊNCIA COM A INJUSTIÇA
O relato bíblico dá a entender que a injustiça praticada no reinado de Acabe, cm grande parte foi movida por Jezabel, mulher impetuosa e cruel. Era ela quem exterminava os profetas do Senhor (18.4). Foi ela quem jurou que faria a Elias o mesmo que ele fez com os profetas de Baal (19.1-3). Foi ainda Jezabel quem tramou a morte injusta de Nabote, sob falsas acusações, porque ele se recusou a vender ao rei a sua plantação de uvas (21.5-16).

Em todos estes episódios, o que se percebe é a conivência de Acabe. Ele era o rei, mas fazia vistas grossas diante desses graves atos de injustiça.

Quando o homem perde as referencias para a vida, toma-se insensível e vê a injustiça como algo normal, algo que não inquieta, que não incomoda a consciência. Mesmo sabendo de tudo, Acabe desceu para a vinha, a fim de a tomar por posse, como se nada de errado tivesse acontecido (21.17-19).

A falta de compromisso com Deus e com a sua Palavra, certamente é o que tem levado muitos dos nossos governantes, bem como pessoas de entre o povo e até da igreja, à atitude de conivência com a injustiça nas suas múltiplas formas de manifestação. Mas a Palavra de Deus adverte contra a injustiça (Pv 22.8; Jr. 22.3).

4. RESISTÊNCIA À PALAVRA DO SENHOR
Quando o indivíduo abandona o Senhor e perde os referencias para a vida, fica como que vacinado contra a Palavra do Senhor. Isto está evidente na atitude de Acabe diante de Elias (18.15-18). A presença e as palavras de Elias incomodavam, pois ele falava da parte do Senhor. E o que o Senhor tinha para dizer a Acabe através do profeta, naturalmente não eram coisas boas. Ele resistia à Palavra do Senhor e considerava o profeta Elias como “o maior criador de problemas em Israel” e um inimigo (18.17; 21.20, BLH).

Quanto ao outro profeta, Micaías, o rei também não gostava de o ouvir, pois a sua palavra era sempre dura (22.7-8).

Quando o indivíduo está longe de Deus, entregue aos desejos do coração e sem direção, a Palavra do Senhor realmente incomoda e torna-se insuportável.

Segundo o apóstolo Paulo, chegará um tempo em que muitos “Não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (II Tm 4.3,4). Será que já não estamos a viver esse tempo?

5. O CASTIGO PELA INFIDELIDADE
A palavra de juízo do Senhor veio a Acabe, através do profeta Elias (21.19-24). O futuro reservado a Acabe era trágico. O que lhe aguardava era humilhação, desonra e a destruição das futuras gerações, como consequência de todos os seus pecados. Apesar de se ter humilhado perante o Senhor (21.27-29), o fato é que o castigo pela infidelidade apenas foi adiado. O preço da infidelidade é muito elevado. Não adianta rebelar-se contra Deus. O salmista Asafe declarou: “Os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo” (Sl 73.27).

A experiência de Acabe deixa-nos lições sobre os riscos e as consequências de uma vida sem referências, ou seja, uma vida que exclui a Bíblia como única regra de fé e prática e que substitui o compromisso com Deus por outras supostas vantagens.
Exorto em nome do Senhor a tomarmos o caminho da fidelidade e não o caminho de Acabe.

Em Jesus

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tudo Posso Naquele que me Fortalece

Texto: Filipenses 4.13-20

A frase “tudo posso naquele que me fortalece” enche o nosso coração de força. Com certeza em muitos momentos em sua vida você se valeu desta verdade da Palavra de Deus para superar um desafio, para vencer uma luta espiritual, para conviver com uma enfermidade, para suportar a adversidade, para suportar uma perda. De fato esta palavra tem sustentado a muitos e durante toda a história da igreja.

No entanto esta frase não é solta na Bíblia. Ela não é uma varinha de condão, um amuleto, uma senha para tudo o que pensamos.

Como bem definiu Dennis Dowwin: nem tudo o que eu quero eu posso, nem tudo que eu posso, eu devo; e nem tudo o que eu posso, eu faço.

De fato existem circunstâncias em que de fato Deus nos fortalece, mas isto não significa que podemos fazer tudo. O mesmo Apóstolo Paulo nos demonstra na sua própria vida que esta frase “tudo posso” não nos torna um super-crente, um super herói da fé.

No contexto desta frase entendemos que este poder de Deus em nós nos faz caminhar por terrenos distantes do que gostaríamos e sonhamos. Às vezes este “tudo posso” nos assusta quando interpretado dentro do seu contexto. Então o que significa neste texto a expressão “tudo posso naquele que me fortalece”?

I- PODER PARA SER HUMILDE

O Apóstolo das nações ensina aqui que o poder de Deus em nós não nos exalta, mas nos torna humildes. De fato ele teve que ser humilde em alguns pontos:
1- Humilde para receber ajuda material de outros (v.10, 14-17). Às vezes achamos que estamos bem espiritualmente quando temos condições de ajudar os outros. Alguns acham até que receber ajuda é um sinal de fraqueza da fé. No entanto o texto ensina que Paulo não viu neste ato de receber ajuda material qualquer demérito, mas uma forma de experimentar o suprimento de Deus na sua vida. Ele entendia que quando um irmão ajuda o outro a ajuda se transforma numa oferenda a Deus, em um sacrifício espiritual (v.18).

Lembremo-nos de que o nosso Salvador aceitou ser sustentado por mãos humanas:
Marcos 15:40-41
40- Estavam também ali algumas mulheres, observando de longe; entre elas, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé;

41- as quais, quando Jesus estava na Galileia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém.

Ele nos deu o exemplo para seguirmos os seus passos.
2- Humildade para receber apoio espiritual (v. 10). Penso que este cuidado da igreja para com o Apóstolo era mais que material. Eles se associaram a Paulo na sua luta espiritual, na sua tribulação (v.14). Alguns crentes reclamam que não recebem apoio espiritual, outros no entanto acham-se tão orgulhosos que não buscam nenhum apoio em outros irmãos.

É interessante que o Senhor Jesus não teve receio em pedir a companhia de seus discípulos:
Mt. 26.38: Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.

O próprio Apóstolo Paulo se sentia fortalecido com a presença de seus irmãos, mesmo sendo estes menos experientes do que Ele. Sobre Tito ele diz:
2 Coríntios 7.6: “Porém Deus, que conforta os abatidos, nos consolou com a chegada de Tito;”

O quanto deste poder de Deus repousa sobre nós? Será que estamos dispostos a permitir que o poder de Deus nos conduza para terrenos de tanta humildade assim?

II- PODER PARA SE ALEGRAR EM TUDO

Paulo demonstra que mesmo tendo passado por tantas necessidades, ele se alegrava no Senhor pelo suprimento (v.10). Logo após ele nos ensina que Deus o fortalece de tal forma que ele pode experimentar qualquer circunstância. Ele conhecia bem o que nos ensina Eclesiastes 3.1-8, mas especialmente os versos 4 e 5 que diz:

Eclesiastes 3. 4-5:
4- Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; 5- tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar;

Houve tempo em que o poder de Deus se manifestou em glória na vida de Paulo quando ele repreendeu demónios, quando orou e enfermos eram curados, quando pregou e muitos se converteram. No entanto em outros momentos ele foi visto em fraqueza física e emocional. Mesmo assim ele experimentou a força do Senhor em sua vida:

2 Co 10. 8-10:
8- Porque, se eu me gloriar um pouco mais a respeito da nossa autoridade, a qual o Senhor nos conferiu para edificação e não para destruição vossa, não me envergonharei, 9- para que não pareça ser meu intuito intimidar-vos por meio de cartas. 10- As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível.

Como este Apóstolo devemos nos alegrar mesmo quando for difícil e sermos fiéis mesmo quando as circunstancias for desfavorável. Mesmo na fraqueza o poder de Deus nos alcança e nos aperfeiçoa.

Quando falarmos “tudo posso naquele que me fortalece, que estejamos dizendo: Em qualquer circunstância eu me sinto fortalecido. Como bem diz uma de nossas músicas:
Seja onde for eu louvo, cada vez mais eu louvo, pois o seu amor rodeia-me como ar…

Que Deus nos fortaleça de tal forma que se cumpra em nós as palavras de  Paulo:
Romanos 8.31-39:
31- Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32- Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? 33- Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34- Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. 35- Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? 36- Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37- Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. 38- Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39- nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

III- PODER PARA SE CONTENTAR

Paulo recebe a ajuda da igreja de Filipos, agradece aos irmãos e se diz satisfeito (v. 18). Ele não pede mais nada, mas se diz contente com o que recebeu.

Tenho observado que especialmente no nosso contexto capitalista o contentamento tem desaparecido das nossas vidas. Parece que queremos sempre mais. Se temos um carro bom queremos um melhor. Se temos uma casa boa, queremos uma maior ainda; se temos um telemóvel razoável, queremos o melhor que existe; se temos uma igreja boa, queremos uma ainda melhor. Dificilmente encontramos uma pessoa que diz como o Apóstolo Paulo: Estou suprido (v.18). Este mesmo Apóstolo nos orienta sobre a beleza do contentamento em outro texto:
1 Tm 6.6: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento.”

O apóstolo Paulo aos Hebreus reafirma estas palavras:
Hebreus 13.5: “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.”

“A satisfação faz com que os pobres tornem-se ricos; a insatisfação faz com que os ricos tornem-se pobres (Benjamim Franklin).

“Aquele que está sempre satisfeito, embora tenha tão pouco, é muito mais feliz do que aquele que está sempre a cobiçar mesmo tendo tanto” (M. Henry).

Eugene Peterson fala sobre a falta de “contentamento pastoral’, fazendo alusão a pastores que nunca estão satisfeitos em suas igrejas e com suas igrejas, querendo sempre algo novo e deixando o rebanho intranquilo.

Que Deus nos dê poder para conquistarmos mais, para trabalharmos mais, para buscarmos mais; mas também que Ele nos dê poder para dizer: Estou satisfeito; não preciso de mais nada.

Que ouçamos as palavras do nosso Senhor Jesus que os orienta a não ficarmos inquietos, ansiosos, preocupados com as coisas materiais.

Mt. 6.25-30:
25- Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? 26- Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? 27- Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? {ao curso da sua vida; ou à estatura} 28- E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. 29- Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30- Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

Contentar é uma confiança de que Deus em Cristo suprirá cada uma de nossas necessidades (v.19). Observemos que Paulo fala em cada um, em uma por uma. Deus sabe do que precisamos por isso devemos ficar despreocupados e contentes.

CONCLUSÃO
Será que agora podemos ler este versículo com estes significados apresentados nos pontos anteriores? Será que ao dizer isto estou de fato dizendo a Deus que estou fortalecido e tudo posso n´Ele?

Nele eu posso ser humilde e receber ajuda material e espiritual dos irmãos?

Nele eu posso ser agradecido em toda e qualquer circunstância?

Nele eu posso dizer que estou contente e satisfeito?

Que na próxima vez que usarmos este verso nos lembremos de suas implicações e do que ele de fato quer nos dizer.


Que Deus nos abençoe.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O que é Santificação?

Fala-se muito em “santificação”, “ser santo”, “santificar-se”.

Mas, qual o significado bíblico de Santificação?

Vejamos o que a Palavra de Deus fala sobre este tema; afinal, os Adventistas crêem no princípio evangélico da Sola Scriptura, defendido por Lutero, o qual determina que a Bíblia deve ser sua própria e exclusiva intérprete.

1. Alguém ou algo separado por Deus para uso ou serviço

a) Pessoas
“Vós Me sereis de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” – Êxodo 19:6.

“Disse o Senhor a Moisés: Consagra-Me todo primogénito; todo aquele que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel” – Êxodo 13:1, 2.

b) Tempo – sábado
“Lembra-te do dia de sábado, para santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” – Êxodo 20:8-11.

c) Dízimos – Bens e Rendas
“Também todas as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor… No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passa debaixo da vara do pastor, o dízimo será santo ao Senhor” – Levítico 27:30, 32.

d) Animais
“Consagra-Me todo primogénito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais” – Êxodo 13:2.

Santificação não é sinónimo de conduta. Ser “santo” não significa ser “inerentemente bom”, ou que “não se peca mais”.

“Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos” – 1Coríntios 7:14.

O esposo (ou a esposa) incrédulo é santificado pelo relacionamento com o cônjuge crente. Neste sentido, a ideia básica de santo é a de “separado”.

Em Romanos 1:7 e Filipenses 1:1, Paulo chama os membros da igreja “santos”. Eles eram santos porque foram chamados por Deus e estavam em Cristo.

2. Santificação como um fato consumado
“Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas… De quanto mais severo castigo julgais vos será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” – Hebreus 10:10, 29.

Não existe uma santificação parcial. Ela é completa (cf 1Cor. 1:2).

O desenvolvimento do cristão não é para a santificação, mas na santificação. A contração “na” dá ideia de completo, mas também de desenvolvimento.

“…nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” – 1Cor. 6:10, 11.

Conforme já sabemos, santificação envolve comunhão e conduta. Assim, podemos afirmar que, em termos de relacionamento (comunhão), o crente está completo, mas em termos de conduta está incompleto.

3. Santificação como processo progressivo, em desenvolvimento
“Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” – João 17:17.

Crescer na santificação não é ter hoje dez hábitos maus e amanhã apenas nove hábitos maus. O crescimento não é visto em ter menos, em diminuir atos, mas em “santidade”.

“Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade o temor de Deus” – 2Cor. 7:1.

A tensão entre o real e o ideal na santificação

“Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” – Mateus 5:48.

Esse verso tem sido muito mal utilizado por aqueles que acreditam, equivocadamente, que o crente precisa ser “perfeito”, no mais amplo sentido desta palavra.

O contexto do verso 48 são os versos 43 a 47. A exortação que Jesus nos faz quanto a sermos “santos” (ou “perfeitos”) como Deus, está relacionada com o amor que devemos ter para com o próximo, inclusive os inimigos. Deus ama a todos os Seus filhos… todos! (cf Rom. 4:5; 5:8).

Vejamos o que o Espírito de Profecia diz sobre esta situação:

“Como Deus é santo na Sua esfera, assim deve o homem caído, mediante fé em Cristo, ser santo na sua” – Atos dos Apóstolos, pág. 559.

Para resolver a tensão entre o real e o ideal, Ellen White apresenta a perfeição relativa na esfera pessoal. Como exemplo, podemos mencionar a semente. Ela é perfeita em cada fase do seu desenvolvimento:

Semente – broto – ramos – flores – fruto

Conclusão:
Como cristãos, temos um ideal a alcançar, mas este só será atingido quando Cristo voltar. Contudo, não é preciso vivermos em estado de tensão e angústia no presente, pois somos perfeitos em cada passo do nosso viver com Cristo, pois é NELE que Deus procura a nossa perfeição.

E como eu posso verificar se estou “crescendo” no processo de santificação?

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio…” (Gál. 5:22-23).

O perfeccionismo não existe nesta vida. Por isso, a salvação JAMAIS foi ou será pelas nossas “boas” obras. Somente através de Jesus, e n´Ele só, é que alcançamos a justificação (passado), a santificação (presente) e a glorificação (futuro).

Adaptado da apostila de Soterologia (SALT-IAENE)


Pr. Gilson Medeiros

sábado, 12 de outubro de 2013

A Moeda Perdida e a Graça de Deus

Introdução:
Esta parábola está inserida dentro de duas outras também conhecidas: a da ovelha perdida e a do filho pródigo.
Eram 100 ovelhas e uma se desgarra do rebanho e se perde. O pastor não se apercebe imediatamente, mas ao contá-las e notando a falta volta pelo caminho em busca da que se extraviou. O filho pródigo não foi perdido, mas se perdeu por não ter a noção exata da força do pecado.

Ler o texto: “…Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” (Lucas15:8-10)

Que moeda era essa? Possuía algum valor?
A dracma era a moeda grega, e também utilizada como medida de peso. O seu valor era o de um oitavo de uma onça de ouro, ou três gramas e quinhentos e oitenta e seis miligramas.
Dracma é o nome da moeda na Grécia (agora usa-se o Euro)
Era uma moeda de prata. Semelhante a moeda de prata dada pelo bom samaritano ao hospedeiro para tomar conta do que havia sido ferido (ele deu duas) e as trinta moedas pagas a Judas para trair Jesus.

Notemos os detalhes da parábola:
1. Diferentemente das outras perdas, esta moeda foi perdida. Estava na posse da mulher e foi perdida dentro da própria casa, ou seja: estava na casa, mas estava perdida.
2. A mulher possuía 10 moedas e perdeu apenas uma, retendo ainda nove.
3. A mulher deu falta da moeda.
4. Ao dar pela falta, imediatamente colocou em ação um plano para encontrar a moeda:
• Acende a candeia – Iluminar todos os aposentos e ter a luz perto dos olhos para ver bem.
• Varre a casa – Imagino que depois de procurar, ela percebe que somente varrendo cada canto da casa será possível achar essa moeda. Vasculhar em todos os lugares.
• Busca com diligência até a achar – Buscar diligentemente é usado mais uma vez no NT. Em Mt 2.8 quando os magos são instruídos por Herodes para buscar diligentemente o menino, pois também ele queria adorá-lo (averiguar com exatidão).
5. Quando encontra a moeda ela faz isso notório:
• Convoca as amigas e vizinhas,
• Compartilha o seu contentamento, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida.
* Alegrar é a mesma expressão usada pelo pastor no verso seis. A expressão correta aqui é regozijar.
* Na volta do filho pródigo usa-se duas expressões: celebrar conf. vs 23, 24, 29, 32 e também é usada em 1Co 5.8; e alegrar.

Aplicações para a nossa realidade:

O que representa a dracma? Vi de tudo nas pregações disponíveis na Internet. Geralmente se faz alegorias. Assim, a moeda representa a perda da verdade, dignidade, amor, oração, jejum, evangelismo e prazer espiritual e muitas outras coisas.

Como podemos então aplicar essa parábola? Creio que precisamos olhar dentro do contexto das três parábolas.
1. Tudo o que se perdeu era coisa semelhante. Não creio que as parábolas representem os perdidos que estão no mundo.
• A ovelha perdeu-se das outras ovelhas
• O filho abandonou o seu pai e irmão
• A moeda foi perdida das outras moedas
2. O lugar de onde foi perdido ou desgarrado representa um lugar seguro. No caso das ovelhas é um aprisco construído no deserto e no caso do filho é a casa do pai. Em relação à moeda, ela foi perdida de sua proprietária. Se usarmos a parábola da ovelha e a do filho pródigo simbolizando a igreja (ou o céu), porque não também em relação à moeda?
3. Há muitos tipos de perdas representados aqui:
• Perde-se no caminho ou a caminho atraído por outras luzes coloridas que exercem grande atração sobre os cristãos;
• Perde-se por causa da insatisfação e da curiosidade em saber o que está do outro lado da porta;
• Perde-se em decorrência da falta de uso. Um talento que se perde porque não foi colocado para trabalhar e gerar mais benefícios.
4. O nosso tema é a perda da moeda.
• Perdeu-se dentro da própria igreja (lugar seguro)
• Perdeu-se por inércia, por morosidade
• Perdeu-se por causa de algum pecado
• Perdeu-se por falta de compreensão do seu valor e do que representa para a comunidade
• Perdeu-se por não compreender seu papel na missão de Deus
5. As igrejas estão repletas de pessoas perdidas (não no sentido de não-salvas). São nossos irmãos e irmãs cujas vidas cristãs não foram desenvolvidas e cujos talentos foram enferrujados.

A grande lição da parábola, qual é?

1. Toda seja o mesmo de Cristo: buscar o perdido e se alegrar com seu retorno. A perda deveria produzir algum tipo de dor. A ausência e a desvalorização do outro devem causar em nós estranheza. O outro quando não está com os outros deveria ser notado.
2. O nosso olhar comunitário deve ser igual ao da mulher. Alguém não está aqui.
3. A nossa ação comunitária deve também ser a mesma. Fazer todos os esforços para encontrar o perdido. Segundo o Ap. Paulo quem busca os perdidos são os espirituais (Gl 6). Obs. Na igreja temos somente dois tipos de pessoas: os espirituais e os perdidos.

Não podemos duvidar da possibilidade do retorno do perdido. O comentário que originou as três parábolas foi este: “[Jesus] recebe pecadores e come com eles”.

Esta a missão de Cristo e este é o gatilho que dispara os fogos de artifícios para dar inicio à festa. Nas três parábolas houve festa. Infelizmente para os publicanos evangélicos essas parábolas são boas novas para os perdidos. Elas avisam que a misericórdia de Deus ainda está viva e ativa.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O amor à Casa de Deus – Reverência

“Eu amo, SENHOR, a habitação da tua casa e o lugar onde a tua glória assiste”
Salmos 26.8

Introdução: A casa de Deus hoje somos nós como “santuário do Espírito Santo” (I Coríntios 3.16). Contudo, o lugar de adoração chamado de templo também deve ser respeitado como um lugar especial para a presença de Deus. Onde aprendemos e passamos pelas maiores experiências de nossas vidas não pode ser considerado um lugar comum.
O propósito deste estudo é fortalecer o respeito em nossas igrejas e não mistificar o templo físico como se fosse a única habitação de Deus (Isaías 66.1). No tempo do Antigo Testamento, o templo era reverenciado pelo povo e este sentimento respeitoso nos ensina muito como devemos amar nossas igrejas.
Você ama a Casa de Deus?
Veja como os Salmos falam do amor à Casa de Deus:
1- A Casa de Deus é um lugar para toda vida: Salmos 27.4 “uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida...”
O trânsito religioso é um fenómeno mundial que tem levado as pessoas a trocarem de igreja de tempo em tempo. O capitalismo moldou a mente da sociedade para consumir serviços comprando cada dia em um lugar que lhe traga mais benefícios. Deste modo as pessoas estão indo às igrejas que mais lhe agradam para consumir um serviço religioso. Isso é percebido nas estatísticas que comprovam que a maior parte das pessoas que chegam a uma igreja vieram de outra denominação.
A Palavra de Deus ensina que devemos viver para sempre na presença de Deus. O salmista declara que almeja “habitarei na casa do Senhor para todo sempre” (Salmos 23.6). Um grande exemplo são as famílias que dedicam toda sua vida numa igreja e servem a Deus juntos por gerações, unidos na presença de Deus.
Você está na sua igreja há quanto tempo?
Não pense em sair nunca!

2 – A casa de Deus é um lugar de Glória: Salmos 29.9 “no seu templo tudo diz: Glória”
Tanto o Tabernáculo feito por Moisés como o templo construído por Salomão, eram esplêndidos. Construções de marcar a mente e o coração de qualquer visitante. Entretanto a presença de Deus era ainda mais forte do que toda a beleza deste santuário. Quando Salomão foi inaugurar o templo, enquanto as pessoas admiravam a formosura da edificação, Deus veio com sua glória em forma de uma nuvem e cobriu tudo para mostrar que sua presença é a coisa mais importante deste lugar (II Crónicas 7.1-3).
Nossos templos devem ser lugares bonitos e bem cuidados. A dedicação que damos ao lugar de oração demonstra nosso carinho por ele. Se cuidamos de nossa casa, devemos fazer o melhor pela casa de Deus (Ageu 1.4-9). Contudo a marca maior de nossas igrejas deve ser a presença de Deus. Pouco adianta um salão luxuoso para um evento social apenas se não for marcado pela glória de Deus. Esta busca pela presença do Senhor é cultivada através de oração, jejum, adoração e ministração da Palavra de Deus.
Você sente a presença de Deus em sua Igreja?
Busque sentir a Glória de Deus!

3- A Casa de Deus é um lugar de Misericórdia: Salmos 48.9 “pensamos, ó Deus, na tua misericórdia, no meio do teu templo”
Na história da salvação, o templo foi uma estratégia Divina para que as pessoas tivessem um lugar onde encontrassem o perdão para os seus pecados. Mesmo debaixo da lei, o pecador ia ao templo com seu sacrifício e voltava aliviado de suas culpas.
Misericórdia significa perdão e compaixão. A Igreja deve ser um lugar onde há aceitação do próximo, compreensão e inclusão de pessoas discriminadas. Um lugar onde você pode contar seus problemas sem ser recriminado e receber um abraço carinhoso. A igreja não é um lugar de pensar em leis e sim em misericórdia.
Muitas igrejas se enchem de regras que fazem as pessoas sempre pensarem que estão em falta com alguma coisa. Isso se torna um legalismo que impede a aceitação de um para com outro e para com Deus. A Igreja não é lugar de julgamentos e sim de misericórdia. Na casa de Deus recebemos a proclamação do perdão de nossos pecados e devemos também perdoar ao próximo. Não devemos fazer nada pensando no merecimento próprio ou de qualquer pessoa, pois não somos dignos, mas pela misericórdia.
A sua Igreja é um lugar acolhedor?
Faça tudo na igreja por misericórdia!

4- A casa de Deus é um lugar de Cuidado: Salmos 69:9 “o zelo da tua casa me consumiu”
O Tabernáculo e o Templo eram guardados 24 horas por dia. Havia escalas de levitas para ministrar adoração ininterrupta. Os levitas revezavam- se em turnos para dar conta do serviço. Eram tantas as funções que era preciso muita gente envolvida. Por isso o salmista fala do ‘zelo’ pela casa de Deus.
Muitas igrejas têm uma agenda cheia de programações levando os membros ao ativismo religioso. Com isso as pessoas passam muito mais tempo a fazer coisas na igreja do que realmente a buscar a presença de Deus ou a dedicar-se ao seu próximo.
Quem realmente é dedicado ao ministério que exerce, sabe quanto esforço é necessário para fazer o melhor. São anos de preparação e horas de planeamento para qualquer atividade. Todo este zelo mostra o amor ao que faz sabendo que “no Senhor o vosso trabalho não é vão” (I Coríntios 15.58).
Quanto tempo dedica à igreja?
Faça o seu melhor para Deus!

5- A Casa de Deus é um lugar muito Especial: Salmos 84.1-4 e 10 “pois um dia nos teus átrios vale mais que mil, prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade”
O templo marcava a vida das famílias de Israel que todos os anos subiam para Jerusalém para as festas dos Tabernáculos, Pentecostes e principalmente a Páscoa. Para isso se preparavam o ano todo com expectativa de ver novamente a Casa de Deus.
O salmista declara seu prazer pela Casa de Deus dizendo que é o melhor de todos os lugares de sua preferência. Observa que havia passarinhos que faziam seus ninhos e compreende que este comportamento seria porque também têm prazer em estar na presença de Deus (Salmos 84.3).
Do mesmo modo a igreja é um lugar onde apresentamos nossas crianças, educamos os filhos, comemoramos datas especiais, confraternizamos com os irmãos nossos melhores momentos e também choramos entregando as tristezas na presença de Deus. Quem ama a Casa de Deus tem o templo como lugar de suas maiores emoções.
A igreja é um lugar especial para você?
Dedique seus melhores momentos na Casa de Deus!

6 – A casa de Deus é um lugar de Santidade: Salmos 93.5 “à tua casa convém a santidade, Senhor para todo sempre”
Para servir no santuário era preciso muita preparação. Se o sacerdote estivesse em pecado sabia que seria exterminado. Antes de ministrar era preciso santificar-se para não estar em pecado.
As pessoas que somente iam fazer orações ficavam lá fora no átrio. Os levitas que adoravam a Deus ministravam mais a dentro, no lugar santo. Somente o sumo-sacerdote podia ir ao Santo dos Santos e nunca sem oferecer o sacrifício pelo pecado (Hebreus 9.7). Este era um processo de santificação para chegar até à presença de Deus.
A Igreja é um lugar de santificação. Através do sangue dos Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, o pecador recebe o perdão dos pecados sendo santificado “o sangue de Cristo ... purificará a nossa consciência” (Hebreus 9.14). Através da pregação da Palavra de Deus o cristão vai santificando sua vida a cada dia (João 17.17).
O comércio religioso fez de muitas igrejas um lugar mais parecido com um shopping do que com um templo. Isso irritou muito o Senhor Jesus quando chegou ao templo e viu pessoas a comprar e a vender, porque ali é “chamada Casa de Oração” (Mateus 21.13) e não de comércio. Precisamos fazer da igreja um lugar mais de consagração a Deus do que de vontades humanas.
A sua igreja ensina sobre santidade?
Santifique a sua vida para servir a Deus!

7- A casa de Deus é um lugar de Alegria: Salmos 122.1 “alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”
O povo de Israel subia para o templo cantando os hinos de romagem conhecidos como ‘cânticos de degraus’ entre os Salmos 120 a 134. A cada etapa da subida para Jerusalém paravam e cantavam. Esta era uma forma de expressar sua alegria em visitar a casa de Deus. O Salmo 137 descreve a tristeza do povo no cativeiro que nem conseguia cantar porque estavam distantes do templo.
A Casa de Deus é um lugar de satisfação, pois “bem-aventurado aquele a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios, ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa – o teu santo templo” (Salmos 65.4). O servo de Deus encontra prazer em servir ao Senhor (Salmos 1.2). Desde a música até cada detalhe do culto deve ser feito com muita alegria (Salmos 100.1,2).
Os nossos templos devem ser bem ornamentados proporcionando um ambiente alegre. Desde a música e tudo no culto devem ser exultantes com linguagem motivadora que traga ânimo a todos. Momentos de confraternização e descontracção podem ser formas de alegrar a comunidade de fé.
Você tem alegria em ir à Igreja?
Sirva a Deus com prazer!
Ame sua igreja como a Casa de Deus!

CONCLUSÃO: “entrarei na tua casa e me prostrarei diante do teu santo templo no teu temor” Salmos 5.7
Precisamos restaurar o temor ao entrar na casa de Deus. A desmistificação do templo como lugar da presença de Deus fez com que as pessoas se tornassem cépticos com a relação a igreja, sem contar com as decepções com a instituição e liderança. Mesmo assim a Casa de Deus deve ser um lugar especial para cada cristão e “guarda o teu pé quando entrares na casa do teu Deus” (Eclesiastes 5.1).

Você sente respeito por sua Igreja?