Era paragem obrigatória de turistas, símbolo máximo da
economia ocidental e, com os seus 417 metros, duas das mais altas torres do
mundo. Mas tudo isso foi antes do dia 11 de Setembro de 2001. Agora, as Twin
Towers não passam de uma recordação que dificilmente se apagará da memória de
todos os que, directa ou indirectamente, viveram a tragédia.
O dia mal tinha começado na costa Leste dos Estados Unidos.
Eram precisamente 8h45, horas locais, mais cinco em Portugal, quando um avião
comercial, um Boeing da American Airlines, embateu na torre Norte do World
Trade Center, na Baixa de Manhattan.
Um ´acidente´ que parecia impossível. De olhos postos nos
céus de Nova Iorque, minutos depois, o mundo assistiu, em directo, ao embate de
outro Boeing na torre Sul, vendo a realidade ultrapassar a ficção. E percebeu
que não era acidente e sim um acto do mais cruel terrorismo.
O mundo ficou em suspenso. Famílias de todo o mundo
começaram a telefonar. De um momento para o outro toda a gente tinha um
familiar que ou estava de visita às Torres ou lá trabalhava… a resposta era
invariavelmente: ”desaparecido”. Depois, sim depois os caixões cobertos com a
bandeira Americana levaram muita gente a parar para reflectir sobre a vida e a morte, e em como confortar as
famílias dos que morreram.
Talvez este acidente tenha sido muito longe de nós!
Recordamos com maior dor o que se passou na “Ponte da Morte” ou a Ponte de
Entre Rios (Portugal), fez um ano recentemente. Temos as imagens dos corpos que
eram retirados do rio, os caixões, os cemitérios, as flores lançadas ao rio em
memória de 36 corpos que não foram resgatados ao rio Douro.
O primeiro princípio que a Bíblia apresenta pode não parecer
tão encorajador à primeira vista. Ele é, de facto, triste. Em Génesis 3,
descobrimos certos aspectos da vida que Deus revelou a Adão e Eva imediatamente
após o pecado e a morte entrarem em cena: "No suor do rosto comerás o teu
pão, até que tornes à terra; pois dela foste formado: porque tu és pó e ao pó
tornarás." Génesis 3:19
As Escrituras enfrentam a morte humana abertamente. Elas não
tentam imaginar a morte distante. Noutras passagens bíblicas o homem é descrito
como "um sopro que passa e que nunca mais volta", ou uma "flor
que murcha".
Mesmo no Novo Testamento encontramos esta aceitação da
natureza passageira da existência humana. Tiago escreveu isto para alguns dos
seus arrogantes contemporâneos: "... que é a vossa vida? Sois apenas como
neblina que aparece por instante e logo se dissipa". Tiago 4:14
Uma neblina que se dissipa. E o que mais chama a atenção de
quem conhece a Palavra de Deus é que em nenhum lugar da Bíblia encontramos
passagens sobre a imortalidade da alma do homem, ou que o espírito que nos
anima é eterno, depois da morte do corpo. Tais frases não estão na Bíblia.
Mas muitas pessoas associam a ideia de que a imortalidade da
alma é de origem cristã; e cristãos procuram animar outros cristãos com a ideia
de que a alma é imortal! Mas as Escrituras deixam muito claro que por causa do
pecado o homem é sem excepção, mortal. Ou seja, que quando o corpo morre, acaba
todo o tipo de vida que animava esta pessoa! Será que isto quer dizer que não
existem bases para a esperança além-túmulo? O nosso destino eterno é o pó?
Ah, queridos amigos, a Bíblia, na realidade, está repleta de
esperança como iremos ver; mas ela dirige tal esperança numa única direcção.
Ouçam esta entusiástica oração de Paulo: "...bendito e único Soberano, o
Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita
na luz inacessível..." I Timóteo 6:15,16
Reparem no texto, "o único que possui
imortalidade". Este é o ponto de partida da esperança na Bíblia. Só Deus é
imortal. Esta é a primeira resposta que devemos procurar!
Quando procuramos perceber o significado da vida e da morte,
(aqueles caixões cobertos com bandeiras), devemos buscar esperança somente em
Deus.
Se assim não for é fácil mergulhar no desespero e aceitar
teorias erradas. Há pessoas que tentam até captar algum traço de uma vida anterior,
e colocam as suas esperanças na reencarnação. Porém, essa ideia pouco a pouco
torna-se para muitas pessoas, em angústia e medo. Começam a ver vultos em casa,
a ouvir vozes de pessoas que já morreram. E isto torna-se tão doloroso!
Recordo-me quando era jovem, a minha irmã vivia apavorada
porque via em nossa casa a cabeça de pessoas mas não via o resto do corpo. A
minha mãe ouvia correntes arrastarem-se à noite diante da porta da nossa casa.
Recordo-me de ter visto coisas tão estranhas, não quero falar sobre isso. Eu
sei que muitos dos que me ouvem, sabem por experiência pessoal do que estou a
falar. Vocês também têm sofrido, estou seguro!
A Bíblia é clara, meu amigo: somente Deus é imortal. Nossa
esperança está n’Ele e em mais nada. Encontrar um caminho para o além da
sepultura, só é possível em Deus, na Palavra de Deus e com a ajuda do Espírito
Santo.
Reconheço que para uma pessoa que ouviu falar que a alma vai
para o Céu, para o Inferno ou para o Purgatório pode parecer que a Bíblia é
difícil de compreender quando diz: “Tu és pó e ao pó tornarás”. Tal facto pode
parecer um problema demasiado grande para muitas pessoas. Afinal, Deus, o único
eterno, é também descrito como O que habita na luz inacessível.
Bem, é aqui que é apresentado o segundo grande princípio da
Bíblia sobre a imortalidade. O apóstolo amado proclama alto e claro: "...que
Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu filho. Aquele que tem o
filho tem a vida; aquele que não tem o filho de Deus não tem a vida." I
João 5:11,12
Esta imortalidade que habita na luz inacessível desceu à
Terra. A vida eterna veio até nós na pessoa de Jesus Cristo. É como se as
riquezas infinitas do Céu fossem condensadas num presente brilhante. E esse
presente é Cristo, o Filho de Deus. A imortalidade é a dádiva que Ele nos traz
da parte do Seu Pai. O apóstolo João esclarece ao dizer: se tiver o Filho, tem
a vida; se não O tiver, não tem a vida.
A Bíblia torna a imortalidade uma questão de relacionamento.
É uma coisa pessoal entre si e Cristo. É uma escolha: ao aceitá-LO, somos
recebidos na vida eterna. Esta é a resposta que cada um de nós precisa, hoje;
uma resposta pessoal, individual.
Aqueles homens, mulheres e jovens que morreram nas Torres de
Nova Iorque, ou os que ficaram no fundo do rio Douro. Foram cada um, um coração
que pulsou, uma história, um rosto, eles sentiram que tinham um encontro com a
morte, mas o mais importante é que eles tenham tido durante as suas vidas um
encontro com Jesus.
Um soldado que esteve na guerra do Golfo Pérsico, quando o
Iraque invadiu o Koweit, ao embarcar foi entrevistado por um jornalista, que
lhe perguntou:
– Tens medo de morrer nesta guerra?
O soldado respondeu:
– Se houver uma bala por lá com o meu nome, tudo bem, será a
minha vez. O que me preocupa é saber se o meu nome está no livro da vida.
Quando li esta entrevista, pensei que o soldado americano se
referia a esta passagem: “Abriu-se outro livro, que é o da vida… O mar entregou
os mortos que nele havia, a morte e o túmulo deram os mortos que neles havia… E
todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago
de fogo.” Apocalipse 20:12-14
Este jovem, se tivesse de morrer, não queria que o seu nome
fizesse parte apenas de uma estatística. Ele queria que o seu nome estivesse no
livro da vida! Ou seja, ele tinha dado a vida a Jesus e confiava.
Ele acreditava que se o seu nome fizesse parte da lista de
baixas, não fosse apenas um número nas estatísticas dos que morreram na guerra!
Ele sabia que há um Céu a ganhar e um Inferno a evitar. O Céu só se ganha
aceitando Jesus como Salvador pessoal. O Inferno só se evita, aceitando Jesus
como Salvador! Este soldado conhecia a passagem que vem a seguir a esta que
lemos: “E vi um novo céu, e uma nova terra… e ouvi uma grande voz do céu, que
dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e
eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”
Apocalipse 21:1,3
Sabem, quando aceitamos Jesus como Salvador, significa que
já não seremos julgados no Juízo Final. O nosso julgamento é na Cruz, e não
pode haver condenação eterna para o pecador que é julgado na Cruz, assim como
não houve para o ladrão arrependido, porque o condenado já foi julgado: Jesus
tomou na cruz o lugar dos arrependidos!
Este jovem soldado amava as notícias que Jesus tinha vindo
trazer a esta Terra. Ele sabia que a vinda de Jesus à Terra era o modo de Deus
dizer: "meus filhos, vocês são tão importantes para mim, sim, cada um
individualmente. Quero conhecer cada pessoa que nasce na Terra, quero ter uma
relação pessoal com cada pessoa, e quero que Me aceitem para que possamos
desfrutar juntos a vida eterna". O soldado queria estar no livro de Deus,
no livro da vida!
Que triste haver tanta gente, gente tão boa, gente que se
preocupa com a família, não querem que nada falte aos seus filhos. Mas esquecem
o presente que o Pai do Céu tem para oferecer aos Seus filhos. Quem é o pai ou
mãe que não ficaria triste se os filhos recusassem os seus presentes... mas
estão tão pouco preocupados com o presente de vida que o Pai do Céu tem para
cada um?!
Deus percorreu grandes distâncias para nos dar segurança
sobre como podemos ter esperança além da morte. Vejam o que o Salvador disse: "Em
verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a
vida.” João 5:24
O apóstolo Paulo diz o seguinte o Filho de Deus: "a
imagem do Deus invisível" e continua: "porque nele foram criadas
todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis..."
Colossenses 1:15,16
Jesus Cristo é o Criador. É Ele quem nos dá a garantia da
vida eterna. Foi Ele quem fez todas as criaturas que povoam a Terra. Ele é
Aquele que formou Adão do pó da terra. E amigo, Ele é aquele que nos chamará de
novo do pó, nos levantará da morte e dará a vida eterna pelo Seu poder! Ele pode
fazer isso.
Homens e mulheres que enfrentam os horrores de ver um filho
morrer, a esposa, o marido, o pai a mãe, ou um irmão ou irmã descer ao túmulo
precisam saber a verdade luminosa de Deus, a verdade que traz paz! Como é difícil
para a mãe, irmão ou esposa que choram um ser querido que morreu, agarrar-se à
esperança, se continuam a crer que este ente querido anda a errar no espaço,
entre o céu e a terra! Como podem agarrar-se à esperança, se não lhes ensinaram
as coisas correctas? O correcto é o que diz a Palavra Santa. Esta é a única
Palavra Santa!
Há pessoas a quem foi ensinado que os mortos podem andar errantes,
tristes, a sofrer porque têm alguma coisa a pagar, que querem falar com a
família porque têm algum pecado a espiar!
Há uma passagem bíblica que nos ilumina: “Porque os vivos sabem
que hão-de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma… mas a sua memória
ficou entregue ao esquecimento. O seu amor, o seu ódio e a sua inveja já
pereceram… Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças,
pois na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projectos, nem
conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9:5,6,10
Jesus virá no dia final, para julgar os vivos e os mortos
mas os que tiverem o nome no Livro da Vida, Jesus os chamará como chamou Adão e
como chamou Lázaro que esteve morto quatro dias, já cheirava mal, estava em
decomposição. Jesus pode criar do nada. O segredo para ter vida eterna é ter o
nome no Livro de Deus. Não procure a imortalidade numa alma imperecível; não
tente ouvi-la no sussurrar de algum espírito, porque então o que ouvirá é a voz
do inimigo, a voz do Acusador, do Enganador.
Pense comigo, “quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o
Filho não tem a vida.” I João 5:12 Já sente o Filho de Deus no seu coração?
Vou abordar um outro aspecto. Algumas pessoas perguntam:
Qual é o tipo de vida que existirá depois da sepultura, quando Jesus vier para
nos ressuscitar para a vida eterna, a nós que estivermos no livro da vida?
Quando Deus soprou o fôlego da vida em Adão, ele tornou-se
um ser consciente. O grande engano que Satanás tem espalhado é o seguinte:
fazer acreditar que a imortalidade é algo gerado dentro de nós.
Esta ideia não sugere vida após a morte, mas o contrário,
sugere morte após a morte. As Escrituras oferecem uma figura bastante definida
da vida eterna no Céu com Deus e com nossos entes queridos. A Bíblia fala dum
lugar real para a vida real com relacionamentos reais. A vida recomeçará num
tempo concreto e preciso, no tempo cronológico.
O apóstolo Paulo, ao explicar à Igreja como será a Segunda
Vinda de Jesus, diz: "...nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última
trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.” I
Coríntios 15:51-53
As Escrituras não dizem que flutuaremos para dentro das
nuvens. A Bíblia diz que Cristo nos recriará e seremos revestidos com a
imortalidade. Será aí que o dom da vida eterna se transformará numa realidade
física. Do pó da sepultura nos levantaremos para a vida eterna, pensando,
sentindo como seres humanos completos, libertos do corpo de pecado que agora
temos. Isto não será uma experiência extracorpórea.
Paulo descreve-a de maneira maravilhosa: "Semeia-se o
corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. ...Semeia-se em fraqueza,
ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo carnal (tendência a pecar),
ressuscitará corpo espiritual." I Coríntios 15:42-44
Cristo, o Criador, nos dará novos e maravilhosos corpos na
Sua vinda, corpos infinitamente melhores que os que temos agora, corpos que,
como Paulo diz "terão a semelhança do homem do céu". Esta é a
esperança que a Palavra de Deus oferece a cada um de nós. E esta é a esperança
que o nosso mundo precisa desesperadamente. Idosos e adultos, jovens e meninos
devem saber que há uma ressurreição, uma ressurreição para a vida física real.
Quem perdeu os seus familiares pode ter a certeza que existe um Céu, um Céu
verdadeiro onde encontraremos os nossos queridos.
Numa guerra, quase há dois séculos, numa época em que os
exércitos de Napoleão atacavam quase toda a Europa, um dos generais de Napoleão
fez um ataque surpresa à pequena cidade de Feldkirch, localizada na fronteira
da Áustria. O povo olhava pelas janelas e via um enorme grupo de soldados
franceses a marchar pelas lindas colinas perto da cidade.
Um conselho de cidadãos foi convocado às pressas e começou a
debater nervosamente se deveriam render-se imediatamente ou tentar alguma
defesa. A situação parecia desesperadora. Mas o velho pastor da igreja
levantou-se diante do conselho e declarou:
"Hoje é o dia da Páscoa. Estamos a contar com as nossas
forças e elas são insuficientes, fracassaremos. Hoje é o dia da ressurreição do
Senhor. Vamos realizar o culto e tocar os sinos como de costume e deixar o
problema nas mãos de Deus. Conhecemos as nossas fraquezas e não o poder de
Deus".
Aquelas palavras produziram um grande efeito naquelas
pessoas em Feldkirch. Decidiram aceitar o plano do pastor. Ele pregou e depois
subiu à torre da igreja e todos ouviram os sinos tocarem alto e claro
anunciando alegremente a ressurreição do Salvador. E aquele som ecoou pelos
vales e colinas até que as tropas francesas ouviram.
Preparavam os canhões e colocavam as baionetas. Os oficiais
concluíram que aquele toque repentino dos sinos significava que o exército
austríaco tinha chegado durante a noite. Rapidamente levantaram o acampamento e
fugiram para França. O perigo tinha passado antes dos sinos da Páscoa pararem
de tocar.
Amigo, não existe melhor notícia no mundo do que a notícia
da ressurreição de Cristo. Somente este evento pode dar esperança às pessoas,
mesmo no meio dos horrores da guerra. Somente esse evento nos oferece a
oportunidade de vida real, de vida eterna para além do túmulo.
Há dois mil anos atrás as mulheres que acompanharam Jesus do
Calvário ao sepulcro onde foi sepultado, ficaram surpreendidas no domingo de
Páscoa. Elas queriam ungir o corpo de Jesus, mas vejam o que aconteceu: “As
mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia, seguiram a José e viram o
sepulcro, e como o corpo fora ali depositado. Então voltaram e prepararam
especiarias e unguentos. E no Sábado repousaram, conforme o mandamento. No
primeiro dia da semana bem cedo, elas foram ao sepulcro, levando as especiarias
que tinham preparado. Acharam a pedra removida do sepulcro, mas quando
entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus.” Lucas 23:55-56 a Lucas
24:1-3
Às vezes tenho a ideia que aquelas mulheres não foram muito
corajosas enquanto Jesus levava a cruz a caminho do Calvário! Parece-me que
caminhavam de forma apática, abúlicas seguem os acontecimentos. Muitas vezes
isto acontece connosco, temos consciência que deveríamos fazer qualquer coisa,
devemos tomar uma decisão por Jesus e seguir-Lhe as pegadas, mas parece que
Satanás nos paralisa!
Porém depois que Jesus foi sepultado, estas mulheres
deixaram despertar todas as suas energias de fé. Foram zelosas na observância
dos mandamentos que Jesus observou. E o Sábado foi o primeiro mandamento que
observaram depois do Senhor Jesus ter sido sepultado.
Depois, e assim que o primeiro dia da semana despontou,
muito cedo, dirigiram-se para o sepulcro, reanimadas e fortalecidas na fé e no
amor genuíno que sentiam por Jesus. Ignoravam o que se tinha passado.
Entretanto, aproximaram-se do horto, dizendo: “Quem nos revolverá a pedra do
sepulcro?” Sabiam que não lhes era possível afastá-la, todavia continuaram. E
eis que os céus se iluminaram com uma glória que não provinha do Sol nascente.
A Terra tremeu. A pedra tinha sido removida. O sepulcro estava vazio.
Enquanto se demoravam por ali, perceberam que não estavam
sós. Viram um jovem de vestes brilhantes sentado ao pé do túmulo. Era o anjo
que rolara a pedra. Tomara a forma humana, a fim de não atemorizar estas amigas
de Jesus. Todavia, brilhava ainda à sua volta a glória celestial, e as mulheres
temeram. Voltaram-se para fugir, mas as palavras do anjo detiveram os seus
passos. “Não tenhais medo”, disse ele: “pois eu sei que buscais a Jesus, que
foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito.
Vinde ver o lugar em que o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos
Seus discípulos que já ressuscitou dos mortos.” Mateus 28:5-7
“Ressuscitou! Ressuscitou!” As mulheres repetem e tornam a
repetir as palavras. Não há, pois, necessidade de unguentos para a unção. O
Salvador está vivo, e não morto. Que dia é este para o mundo! Pressurosas, as
mulheres afastam-se do sepulcro e “com temor e grande alegria, correm a
anunciá-lo aos Seus discípulos.”
Maria foi ao sepulcro e encontrou-o vazio. Foi ter com Pedro
e João, levando a dolorosa mensagem: “Levaram o Senhor do sepulcro, e não
sabemos onde O puseram.” João 20:2
Os discípulos correram para o túmulo e acharam que era como
Maria dissera. Viram o sudário e o lenço, mas não encontraram o seu Senhor.
Encontrava-se ali o testemunho da Sua ressurreição. As roupas do sepultamento
não estavam atiradas com negligência, mas cuidadosamente dobradas, cada uma num
lugar à parte. João “viu e creu”. Ainda não compreendia a escritura que dizia
que Jesus devia ressuscitar dos mortos, mas a voz da fé falou no seu coração, e
compreendeu. Jesus ressuscitou!
Prezados amigos, já alguma vez vos aconteceu, não
compreenderem a Palavra de Deus, mas sentirem a voz da fé que diz: “Este é o
caminho da verdade”? E quanto mais ouvem e se aprofundam na Palavra de Deus,
mais e mais essa fé é forte e vigorosa. Já vos aconteceu não serem guiados pela
opinião pública, mas pela bússola de Deus?
Pedro e João voltaram para Jerusalém, Maria ficou. Ao olhar
o interior do túmulo vazio, o coração encheu-se-lhe de dor. Olhando para
dentro, viu dois anjos, um à cabeceira, outro aos pés do lugar onde Jesus
jazera: “Mulher, por que choras?” Perguntaram-lhe os anjos e ela imediatamente
responde: “Porque levaram o Meu Senhor,” disse ela, “e não sei onde O puseram.”
Eu não critico Maria. Ela amava o Senhor Jesus. Ela tinha
sido perdoada dos seus pecados, todos a tinham abandonado e quiseram mesmo
apedrejá-la. Ela foi uma mulher da vida, uma mulher desprezada. Ela sentiu-se
ninguém. Ela sentia vergonha dela própria. Mas Jesus foi o Único que não a
condenou, o Único que lhe abriu os braços e onde ela pôde encontrar refúgio e a
sua dignidade. Eu não critico Maria, ela amava Jesus. Alguém esta noite sente
amor por Jesus? Alguém esta noite era capaz de continuar ali junto ao túmulo?
Eu era!
Então se você pode estar junto ao túmulo, pode ouvir a voz:
“não chores”. Os olhos dela choravam, procurava Deus ao longe. Porém, de
repente, descobriu Deus perto dela. Ela voltou-se para se afastar, mesmo dos
anjos, pensando encontrar alguém que lhe dissesse o que fora feito do corpo de
Jesus. Foi quando ouviu uma outra voz, que lhe perguntou: “Mulher, por que
choras? A quem procuras?” João 20:15
Através das lágrimas que lhe obscureciam os olhos, Maria viu
a figura de um Homem e pensou que fosse o hortelão, o dono daquele horto. E
disse: “Senhor, se tu O levaste, dize-me onde O puseste, e eu O irei buscar.”
João 20:15
Havia um sepulcro que a voz do próprio Jesus deixara vago:
aquele em que Lázaro jazera. Esse sepulcro de Lázaro estava vazio porque Jesus
tinha ressuscitado o seu irmão. Ela poderia levar para lá o Seu Senhor. Sentiu
que cuidar desse precioso corpo crucificado seria uma grande consolação para a
sua mágoa.
Mas agora, na Sua voz familiar, Jesus diz-lhe: “Maria!” João
20:16 Imediatamente ela percebeu que não era um estranho que a ela se dirigia
e, voltando-se, viu diante de si o Cristo vivo. Na sua alegria, esqueceu-se que
Ele fora crucificado. Saltando para Ele, como que para Lhe abraçar os pés, como
já o fizera no passado, ela disse: “Raboni”. Mas Cristo ergueu a Sua mão e
disse: “Não Me detenhas, porque ainda não subi para Meu Pai. Mas vai para Meus
irmãos, e dize-lhes que Eu subo para Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso
Deus.” João 20:17
E Maria pôs-se a caminho para ir ter com os discípulos, com
aquela alegre mensagem. Jesus subiu às Cortes Celestiais, e ouviu do próprio
Deus a afirmação de que a Sua expiação pelos pecados dos homens fora completa,
de que por meio do Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. O Pai
ratificou o concerto feito com Cristo, de que receberia os homens arrependidos
e obedientes e que os amaria como ama a Seu Filho. Jesus foi ouvir isto da boca
do Pai do Céu: “O varão será mais precioso que o ouro, e o homem sê-lo-á mais
que o ouro acrisolado.” Isaías 13:12
O antigo código legal dos hebreus tinha um princípio
fundamental que regulamentava o direito de defesa do acusado. Porque, nos
tempos do Velho Testamento, a defesa do acusado era um dever tão sagrado, que o
juiz se recusava a delegar esta tarefa a um advogado. Ele mesmo fazia a defesa
do acusado. A enciclopédia judaica explica que: “advogados de defesa são
desconhecidos no direito judeu.” O código legal pedia que os juízes “se
inclinassem sempre para o lado do acusado e lhe dessem o benefício possível da
dúvida.”
Imaginemos: testemunhas do crime apresentavam a acusação,
enquanto o juiz promovia o caso do acusado, sempre a favor de uma absolvição.
Somente quando as provas eram tão evidentes que o juiz não tinha a menor dúvida
que o acusado era culpado, é que ele abandonava a defesa e pronunciava a
condenação. Sistema interessante, não acha?
Nos nossos tempos, nos tempos cristãos, criou-se um outro
ensinamento e por isso muitos cristãos temem enfrentar Deus como seu Juiz. Se
ao menos entendessem o método bíblico de julgamento, eles perceberiam que Ele
está do nosso lado!
Jesus não quis que Maria Lhe tocasse sem antes ir à presença
do Pai para ouvir dos lábios santíssimos, que o Pai estava juntamente com o
Santo Filho do lado do ser humano que pecou, mas que se arrepende sinceramente.
A questão fundamental é esta, quem nos acusa? Se Deus Pai e Deus o Filho nos
defendem, quem nos está a acusar? Sim, acertou – o diabo! A Bíblia diz: “aquele
que acusa os irmãos”, aquele que “nos acusa perante Deus dia e noite,” como
podemos ver em Apocalipse 12:10
Satanás está com ciúmes, porque aqueles que aceitam a defesa
de Jesus irão para um lugar onde ele já foi o anjo mais importante, o príncipe
dos anjos: o Céu. Por isso, ele acusa os filhos de Deus de serem inaptos para
passarem pelos portões de pérolas. Se ele vai ser destruído porque Deus quer acabar
com o pecado e com a morte, Satanás diz: “o ser humano está do meu lado. Também
pecaram e devem sofrer o meu destino. Eles não são merecedores.”
Realmente nós não somos merecedores! Então como é que iremos
escapar das acusações do inimigo? Observe o que está escrito em Apocalipse
12:11 “e eles o venceram pelo sangue do Cordeiro.”
Deus não pode negar a alegação de Satanás de que somos imperfeitos,
que estamos longe do Seu ideal. Mas no sangue derramado na Cruz do Calvário, o
nosso Juiz encontra as provas de que precisa para nos defender e nos declarar
inocentes.
Portanto, em nome de Cristo, Deus rejeita as acusações de
Satanás. Ele endossa a promessa de salvação que nós vivemos em Jesus desde que
O aceitamos. Esta compreensão do julgamento de Deus faz-nos sentir confiantes
quanto à nossa salvação em Cristo. Emocionante! Não acham?
Apelo: Meu amigo, minha amiga! “Porque choras?” Foi a
pergunta que Jesus fez a Maria. Esta noite Jesus ainda faz a mesma pergunta:
“Porque choras?” Ainda não confiou a sua vida a Jesus? Se ainda não colocou a
sua fé no Seu sangue salvador, apelo de todo o meu coração para que o faça
hoje, agora, neste mesmo instante! Porque a vida é efémera e sem Cristo não há
vida eterna!
José Carlos Costa, pastor