Nosso
título é “E Viverem Felizes Para Sempre”. Não é assim que os contos de fada
terminam? O conhecido escritor cristão Chuck Swindoll diz em seu livro Strike
the Original Match (1980) a respeito da pequena Suzie, 4 anos, que ouvira pela
primeira vez a história da Branca de Neve.
“Ela mal
podia esperar para chegar em casa na volta da escola e contá-la a sua mãe. Com
os olhos arregalados e cheios de entusiasmo ela recontou para sua mãe, naquela
tarde, o conto de fadas. Depois de narrar como o príncipe encantador chegou
montado em seu lindo cavalo branco e beijou a Branca de Neve trazendo-a
novamente à vida, a Suzie perguntou sonoramente:
-- E você
sabe o que aconteceu então?
-- Bem, eu
sei – a mãe respondeu. – Eles viveram felizes para sempre.
-- Não! --
foi a resposta com o franzir da testa. -- Eles se casaram” (p. 39).
Um
comentário que revela muito discernimento e proferido pelos inocentes lábios de
uma criança de quatro anos, não é mesmo? O casar-se e o viver felizes para
sempre, necessariamente não são sinónimos! Alguns já chegaram à conclusão de
que essas palavras não possuem o mesmo significado.
Considere o
casamento dos contos de fadas do Príncipe Charles e da Princesa Diana. A jovem
e nobre Diana Frances Spencer, filha de pais divorciados, e vinda de uma
infância infeliz, apaixonou-se pelo solteiro mais cobiçado do mundo, um
príncipe encantador e bonitão. No dia 29 de julho de 1981, três quartos de um
bilhão de pessoas, em 74 países (minha esposa e eu incluídos), sintonizaram a
televisão para assistirem a um magnífico espetáculo coreográfico titulado: “O
Casamento do Século”. Quando o casal real parou diante do Arcebispo de
Canterbury, Robert Runcie, o mundo inteiro ouviu-o proferir a bênção sobre o
Príncipe e a futura Princesa. Este é um trecho do sermão:
“Eis
o epítome do conto de fadas: O Príncipe e a Princesa no dia do casamento! No
entanto, os contos de fadas normalmente acabam aqui com a frase: ‘E Viveram
Felizes para Sempre’. Talvez isto se deva ao fato de as histórias dos contos de
fadas considerarem o casamento como um anticlímax, depois do romance do namoro”
(Brondos, 2004).
Pouco então
o mundo sabia que o casamento celebrado naquele dia, em Londres, iria de fato
se tornar exatamente no que o ministro disse que não se tornaria: “um
anticlímax depois do romance do namoro”. Dezasseis anos, um mês, e uma semana
depois – a princesa por quem o mundo se apaixonou morreu em Paris, vítima de um
absurdo acidente automobilístico. Desta vez, um bilhão de pessoas se reuniram
ao redor de seus aparelhos de televisão para assistirem ao funeral e prantear a
morte da princesa que nunca viveu feliz para sempre.
Casamentos e Famílias
Assediados
Diante
dessa nota sombria, pergunto-lhe: Qual é a verdade a respeito de “casamentos
felizes”? Trata-se de um mito? É um mistério? É um milagre? Ainda é possível
viver feliz para sempre?
Esta na
moda apresentar estatísticas deploráveis a respeito do divórcio para provar que
o casamento é uma instituição combalida. Não irei citar essas estatísticas. O
fato é que a geração atual, chamada de “Geração X” não necessita de
estatísticas a respeito do casamento. Esses jovens são o produto da geração
mais prejudicada na história do mundo. Se você deseja alguns números, tente
estes: A cada 24 horas, 3.533 crianças nascem de mães solteiras, e mais de
2.500 crianças vivem o divórcio ou separação dos pais. Somados, mais de 6.033
crianças, a cada dia, passam a fazer parte da classe de lares desfeitos, de
relacionamentos rompidos e de famílias fragmentadas. E isto apenas nos Estados
Unidos. Não surpreende que a Geração X tenha um retrato muito batido da estabilidade
conjugal. Não surpreende que se distanciem do casamento aos montes!
Este é o
retrato da desesperança? Há esperança para o casamento, uma instituição
combatida e assediada? Pode um lar destruído ser restaurado? Pode uma família
fragmentada ser restaurada? Um casamento ruim pode tornar-se bom? O casamento
bom pode melhorar mais ainda? Pode um amor medíocre se tornar em um amor
maravilhoso? E se eu não me casar, posso também experimentar a maravilhosa
dádiva de Deus da amizade e do amor em minha vida?
Bem, não
desejo prometer-lhe o céu mas, na verdade, tenho boas notícias para todos; ela
está envolta na história de Jesus.
Pregar com Sensibilidade a Respeito do Casamento
Antes de
iniciarmos com as Escrituras e as boas novas em Jesus, posso ser sincero com
você? Hesito um pouco para pregar a respeito do tema do casamento. Em primeiro
lugar, temo que possa dar a impressão de que sou especialista no tema. Não sou.
Na verdade, fiz aconselhamento pré-nupcial para centenas de casais e realizei
muitos casamentos. Ainda, já vivo por vinte e quatro anos e meio a vida de
casado com a Karen (desde o dia em que a pedi em casamento ela respondeu que
sim.) E estes têm sido, em grande parte, anos felizes. No entanto, não estaria
sendo honesto comigo se não admitisse que temos enfrentado nossa parte de lutas
e ajustes conjugais nesse período. Nossos dias não são um mar de rosas. O fato
é que a Karen e eu, juntamente com todos os casados, estamos “no processo” de
permanecermos unidos. A jornada do casamento prossegue. Meu medo é que, quando
eu falar a respeito do casamento, a Karen faça anotações e depois venha a
lê-las para mim nos meus momentos de negligência e esquecimento (“Bem, quanto
àquele sermão de casamento que você proferiu ...!”)
Meu segundo
motivo para hesitar decorre de minha percepção de que nem todos os que ouvirão
são casados. Alguns são solteiros por opção ou por circunstâncias sobre as
quais não têm controle. Estou preocupado de que alguns possam concluir que o
casamento seja a única fórmula prescrita para a felicidade humana. O
apresentador de televisão, Art Linkletter, perguntou a uma menina pequena:
“Qual é sua história bíblica favorita?” A resposta foi, a história de Noé.
“Verdade? E o que essa história lhe diz?” ele prosseguiu. “Bem, os animais
entraram de dois em dois; portanto você deve se casar se não quiser ficar para
trás”. Realmente não creio que esta foi a lição que Deus pretendia! Gostaria
que os solteiros encontrassem na história que estou por contar alguns
princípios vitais para tornarem seus relacionamentos o mais satisfatórios e
gratificantes que possam ser.
Por fim,
hesitei em falar a respeito do casamento porque sei que há corações muito
magoados que também estarão ouvindo, algumas pessoas queridas cuja peregrinação
conjugal as levou ao divórcio. Sei que não importa há quanto tempo este tenha
ocorrido, a dor permanece. As pessoas que passaram pelo divórcio dizem que as
feridas, que a dor e as cicatrizes são profundas. Assim sendo, eu hesitei ...
Por temer que, de alguma forma, possa fazer parecer que as pessoas casadas
estão criticando ou condenando aqueles que sofreram a dor do divórcio e que se
sentem fracassados. Deus não castiga ou condena. Não é essa minha intenção
também. Tampouco a Igreja procede dessa forma!
Jesus está envolvido
na tarefa de oferecer cura e esperança. Ele Se dispõe a fazer isso por aqueles
cujo casamento acabou como também por aqueles que estão sobrevivendo no
casamento, ou seja, todos os que estamos casados! Sim você está certo. O
projeto de Deus para a felicidade no Jardim do Éden, no princípio, era que o
casamento fosse uma feliz realidade para a raça humana. Mas não vivemos em um
jardim perfeito; vivemos em um mundo caído. Portanto, em meio a nossos
fracassos e faltas, Deus Se adianta com uma palavra de esperança e cura para
cada um de nós: solteiros, casados, divorciados, viúvos, casados novamente – a
todos nós.
O Segredo Divino para a Realização e Amizade no Casamento
Deixando a
indecisão de lado, voltemos à esperança e à cura oferecidas por Cristo.
Consideremos atentamente um único evento na vida de Jesus, um incidente que tem
muito que ver com os casamentos e que ultrapassa os limites deste e toca a
todos nós. Leiamos João 2:1-10:
“No
terceiro dia houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava ali;
Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento. Tendo
acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: ‘Eles não têm mais vinho’. Respondeu
Jesus: ‘Que temos nós em comum, senhora? A minha hora ainda não chegou’. Sua
mãe disse aos serviçais: ‘Façam tudo o que ele lhes mandar’. Ali perto havia
seis jarros de pedra, do tipo usado pelos judeus para as purificações
cerimoniais, cada jarro com capacidade para setenta e cinco a cento e quinze
litros. Disse Jesus aos serviçais: ‘Encham os jarros com água’. E os encheram
até à borda. Então lhes disse: ‘Agora, tirem um pouco e levem-no ao encarregado
da festa’. Eles assim o fizeram, e o encarregado da festa provou a água que
fora transformada em vinho, sem saber de onde este viera, embora o soubessem os
serviçais que haviam tirado a água. Então chamou o noivo e disse: ‘Todos servem
primeiro o melhor vinho e, depois que os convidados já beberam bastante, o
vinho inferior é servido; mas você guardou o melhor até agora’.”
Eis aqui o
segredo do casamento, o segredo para cada relacionamento. Ele se encontra na
exclamação surpreendente do mestre de cerimónias do noivo: “você guardou o
melhor até agora”. Outra tradução diz: “Você guardou o melhor até o fim!” Jesus
provê o melhor, quer na cerimónia, no casamento ou na vida! Quando você tem
Jesus, tem a Fonte do milagre. Jesus, o Salvador do Casamento. Jesus, Aquele
que opera milagres. Jesus, O Parceiro no casamento.
Um
Casamento a Três. No plano estratégico de Deus para a felicidade no casamento
sempre são necessárias três pessoas. Ainda, os três são necessários para que a
amizade seja eterna! Este princípio vital é poderosamente expressado no livro
de Eclesiastes. “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho” (4:9). “Melhor é serem dois do que um” – todos os que desejam uma
amizade sabem que certamente isto é verdade, não é mesmo?
Quando eu
era estudante universitário, uma banda australiana chamada Three Dog Night
cantava uma música chamada “Um”, transmitindo uma mensagem que todos
reconheciam: “Um é o número mais solitário que você fará”. Necessitamos de
outras pessoas em nossa vida. Na verdade, há uma nova compreensão na velha
música da Bárbara Streisand: “As pessoas que necessitam das pessoas são as pessoas
mais felizes no mundo”. Agora sabemos que as pessoas que necessitam de outras
pessoas são as mais saudáveis também!
Na década
de 1970, Leonard Syme, professor de epidemiologia na Universidade da
Califórnia, em Berkeley, estava tentando descobrir porque os homens japoneses
que viviam na Califórnia tinham de duas a cinco vezes mais ataques cardíacos do
que os homens com os mesmos níveis de colesterol que viviam no Japão. A
diferença era os laços sociais próximos e o companheirismo. A maioria de nós,
quando somos um, desejamos ser dois. Esse anelo que se manifesta no desejo de
companheirismo é o elemento que forma a amizade!
Leia
novamente Eclesiastes 4:9-11:
Melhor
é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se
caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo,
não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão;
mas um só como se aquentará?
Mas se você
deseja fazer a conta aritmética da força, durabilidade e do poder, poderá somar
mais um para obter três! Continuemos a ler o verso 12:
Se
alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três
dobras não se rebenta com facilidade.
Esta é uma
ilustração que tenho usado nos sermões de casamento: Utilize um cordão ou corda
decorativa, do tipo usado para reservar bancos em ocasiões especiais. Note-lhe
a composição; ele é feito de três fios. Quando trançados, o resultado é uma
corda com incrível resistência. Isto é precisamente o que a Escritura deseja
transmitir! A presença de Cristo dá força ao casamento.
Criados para o Relacionamento
Volte
comigo para o dia em que Deus estabeleceu o casamento no Jardim do Éden!
Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. (Gén. 1:27).
Deus é um
Ser relacional que vive e ama a amizade. Por que então deveria alguém se
surpreender de que os seres humanos, que Ele criou à Sua própria imagem,
reflitam essa mesma fome por