terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Quem são os Anjos?


Certo "evangelista havia batizado uma mulher cujo marido estava muito irado porque sua esposa se tornara adventista. Ele jurara que mataria o evangelista na primeira reunião de oração – ele sabia o costume, como após o hino todos se ajoelhavam em oração, tendo a cabeça baixa e os olhos fechados. O pregador estaria bem à frente. Seria fácil avançar depressa e cortar-lhe a cabeça.

"Assim, na reunião de oração daquela noite o homem se postou do lado de fora do salão onde a reunião tinha lugar. Na mão ele tinha uma faca, bem afiada e pronta para entrar em ação. Quando os irmãos se ajoelharam, ele avançou silenciosamente. Todas as cabeças estavam baixadas. Ninguém o pressentia. Então subitamente ele deixou cair a faca e saiu correndo. Mais tarde contou por quê. Disse que ao aproximar-se do evangelista de joelhos, um anjo de asas estendidas o olhou fixamente. Aterrado, deixou cair a faca e fugiu." (Meditações Matinais, 1972, p. 167).

– Salmos 34:7 – Mas quem são os anjos?

I – OS ANJOS

A – A Origem dos Anjos
a) Foram criados por Deus: – Sal. 148:2 e 5
b) O fato de serem criaturas está implícito em I Tim. 6:16.
c) O tempo da criação dos anjos é deixado indefinido na Bíblia, apenas sabemos que quando foram lançados os fundamentos da Terra os anjos já existiam: – Jó 38:4.7 ("estrela da alva" = anjos, cf. Isa. 14:12)

B – A Natureza dos Anjos
a) São seres criados mas são seres humanos glorificados:
– Mat. 22:30 (nós seremos "como os anjos", e não anjos)
– Gên. 3:22-24 (os anjos já existiam antes da morte de algum homem)
b)São seres espirituais: – Heb. 1:14

C – As Características dos Anjos
a) Possuem grande poder: – Sal. 103:20; Mat. 28:2 (uma pedra de 2m, de diâmetro por 30 cm. de espessura, pesaria cerca de 4 ton.)
b) São mais sábios do que o homem, entretanto não são oniscientes: – Mat. 24:36
c) Locomovem-se rapidamente: – Ezeq. 1:14; 10:20 (Os anjos comparados à luz na locomoção. – 300.000 Km/seg. eqüivalem a 7 voltas ao redor da Terra num abrir e fechar de olhos)
– Dan. 9:21-23 (a oração durou de 3 a 4 minutos)

D – Número e Ordens
a) Número: – Apoc. 5:11
b) Ordens:
1º) Querubins: "mais do que qualquer criatura são destinados para revelar o poder e majestade, a glória de Deus. São especialmente os guardiões do trono de Deus, e embaixadores extraordinários. Servem na obra da reconciliação." – Gên. 3:24; II Reis 19:15; Ezeq. 10:1-20;28: 14-16
2º) Serafins: "parecem estar preocupados com a adoração e santidade. Eles conduzem o céu na

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A LIBERDADE DE CULTO EM PERIGO


As nações estão a unir-se no plano económico, político e militar.
Porque estarão também a unir-se no campo religioso? O que está para acontecer?
Nos nossos dias está a desenvolver-se, em todo o mundo, um movimento guardador o Domingo. Já o Papa João Paulo II envidou todos os esforços para fortalecer o Domingo como dia de descanso, através da sua carta apostólica Dies Domini (Maio 1998). Os bispos e os padres anseiam por uma renovação das celebrações dominicais. Algumas pessoas desejam a criação um movimento público que proteja a paz do Domingo, enquanto que outros querem que se multe aqueles que perturbarem essa paz. 18
É provável que o número daqueles que promovem a santidade do Domingo tenha em mente o melhor dos motivos para fazer tal coisa. Afinal de contas, estamos a viver numa sociedade que avança a passos largos, em que todos necessitam de um

sábado, 26 de janeiro de 2013

DO JARDIM À MONTANHA


PRECE: Senhor Deus, nós nos achegamos a Ti, nosso compassivo Redentor; e rogamos-Te, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio Filho. Nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que se achegam a Ti. Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo esteja connosco, esta noite e sempre. Por Jesus. Amém.
Começa com uma sensação de desapontamento. Depois sentimos uma sensação de cansaço. Cada coisa que temos que fazer exige um esforço enorme. As pessoas tentam animar-nos, mas quanto mais tentam, mais necessidade sentimos de nos isolarmos num mundo estranho, no qual nem aos nossos queridos permitimos a entrada. Sentimo-nos como que empurrados para dentro de uma prisão escura. Tentamos combater essa tristeza que nos domina, desejamos desesperadamente encontrar alguma saída, mas a sensação de desânimo exaure toda a energia que resta. A escuridão estende-se por todos os lados e sentimos que nos afundamos cada vez mais no poço sem fundo que é a depressão.
Vivemos num mundo cheio de percalços, de tragédias, de tropeços. Existem muitas bordas afiadas nesta vida que cortam e que mutilam. Mas sabe, existe uma borda afiada que, ao que parece, fere as pessoas mais do que qualquer outra coisa. Os especialistas concluíram que a depressão produz mais sofrimento do que qualquer outra doença. Quem diria que as tristezas possam ser tão prejudiciais? O Instituto de Saúde Mental nos Estados Unidos informou que no ano 2000 mais de 500 mil pessoas foram hospitalizadas por depressão. Os profissionais estimam que há 4 a 8 milhões de pessoas que sofrem de depressão, não identificados e por isso não tratados.
Existem coisas definidas que podemos fazer para eliminar os efeitos mais prejudiciais da depressão e evitar que ela nos destrua. Há também um livro na Bíblia que é, de facto, uma excelente arma que podemos usar contra a depressão. Parece feito sob medida para combater este problema de saúde. Não, não vos vou dizer já o nome do livro.
O que se sabe é que a depressão normalmente está ligada a uma perda que tivemos. Perda de um ente querido, perda de uma oportunidade de emprego, perda da auto-estima.
A depressão é em essência uma reacção à perda, uma sensação de desapontamento. Um médico resumiu as raízes da depressão a "uma sensação de estar encurralado". Ele observou muitas pessoas que eram incapazes de sair de situações intoleráveis e que se afundaram na depressão.
Uma coisa precisamos saber é que existem vários tipos de depressão. Para algumas pessoas, esta aflição parece ter uma relação biológica ou química. Alguma coisa está em desequilíbrio no corpo. Alguns casos graves e duradouros de depressão melhoram com medicação.
Mas para outras pessoas, esta aflição parece estar ligada a ferimentos emocionais. Foram provocados na infância e esses ferimentos psicológicos ganharam raízes profundas e podem resultar em crises muitos graves.
Eu vou abordar o tipo mais geral de depressão que nos atinge e que definimos por "estar em baixo". Conseguimos sobreviver, mas o mundo ao nosso redor parece muito sombrio. Que quer dizer, “estar em baixo”? O Dr. Tim Lahaye, conselheiro cristão, apresenta algumas ideias que nos podem ajudar.
Ele observou um ponto comum entre as muitas pessoas que o consultam com depressão. Para a maioria das pessoas, a entrada na depressão é a passagem por três portas: a entrada numa, pode dar entrada nas duas seguintes, que vão alterar os estados de alma. É o que se chama “estar depressivo ou deprimido”. A primeira porta é um sentimento de Perda ou de Desapontamento, desgosto profundo: pode ser provocado pelo sentimento de rejeição, injúria, insultos, coisas deste género. O segundo estado – é um sentimento de Raiva (revolta), consequência do primeiro. Na terceira entrada, somos possuídos por um sentimento de Tristeza: Então teríamos: sentimentos de Perda+Raiva+Tristeza = (igual a) Depressão.
As depressões acontecem porque encontram um terreno fértil, o pensamento. O terreno da depressão é o nosso pensamento. Habituamo-nos a pensar e repensar sempre na mesma coisa (a remoer). As depressões crescem no cérebro. Assim, para eliminarmos a depressão temos que eliminar hábitos errados do pensar. Isto não é fácil, mas através da graça de Deus é possível!
Um homem experimentou esta divina graça de forma profunda. Foi o apóstolo Paulo, e ele escreveu uma epístola (o tal livro) que apresenta o segredo da cura. Eu estou convencido que ele terá ouvido dos apóstolos que conviveram com Jesus, que o Senhor praticava diariamente esta terapia e por isso Jesus foi o Homem mais equilibrado que já viveu sobre a Terra. A epístola escrita por Paulo é a carta aos Filipenses. Aconselho-vos a ler este livro da Bíblia regularmente.
Filipenses é um daqueles pequenos livros da Bíblia. Foi escrito no escuro de um calabouço romano. O apóstolo Paulo estava preso quando escreveu. As prisões não são agradáveis actualmente, mas eram piores naquela época: escuras, húmidas, não eram mais do que cubículos frios de pedra, muitas vezes subterrâneos. Cheguei a visitar esta prisão em Roma.
Os prisioneiros eram, em geral, acorrentados à parede, ou a um tronco e recebiam comida apenas para sobreviverem às muitas agressões que lhe eram infligidas pelos guardas ou carcereiros insensíveis. O enérgico e sempre activo Paulo deve ter sentido aquelas paredes de pedra fecharem-se lentamente em torno dele. Ele teve que lutar contra a sufocante tristeza do seu isolamento, teve que encontrar um meio para não entrar pela primeira porta, um meio para afastar o sentimento de perda de desapontamento, desgosto profundo. ¿Não acham que ele, um homem tão activo que tinha servido tão fielmente a Jesus e a Sua amada igreja, agora ao encontrar-se numa prisão tão fria e húmida, tinha mil razões, mais que suficientes, para entrar pela primeira porta? o desgosto, o desapontamento! Ele podia pensar: Será que Deus ainda me ama? Será que continuo a ser uma pessoa escolhida por Deus? Será que o Senhor ainda olha para mim? Será que fiz alguma coisa errada aos olhos de Deus e Ele abandonou-me? Por que razão estou aqui no meio deste calabouço sozinho?
Mas ele encontrou um meio para não entrar por esta porta que seria muito pior que a prisão feita de pedras frias! Sabem o que é que ele fez? Uma coisa impressionante! Escreveu. Ele escreveu uma carta incrível, uma carta repleta de graça e gratidão! Ele começa: "Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo". Filipenses 1:2
E vejam como a carta termina: "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós." Filipenses 4:2. Se alguém se sente perto de entrar por esta porta, escreva a alguém que o magoou, como fez Paulo!
Filipenses começa e termina com graça. A graça domina! Paulo teve que organizar os seus pensamentos ao andar de um lado para o outro naquele espaço exíguo, sobre a palha suja da cela. Ele percebeu que não estava numa prisão, abandonado! Ele sentia a presença de Deus e dos anjos. E refugiou-se na graça de Deus!
O amor de Deus, o interesse de Deus por ele estava em primeiro lugar na mente do apóstolo. Paulo não deixou os seus pensamentos afundarem-no na escuridão das circunstâncias e entrar pela segunda porta que é o sentimento de Raiva (revolta). Ele não deixou a ansiedade, o ressentimento e a raiva dominarem-no; em vez disso, ele fez o que aconselhou aos Filipenses: "Não estejais inquietos por coisa alguma, antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas, diante de Deus, pela oração e súplicas, com acção de graças". Filipenses 4:6
Paulo colocou a sua situação/circunstância depressiva nas mãos de Deus. Ele orientou o seu problema na direcção do Céu e quando fez isso, começou a sentir a luz entrar através da janela da sua própria tristeza. Ele viu que a graça de Deus era a solução para os seus problemas actuais. O apóstolo conseguiu escrever: "As coisas que me aconteceram contribuíram para o progresso do evangelho". Filipenses 1:12
Como resultado desta prisão, Paulo dava testemunho do amor de Deus, e muitos daqueles que um dia o tinham ouvido, mas que não tinham aceite a Jesus como Salvador, aceitavam-n’O agora! Por isso disse o que lemos no ecrã. Isto é que era importante para ele: que homens e mulheres decidissem aceitar Jesus como Senhor! Ele sabia que os cristãos, ao receberem a sua carta estariam animados, e partilhariam a fé, ainda com mais fé e coragem! 13
Esse prisioneiro olhou através das grossas paredes de pedra ao seu redor e viu a graça de Deus que operava maravilhosamente. Ele sabia que outros a quem ele tinha transmitido o Evangelho da Salvação, continuavam a pregar e anunciar que Jesus é o Senhor. E ele regozijou-se com isso. Essa percepção da graça de Deus ajudou o Apóstolo a eliminar a depressão. De outro modo, teria caído no desalento. Orientou o seu pensamento para além de si próprio, pensou noutras pessoas, sentiu que fazia parte de um movimento de vida e salvação.
Esta epístola não diz quase nada das terríveis condições da prisão de Paulo, mas fala muito sobre o relacionamento deste santo homem com os Filipenses. Chama-lhes "irmãos que eu amo e sinto saudades". O seu maior desejo era que permanecessem firmes na fé, que o amor aumentasse, que pudessem brilhar como estrelas. Pense nisso!
Num calabouço daqueles, Paulo derramava graça às pessoas e ânimo junto das pessoas que viviam em liberdade. Ele empurrava para trás as paredes que o podiam esmagar com as armas da graça de Deus: A Fé e plena Confiança! Ele não estava na prisão, ele estava na graça de Deus. Isto leva-nos à segunda grande arma que Paulo usou para limpar a depressão do seu coração. No início da sua epístola, maravilhosamente encorajadora, ele diz: "Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós". Filipenses 1:3
Paulo exprime-se em oração, em gratidão. Qualquer pessoa que lê esta epístola percebe de imediato quantos motivos o escritor acha para agradecer. Ele regozija-se com o crescimento da fé dos Filipenses; regozija-se que Cristo seja pregado; regozija-se porque é um cidadão a caminho duma Pátria melhor, o Céu; regozija-se em Cristo que Se humilhou a Si mesmo; regozija-se no Deus Todo-Poderoso que pode manter tudo sob o Seu domínio!
Estas são as coisas que Paulo escreve, estas são as coisas pelas quais ele é grato. Não existe uma só nota de mágoa e tristeza em toda esta carta. Paulo estava muito grato por tudo isso, não havia lugar para reclamações. A sua gratidão era tão profunda que ele se detinha a apreciar o amor inesquecível: "Regozijai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo, regozijai-vos". Filipenses 4:4
A cela de Paulo era sufocante e pequena? Sim, mas o seu Deus era grande! ¿A cela era depressivamente escura? Sim, mas Deus era a sua luz perfeita! Há sempre muitos motivos para nos regozijarmos no Senhor!
A gratidão ajuda a desminar a depressão. A gratidão dá-nos uma valiosa perspectiva, ajuda-nos a colocar a cabeça acima dos problemas. Começamos a encontrar soluções através da gratidão. Paulo aprendeu a encontrar soluções em todas as circunstâncias. Por isso aconselha: “Antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas, diante de Deus, pela oração e súplicas, com acção de graças". Filipenses 4:6
Há anos visitei uma Biblioteca de renome mundial. Lá encontram-se livros originais da Bíblia. E foi esse o motivo que me levou a este local. Quando me maravilhava na apreciação destes manuscritos, reparo num quadro de estilo medieval, em que uma pessoa está numa posição de oração, de joelhos e a parte do tronco muito inclinada para a frente. Tinha uma túnica que lhe cobria parte da  cabeça e dava a entender que quem orava era Jesus. O quadro tinha uma frase escrita pelo pintor que dizia: “Vaccare Deo”. Não me foi difícil captar o sentido destas duas palavras: Orar é estar a sós com Deus. Queridos amigos, será que poderemos imaginar Jesus a orar?
Imaginemos por instantes os momentos que precederam a Sua prisão! Como era o Seu costume, Jesus vai para o Getsémani. Esta noite pascal está clara, as estrelas brilham num céu sem nuvens. Esta noite Jesus não caminha tão apressadamente como é o Seu costume. O Salvador fez vagarosamente o caminho. Fala com os Seus discípulos, dá-lhes instruções sobre o que irá acontecer nas próximas horas. De repente fica estranhamente silencioso. Viera muitas vezes a este jardim para meditar e orar; mas nunca com o coração tão cheio de tristeza como nesta noite, a noite da Sua agonia! Porque sente o nosso amado Salvador esta agonia?
Porque durante toda a Sua vida na Terra, na terra dos homens perdidos, Ele andara na presença de Deus, sentia o calor dos olhos do Pai. Quando em conflito com Satanás ou com os que por ele se deixavam manipular, Jesus podia dizer: SLIDE 0020 “Aquele que Me enviou está comigo; o Pai não Me tem deixado só, porque Eu faço sempre o que Lhe agrada.” João 8:29
Agora, porém, parecia estar excluído da luz da mantenedora presença de Deus. Meu amigo, já sentiu este sentimento? Já alguma vez sentiu que Deus está longe? Então pode compreender o que Jesus sentiu naquela hora!
Por que razão pesava este sentimento sobre o coração de Jesus? Porque como nunca antes na Sua vida, esta noite Ele associa-Se totalmente com os pecadores. Meu Deus, vou dizer qualquer coisa de tão grave mas de verdade total: esta noite Jesus tornou-Se o maior dos pecadores. Nunca antes houve um pecador tão grande como Jesus, nunca voltaria a haver um pecador como Ele neste mundo! A iniquidade de todos nós começa a pesar sobre o Seu terno coração que nunca pecou.
E ao sentir o peso do pecado, é possuído por um sentimento mais aterrador. A pressão de que o pecado O pudesse separar para sempre do amor do Pai. Jesus exclama: “A minha alma está profundamente triste até à morte.” Sim, Jesus viveu por horas essa sensação da depressão! Ele pode compreender o que sente aquele que passa por este problema!
Eis como uma grande escritora cristã descreve este momento: “Ao aproximar-se do jardim, os discípulos notaram a mudança que se operara no seu Mestre. Nunca antes O tinham visto tão indizivelmente triste e silencioso. À medida que avançava, mais se aprofundava esta estranha tristeza; mas eles não ousavam interrogá-l’O quanto à causa da mesma. O Seu corpo cambaleava como se estivesse prestes a cair. Cada passo que dava, fazia-o com extremo esforço. Gemia alto, como sob a pressão de terrível fardo. Por duas vezes os companheiros O sustiveram, caso contrário teria caído por terra.” O Desejado de Todas as Nações, p. 746 – Ellen White
Jesus olha os discípulos e diz: “Ficai aqui, e velai comigo”. O abismo era tão grande, tão negro, tão profundo, que o Seu espírito tremeu diante dele. Para escapar a esta agonia, não podia exercer o Seu poder divino. Cumpria-Lhe sofrer as consequências do pecado do homem, como homem!
Estava perante a maior de todas as tentações: abandonar a raça humana ao seu próprio pecado, à morte eterna, ou solidarizar-Se com o pecador e permitir que a justiça de Deus, a palavra proferida no Éden, se cumprisse cabalmente e definitivamente: “No dia em que dele comeres certamente morrerás”. Esta sentença não pode ser alterada porque a palavra que sai da boca de Deus é imutável. Jesus morreu a morte eterna, a morte do homem. Resistiu ao Diabo e não pecou. Desta forma, colocou à disposição de todo o ser humano, a vida eterna que é d’Ele porque não pecou.
Como substituto e refém do pecador, Cristo estava a sofrer sob a justiça divina. Viu o que significava a justiça. Até então, tinha agido como intercessor por outros; agora ansiava que alguém intercedesse por Ele: “Ficai aqui, e velai comigo.”
Quando Jesus sentiu a Sua unidade com o Pai interrompida, temeu que, na Sua natureza humana, não fosse capaz de resistir ao conflito com os poderes das trevas. No deserto da tentação, e no lago, estivera em jogo o destino da raça humana. Jesus saíra então, vitorioso. Agora o tentador viera para a derradeira e tremenda luta. Satanás sabia que se falhasse aqui, o seu desejo de domínio sobre a Terra estava em jogo para ele. O mundo tornar-se-ia possessão de Cristo.
É tão intensa a luta que acontece o inacreditável, o nunca visto: “Apartou-se deles cerca de um tiro de pedra e, pondo-Se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, passa de Mim este cálice, todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua. Então Lhe apareceu um anjo do céu, que O confortava. Em agonia, orava mais intensamente. O Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” Lucas 22:41-44
Jesus não deixou de orar do Jardim até ao Gólgota. Perante as falsas acusações ficava em silêncio, mas esta intensidade de oração não parava. No Gólgota, quando escarnecido, maltratado, ainda orava: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” Lucas 23:34
Não orava por Ele, orava pelos pecadores. Orava por mim, orava por si! Querido amigo, já orou por uma pessoa que lhe fez mal? Jesus orou por aqueles que O maltratavam. Os pecadores como eu maltrataram o meu Senhor. Ele orou por mim!
Será que em Jesus não encontraremos forças para perdoar aos que nos maltrataram? Se sim, porque é que não oramos? Porque então não nos servimos da terapia de Paulo e de Jesus? Não agindo assim, será que somos cristãos?
O que é orar?
Orar é mais que rezar. Quando falamos em rezar, pensamos em repetir uma coisa que foi memorizada. Rezar não é uma coisa que nasça no nosso coração, que vem da alma. Rezar é repetir. Vejamos o que diz Jesus: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falar serão ouvidos.” Mateus 6:7
Quando Jesus estava de joelhos no jardim, prostrado, com o sangue a sair pelos poros até ao chão, será que estava a recitar ou a abrir o coração a Deus?
Orar é quando no silêncio da nossa alma, tal como fez o Apóstolo Paulo, prisioneiro naquela prisão húmida, no chão de palha a cheirar mal, a sentir a necessidade de ouvir os seus irmãos na fé, com o desejo que o Evangelho de Deus fosse anunciado aos gentios, abri-mos o coração para ouvir a voz de Deus. E Deus trazia-lhe conforto e paz.
Este é um assunto muito importante. Talvez um dos mais importantes de toda a Bíblia. Porque orar é dirigir-se a Deus. É como alguém que envia uma mensagem. A mensagem só chega ao destinatário se tiver o endereço correcto. Se nós oramos mal, o endereço está errado.
Orar é um acto de grande intimidade. Eu, pessoalmente, faço diferença entre rezar, prece e orar.
 
Rezar, como já disse, é recitar. É repetir o que outros inventaram. É como o papagaio que decorou algumas palavras e repete sempre a mesma coisa em todas as circunstâncias.
Prece é o que nós fazemos aqui em público. Vem do nosso coração, é a manifestação pública de um desejo comum. Todas as noites, todos nós queremos a presença do Espírito Santo, para dirigir, instruir e inspirar.
Orar é diferente. É um acto íntimo. Jesus diz assim: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento (quarto) e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai, que vê secretamente, te recompensará.” Mateus 6:6
Jesus orou tão intensamente, que pôde em oração, sentir a presença do anjo que veio confortá-Lo, animá-Lo e sustê-Lo. Quando nós oramos desta maneira, o nosso anjo vem e coloca-se ao nosso lado e afasta não só os nossos problemas, as nossas depressões, as nossas desilusões, mas afasta a sombra de Satanás que nos quer esmagar. Não acham isto maravilhoso?
Muitas vezes estou a orar, a sós, em casa, no carro, a caminhar na praia deserta, ou no campo. Começo assim: “Pai querido, necessito de abrir o meu coração. Manda o Teu anjo para junto de mim, preciso estar a sós contigo e não quero que o Diabo ouça. Rogo este favor no nome de Jesus.” Depois fico em silêncio, então começo a falar com Deus, dou-Lhe louvor pelo Seu amor, agradeço porque Jesus veio a esta Terra nascer, viver, morrer e ressuscitar, porque Jesus está à dextra do Pai como meu Sumo Sacerdote e intercede por mim. Apresento a minha família a Deus e peço que a abençoe. Depois fico de novo em silêncio. Então, peço normalmente a Deus, que me ajude pelo Espírito Santo a organizar os meus pensamentos.
Sabem, às vezes temos as coisas tão desarrumadas dentro de nós. É como aqueles armários de roupa, roupa que não está passada a ferro. Nós atiramos a roupa, peça a peça lá para dentro do armário, e as coisas vão ficando desarrumadas. Assim se passam com as coisas dentro de nós.
“Senhor, ajuda-me a arrumar as coisas dentro de mim.” Começo a colocar perguntas a Deus e depois fico em silêncio e ouço a resposta de Deus. Perguntas como esta: “Senhor, o que é que está mal dentro de mim?”
Espero durante alguns momentos, e Deus vai-Se aproximando da minha alma, e diz-me o que é que está mal. Um pecado escondido! Ouço, e não me desculpo.
Outras vezes pergunto: “Senhor, porque estou tão triste e abatido?”
Espero, e Deus vem e diz-me coisas verdadeiras tais como: que sou eu que estou a olhar demasiado para mim, demasiado preocupado comigo. Devo preocupar-me mais com a minha mulher, ou devo agir de forma diferente em relação a um familiar com quem as coisas não andam bem, ou a um amigo! Eu sinto Deus falar-me, sinto a Sua presença! Não a condenar, mas a aconselhar e a revigorar as minhas forças, dando orientação à minha vida!
Esta oração cura. Esta oração é salvadora. Esta oração é a oração da confiança. Não se trata de sentimentalismo. Trata-se de vida. Ouvimos Jesus dizer que nos perdoou os pecados. Já tenho ouvido Jesus dizer: “Levei os teus pecados para a sepultura, ressuscitei e eles ficaram lá enterrados”. Fico tão feliz!
O escritor Powel Davies conta a história de um jovem que estava apaixonado, mas não era capaz de declarar-se à jovem que ele amava. Pretendia que o escritor escrevesse uma declaração de amor. O escritor aconselhou o jovem a dizer o que sentia com as suas próprias palavras, mas o jovem respondeu:
– E se ela me diz que não?
– Então terás a resposta que procuras.
– Mas quando estou com ela fico muito nervoso, e mesmo que me esforce, as palavras não me saem bem – disse o rapaz.
– Não te preocupes – disse o escritor – mesmo se te enganares nas palavras, ela compreenderá que a amas, porque são as tuas palavras. Ela captará a tua ideia e sentimentos.
O jovem seguiu o conselho e foi bem-sucedido.
Muitas pessoas pensam que Deus ouvirá mais seguramente, se for algo escrito por alguém mais sábio ou santo. Mas Deus não quer filhos e filhas papagaios. Quer filhos com sentimentos. Podem enganar-se nas palavras, mas se abrirem o coração a Deus como um menino abre o coração ao pai, Deus ouvirá e trará uma alegria e gozo nunca antes conhecidos!
Apelo: Procurem o caminho que leva a Deus. Não a um Deus qualquer e de qualquer maneira, mas ao Deus que Se manifestou como Pai no rosto tão querido de Jesus. Vão de coração aberto. Recordem-se do abraço afectuoso do pai ao filho pródigo. Lembrem-se que é Deus o primeiro a amar. Apelo esta noite, neste momento a deixarem que Deus vos encontre. A abrir o vosso coração e deixar a paz do Céu entrar. Apelo para que orem como Paulo e Jesus; desta forma o Senhor Jesus Cristo pode curar os problemas e orientar a vossa vida na boa direcção.
Um jovem aceitou Jesus como seu Salvador e Senhor. Uma noite orou e tomou algumas decisões.
Nós vamos apresentar no écran as decisões que ele tomou. Vou perguntar se querem tomar estas decisões aqui na presença de Jesus:
1-         Nunca falarei mal de ninguém, e terei presente as minhas próprias imperfeições.
2-         Cada dia procurarei ser guiado pela influência do Espírito Santo.
3-         Não me deitarei sem antes procurar aprender novos ensinamentos sobre o Reino de Deus, tal como estão revelados na Sagrada Escritura.
4-         Ao menos uma vez por dia, vou abrir o coração a Deus em oração.
5-         Vou tornar-me um discípulo de Jesus, pondo com a Sua ajuda os Seus ensinamentos em prática na minha vida.
José Carlos Costa, pastor

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A TENTAÇÃO DE CRISTO - Mateus 4


A causa ou as causas que me movem a tratar desta passagem das Escrituras, é para que aqueles que, pela inescrutável providência de Deus, caem em diversas tentações, não se julguem, por causa disso, menos aceitáveis na presença de Deus; mas, pelo contrário, tendo o caminho preparado para a vitória através de Cristo Jesus, não temam, acima da medida, as astutas investidas da ardilosa serpente, Satanás; mas, com alegria e coragem, tendo tal Guia, tal Campeão e tais armas, como as encontradas nesta passagem (se com obediência ouvirmos e crermos verdadeiramente), possam assegurar-se do presente favor de Deus e da vitória final, por meio de Cristo, que, para nossa segurança e livramento, entrou na batalha e triunfou sobre o seu adversário e sobre toda a sua fúria, e também, para que as subsequências, sendo ouvidas e entendidas, possam ser melhor guardadas na memória.

Pela graça de Deus, nos proporemos a observar, no trato deste assunto:

1) Primeiro, o significado da palavra tentação e como ela é usada nas Escrituras;

2) Em segundo lugar, quem é tentado aqui e quando esta tentação aconteceu;

3) Em terceiro lugar, como e por quais meios Ele foi tentado;

4) E por último, porque Ele deveria experimentar aquela tentação e qual o proveito decorrente deste episódio, para nós (a parte aqui traduzida).

"Se és o Filho de Deus manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt.4:3-4)

Desde o Seu nascimento, Jesus foi guiado e instruído pelo Espírito Santo, na ocasião do Seu baptismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele na plenitude para Lhe dar sabedoria e capacidade a fim de cumprir a missão que Lhe foi confiada (Atos 10:35; 1:8). Jesus foi guiado “passo a passo, pela vontade do Pai”, de harmonia com “o plano”   que” que esatva diante d´Ele, perfeito em todos os detalhes” antes mesmo que viesse à Terra (DTN 121; Luc. 2:49). Marcos emprega uma expressão ainda mais expressiva “…o Espirito o impeliu ao deserto” (Marcos 1:12).

Uma outra razão a relevar seria o Espírito Santo conduz Jesus ao deserto para que Jesus fosse tentado, é a de nos fazer entender, através deste fato, que Satanás nunca cessa de se opor aos filhos de Deus, mas continuamente, por um meio ou outro intenta provocar a algum juízo pecaminoso sobre Deus e a acusá-los como fez com Jób.

Desejar que pedras se transformem em pães ou que a fome seja satisfeita, nunca foi pecado, nem tão pouco uma opinião pecaminosa sobre Deus, mas, creio que esta tentação era mais espiritual, mais subtil e mais perigosa. Satanás estava a referir-se à voz de Deus que disse ser Cristo Seu Filho Amado (Mat. 3:17).

Contra esta declaração ele luta, como lhe é intrínseco fazer, contra a indubitável e imutável palavra de Deus; pois a sua malícia contra Deus e seus filhos é tal, que para quem Deus declara amor e misericórdia, a estes ele ameaça com infortúnios e maldições; e onde Deus ameaça morte, lá ele é audacioso em declarar vida. Por causa disto Satanás é chamado “mentiroso” desde o princípio (João. 8:44).

Assim sendo, o objetivo de Satanás é o de levar Cristo a fazer algo em Seu próprio benefício e para tanto usando a capacidade de ser Filho de Deus no sentido de divino.

Ou então, provocar dúvida para que Ele não creia na voz de Deus seu Pai; e estes parecem ser ataques de mestre, “cheque mate” desta tentação: "Tu ouviste", Satanás diria, "uma voz dos céus dizer que Tu eras o amado Filho de Deus, no qual Ele se compraz (Mt.3:17), mas não te julgarão louco ou um tolo sem juízo, se creres em tal promessa?

Onde estão os sinais deste amor?

Tu não estás sem o conforto de todas as criaturas?

Tu estás pior do que as brutas feras, pois todo dia elas caçam para se alimentar e a terra produz ervas para o seu sustento, de forma que nenhuma delas definha ou é consumida pela fome. Mas tu jejuas há quarenta dias e quarenta noites, esperando sempre algum alívio e conforto dos céus, mas a tua melhor provisão são pedras duras!

Se Te glorias em teu Deus, e crês verdadeiramente na promessa que foi feita, ordena que estas pedras se transformem em pães. Mas, é evidente que Tu não o podes fazer, pois se pudesses, ou se Deus Te tivesse concedido tal privilégio, há muito terias saciado a tua fome e não necessitarias suportar este abatimento por falta de comida. Mas vendo que ainda continuas assim e que nenhum mantimento foi preparado para Ti, é presunção acreditar em tal promessa, e por isso, perde a esperança de qualquer socorro das mãos de Deus se proveja para Ti, por qualquer outro meio!"

Eu usei muitas palavras, mas eu não posso expressar o grande despeito que se esconde nesta tentação de Satanás. Foi uma zombaria a Cristo e da sua obediência. Foi uma clara rejeição da promessa de Deus. Foi a voz triunfante dele que aparentava ter conseguido a vitória. Oh quão amargo este tipo de tentação deve ter sido! Nenhuma criatura pode entender, a não ser os que sentem a dor de tais dardos lançados por Satanás na consciência sensível dos que alegremente descansam e repousam em Deus e nas suas promessas de misericórdia.

Mas aqui devemos notar a base e o fundamento desta tentação. A conclusão de Satanás é esta: "Tu não és O eleito de Deus, muito menos seu Filho amado". A sua razão é esta: "Tu estás em dificuldades e não achas alívio". Logo, o fundamento da tentação era a pobreza de Cristo e a falta de comida, sem esperança de receber, da parte de Deus, o remédio e ao mesmo tempo o desafio à divindade de Cristo. Esta tem sido ao longo dos séculos o desafio de Satanás; Cristo não é divino.

É a mesma tentação com a qual o diabo objetou a Cristo por meio dos principais sacerdotes, quando em tormento atroz na cruz; eles gritavam: "Se Ele é Filho de Deus, deixe que desça da cruz e creremos nele. Confiou em Deus; pois venha livrá-lO agora, se de fato Lhe quer bem" (Mt. 27:40,43). Como se dissessem: "Deus liberta os seus servos dos problemas. Ele nunca permite que os que O temem sejam envergonhados. Mas vemos este homem em angústia extrema. Se Ele é o Filho de Deus, ou ainda um verdadeiro adorador do Seu nome, Deus o livrará desta calamidade. Se não O livra, mas permite que pereça nesta angústia, então é um sinal seguro de que Deus O rejeitou, como hipócrita, que não terá porção de sua glória". Assim, Satanás tem oportunidade para tentar e também para mover outros a julgar e condenar os filhos, os guerreiros de Deus, em função de que lhes sobrevêm muitas angústias.

Aprendamos, agora, com quais armas devemos lutar contra tais inimigos e assaltos, na resposta de Jesus: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus".

A resposta de Cristo prova aquilo que estivemos a mencionar antes, pois a menos que o propósito de Satanás tenha sido demover Cristo de toda esperança na providência misericordiosa de Deus concernente a Ele, naquela sua necessidade, Cristo não respondeu diretamente às palavras de Satanás: "ordena que estas pedras se transformem em pães" (Mt.4:3). Mas Jesus Cristo, percebendo a sua astúcia e malícia subtis, respondeu diretamente ao significado delas, não dando crédito às suas palavras. Nesta resposta Satanás foi tão frustrado, que teve vergonha de replicar além, sobre este assunto.

Mas para que entendamos melhor o significado da resposta de Cristo, a expressaremos por outras palavras: "tu insistes", Cristo diria, "em trazer ao meu coração dúvida e suspeita com relação à promessa de meu Pai, que foi publicamente proclamada no meu batismo, por causa da minha fome e da carência de toda provisão carnal. Tu és audacioso em afirmar que Deus não cuida de mim. Mas és um enganador e sofista corrupto, e teu argumento é vão e repleto de blasfémias; pois vinculas o amor, misericórdia e providência de Deus, a ter ou carecer da provisão carnal, o que não nos é ensinado em nenhuma parte das Escrituras de Deus, mas antes, elas expressam o contrário.

Como está escrito "Nem só de pão...", ou seja, a vida e a felicidade do homem não consistem na abundância de coisas concretas, pois a possessão delas não abençoa ou torna feliz o homem, nem a falta delas é a causa da sua miséria final; mas a vida do homem consiste em Deus e nas suas promessas, e os que nelas se apegam sinceramente, viverão a vida eterna. Pois Deus tem meios para alimentar, preservar e manter, ignorados pela razão humana e contrários ao curso comum da natureza. Ele alimentou o seu povo Israel no deserto quarenta anos sem provisão humana. Ele preservou Jonas no estomago do grande peixe e manteve e guardou os corpos dos seus três filhos (Sadraque, Mesaque e Abede-Nego) no fogo da fornalha.

A razão e o homem natural não viam saída nestes casos, a não ser destruição e morte, e julgariam que Deus havia retirado o Seu cuidado destas suas criaturas; e todavia, sua providência foi mais zelosa em relação a eles no limite dos perigos que enfrentaram, dos quais Ele os libertou de tal forma (e durante os assistiu), que sua glória, que é sua misericórdia e bondade, apareceu e sobressaiu-se mais, depois dos seus problemas, do que se eles tivessem sucumbindo neles. E por esta razão, eu não meço a verdade e favor de Deus pelo fato de ter ou não necessidades físicas, mas pela promessa que Ele Me fez “Sou Seu Filho”.

O Pai diz o mesmo de todo quanto fielmente O serve fielmente. Assim como Ele é imutável, também o são a sua palavra e promessa, as quais, Eu creio, me apego e sou fiel, independentemente do que possa vir externamente ao corpo.

Nesta resposta de Cristo podemos discernir quais armas devem ser usadas contra o nosso adversário, o diabo, e como devemos refutar os seus argumentos, que, com astúcia e malícia, ele faz contra os eleitos de Deus. Cristo poderia ter repelido Satanás com uma palavra ou pensamento, ordenando a calar-se, como Aquele a quem todo poder foi dado no céu e na terra. Mas foi agradável à sua misericórdia, ensinar-nos como usar a espada do Espírito Santo, que é a palavra de Deus, na batalha contra o nosso inimigo espiritual. O texto da Escritura mencionado por Cristo, encontra-se no oitavo capítulo de Deuteronómio. Foi dito por Moisés, um pouco antes da sua morte, para firmar o povo na misericordiosa providência de Deus; pois no mesmo capítulo, e em outros depois deste, ele avalia a grande luta, os diversos perigos e as necessidades extremas que eles tiveram que suportar no deserto, no período de quarenta anos; e quão constante Deus tinha sido em mantê-los e em cumprir a sua promessa, conduzindo-os através de todos os perigos até a terra prometida.

E assim, este texto da Escritura responde, mais diretamente, às tentações de Satanás, pois Satanás raciocina deste modo (como mencionei antes): "Tu estás em pobreza e não tens provisão para sustentar a tua vida. Isto prova que Deus não considera e nem toma conta de Ti, como Ele faz com os seus filhos escolhidos", Jesus Cristo responde: "Teu argumento é falso e vão, pois pobreza ou necessidade não excluem a providência ou cuidado de Deus, os quais são facilmente provados pelo exemplo do povo de Israel, que no deserto, muitas vezes, necessitou de coisas necessárias ao sustento da vida e, por carecerem delas, invejaram e murmuraram.

Apesar disto, o Senhor nunca retirou deles seu cuidado e providência, mas, em conformidade ao que uma vez falou, a saber, que eles eram seu povo peculiar, e em conformidade a promessa feita a Abraão e àqueles que saíram do Egito, Ele continuou sendo seu guia e condutor, até que os colocou na tranquila possessão da terra de Canaã, não obstante a grande debilidade e as diversas transgressões do seu povo".

Assim, nós somos ensinados, por Jesus Cristo, a repulsar Satanás e os seus assaltos pela palavra de Deus e a aplicar os exemplos da sua misericórdia, mostrada a outros antes de nós, para nossa alma nas horas de tentação e nos tempos de nossas tribulações; pois aquilo que Deus faz a alguém em determinada época, cabe a todos que confiam e dependem d´Ele e nas suas promessas. Por esta razão, por mais que sejamos assaltados pelo nosso adversário Satanás, encontramos, na Palavra de Deus, armadura e armas suficientes (Efésios 6:10-13).

A principal astúcia de Satanás é atormentar aqueles que começaram a abandonar o seu domínio e a declarar inimizade contra a iniquidade, com diversos ataques, tendo como objetivo colocar nas suas consciências, divergências entre eles e Deus, para que eles não descansem e repousem nas seguras promessas de Deus. E para conseguir isto, ele usa e inventa vários argumentos.

Algumas vezes ele chama à lembrança, pecados ou comportamentos menos dignos para nos afastar do Pai; "Não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor Jeová; convertei-vos, pois, e vivei." Ezeq. 18:32. Satanás está pronto para nos subtrair as benditas promessas de Deus. Deseja arrebatar da alma toda centelha de esperança e todo raio de luz; mas não lhe deveis permitir fazê-lo. Não deis ouvido ao tentador, mas dizei: "Jesus morreu para que eu pudesse viver. Ele me ama e não quer que eu pereça. Tenho um compassivo Pai celeste; e, conquanto tenha abusado de Seu amor e dissipado as bênçãos que me concedeu, levantar-me-ei, e irei a meu Pai, e direi: 'Pai, pequei contra o Céu e perante Ti. Já não sou digno de ser chamado Teu filho; faze-me como um dos Teus trabalhadores.'" A parábola vos diz como será recebido o transviado: "Quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou." Luc. 15:18-20.

Mas mesmo esta parábola, terna e comovedora como é, não consegue exprimir a infinita compaixão do Pai celestial. O Senhor declara por Seu profeta: "Com amor eterno te amei; também com amorável benignidade te atraí." Jer. 31:3. Enquanto o pecador está ainda distante da casa paterna, esbanjando os seus bens em terra estranha, o coração do Pai anela por ele; e cada desejo de voltar a Deus despertado na alma, não é senão o terno instar de Seu Espírito, solicitando, suplicando, atraindo o extraviado para o amante coração paterno.” Caminho a Cristo pp. 53,54.

Frequentemente Satanás traz ao nosso pensamento a ingratidão em relação a Deus e nossas presentes imperfeições. Através de doença, pobreza, ou pela perseguição, ele pode alegar que Deus está zangado e não temos a importância aos Seus olhos.

Ou pela cruz espiritual, que poucos sentem e menos ainda entendem a sua utilidade e proveito, ele poderia levar os filhos de Deus ao desespero e, através de infinitos meios mais, ele anda ao redor como um leão que ruge, para minar e destruir a nossa fé.

Mas é impossível para ele prevalecer contra nós, a menos que nós, obstinadamente, nos recusemos a usar a proteção e a arma que Deus tem oferecido.

Os que estão apaixonados por Deus não podem deixar de amar, a menos que nunca O tenham amado. Buscar pelo nosso Defensor quando a batalha estiver mais acirrada, pois os soluços, gemidos e lamentações de tal luta (vencer o medo, as súplicas por persistência), são a busca incontestável e certa de Cristo nosso campeão. Não recusamos a arma, embora algumas vezes, por debilidade, não a usemos como devêssemos. É suficiente que os nossos corações sinceramente clamem por força maior, por persistência e pelo livramento final de Cristo Jesus.

A casa queimada
Um certo homem saiu em uma viagem de avião. Era um homem temente a Deus, e sabia que Deus o protegeria. Durante a viagem, quando sobrevoavam o mar um dos motores falhou e o piloto teve que fazer um pouso forçado no oceano. Quase todos morreram, mas o homem conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o conservasse em cima da água. Ficou boiando à deriva durante muito tempo até que chegou a uma ilha não habitada. Ao chegar à praia, cansado, porém vivo, agradeceu a Deus por este livramento maravilhoso da morte. Ele conseguiu se alimentar de peixes e ervas. Conseguiu derrubar algumas árvores e com muito esforço construiu uma casinha para ele. Não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, com paus e folhas. Porém significava protecção. Ele ficou todo satisfeito e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos animais selvagens que talvez pudessem existir na ilha. Um dia, ele estava pescando e quando terminou, havia apanhado muitos peixes. Assim, com comida abundante, estava satisfeito com o resultado da pesca. Porém, ao voltar-se na direção de sua casa, qual tamanha não foi sua decepção, ao ver sua casa toda incendiada. Ele se sentou em uma pedra chorando e dizendo em prantos:- Deus! Como é que o Senhor podia deixar isto acontecer comigo? O Senhor sabe que eu preciso muito desta casa para poder me abrigar, e o Senhor deixou minha casa se queimar por completo. Deus, o Senhor não tem compaixão de mim?

Neste mesmo momento uma mão pousou no seu ombro e ele ouviu uma voz dizendo:- Vamos rapaz? Ele se virou para ver quem estava falando com ele, e qual não foi sua surpresa quando viu em sua frente um marinheiro todo fardado e dizendo:- Vamos rapaz, nós viemos te buscar...- Mas como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui?- Ora, amigo! Vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro. O capitão ordenou que o navio parasse e me mandou vir lhe buscar naquele barco ali adiante. Os dois entraram no barco e assim o homem foi para o navio que o levaria em segurança de volta para os seus queridos.

MORAL DA HISTÓRIA - Nem sempre vamos entender o modo como nosso Criador, Jeová, age em nosso favor, mas podemos confiar que Ele está sempre visando nossos melhores interesses, não só nesse sistema, mas pra eternidade!

Aquilo que carecemos, a Sua suficiência supre; pois é Ele que luta e triunfa por nós.

domingo, 13 de janeiro de 2013

AINDA EXISTE UMA ESPERANÇA


INTRODUÇÃO: Lucas 23:53-56

Jerusalém  estava repleta de gente que vinha para a festa. Era Sábado, era um dia diferente de todos os outros. Todavia ouvia-se o som das trombetas chamando o povo para as celebrações, e o ambiente festivo parecia normal. No entanto havia uma atmosfera sombria sobre Jerusalém.

Especialmente, os sacerdotes e príncipes estavam inquietos. Temiam mais a Cristo agora que estava morto que quando estava vivo.
 
O templo encheu-se de adoradores, muitos dos quais passaram a noite examinado as Sagradas Escrituras, estavam convencidos de que as profecias messiânicas se tinham cumprido. Os sacerdotes estavam confusos, olhando a grande e majestoso véu que dividia o lugar Santo do lugar Santíssimo, rasgado por mãos invisíveis de alto abaixo. O lugar Santíssimo nunca tinha sido visto pelo povo, agora estava exposto à vista de todos

Muitos doentes vinham à procura de Jesus para serem socorridos. Nunca antes Cristo atraíra tanta a atenção como naquele Sábado. Cumpriam-se as palavras: “E eu quando, for levantado da terra, a todos atrairei a mim.” São João 12:32.
 
O seu nome estava agora em milhares de lábios. No entanto o Salvador estava em silencio, na sepultura fria, as suas mãos dobradas sobre o peito indicavam que a Sua obra na terra tinha terminado.
 
Descansava naquele Sábado depois de trabalhar pela redenção do mundo. Assim  como quando concluiu a obra da criação da terra e de ter feito o homem e a mulher no sexto dia, obra feita juntamente pela Trindade. Os discípulos não somente estavam desconcertados e com medo, mas sentiam uma tristeza indescritível.
 
No cimo do monte do Calvário, viam-se três cruzes vazias e manchadas de  sangue, recordação da história dos seus ocupantes.
 
Havia ainda uma esperança ? Sim, pois aquela aparente derrota era na realidade a maior vitória alcançada na terra.
 
II- A ESPERANÇA, TORNA-SE REALIDADE: Lucas 23:43.
A vitória estava garantida, quando a um dos malfeitores foi prometido o paraíso. O mesmo ladrão frente à morte e tendo uma vida cheia de crimes, desprezado pela sociedade, não foi abandonado pelo Salvador.
 
A promessa do paraíso foi a esperança duma nova vida,  uma oportunidade de ser feliz e viver eternamente. Não é esta a promessa que você mais gostaria de ouvir ? Pode porventura haver maior benção que receber a segurança da salvação eterna ?
 
Esta noite pode ouvir Jesus oferecer-lhe esta promessa. Em São João 3:16 “...Nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna...” Basta aceitá-Lo como seu Salvador pessoal e abandonar a vida de pecado. Cristo é a nossa esperança de salvação.
 
III- JESUS, FOI A ESPERANÇA DE BARRABÁS.
     Naquele sábado, Barrabas festejava a sua liberdade com a sua família. Alegrava-se com os seus amigos, celebrava a Páscoa mais feliz da sua vida. Jesus morreu em seu lugar. Jesus tinha levado a pesada cruz que tinha sido feita para Barrabás e nela morreu. Ter-se-á convertido Barrabás ?
 
Quando Barrabás foi solto, ouviu a interrogação feita por Pilatos: Que farei de Jesus ?
A turba assassina possessa pelos demónios escolheu crucificar o amado Filho de Deus. Que triste escolha ! Que farei de Jesus ? É a nossa resposta a esta pergunta que nos colocará de um lado ou do outro da cruz. Desprezar a Jesus, não o conhecer como Deus e não permitir que o nosso coração se abra para O amar e isto é o maior pecado para a alma. Jesus é a única esperança; tudo depende de como você responde a esta pergunta: “Que farei com Jesus ?”
 
IV- APELO.
Nicodemos passou aquele Sábado a recordar as palavras de Jesus. Nicodemos e José de Arimateia aceitaram a Jesus, e fizeram uma escolha acertada. Meus amigos já tomaram a decisão definitiva por Jesus ?

Em breve, Jesus voltará a este mundo, se o aceitarmos, quando Ele voltar a esta terra levar-nos-á para a Santa Cidade, para o reino de glória e de perfeição, estaremos longe das aflições e das consequências do pecado, que reinam no mundo.
 
Jesus nos diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos darei descanso” Mateus 11:28.
 
Hoje queremos concluir de uma forma muito especial. Queremos aproveitar a oportunidade para fazer de Jesus nossa esperança.

Sofremos, temos muitas necessidades, enfrentamos problemas que parecem não ter solução.
Tenha no seu coração a segurança de que Jesus vive e que voltará em breve para dar-lhe uma vida melhor.
Faça a sua decisão! Decida entregar a direcção da sua vida a Jesus, decida conhecer mais o plano de Deus para si e conheça que ainda existe uma esperança, essa esperança é Jesus !
 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sete Etapas do Casamento

Etapa romântica. O outro parece não ter defeitos, é idealizado e endeusado. Tudo é dez. Altas são as expectativas. Exagera-se nas fantasias, sonhos, promessas. A relação é simbiótica, isto é, de dependência e apego. Encantamento, paixão e prazer perfazem a etapa romântica.
Etapa do conhecimento mútuo. Começam a aparecer os defeitos, o cotidiano vira mesmice, chatice, sem graça. Um ronca alto demais, o outro gasta muita pasta de dente, chega atrasado etc. É a etapa do encontro com a realidade, o eu real. É preciso casar-se com as debilidades do outro. Casar as almas, as consciências, os projetos, as liberdades, as diferenças. Sem isso, um joga culpa no outro, um engana o outro, aparecem as mentiras e a frustração. "Se se aproximam, brigam. Se se afastam, morrem", como acontece com o porco-espinho do Alasca.
 
Etapa da luta pelo poder. Os sonhos acabam. As agressões e a indiferença ferem. Queixas, ameaças e murmuração tornam-se companheiros de cada dia. O dinheiro, o sexo e os filhos são usados para manipular o outro. É hora de buscar apoio, ajuda e solução. Ninguém suporta um ambiente de competição e luta pelo poder. Nesta hora, um encontro de casais, um retiro, uma volta para Deus pode ser o melhor caminho. O padre, o psicólogo, o aconselhador, o médico, os amigos podem ser bons anjos.
 
Etapa da desilusão. O casal se isola, come sozinho, passeia sozinho, vai à igreja sozinho, diverte-se sozinho. Começa o divórcio emocional, sexual e espiritual. Já está presente a separação real, não ainda a legitimada pela lei. O vazio é preenchido com ativismo, televisão, bar, jogos, igreja, álcool, amizades erradas. Agora não há outra saída: romper ou crescer. É preciso decidir. A solução tem quatro portas: o diálogo, o perdão, a ternura e a oração.
Etapa do crescimento. Focaliza-se a renegociação. Os acordos são selados. As pessoas mudaram com o sofrimento e amadureceram. Volta a auto-estima e começa a ajuda mútua. Os compromissos são assumidos e há flexibilidade nas dificuldades. Amizade, pequenos gestos, elogio, atitudes positivas salvam o casamento. O grande remédio é a humildade. O amor se manifesta em sentimentos, atitudes e gestos.
Etapa da estabilidade. Cresce a intimidade e vive-se o "reino do nosso": nossos filhos, nossa casa, nossa fé, nossa família. As decisões são em conjunto. Tudo é comunicado e partilhado. Aparecem novos interesses, novas iniciativas e esperanças. A casa é uma comunidade de vida e de amor. As amizades aumentam e ajudam o casal. "Agora, estamos casados de verdade", afirmam os casais. A família torna-se santuário da vida, laboratório de amor, escola de humanismo, igreja doméstica.
 
Etapa da generosidade. O casal e a família se abrem para a ação, a doação de si, a generosidade em servir e ajudar outros casais. Participam da comunidade, dispõem-se a colaborar com a transformação da sociedade, vivem o altruísmo e o voluntariado. A suprema satisfação consiste em ajudar os outros a serem felizes. Há serenidade diante das dificuldades. A tolerância, a paciência e a compreensão preservam a paz interior e a paz em casa. A consideração pelos outros, a sensibilidade pelos irmãos, o sentimento de confiança mútua reforçam a felicidade do casamento. É assim que a família é a esperança da sociedade e o futuro do mundo.
Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina/PR

Nota: pela sua pertinência publicamos este post.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A NOSSA PAZ

Boa noite a todos.

PRECE: Senhor Deus, nós nos chegamos a Ti, nosso compassivo Redentor; rogamos-Te, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio Filho. Nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que se achegam a Ti. Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo esteja connosco, esta noite e sempre. Por Jesus. Amém.

Esta noite, desejo falar de um outro personagem que encontrou Jesus! Se ele não tivesse nome, chamar-lhe-ia: O homem da beira do caminho. Mas ele tem nome. É aquele género de pessoa muito trabalhadora, muito cuidadosa da sua família, não perde tempo com os boatos. Trabalha no campo. Cultiva o necessário para que não falte nada em casa. Não procura novidades, mas às vezes as novida­des vão ter com ele. Foi o que se passou com o homem à beira do caminho, o homem que fez o que a multidão não fez.

Este é um homem diferente de todos os que encontramos a falar com Jesus. Ele não procurou Jesus, nem Jesus o procurou a ele, mas encontraram-se. Antes de dizer o nome desta pessoa, vamos ver o que o levou ao encontro de Jesus e vice-versa!

Uma grande multidão seguiu Jesus do tribunal até ao Calvário. A notícia da Sua condenação e morte iminente espalhou-se por toda a Jerusalém e todas as cidades. Gente de todas as classes e de todas as categorias afluíam ao lugar da crucifixão.

Há muito tempo que a cruz lançava a sua sombra por onde Jesus passava. Podemos dizer que a sombra da cruz era a própria sombra de Jesus.

Jerusalém está cheia de peregrinos que vêm de Israel e de todas as terras onde habitavam judeus. Há um ruído no ar, alguns cantam os salmos, outros oram em voz alta, outros conversam nervosos, mas naquela sexta-feira, havia uma nuvem escura no ar, um ambiente estranho, pesado!

Jesus conhecia a confusão desordenada das paixões, de preconceitos e de intrigas que já estavam a ser tecidas pelos Seus inimigos. Ele tinha caminhado entre desafios e curas, entre as acusações ao semear a bondade, os extremos tinham tocado permanentemente Jesus. Uma noite não tinha onde reclinar a cabeça e num dia quise­ram aclamá-Lo rei.

Jesus tinha ensinado durante três anos e meio as doutrinas que levam ao Céu e estas estavam em contraste com as doutrinas erra­das ensinadas pelos dirigentes religiosos de Israel. Pecadores tinham aceite os Seus ensinos. Olhos tinham-se aberto para o plano da salvação. Ouvidos dos surdos ouviam agora a melodia do Céu. A luz clara da verdade tinha iluminado mentes cheias de preconceitos. Os tristes e aflitos tinham descoberto o riso. O poder da morte tinha sido desafiado. Lázaro, morto durante quatro dias, tinha sido res­suscitado pelo Senhor da vida. Todos sabiam que Lázaro o irmão de Marta e Maria, vivia, trabalhava e desfrutava da vida a curta distância de Jerusalém.

Por essas coisas, os chefes políticos, os principais sacerdotes e escri­bas, não podiam perdoar a Jesus. A Sua existência, por si só, era uma crítica que eles não podiam suportar. A presença de Jesus em Jerusalém era a sua oportunidade de O matarem.

Estas pessoas tinham a mente obscurecida por Satanás, não viam que estavam a caminhar ao ritmo de todas as profecias bíblicas, centenas de profecias escritas centenas de anos antes. Eles tinham-­­
-nas lido tantas vezes, tantas vezes explicado. Agora estavam cegos! A mente deles possuída pelo sentimento do orgulho tinha-se fechado ao poder do Espírito Santo.

Jesus estava em Jerusalém, sabia das intenções que se congemina­vam contra Ele, mas sabia que era o Cordeiro Pascal, “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Ele tinha vindo para Se oferecer como sacrifício voluntário, não porque fosse obrigado, mas estava ali por vontade própria.

Jesus, que não tinha pecado, tinha revelado o Santo carácter de Deus, na obediência perfeita à quebrada Lei de Deus, essa Lei tão imutável como é imutável o carácter de Deus. Jesus está pronto como o obediente salvador a ser o nosso substituto, levar sobre Si os pecados de todo o mundo, para que, quando O aceitarmos como nosso Salvador pessoal, possamos receber o dom da Sua perfeita justiça e ser salvos: “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” II Coríntios 5:21

Jesus foi condenado, para que a justificação, a inocência possa ser nossa. A agonia foi de Jesus, para que a Vitória pudesse ser nossa. O sofrimento foi de Jesus, para que a cura pudesse ser nossa. A maldição foi posta sobre Jesus, para que a bênção possa ser posta sobre nós. A morte foi d’Ele, para que a vida que foi comprada pudesse ser minha.

Por isso Jesus deixou-Se prender, ser julgado, condenado e aceitou levar a cruz. Mas tudo foi tão rápido que não houve tempo de preparar uma cruz para Ele. À Sua medida. A cruz que Lhe colocaram às costas foi a do criminoso absolvido à última da hora. A cruz de Barrabás, do pecador, do criminoso, do mentiroso, do transgressor, foi a cruz de Barrabás que colocaram sobre os ombros de Jesus.

Eu não sei, mas tudo me leva a supor que Barrabás era um homem de grande estatura, rude, todas as suas acções centravam-se na força e na violência. A cruz era um castigo, não só porque seria o instrumento da crucifixão, mas era um castigo pelo peso do madeiro. Era preciso cair, transpirar, deveria ser um espectáculo de vingança aos olhos de todos os que tinham sofrido por causa daquele criminoso. Esta era a cruz do último instante, destinada à pessoa errada!

Dois companheiros de Barrabás iriam morrer ao mesmo tempo que Jesus e sobre eles também puseram cruzes. A carga do Salvador era demasiado pesada tanto pelo peso da cruz, como pelo estado de fraqueza e sofrimento em que Se encontrava. Desde a ceia pascal com os discípulos, Ele não tinha voltado a comer ou a beber. Angustiara-Se no jardim do Getsémani em conflito com as forças satânicas. Suportara a agonia da traição, Judas tinha-O vendido, Pedro tinha-O traído, os outros discípulos abandonaram-nO e fugiram.

Durante o processo de julgamento e condenação Jesus foi insultado, duas vezes torturado com o chicote. Toda aquela noite fora uma sucessão de cenas de molde a provar até ao máximo a alma de qualquer ser humano. Jesus não fracassou. Não proferiu palavra alguma que não visasse a glória de Deus. Mas quando, depois de ter sido açoitado pela segunda vez, a cruz Lhe foi posta sobre os ombros, a natureza humana de Cristo não pôde suportar mais. Caiu desmai­a­do sob a carga!

A multidão que seguia o Salvador viu os Seus passos fracos e vaci­lantes, mas nem todos manifestaram compaixão. Alguns apuparam-nO e injuriaram-nO por não ser capaz de levar a pesada cruz. De novo a carga Lhe foi posta em cima e outra vez caiu desmaiado por terra. Os perseguidores viram que Jesus não tinha forças para subir aquele Monte com o peso da Cruz!

Era impossível encontrar alguém que voluntariamente quisesse levar a cruz. A cruz era sinal de maldição e contaminação. Especialmente naquela altura, celebrava-se a Páscoa.

À beira do caminho está um homem, o homem da beira do caminho, um homem que veio do campo, ele não está ali para escarnecer, está ali porque ouviu os gritos. Aproximou-se do caminho, parece nem ver a multidão mas ouve esta gritaria: “Abri caminho para o Rei dos judeus!” fica espantado com a cena, os seus olhos só vêem Aquele que leva a cruz, vê o Seu rosto, ouve os Seus gemidos que lhe entram na alma e sem hesitação, sem reparar no ambiente à sua volta, aproxima-se do Condenado.

Há muitas mulheres na multidão que seguem, vão ali, choram, mas que podem fazer? São mulheres! Algumas já O tinham visto antes. Outras levaram-Lhe doentes e sofredores. Outras tinham sido cura­das por Jesus. Entre elas falam do bem que Jesus tinha feito. Admi­ram-se com o ódio da multidão. O homem da beira do caminho ouve as mulheres, e comove-se ainda mais!

E apesar da acção da multidão enfurecida, e das coléricas palavras dos sacerdotes que gritam e excitam a multidão, estas mulheres exprimem a sua admiração. Quando Jesus cai desfalecido sob a cruz, elas irrompem num choro angustiante.

O homem da beira do caminho, sabe que muitas daquelas mulheres, não têm grande reputação. Mas vê Jesus olhá-las com terna simpatia. Vê e ouve Jesus que não despreza a compaixão delas e ouve Jesus dizer estas palavras: “Filhas de Jerusalém, disse Ele, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas, e pelos vossos filhos.” Lucas 23:28