quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sete Etapas do Casamento

Etapa romântica. O outro parece não ter defeitos, é idealizado e endeusado. Tudo é dez. Altas são as expectativas. Exagera-se nas fantasias, sonhos, promessas. A relação é simbiótica, isto é, de dependência e apego. Encantamento, paixão e prazer perfazem a etapa romântica.
Etapa do conhecimento mútuo. Começam a aparecer os defeitos, o cotidiano vira mesmice, chatice, sem graça. Um ronca alto demais, o outro gasta muita pasta de dente, chega atrasado etc. É a etapa do encontro com a realidade, o eu real. É preciso casar-se com as debilidades do outro. Casar as almas, as consciências, os projetos, as liberdades, as diferenças. Sem isso, um joga culpa no outro, um engana o outro, aparecem as mentiras e a frustração. "Se se aproximam, brigam. Se se afastam, morrem", como acontece com o porco-espinho do Alasca.
 
Etapa da luta pelo poder. Os sonhos acabam. As agressões e a indiferença ferem. Queixas, ameaças e murmuração tornam-se companheiros de cada dia. O dinheiro, o sexo e os filhos são usados para manipular o outro. É hora de buscar apoio, ajuda e solução. Ninguém suporta um ambiente de competição e luta pelo poder. Nesta hora, um encontro de casais, um retiro, uma volta para Deus pode ser o melhor caminho. O padre, o psicólogo, o aconselhador, o médico, os amigos podem ser bons anjos.
 
Etapa da desilusão. O casal se isola, come sozinho, passeia sozinho, vai à igreja sozinho, diverte-se sozinho. Começa o divórcio emocional, sexual e espiritual. Já está presente a separação real, não ainda a legitimada pela lei. O vazio é preenchido com ativismo, televisão, bar, jogos, igreja, álcool, amizades erradas. Agora não há outra saída: romper ou crescer. É preciso decidir. A solução tem quatro portas: o diálogo, o perdão, a ternura e a oração.
Etapa do crescimento. Focaliza-se a renegociação. Os acordos são selados. As pessoas mudaram com o sofrimento e amadureceram. Volta a auto-estima e começa a ajuda mútua. Os compromissos são assumidos e há flexibilidade nas dificuldades. Amizade, pequenos gestos, elogio, atitudes positivas salvam o casamento. O grande remédio é a humildade. O amor se manifesta em sentimentos, atitudes e gestos.
Etapa da estabilidade. Cresce a intimidade e vive-se o "reino do nosso": nossos filhos, nossa casa, nossa fé, nossa família. As decisões são em conjunto. Tudo é comunicado e partilhado. Aparecem novos interesses, novas iniciativas e esperanças. A casa é uma comunidade de vida e de amor. As amizades aumentam e ajudam o casal. "Agora, estamos casados de verdade", afirmam os casais. A família torna-se santuário da vida, laboratório de amor, escola de humanismo, igreja doméstica.
 
Etapa da generosidade. O casal e a família se abrem para a ação, a doação de si, a generosidade em servir e ajudar outros casais. Participam da comunidade, dispõem-se a colaborar com a transformação da sociedade, vivem o altruísmo e o voluntariado. A suprema satisfação consiste em ajudar os outros a serem felizes. Há serenidade diante das dificuldades. A tolerância, a paciência e a compreensão preservam a paz interior e a paz em casa. A consideração pelos outros, a sensibilidade pelos irmãos, o sentimento de confiança mútua reforçam a felicidade do casamento. É assim que a família é a esperança da sociedade e o futuro do mundo.
Dom Orlando Brandes, arcebispo de Londrina/PR

Nota: pela sua pertinência publicamos este post.

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