sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Loucura da Cruz

Hinos: 13-297
Int. “Aquele que nunca teve uma cruz nunca terá uma coroa.” Ou “Bem-vinda, bem-vinda seja a cruz, se Cristo estiver comigo.”
Realmente; A cruz é o centro da História do mundo; a encarnação de Cristo e a crucifixão do nosso Senhor constituem o fulcro em torno do qual giram os eventos dos séculos.
O apóstolo Paulo disse: 1ª Coríntios 1:18-25.
Na verdade a cruz é o centro de todo o Evangelho. Ela resume tudo o que nós, como cristãos, cremos, esperamos e estimamos. Quando minimizamos a sua importância, traímos tudo o que ela significa.
Mas nem sempre a cruz foi emblema do respeito que tem hoje. O uso da cruz como instrumento e método de punição capital passou dos gregos aos cartagineses e desses aos romanos.
Nos dias do Império Romano, a pena de morte na cruz era a mais vergonhosa a que inspirava maior angustia.
Receber tal espécie de condenação era incorrer no escárnio e desonra pública.
 
Os padecimentos a que eram submetidos os condenados, antes da crucifixão, eram extremamente cruéis. Recebiam açoites, o corpo era dilacerado e eram obrigados a levar a cruz até ao local onde seriam mortos.
Havia duas formas de ser crucificados 1) Eram amarrados; 2) Eram pregados à cruz.
No primeiro caso, a morte era mais lenta, normalmente a pessoa estava pendurada três dias e três noites, morria não tanto pelo sofrimento da cruz mas de fome e sede.
Jesus foi pregado na cruz. Os ladrões, condenados juntamente com Ele, foram amarrados.
Os romanos estavam protegidos desta morte, havia leis especiais que interditavam que um cidadão romano fosse morto desta maneira.
Não admira que Paulo tenha encontrado pontos de vista diferentes sobre a cruz, enquanto pregava o evangelho: 1º Coríntios 1:18-23.
Ele sabia que para os gregos, especialista e amantes da filosofia, assim como para os judeus especialistas e amantes dos rituais. Era para uns e para outros, uma ideia de loucos e até ofensivo pensar que a salvação pudesse vir através de Alguém que morre na Cruz.
 
A verdade, é que Deus não escolheu como meio de salvação nem a Filosofia, nem a Tradição para salvar o mundo, diz o texto: “Deus escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.”
1ª Cor. 1:27.
Sim Deus escolheu a cruz – outrora símbolo de pavor, vergonha, blasfémia, dor e morte – transformando-a num pedestal no qual foi erguido o Salvador do mundo.
Esta mensagem continua actual, o homem moderno necessita de a ouvir. Mas receio bem que acontece o mesmo que aconteceu àquele rapaz de treze anos.
Um rapaz com treze anos ficou muito doente. Antes de morrer deu à sua mãe o seu crucifixo. Ela, com as penas provocadas pela morte do seu filho perdeu o crucifixo.
Serviu-se de todos os meios possíveis para encontrar a prenda que o seu filho lhe deu na hora da morte. Tudo em vão. Por fim os amigos recorreram ao exército que com os detectores de metais, passaram pelos locais por onde a mãe tinha passado e finalmente encontraram o crucifixo.
Foi um acontecimento triste que a mãe tenha perdido o presente dado pelo filho ao morrer, mas é uma tragédia maior para a Igreja e para o crente em particular perder a mensagem que o Filho de Deus deixou antes de morrer na cruz.
 
Muitas igrejas ditas cristãs, perderam completamente essa mensagem. Tenho assistido a funerais, nem uma referência é feita ao sacrifício de Jesus.
Hoje, já não se prega com insistência a gloriosa mensagem que Cristo morreu pelos pecadores.
Necessitamos de procurar a ajuda não do exército para virem com detectores de metais. Necessitamos de nos encontrar com o Espírito Santo para que Ele nos leve à zona abandonada, o Calvário, para que os nossos corações recuperem a mensagem:
Gálatas 6:14
Então tornarmo-nos mensageiros da boa nova. Na cruz foi pregado um inocente. Um inocente cujos lábios nunca foram manchados pela mentira; que não cometeram pecado, e cuja vida foi uma constante dádiva.
Por isso Paulo dizia: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.” Ou seja nem Filosofia, nem Tradição. Mas Cristo e Cristo hoje!
“Contemplai-O considerando o preço a ser pago pela alma humana. Em Sua agonia, apega-se ao solo frio, como a impedir de ser levado para longe de Deus. O enregelante orvalho da noite cai-Lhe sobre o corpo curvado, mas não atenta para isso Deu Seus pálidos lábios irrompe o amargo brado: “Meu Pia, se é possível, passe de Mim este cálice. Mas mesmo então acrescenta: Todavia não como Eu quero, mas como Tu queres.” Desejado Todas as Nações, p.515
Na verdade no nosso mundo moderno os dois velhos parceiros: Sabedoria/Tradição voltam a levantar as velhas bandeiras.
 (1ª Coríntios 1:23 “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.”
Mas nós pregamos o “escândalo” skandalon, “o gatilho, o disparador de uma ratoeira.” Significa (metáfora) a ofensa. Porque os judeus esperavam um rei que lhes desse domínio sobre todo o mundo.) Mas o Apóstolo diz em Actos: 17:21,24. 
A mensagem da cruz é actual porque lá aconteceu não só a morte de um inocente, de Alguém que se deixou morrer. Mas como diz a história daquele homem que teve um sonho.
O homem sonhava e no sonho presenciava um carrasco a açoitar Jesus. Tanto o carrasco como Jesus estavam de costas para ele. Sem suportar passivamente a cena dolorosa, resolveu aproximar-se para tentar impedir que continuasse a açoitar Jesus. Ficou surpreendido, ao segurar o braço do carrasco, este virou-se para ele, e viu no rosto do carrasco a sua própria face.
É esta a actualidade da mensagem da Cruz. Sim, cada um de nós é responsável. Fomos nós que o açoitámos. Fomos nós que O coroamos.
Isaías 53:4-5.
Esta semana estudámos os 6 julgamentos de Jesus: Três de carácter religioso e três de carácter politico: poderíamos dizer que Jesus estava acusado de “Maldição” por ser o Filho de Deus e “Sedição” arrastar outros contra o governo dominante.
 
De facto tanto por um crime como por outro havia incessantemente pessoas que se levantavam por uma ou por outra razão: uns que se diziam “filhos de Deus” e outros “chamados a libertar Israel”.
E é curioso como o Diabo trabalha, algum tempo antes da crucifixão de Jesus os soldados romanos tinham capturado um grupo de terroristas que lutavam contra a autoridade romana.
O líder desse grupo era Barrabás. O nome Barrabás vem do aramaico: Bar-Abbas, que significa “filho do pai”.
Aproveitando-se disso, Barrabás fazia-se passar por um libertador nacional. Um falso Messias. Assim conseguia recrutar adeptos prometendo-lhes melhores dias, seriam todos oficiais, ministros, governadores em todo o mundo.
E quem está para ser julgado, é ele e dois companheiros apanhados na mesma ocasião.
Para espanto dele aparece um quarto. (Mateus 27:15-26). Mas eles na verdade já estavam julgados e condenados, os instrumentos de tortura já estavam preparados, dois seriam amarrados à cruz, mas ele seria cravado na cruz, para exemplo.
 
Pilatos é obrigado a julgar Jesus, percebe que está inocente, mas num acto de cobardia leva Jesus e o criminoso Barrabás ao balcão do palácio do governador.
Barrabás tinha completa consciência que aquele era o seu último dia de vida. Ele olha para Jesus e percebe toda a inocência de Jesus, sabia ler o rosto de um homem.
Quando Pilatos pergunta ao povo: “A quem quereis que vos solte, Jesus “O Senhor é Salvação ou o filho do pai?”
Barrabás está tão convencido da sua culpa e tão entretido na sua contemplação de Jesus. Que nem sequer percebe a resposta do povo, pouco a pouco toma consciência e pensa: skandalon, este povo é um escândalo. Este povo vive da Tradição. Este povo está perdido!
 
Conclusão:
Hoje, nós estamos no balcão do julgamento do Universo, o Juiz é justo e verdadeiro. A questão é com quem nos parecemos?
 
Com Barrabás, o filho do pai ou com Jesus “O Senhor é Salvação”?
Jesus ocupou o nosso lugar. Podemos sair livres. Se aceitarmos esta Fascinante mensagem da cruz. Loucura para alguns, mas, como disse Paulo: “para nós, que somos salvos, poder de Deus” 1ª Cor. 1:27.
 
É nele que encontramos o bálsamo para as feridas espirituais e da alma.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

UM ENCONTRO MARCADO

TEMA:  A volta de Jesus.
PROPÓSITO:  Levar os irmãos a ter um encontro com Jesus diariamente, e prepararem-se para a sua Segunda vinda.
TEXTO: Lucas 7:11-17.
TESE:  Nossa vida jamais será a mesma após esse encontro.
 
INTRODUÇÃO:
 

           Certamente aquele era o dia mais triste da sua vida. Não fazia muito tempo havia perdido o seu esposo e apesar de sua condição de viúva tinha ainda o seu querido filho, razão mais do que suficiente para continuar a lutar pela vida. Era um único filho e sabe como são os filhos únicos. Eles reinam soberanos nos corações dos seus pais. A experiência daquela viúva com seu filho não era diferente, muitas vezes ficava a olhar para ele. Já não mais um bebé, havia se tornado um jovem rapaz.

             Num fatídico dia, aquela viúva perde seu único filho. A tristeza e a dor diante do filho morto arrasam-lhe o coração. Grande parte dos moradores daquela cidade comove-se diante do quadro. É evidente que numa situação dessas não se acham palavras que sejam eficazes para consolar. Restava apenas uma coisa a fazer, era chorar junto com aquela mãe e acompanhá-la no enterro do seu filho e foi o que os moradores daquela pequena cidade fizeram.
              Diz a escritura que o cortejo fúnebre já alcançava as portas da cidade, quando Jesus, seus discípulos e numerosa multidão chegavam àquela cidade chamada Naum. Duas multidões se encontram, uma muito triste e outra alegre. A palavra diz nos versos 14 e 15 que Jesus vendo o choro da mãe, toca o esquife e ordena ao jovem que jazia morto para levantar-se, e o “que estivera morto passou a falar; e Jesus o restituiu à sua mãe”. Podem imaginar a alegria daquela mãe com o seu filho vivo outra vez! Pode se dizer que este foi um bom funeral, o pranto converteu-se em riso, a tristeza em alegria.
              Há 3 grandes lições que podemos aprender nessa história:
I-  AS MULTIDÕES NUNCA   FORAM PROBLEMA PARA JESUS, PORQUE ELE VÊ PESSOAS  (LC. 7:13).
      A-  Somos mais um na multidão?
            1- Jesus enxerga pessoas individualmente.
                    a)-  Se você está ai, sentindo-se mais “um” na multidão, pensando que ninguém se importa com a sua dor, com as suas lágrimas, seja qual for o motivo, saiba que há um par de olhos divinos a olhar você.
                    b)-  Como diz a escritura em Isaías 51:12 “Eu , eu  sou aquele que vos consola ...” e ainda em II  Coríntios l:3-4, “Bendito seja o Deus pai de nosso  senhor Jesus cristo, o pai das misericórdias e o Deus de toda consolação! É ele que nos conforta  em toda nossa tribulação...”
II-                JESUS MARCA UM ENCONTRO CONOSCO       
             (Luc.7:11).
       A- O consolo é o resultado do encontro com Jesus.
              1- O consolo mais eficaz que trouxe satisfação á    viúva, resultou de um encontro.
                     a)-  Só pode haver encontro se houver interesse de ambas as partes.
                     b)-  Jesus está mui interessado para que esse encontro aconteça.
                     c)-  Só depende de você.
Se você sabe que há um Deus no céu particularmente interessado em você, o que será que falta para que esse encontro entre você e Jesus aconteça? Falta interesse, tem problemas, não tem tempo, se sente bem na multidão? Não importa qual seja o motivo, lembre-se que para este encontro acontecer só falta você, só depende de você.
 
III- O ENCONTRO COM CRISTO MUDA          
RADICALMENTE ANOSSA EXPERIÊNCIA (LC.7:14-15).
          A-  Novas criaturas.
                1- Após o encontro com Cristo, somos novas   criaturas, tudo se faz novo (II Coríntios 5:17).
                    a)-  Um encontro e o milagre acontece.
                      Aquela viúva pensava que após o enterro do seu   filho, voltaria para casa e viveria uma vida  solitária, triste e vazia. Mas que coisa diferente aconteceu, nem bem o enterro alcançou as portas da cidade e ela já estava de volta para casa com o seu querido filho vivo! Tudo por causa de um encontro.
 
CONCLUSÃO:
Lições espirituais em destaque:
-         As multidões nunca foram problema para Jesus, porque ele percebe as pessoas individualmente.
-         Jesus quer encontrar-se conosco, ele marca um encontro.
-         O encontro com Cristo muda radicalmente nossa experiência.
                Um dia haverá um grande e feliz encontro marcado para breve. Jesus voltará a esta terra pela 2vez. Ele voltará para acabar definitivamente com a morte. Anjos precederão com sons de trombeta anunciando a sua volta. Muitos gostariam de estar vivos para presenciar este grande acontecimento, mas não há problema se você já não vive mais, porque ele chamará você particularmente pelo seu nome e você reconhecerá a sua voz, pois você o conhece de muitos encontros que teve com ele ainda em vida. Sabe do seu grande amor por você e pela humanidade, pois você estava habituado a ler e a meditar sobre a sua palavra. Com emoção o ouvirá dar uma terna ordem: “Levanta-te!”. Que alegria pois naquele dia, amigos se encontrarão para nunca mais se separarem.
                  O anúncio caiu como bomba. O esposo e pai devia marchar para a guerra.  Com dor os parentes foram se despedir na estação. O filho desesperado, lhe perguntava: “Quando regressarás, papai?” O pai lhe respondeu: “Qualquer dia destes, neste mesmo trem que chega as 5 da tarde, vou regressar”. Desde então, o menino esperava ansioso a campainha que anunciava a chegada do trem. Quando esta soava, corria até a estação e olhava ansioso para ver se entre os passageiros estava seu pai. Depois de 2 anos, uma tarde, entre os passageiros chegou seu pai, que alegria! Logo esteve entre seus braços. “Não partirás mais. Não é verdade papai?”. Perguntou ansioso o menino. “Não; agora ficarei sempre com vocês”. As campainhas da história indicam que logo, muito em breve chegará nas nuvens dos céus o senhor Jesus, para nos levar consigo ao céu onde “Estaremos para sempre com o senhor”.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Jutificação do Pecador - justiça imputada e comunicada


Se alguém é justificado e, no seu registo no Céu, se lê “justo, como se nunca tivesse pecado”, poderia parecer estranho querer acrescentar alguma coisa a esta espécie de registo. Expressar este tipo de pensamento é revelar o facto de que ainda continua a pensar em termos legais. Ainda há um desejo de fazer alguma coisa para sentirmos que isto é real. O maior objectivo para alguém que foi justificado é, pela fé, conservar essa imerecida posição que Deus, no Seu amor, nos deu como um dom gratuito. Contudo, no momento em que somos justificados somos também santificados. Estas duas condições são alcançadas somente pela fé. A justificação lida com os nossos registos no Céu. Ela muda o conteúdo desses registos, de um criminoso condenado para os de um homem livre, com registos perfeitos, incluindo a sua vida passada.
A santificação é o plano celestial através do qual um criminoso liberto (agora um membro da família de Deus) pode agradecer continuamente a Deus pelo dom indescritível da justificação feito a um indigno miserável. Como é que ele pode fazer isso? Permitindo, diariamente, que Deus opere nele segundo o Seu querer e boa vontade. Filipenses 2:13.
O nosso papel é permitir que Deus trabalhe na nossa vida, reabituando-nos a dizer continuamente sim, cada vez que Jesus disser: “Este é o caminho, andai por ele”. O que o Céu requer dos que lá hão-de entrar é total confiança em Jesus, sem duvidar, sem adiamentos, ou mesmo sem perguntar porquê ou como. A nossa resposta à orientação de Deus deve ser tão natural como o movimento de uma flor que se vira para o sol.
Obviamente, não devem subsistir dúvidas ao longo do caminho acerca da nossa justificação (justiça imputada) ou da nossa santificação (justiça comunicada). É através da justificação que a obediência nos é creditada, agora e para o futuro.
“Através da Sua justiça imputada, são aceites por Deus como os que estão a manifestar ao mundo que reconhecem a aliança com Deus, guardando todos os Seus mandamentos.” (CNJ, pág. 133.)
“Deveríamos estudar a vida do nosso Redentor, pois Ele é o único exemplo perfeito para os homens. Deveríamos contemplar o infinito sacrifício do Calvário, e ver a tremenda malignidade do pecado e a justiça da lei. Sairão, de um cuidadoso estudo do tema da redenção, fortalecidos e enobrecidos. A vossa compreensão do carácter de Deus será aprofundada; e com o plano da salvação claramente definido na vossa mente, estareis melhor habilitados para cumprir a vossa comissão divina. Com um sentimento de plena convicção poderão, então, testificar aos homens do imutável carácter da lei, manifestado pela morte de Cristo sobre a cruz, da maligna natureza do pecado e da justiça de Deus ao justificar o crente em Jesus sob a condição da sua futura obediência aos estatutos do governo de Deus, no Céu e na Terra.” (Idem, pág. 46.)
“A religião pessoal entre nós, como um povo, está em declínio. Há muita forma, muita maquinaria, muita religião de língua; mas algo de mais profundo e mais sólido deve ser introduzido na nossa experiência religiosa… Temos necessidade de conhecer Deus e o poder do Seu amor, revelado em Cristo, através de conhecimento experimental… Por meio dos méritos de Cristo, através da Sua justiça que, pela fé, nos é imputada, cumpre-nos atingir a perfeição do carácter cristão.” (Idem, pág. 107, 108.)
A perfeição também vem através da justificação. É através da santificação que essa posição é mantida. Essa será a nossa condição, não só até à volta de Cristo, mas por toda a eternidade. Será a nossa feliz tarefa expressar a todo o Universo o nosso apreço pelo inexprimível dom de Cristo em nosso favor.
A salvação depende da justificação como um dom gratuito de Deus. A nossa atitude em relação a essa dádiva é expressa pela forma como nos relacionamos com a santificação, e pela nossa disponibilidade para permitirmos que Jesus remodele os nossos caracteres, de maneira a que reflictam o Seu. Esse é o trabalho de Jesus, não importa os métodos que Ele utilize para alcançar o Seu objectivo. A nossa parte consiste em submetermo-nos a Ele.
Será a santificação a prova da justificação? Em João 15:5, Jesus diz: “…quem está em mim e eu nele, esse dá muito fruto.” O fruto do Espírito deve ser visto em todos aqueles que estão verdadeiramente justificados. Gálatas 5:22, 23. O crente apenas tem de se manter nessa relação (posição) com Cristo e Ele produzirá o fruto. Cristo é a Videira; o crente é o ramo. A nossa posição como membros da família de Deus é o motivo da nossa alegria. Devemos recusar demorar-nos numa forma condicional de pensar. Quando somos enxertados na Videira, tornamo-nos parte d’Ele. A justificação será sempre necessária. O carácter de Cristo é a única cobertura que pode satisfazer completamente todos os requisitos da perfeita lei de Deus; por isso, deve ser conservado.
“O inimigo de Deus e do homem não deseja que esta verdade [justificação pela fé] seja exposta de forma clara; pois sabe que se o povo a aceitar na sua totalidade, o seu poder será quebrado. Se ele conseguir controlar as mentes a ponto de a dúvida, a descrença e a escuridão fazerem parte da experiência daqueles que se intitulam filhos de Deus, poderá vencê-los com a tentação.” (Idem, pág. 69.)
“Eu vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo …” Lucas 10:19.
Obviamente, os cristãos, em geral, não têm um conhecimento experimental de que podem viver livres do poder de Satanás. Isto não implica viver livre das suas tentações. As tentações, juntamente com o pecado, perderam o seu poder. E estas são boas novas para todos nós.
O pecado tem uma influência poderosa sobre a família humana. É atractivo para a natureza pecadora. Ele oferece prazer por um momento. Sendo proibido, é excitante. Fomenta o espírito de independência. É um mau uso da capacidade de escolha ou do poder da vontade. Tudo isto será resolvido no cristão verdadeiramente nascido de novo, à medida que ele caminha com o seu Senhor em justiça.
Há outro aspecto, muito mais subtil, do poder do pecado que devemos considerar: “…a força do pecado é a lei.” I Coríntios 15:56. A palavra grega dunamis (capacidade) é aqui traduzida como força. É mais frequentemente traduzida como poder. A nossa palavra “dinamite” tem a mesma raiz. A capacidade da dinamite está no seu poder explosivo. Se a “força do pecado” é a lei, devemos saber como é que isso é verdade. Deus não revelou a Sua lei como uma transcrição do Seu carácter e ao mesmo tempo como a “força do pecado”. A lei divina de amor levou-O a criar o homem com capacidade de pecar. Deu-lhe o poder de escolha. Será aqui que reside o poder do pecado? “O homem resiste à tentação quando, poderosamente influenciado para fazer o mal, e sabendo que o pode fazer, resiste, pela fé, firmemente apoiado no poder divino.” (SDABC, vol. 5, pág. 1082; YI, 20 de Julho de 1899.)
É interessante saber que o poder que Jesus deu aos Seus discípulos, referido em Lucas 10:19, foi exousia (autoridade), e não “capacidade”. Mas o poder do inimigo no mesmo verso é dunamis (capacidade). Podemos dizer, então, que Deus deu ao homem autoridade sobre todas as capacidades de Satanás, mas que retém a capacidade e a autoridade sobre Satanás sob o Seu próprio controlo. Através de Cristo, todo o poder de Satanás é quebrado, porque ele é um inimigo derrotado.
Colossense 1:13 diz: “Livrou-nos do poder (autoridade) da escuridão, e fez-nos passar para o reino de seu Filho querido” Libertação da autoridade de Satanás e sermos membros do reino de Deus é exactamente a mesma coisa. “Quando abandonarem a vossa própria vontade, a vossa própria sabedoria, e aprenderem de Cristo, acharão entrada no reino de Deus.” (ME, livro 1, pág. 110.)
Uma vez que a lei de Deus é uma transcrição do Seu carácter, e Satanás está sempre a deturpar o Seu carácter, devemos encontrar aqui a chave para a afirmação de que a lei é a “força do pecado”.
Devido a uma má compreensão e mau uso da lei de Deus, o antigo Israel permaneceu sob o poder de Satanás durante séculos. O plano de Deus era que a Sua lei, conforme escrita e revelada no Sinai, fosse um mestre que levasse o Seu povo a Cristo. Gálatas 3:24. Satanás tinha outros planos. Ele usaria essa mesma lei da liberdade para escravizar. Como? Concentrando todos os seus esforços numa das funções da lei – a sua capacidade para condenar. Paulo escreve: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens, para condenação…” Romanos 5:18. Está aqui o ponto central de Satanás e o seu poder sobre os homens. Ele tenta cegar-nos para o resto do mesmo versículo: “...assim também por um só acto de justiça veio a graça sobre todos os homens, para justificação de vida.”
Satanás sempre ampliou a condenação, e depois apresentou a estrita obediência à lei como a única solução aceitável para o problema. Isso levou o homem à derrota sob um miserável desencorajamento, tentando guardar aquilo que não pode guardar na sua própria força – dunamis, ou autoridade, exousia. Condenação e culpa estão associadas e constituem o ponto forte do trabalho de Satanás ao enganar os cristãos.
A condenação e a culpa foram planeadas para levar o homem a aperceber-se da sua própria insignificância e, na sua miséria, ele voltar-se-ia para Deus, que enviou o Seu filho para resolver todo o problema do pecado. Um pai amoroso, quando lida com um filho desobediente, com frequência manifesta autoridade e capacidade, mesmo que seja mal compreendido. O pecado tornou necessária a revelação da lei que existia desde a eternidade, mas que era mal compreendida e erradamente aplicada. A principal função da lei como ensinadora foi escondida aos olhos do homem pela condenação.
A condenação é uma força rude e opressora, tanto para as religiões pagãs como cristãs. Muitos dos reformadores sofreram sob o seu poder. De um modo geral, o Cristianismo tem lutado com este problema e só tem encontrado respostas humanas, que não geram amor a Deus nem produzem uma atitude correcta para com a Sua lei. David tinha os seus olhos abertos e viu a lei como o mestre, ou vereda, que leva a Cristo. A sua resposta foi: “Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.” Salmo 119:97.
Desde o início da sua apostasia, Satanás odeia a lei de Deus, trabalhando continuamente para a mudar ou modificar. Qualquer tentativa para usar a justificação, a imputação do carácter de Cristo para benefício do homem, como um meio de mudança ou para pôr de lado a lei de Deus, é concordar com Satanás e cooperar com ele na sua rebelião contra Deus.
O antinomianismo, o pôr de lado a lei de Deus, é uma resposta humana para o problema do pecado, que concorda com a acusação original de Satanás contra Deus.
O homem moderno pode pensar que a lei é incapaz de satisfazer as suas necessidades. No entanto, continua a precisar do Salvador a quem a lei o conduz. A verdade é que o homem precisa de ser mudado completamente, não a lei. Esta mudança dá-se através de dois processos relacionados, mas distintos e diferentes. Primeiro, foi concretizado por Cristo um processo legal, a favor do homem, na cruz do Calvário, quando tomou o lugar que nos pertencia e pagou a dívida que não podíamos pagar e continuar a viver. Assim, o registo do homem é alterado no momento em que aceita Cristo como seu Salvador e submete a vida ao Seu controlo. “Quando os homens vêem a sua própria inutilidade, estão preparados para ser revestidos com a justiça de Cristo.” (CNJ, pág. 139.) O Calvário permanece como uma prova irrefutável da imutabilidade da lei de Deus. Se tivesse sido possível mudar ou anular a lei, o Calvário não teria sido necessário. Graças a Deus pela Sua dádiva no Calvário, onde Jesus obteve o direito de resgatar os cativos das mãos do grande enganador. (DTN, pág. 744.)
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” Romanos 8:1. A justificação anula a condenação para aquele que se entrega a Cristo. O Salvador disse: “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.” João 3:17. A lei ainda condena, mas apenas Satanás está interessado na condenação. O cristão recém-nascido (justificado) aprende que, mesmo que Satanás trabalhe através dos seus sentidos, para condenar, Cristo não está ocupado em condenar. “Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que os nossos corações, e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos condena, temos confiança para com Deus.” I João 3:20, 21.
Conseguimos ver que é apenas compreendendo Deus na Sua verdadeira relação com o homem – que é de amor e não de condenação – que podemos ter confiança n’Ele? Isto também é verdade na relação pai-filho. Somente numa relação sincera é que há verdadeira confiança. “Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte.” Romanos 8:2. A lei do espírito serve para nos ensinar sobre a vida em Jesus Cristo, que nos liberta da lei do pecado e da morte. Foi disto que Paulo foi liberto em Romanos 7.
A lei do pecado, a qual diz “…o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6:23), tem uma terrível força condenatória na nossa vida, quando utilizada contra nós por Satanás. O seu plano é forçar-nos ao arrependimento através desses miseráveis sentimentos. Muito do arrependimento dos cristãos é um desejo de se livrarem desses fortes sentimentos. Se formos honestos, podemos ver que o egoísmo é a raiz deste arrependimento. A Palavra de Deus declara: “…a bondade de Deus que te leva ao arrependimento.” Romanos 2:4. Não é através da condenação, mas por olhar para Jesus na cruz do Calvário, que chegaremos ao verdadeiro arrependimento. Saber que Ele condena o pecado, mas ama o pecador, liberta-nos. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” João 8:36.
Quando vemos que somos vítimas de uma doença mortal, chamada pecado, que tem deixado muitas cicatrizes, chamadas hábitos, no nosso corpo – e que tem de ser erradicada – conseguimos compreender quão paciente, contudo persistentemente, Cristo tem de trabalhar para nos livrar desses hábitos. Só então podemos ver porque é que a santificação – o segundo processo – é a forma de Deus alterar esses nossos hábitos, e é o trabalho de toda uma vida. Não se trata de que uma vida inteira nos faça santos, mas ela deve estabelecer em nós um padrão de total entrega e disponibilidade que permita a Deus fazer em nós, “…o querer como o efectuar, segundo a Sua boa vontade.” Filipenses 2:13.
A justificação trata com a nossa natureza. Quando morremos para o eu, entregamos a nossa vontade e convidamos Cristo a tomar conta da nossa vida, uma nova natureza é dada ao cristão nascido de novo. Essa natureza é capaz de se submeter à lei de Deus, ao passo que a velha natureza odiava a lei de Deus. Romanos 8:7. A santificação assume a tarefa de redireccionar o carácter, e de remover os hábitos que foram desenvolvidos através da velha natureza. Esses hábitos e tendências hereditárias são reminiscências da velha vida centrada no eu. Eles são os mais fortes apoios que Satanás tem na vida do cristão nascido de novo. Graças a Deus, mesmo esses apoios podem ser quebrados, através do maravilhoso plano de redenção. 
José Carlos Costa, pastor
 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

O Tapete da Fé

                  
O que é a fé? Em toda a Bíblia, não há resposta melhor do que a do grande capítulo 11 da Epístola aos Hebreus. Em Hebreus 11, um tapete é aberto, retratando grandes exemplos de fé extraídos da narrativa dos heróis do Antigo Testamento.
Nos grandes castelos, tapetes escuros estão pendurados em paredes mofadas para retratar as façanhas dos grandes cavaleiros e senhores do passado, preservando as virtudes e os valores que tornaram grande o reino. Hebreus 11 não é um corredor mofado. É uma calçada espiritual adornada pela tecedura da Palavra viva de Deus, mostrando a fé como a virtude-chave pela qual Deus tornou grande o seu reino. Hebreus 11 é frequentemente chamado de “Galeria de Heróis”. Mas o verdadeiro herói desse capítulo é Deus, que deu fé aos seus, pela qual homens e mulheres insignificantes fizeram grandes coisas na força dele.
Hebreus 11 mostra que a fé é sobremodo importante porque o povo de Deus é inquietado por fraquezas, pobreza e dificuldades. Essa é a razão por que o versículo 1 nos diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”. O contexto para a fé é uma vida em que as coisas são esperadas, mas ainda não vistas ou possuídas. A fé assimila coisas que são prometidas por Deus, mas que por enquanto não se cumprem em nossa experiência. Esperamos por poder em meio à fraqueza; por paz, em meio ao conflito; e por alegria, em meio à tristeza. Por todas essas razões, o povo de Deus necessita de fé para perseverar em um mundo difícil.
O que é, então, a fé? A fé é crer na Palavra de Deus a fim de apropriar-se de coisas que são prometidas e torná-las real em nossa vida. A fé é o modo ou a maneira pela qual possuímos as coisas celestiais na terra. A fé não cria as coisas pelas quais esperamos – isso é o falso ensino de muitos de nossos contemporâneos que usam esse versículo para atribuir poder criativo à nossa fé. Em vez disso, a fé recebe de Deus as bênçãos que ele dá. Deus nos dá perdão, paz e provisão espiritual. Ele promete uma “cidade que tem fundamentos”, na qual viveremos para sempre (Hebreus 11.10). A fé é a evidência dessas coisas em nossa vida; é a convicção que extrai forças dessas coisas para seguir a Deus.
Quaisquer dúvidas que tenhamos são respondidas não por argumentos raciocinados, e sim pelo exemplo de fé deixado pelas pessoas piedosas recordadas em Hebreus 11. É melhor dizermos que nesse capítulo a fé é personificada por meio do relato do Antigo Testamento. Começamos em Gênesis, na criação – a fé lê o relato da criação e vê que Deus realmente existe (v. 3). Em seguida, temos o relato sobre três heróis antediluvianos, que juntos retratam o padrão de vida de todo crente: pela fé, Abel se achegou a Deus e foi justificado; pela fé, Enoque andou em comunhão com Deus; pela fé, Noé serviu a Deus com obras de obediência.
A maior seção de Hebreus 11 é dada ao patriarca Abraão. Somos informados de quatro coisas que ele fez pela fé. Ele obedeceu a Deus; viveu como um peregrino em uma terra estranha; em idade avançada, ele e Sara geraram o filho prometido por Deus; e, pela fé, ele ofereceu esse filho, Isaque, em obediência à ordem de Deus. Isso é, de fato, uma vida digna, e tudo pela fé!
E assim prossegue. O tapete da fé revela geração após geração dos fiéis de Deus, desde Moisés e Josué, passando pelos juízes, Davi e os profetas e chegando até aos heróis macabeus, que viveram depois da término do Antigo Testamento. Pela fé, eles conquistaram reinos, fecharam a boca de leões e se tornaram poderosos na guerra. Suportaram torturas e permaneceram firmes em face da morte. Juntos, eles provaram que pela fé um crente possui tudo de que precisa para triunfar sobre as piores oposições do mundo.
Hebreus 11 nos diz o que o povo de Deus fez pela fé. O fato notável nestas pessoas não é sua personalidade, ou seu treinamento, ou sua formação. O texto não nos diz que Abraão era um tipo de pessoa talentosa ou que sua personalidade o tornava adequado ao desapontamento. A única coisa que o tornou diferente das outras pessoas foi a sua fé; e, por meio dela, que diferença ele fez para todo o mundo! Como pôde um homem como Moisés, na plenitude de sua vida, virar as costas para o ápice do poder, prazeres e riquezas do mundo? Isso não aconteceu porque ele era uma pessoa de moralidade. Ele fez isso pela fé! Sem fé, nenhum desses heróis de Hebreus 11 teria vivido para Deus da maneira como o fizeram. Mas, pela fé, eles viveram com um poder que o mundo não conhece e obtiveram a salvação que o mundo ignora. Por causa de sua fé, diz o versículo 16, “Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus”.
A fé pode fazer grandes coisas na vida de qualquer crente. Se você vive pela fé em Deus, não importa quem você é ou qualquer outra coisa a seu respeito, você pode fazer diferença para o reino de Deus. O que realmente importa não é a sua força ou a sua fraqueza, o seu treinamento ou a falta deste. Pela fé, você pode ser um herói espiritual. Por quê? Por que há algum poder inerente à fé ou por que ela desencadeará seu potencial oculto? Não, de modo algum. A fé pode fazer grandes coisas por meio de você, nos diz o versículo 6, porque Deus “se torna galardoador dos que o buscam”. A fé obtém seu poder de seu objeto, o Deus salvador que dá graça àqueles que confiam nele.
Se você procurar esses heróis da fé na história secular do mundo antigo, não os achará. Por quê? Porque há algo que a fé não faz. Ela não dá fama e fortuna como o mundo os estima. Esses heróis da fé eram ninguéns aos olhos do mundo, mas foram grandes aos olhos de Deus. A fé deles não os recomendou ao mundo. Muitos deles foram mortos por causa de sua fé. Como acontece frequentemente, a sua fé ganhou o desprezo do mundo.
Mas observe o versículo 2: “Pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho”. Que bom testemunho foi esse? Pela fé, eles foram elogiados por Deus, e não exista nada melhor do que isso. “A fé é a certeza de coisas que se esperam” – é assim que começa Hebreus 11. E podemos esperar algo melhor do que o elogio de Deus – não somente sermos perdoados e recebidos pela fé, embora isso seja essencial, mas também agradarmos a Deus, realmente, com a nossa vida? Pela fé, podemos ter certeza disso.
O que realmente importa em sua vida? Hebreus 11 diz: o que mais importa em sua vida, e na vida de todo crente, é a sua fé. Uma vez que isso é verdade, nada é mais necessário do que alimentar, exercer e desenvolver sua fé. Quando você crê na Palavra de Deus e confia nas promessas dele em meio aos desafios de sua vida, você se introduz neste tapete em que a história da fé ainda está sendo contada. Pela fé, você, assim como Noé, Abraão e Moisés, pode fazer grandes coisas pelo poder de Deus e para a glória dele.

Richard Phillips

O rev. Richard D. Phillips é o pastor principal da First Presbyterian Church of Coral Springs (Flórida) e o autor de Faith Victorious: Finding Strength and Hope from Hebrews.
Traduzido por: Wellington Ferreira
Copyright:© Ligonier Ministries / Tabletalk Magazine

AS DUAS NATUREZAS

                   Uma Lição para as nossas vidas. Existe uma luta, uma batalha, uma Guerra sendo travada dentro de nós, duas naturezas quem vencerá?

Tenha sempre a certeza de nunca alimentar a natureza errada




















terça-feira, 2 de abril de 2013

Ainda há Esperança para Você

Ao comentar com franqueza a difícil situação de sua vida, uma jovem disse: “Desejava ser popular entre os rapazes. Um dia, cedi à tentação no banco traseiro de um carro. Fiquei grávida e tive um bebé, mas logo perdi o filho que tanto amava e tornei-me viciada em drogas. Agora sou prostituta.” E ela terminou o seu relato com a pergunta: “Há esperança para mim?”
A história inquietante desta jovem não é única. De uma ou outra maneira, representa todos nós nos momentos de opressão ou diante das mais variadas situações problemáticas. Quantas pessoas se sentem como essa mulher! Trata-se de seres que, em meio às suas angústias, almejam paz para o coração atribulado.
Talvez seja o jovem de vida irregular que busca com ansiedade melhorar seu mundo interior, ou o adulto que necessita preencher o vazio da alma com um padrão diferente de conduta. Enfim, podem ser seus amigos ou os meus que procuram afeto e compreensão para o pesado fardo que suportam.
 
Todos esses corações angustiados fazem a si mesmos a grande pergunta:
“Existe esperança para mim?” Aqui tenho o prazer de compartilhar uma resposta favorável: “Sim, existe esperança!” Houve esperança para a mulher que venceu a sua vida de libertinagem e hoje é uma nova pessoa. Continua havendo esperança para o jovem que perdeu o seu rumo e para o adulto que sonha com uma vida plena e radiante.
Com essa visão positiva e optimista, veremos nestas páginas o enorme valor da esperança, e como o nosso coração pode se encher de felicidade. A verdadeira esperança é muito mais que uma simples perspectiva ou mero desejo. É a certeza de que todo mal pode ser vencido, e que tudo o que está torto pode ser endireitado. É uma atitude mental tão renovadora que a chamamos de “âncora da alma, segura e firme” (Hebreus 6:19). É a âncora que sustenta a vida; que dá paz e segurança na tormenta; que tira a desesperança do coração angustiado.
Dois pacientes do interior do país acabavam de ser atendidos pelo mesmo médico. Quando o profissional recebeu os resultados das análises que havia solicitado, deu o diagnóstico a cada caso. Um dos pacientes estava gravemente doente, com poucas chances de sobreviver. O outro não tinha nada sério, e esperava-se que sarasse em pouco tempo.
Devido à distância em que viviam os doentes, foram-lhes enviados pelo correio os respectivos diagnósticos, mas, por uma infelicidade, os nomes foram trocados.
A consequência foi que o doente que tinha pouca possibilidade de se recuperar continuou a viver, ao passo que o outro morreu, embora a sua doença não fosse séria.
A esperança salvou o paciente cuja doença era grave, e o desespero matou aquele cuja enfermidade era leve. Como se vê, a genuína esperança comunica valor e optimismo, assegura a fortaleza espiritual e aumenta as defesas naturais do organismo. Como, então, não cultivar essa extraordinária virtude? Precisamos de esperança, ainda mais sabendo que o que é sentido no estreito âmbito do coração humano influencia a sociedade e o mundo.
O mundo de hoje
Como está o homem, assim está o mundo: com problemas de toda espécie e sem uma saída certa à vista. O próprio planeta está sendo sacudido por violentos terramotos, devastadores furacões, perigosas erupções vulcânicas, arrasadoras inundações e desoladoras secas, além do temível “efeito estufa”, que está modificando o clima em diversas regiões da Terra. A esse quadro soma-se a obra predadora do homem, que contribui com a alteração do equilíbrio ecológico da crosta terrestre. Mas essa realidade física, preocupante como possa ser, não é o aspecto mais relevante entre os problemas que afligem a humanidade.
O que mais afecta o mundo não são os desastres naturais, e sim as ações contaminadas dos seres humanos, as injustiças cometidas contra os mais indefesos, o espírito belicoso dos mais fortes, a moral permissiva que arruína milhões de famílias, os vícios que degradam e encurtam a vida, a insegurança que instala o roubo e a morte nas ruas das grandes cidades. Esses são os piores inimigos que dominam a Terra, como resultado do egoísmo e da maldade sem restrição.
As palavras do antigo profeta Isaías poderiam ser aplicadas ao mundo de hoje: “As vossas mãos estão contaminadas, [...] os vossos lábios falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. [...] Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar” (Isaías 59:3, 14).
Não importa qual seja a condição espiritual do mundo, uma esperança luminosa paira no horizonte.
O seguinte relato ilustra como pode estar próxima a esperança. Certa noite de densa escuridão, um homem caminhava por uma solitária vereda montanhosa.
Numa curva do caminho, ele escorregou e caiu no precipício. Contudo, na queda, ficou enganchado num forte galho de uma árvore, com os pés pendurados no vazio.
Desesperado, o homem tentou subir pela árvore, mas isso se tornou impossível.
Ali estava o pobre viajante: pendurado pelos braços, com os músculos em extrema tensão e o coração carregado de terror. Finalmente, sem forças, o infeliz deixou-se cair no abismo. Mas, para sua incrível alegria, a queda foi de somente vinte centímetros! Ele estava a uma pequena distância da terra firme, e não sabia.
 
Muitas pessoas, e mesmo o mundo, podem hoje se encontrar à beira do precipício, com a convicção de estar às portas da tragédia final. Mas por que não pensar também que existe uma esperança alentadora?
Por que não considerar que a solução está à vista? Talvez tão próxima como a curta distância que salvou a vida do viajante da montanha!
A verdadeira esperança não se limita a uma atitude mental positiva; é muito mais que o sonho de um otimista. Tampouco está baseada nas promessas encantadoras dos grandes líderes da Terra.
Na realidade, não existe ação ou pessoa que possa acender uma esperança estável no fundo do coração humano.
Então, onde está o segredo? Onde está a fonte de tão alta virtude? É uma utopia falar sobre ela, ou é algo alcançável? Ao longo da história, a humanidade tem depositado sua confiança em sistemas políticos, para depois ficar totalmente desencantada, frustrada e sem esperança. Durante séculos, se pensou que a razão e a inteligência humana (os sistemas filosóficos) trariam esperança para nosso planeta, mas, em vez disso, apenas ajudaram a aumentar a crise existencial das pessoas. Em contrapartida, milhões de pessoas nos asseguram que a maior esperança do mundo foi e continua sendo Jesus Cristo. Ele é a fonte da esperança para o planeta e para cada um individualmente.
Esse humilde Menino de Belém, esse excelente Carpinteiro de Nazaré, esse cativante
Pregador que comoveu as multidões, esse sábio Mestre que compartilhou o melhor ensino, esse ilustre Reformador que ainda continua transformando corações e dando esperança.
 
A maior esperança do mundo foi e continua sendo Jesus Cristo. Vidas, é o Filho de Deus, que veio ao mundo revelar o amor mais profundo do Universo e estabelecer a maior esperança de todos os tempos.
Procure onde quiser, e você não encontrará outro que se pareça com Ele.
Convido você a conhecê-Lo como seu Salvador. Aproxime-se dEle, mesmo que seja apenas para saber de quem se trata. Você descobrirá o Amigo mais maravilhoso, como uma vez eu também descobri. Se preferir, não acredite de início nEle. Mas, com o coração sincero e com objetividade, analise a vida e a obra desse supremo Personagem de ontem, de hoje e de sempre. Você se surpreenderá à medida que conhecê-Lo melhor.
Preparei esta obra de maneira coloquial, para você sentir que estou conversando com você sobre o assunto mais transcendente de todos. Gostaria de lhe dizer que, além de ser nossa maior esperança, Jesus é também nosso constante Ajudador.
Durante os dias da Primeira Guerra Mundial, realizava-se a famosa “prova de Kitchener”, por meio da qual eram testados os regimentos ingleses para ver se estavam preparados para ir à frente da batalha. A prova consistia em caminhar um longo trajeto pelas piores estradas, e, por fim, cada soldado deveria encontrar-se no seu respectivo lugar, em correta formação.
Certo regimento de infantaria, que foi submetido a essa dura prova, tinha entre seus soldados um rapaz inexperiente e de pouca força física. A prova era realizada no norte da Índia, sobre um caminho desértico de areia, num dia de muito vento e calor. Durante os primeiros quinze quilómetros, tudo transcorreu bem, mas logo o jovem soldado começou a fraquejar.
Felizmente, o  seu companheiro era um soldado experiente e robusto, a quem o jovem disse: “Estou ficando cansado.” “Ânimo, pois falta pouco!”, respondeu o companheiro. Se você falhar, todos nós seremos reprovados. Dê-me o seu fuzil!”
Mais tarde, disse-lhe: “Dê-me a sua mochila!” E assim, pouco a pouco, o esgotado jovem foi aliviando a sua carga. Por fim, quando haviam passado pela difícil prova, entre os soldados estava um com as costas vazias. O seu corajoso companheiro havia levado a carga no lugar dele.
Quando, no caminho da vida, o fardo é pesado e temos dificuldade para continuar, convém recordar que também temos ao nosso lado um companheiro forte e vencedor: Jesus, o Filho de Deus. Ele pode tirar de nosso coração toda carga, toda dor, toda frustração, todo fracasso... Ele nos alivia o peso da vida e nos enche de renovadas esperanças. Ninguém pode nos ajudar tanto como esse Amigo!
A história continua. Agora vem o melhor...
1. Não importa qual seja a nossa situação, sempre existe esperança. Porém, a esperança deve ser colocada em Deus.
“Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor” (Jeremias 17:7).
2. A esperança é mais do que uma atitude mental positiva. É o olhar confiante que possibilita ver além da realidade visível.
“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?” (Romanos 8:24).
3. A fonte da verdadeira esperança é Jesus Cristo, que nos une a Deus.
“Estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (Efésios 2:12, 13).