segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pequeno Conto Chinês

Conta-se que, por volta do ano 250a.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava ás vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a lei, deveria casar-se antes. Sabendo disso, ele resolveu fazer uma competição entre as jovens da corte ou quem quer que se achasse digna da sua resposta.
No dia seguinte, o príncipe anunciou que faria uma celebração especial e receberia todas as pretendentes para lançar o desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que a sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar a casa e relatar o fato a jovem, espantou-se ao saber ao ouvir que a filha pretendia apresentar e respondeu incrédula:
_ Minha filha, o que terás de fazer? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tira esta ideia insensata da cabeça. Sei que o deves estar a sofrer, mas não tornes o sofrimento em loucura.
E a filha respondeu:
_ Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca, sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe. Só isto já me tornará muito feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam de fato, todas as mais belas moças, com as mais determinadas intenções. Então, inicialmente, o príncipe anunciou as regras da competição:
_ Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida esposa e futura imperatriz da China.
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura de sua semente, pois sabia que, se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada tinha nascido. Dia após dia, ela via cada vez mais longe o seu sonho, mas cada vez mais profundo o seu amor. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado. Consciente do seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independente das circunstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinadas, pois não pretendia nada, além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com o seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Finalmente chega o momento esperado, e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu por que ele tinha escolhido justamente aquela que nada havia cultivado. Então calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz. A flor da honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
"Uma tentativa frustrada pode ser o início da uma caminhada de sucesso e alegria".

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