terça-feira, 3 de setembro de 2013

Guerra ou Paz? Você é quem Faz!

2ª Crónicas 14.1-8
Será que é assim mesmo na vida? Pode ser. No reinado de Asa, as duas coisas aconteceram. O povo viveu um bom período de paz e depois viveu um período conturbado, com ameaças e rumores de guerras. Nas duas situações, a atuação do rei tinha sempre muita relevância e poderia resultar em guerra ou paz. Essas duas palavras saltam aos olhos no reinado de Asa. Dois profetas do Senhor trazem duas realidades ao rei. Um, Azarias, traz uma palavra de estímulo, promovendo a paz, e o outro, Hanani, traz uma repreensão severa, pois o rei estava começando a promover a guerra.
Asa foi bom rei e muito querido pelo povo, contudo, teve lá os seus deslizes. Aprendamos com o reinado deste bisneto do rei Salomão.
AMBIENTE HISTORICO
Asa foi o terceiro rei de Judá após a divisão entre reino do norte e reino do sul. Seu pai, Abias, reinou apenas por três anos em Jerusalém. Ele não aboliu o culto ao Senhor no templo, mas permitiu a abundante adoração a divindades estrangeiras. Asa assume o trono num ambiente de intensa idolatria. Reinou durante quarenta e um anos. Em seu reinado destacam-se as condições pacíficas em que viveu o povo pelo menos durante os primeiros dez anos de governo.
Após alguns anos de paz, Asa enfrenta seu primeiro confronto, derrotando o poderoso exército de Zerá. Estimulado pelo profeta Azarias após esta brilhante vitória, Asa põe corajosamente em execução a sua reforma, por todo o reino, destruindo ídolos de vários lugares, levando o povo a um compromisso de servir a Deus de todo o coração. Com o apoio popular, Asa destituiu a Maaca, a rainha-mãe e destruiu a imagem de Aserá, “deusa da fertilidade”, adorada naqueles tempos, construída sob as ordens da rainha.
As reformas de Asa agradaram a todo o povo. Até mesmo alguns de Israel vieram para Jerusalém ao verem que o “Senhor Deus era com ele” (II Cr 15.9). No seu longo reinado enfrentou duas guerras. Em uma derrotou completamente o inimigo porque confiara no Senhor (II Cr 14.11) e noutra cometeu um deslize ao fazer uma aliança com Ben-Hadade, rei da Síria, para enfrentar Baasa, rei de Israel (II Cr 16.2-3). Por esta aliança foi repreendido pelo profeta Hanani, “porém Asa se indignou contra o vidente, e o lançou no cárcere, no tronco… e na mesma ocasião oprimiu a alguns do povo” (II Cr 16.10).
É interessante notar que nos governos atuais ainda perdura a política de alianças inconvenientes para atingir os objetivos do poder. Os governos e as pessoas em sua maioria não querem saber de aliança com o Senhor.
A reflexão sobre o reinado de Asa certamente jogará luz sobre nossas vidas. Nesta reflexão destacamos alguns ensinamentos, como segue:
1. DESTRUINDO O MAL – CONSTRUINDO O BEM
Os dias iniciais de Asa foram de muita paz. Esta paz foi fruto da própria ação do rei e seu povo. Os primeiros registros das atividades de Asa falam do combate ao mal: “Aboliu os alta­res… quebrou as colunas… cortou os postes-ídolos” (II Cr 14.3). Enfrentou com um exército minoritário um exército de um milhão de homens, onde ficou conhecida a sua total dependência de Deus ao fazer uma oração: “Senhor, além de ti não há quem possa socorrer numa batalha entre o poderoso e o fraco; ajuda-nos, pois, Senhor nosso Deus, porque em ti confiamos, e no teu nome vamos contra esta multidão. Senhor, tu és nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem” (II Cr 14.11). Ele não poupou esforços para aniquilar o mal no reino de Judá.
Contudo, num bom governo não basta o combate ostensivo às circunstâncias malignas; é preciso construir o bem. Este é o verdadeiro objetivo da política: “Asa fez o que era bom e reto perante o Senhor (II Cr 14.2); deu ordens ao povo para que buscasse o Senhor Deus e observasse a Lei; edificou cidades fortificadas e houve paz no seu reinado (II Cr 14.5-7). Na construção do bem, o Senhor mandou o profeta Azarias, estimulando-o a implantar uma reforma religiosa, uma autêntica busca ao Senhor Deus (II Cr 15.1-7). O Senhor Deus é o verdadeiro construtor de todo o bem: “Onde há dependência de Deus haverá vitória sobre os inimigos”, diz S.B. McNair (em “A Bíblia Explicada”). O rei tirou as abominações que estavam impedindo a autêntica adoração. Que abominações temos tirado das nossas vidas? Temos combatido o mal e construído o bem? O que precisa ser mudado?
Asa nos dá o exemplo de que é possível destruir o mal, porém, mais do que isso, construir o bem.
2. PASSADO ESQUECIDO – PRESENTE TRÁGICO
“No trigésimo sexto ano do reinado de Asa subiu Baasa, rei de Israel, contra Judá”, agredindo assim a paz alcançada por Asa. A atitude do rei não foi mais a mesma de quando enfrentou os etíopes. Agora ele não ora ao Senhor pedindo auxílio. Ele faz uma aliança com Ben-Hadade, rei da Síria, enviando-lhe presentes tirados da casa do Senhor, tentando conseguir o apoio do mesmo, o que consegue, e Baasa deixa de ser uma ameaça. Naquele tempo, Asa foi veementemente repreendido pelo Profeta Hanani: “Porquanto confiaste no rei da Síria, e não confiaste no Senhor teu Deus, o exército do rei da Síria escapou da tua mão”. Hanani lembra ao rei o passado esquecido: “Acaso não foram os etíopes e os líbios grande exército, com muitíssimos carros e cavaleiros? Porém tendo tu confiado no Senhor, ele os entregou nas tuas mãos” (II Cr 16.7-8). O passado nunca pode ser desprezado. Asa cometeu o mesmo erro do povo de Israel quando estava sob a liderança de Moisés. Não obstante as maravilhas operadas pela mão do Senhor, o povo esquecia facilmente e murmuravam contra o Senhor (Ex 16.2-4). Sempre que se esquece as experiências do passado, o presente corre o risco de ser trágico. Foi assim com Asa e será com todos que não aprendem com a história. Todo governo deve olhar para o passado e aprender com ele, evitando erros no presente e no futuro. Quem não dá valor ao seu passado, poderá comprometer completamente a sua vida. Asa conquistou a vitória, mas perdeu muito na dignidade e no testemunho. Já se tornou corrente dizer que o povo brasileiro não tem memória. Esquece facilmente o seu passado. Precisamos nos convencer de que, o povo que ignora o seu passado, certa­mente repetirá muitos erros.
3. RECURSOS HUMANOS – RECURSOS DIVINOS
Ao final de seu reinado, Asa foi acometido de uma doença muito grave nos pés. Entre­tanto, “na sua enfermidade não recorreu ao Senhor, mas confiou nos médicos”(II Cr 16.12). Desprezou por completo Aquele que o livrara de Zerá com um grande milagre.
O Evangelhos registram a história de uma mulher enferma que gastou com os médicos tudo o que possuía, mas não desprezou a ajuda do Senhor Jesus Cristo, e com apenas um toque de fé foi curada (Lc 8.43-48). A vida cristã ensina que deve haver um perfeito equilíbrio entre os recursos humanos e os recursos divinos e que nunca devemos desprezar um em detrimento do outro. Os médicos são importantíssimos quando se trata de uma enfermidade, seja ela qual for. Mas, também não devemos esquecer aquele que é o Médico dos médicos. Infelizmente, também hoje há aqueles que desprezam completamente os recursos da medicina dizendo que o cristão não precisa de médico algum. Isto não é verdade! A cura de Deus não anula aquilo que a medicina pode fazer, até porque a medicina é um instrumento de Deus para a nossa saúde. Não condenamos Asa por ter buscado os recursos médicos; o seu erro foi ter feito isto abandonando os recursos do Senhor. Acabou morrendo. O equilíbrio é uma grande virtude do Cristianismo, principalmente em se tratando de recursos humanos e divinos.
DISCUSSÃO
1. Como encontrar equilíbrio entre recursos humanos e recursos divinos?
2. Em que aspecto o nosso passado pode auxiliar o nosso presente?

3. Qual a maneira correta de se combater o erro?

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