Uma das grandes realizações do ministério pastoral, talvez a maior, é o privilégio de estabelecer relacionamentos significativos e duradouros. Paulo, transformado de perseguidor cruel em pastor amoroso, deixou-nos lições preciosas sobre os nobres sentimentos que mantinha pelas pessoas que levou aos pés da cruz.
Nesta semana, ao preparar a matéria da lição, trago bem nítidas na memória, imagens dos locais mencionados, muitos dos quais tive a chance de percorrer, repetindo o mesmo trajeto da viagem do apóstolo na Grécia, séculos antes. Atualmente, claro, em estradas de ferro e amplas rodovias asfaltadas. Cidades como Kavala (Filipos), Salônica, a Via Inácia, Véria (Bereia), Atenas, o Porto de Pireu, Corinto, etc., são fontes de gratas recordações e inspiração para o estudante da Bíblia.
Povoada por gente de várias nacionalidades, Tessalônica abrigava uma considerável colônia judaica. Os discípulos se hospedaram na casa de Jason. Os primeiros tempos ali devem ter sido muito difíceis como revelam 1Tessalonicenses 2:9 e 2Tessalonicenses 3:8.
Por três sábados, os apóstolos tiveram oportunidade de pregar na sinagoga. Como resultado, “alguns deles creram”. A mensagem foi acolhida no coração de “gregos religiosos, grande multidão, e mulheres nobres, não poucas” (At 17:4).
Oposição em Tessalônica
O rápido “sucesso” de Paulo nessa cidade criou ciúmes e exaltou os ânimos daqueles judeus não convertidos. Novamente, como em Antioquia da Pisídia, o zelo equivocado de alguns entrou em erupção. Não encontrando Paulo nem seus associados, arremeteram contra a casa de Jason e o levaram prisioneiro diante das autoridades, acusando-o de subversão. Porém, esses judeus não se inflamaram tanto como os de Filipos, pois logo “tendo recebido satisfação de Jason e dos demais os soltaram” (At 17:9).
Durante a noite, temerosos pela possibilidade de violência posterior, os irmãos enviaram, Paulo e Silas a Bereia. Timóteo permaneceu em Tessalônica para atender o nascente interesse evangelístico.
Em Bereia
Bereia era uma cidade muito menor que Tessalônica, situada a uns 80 quilômetros a sudoeste, na encosta oriental do Olimpo, o sagrado monte grego.
A Escritura afirma que os habitantes de Bereia foram mais nobres que os de Tessalônica (At 17:11). Aceitaram a verdade que ouviram, comparando-a com a Palavra de Deus. Em outras palavras, os bereanos acolheram avidamente a mensagem, estudando todos os dias as Escrituras para comprovar se o que Paulo ensinava era verdade.
Propositalmente, destaquei essa característica dos crentes de Bereia porque nisso eles são exemplo para nós. Hoje, quando alguns na igreja apreciam contestar, criticar, promover dissenções e dissidências, é de suprema importância que sejamos cristãos que busquem, no estudo assíduo da Palavra revelada, a solidificação da estrutura espiritual de nossa vida religiosa.
Todavia, como havia acontecido antes em Listra, os judeus de Tessalônica não descansaram. Um grupo deles viajou até Bereia e promoveu ali grande agitação pública com o intuito de expulsar dali os pregadores. Conseguiram que Paulo saísse da cidade.
Enquanto Paulo era acompanhado por alguns irmãos a Atenas, Silas e Timóteo (chegado de Tessalônica) permaneceram em Bereia.
Em Atenas – Atos 17:15-34.
Se Paulo realizou a viagem por mar, ele gastou uns quatro dias. Se foi por terra, atravessando a Tessália, deve ter dispendido quase duas semanas. Ao chegar à capital cultural do mundo antigo, ele se sentiu tremendamente só. E através dos bereanos que regressaram, mandou chamar seus companheiros, mas o esperado encontro só aconteceu mais tarde em Corinto.
Em Atenas, Paulo encontrou uma população culta e instruída. Escreveu Ellen White: “A cidade de Atenas era a metrópole do paganismo. Aí Paulo não se encontrou com uma população crédula e ignorante, como em Listra, mas um povo famoso por sua inteligência e cultura. Em todos os lugares estavam à vista estátuas de seus deuses e heróis divinizados da história e da poesia, enquanto magnificentes arquiteturas e pinturas representavam a glória nacional e o culto popular de deidades pagãs. O senso do povo estava empolgado com o esplendor e a beleza da arte. De todos os lados santuários, altares e templos representando enorme despesa, exibiam sua formas maciças. Vitórias das armas e feitos de homens célebres eram comemorados pela escultura, relicários e placas. Tudo isso fez de Atenas uma vasta galeria de arte” (Atos dos Apóstolos, p. 233, 234).
A permanência de Paulo em Atenas de modo nenhum foi ociosa. Na sinagoga e na praça pública, ele disputava poderosamente com os que estivessem dispostos a escutá-lo. Logo, os grandes homens de Atenas ouviram acerca dele. Alguns filósofos epicureus e estoicos foram em sua busca com a evidente intenção de ridicularizá-lo como alguém que estivesse muito abaixo deles, tanto intelectual como socialmente. Porém tiveram uma surpresa. Logo viram que ele tinha um conhecimento muito superior ao deles. Sua capacidade intelectual impunha respeito aos letrados, ao passo que seu fervoroso e lógico raciocínio e seu poder de oratória captavam a atenção de todo o auditório (Atos dos Apóstolos, p. 235).
Finalmente, decidiram dar a Paulo a oportunidade de se dirigir à elite da cidade. A reunião aconteceu no histórico cenário do Areópago, ou Colina de Marte, localizado próximo à entrada monumental da Acrópole ateniense. O discurso que Paulo proferiu ali é uma obra-prima de eloquência. Foi ouvido com atenção comovida, e muitos sentiram a ação do Espírito Santo em sua mente. Porém, quando falou da ressurreição dos mortos, negada pela filosofia grega em voga, os ouvintes encontraram a escusa para não mais o escutarem.
“Terminou assim o trabalho do apóstolo em Atenas, o centro da cultura pagã; pois os atenienses, apegando-se persistentemente à sua idolatria, viraram as costas à luz da verdadeira religião. Quando um povo está inteiramente satisfeito com suas próprias realizações, pouco mais se pode esperar dele” (Atos dos Apóstolos, p. 239).
Quando as grandes verdades da Palavra nos são apresentadas, é muito perigoso fazer como fizeram aqueles filósofos: “Nós o ouviremos em outra ocasião sobre este assunto” (At 17:32).
Esses gregos, talvez, nunca mais tivessem outro encontro como aquele na Colina de Marte. E se o tiveram, jamais ouviram Paulo pregar outra vez. Tanto quanto se sabe, o apóstolo não mais pregou na capital grega, embora deva ter passado por ali mais tarde. A mente humana, como no cultivo da terra, tem estações favoráveis. Em relação ao Evangelho e à vida eterna, a estação favorável é sempre hoje.
A maioria dos ouvintes de Paulo no Areópago zombou dele ou procrastinou uma possível aceitação do Evangelho. Porém, houve pelo menos duas pessoas que aceitaram e se uniram ao apóstolo e sua mensagem: Dionísio, um membro da corte que administrava os eventos da Colina de Marte, “e uma mulher por nome Dâmaris” (At 17:34).
Por que esses dois ouvintes creram, enquanto todos os outros zombaram e adiaram uma aceitação? A única resposta que podemos encontrar é que o vento do Espírito Santo estava soprando naquele dia histórico sobre a Colina de Marte, e usou a pregação de Paulo, para lançar sementes de arrependimento e de vida eterna no coração de Dionísio e Dâmaris.
Pense nisto: pelo menos um daqueles filósofos poderia ser lembrado hoje pelo nome? Como se chamavam aqueles que convidaram Paulo para discursar no Areópago de Atenas? Nenhum deles é lembrado. Ficaram esquecidos na poeira do tempo. Mas o nome de Dionísio e o nome de Dâmaris, que escolheram Cristo, ainda vivem. E viverão para sempre, pois são nomes que estão escritos no livro da Vida do Cordeiro.
Chegada em Corinto – At 18:1-18.
Corinto era a metrópole comercial e política da Grécia. Seu nome era sinônimo de libertinagem. Chegando a essa cidade, Paulo se hospedou na casa de Áquila e Priscila, um casal de judeus vindos de Roma, havia pouco. Eram nativos do Ponto, e tinham vivido um tempo em Roma até que foram alcançados pela expulsão dos judeus, ordenada pelo imperador Cláudio (49 d.C).
Lucas não diz se já eram cristãos ou se Paulo os levou à conversão. O certo é que em seu lar, Paulo encontrou o descanso que anelava para seu corpo cansado e para seu espírito abatido pelo que havia ocorrido em Atenas.
Situada no istmo homônimo, a uns 65 km de Atenas, Corinto era uma cidade cosmopolita, de grande atividade comercial. Porém, seus habitantes eram completamente idólatras, e o culto a Afrodite havia chegado a degradá-los a tal ponto que, mesmo entre pagãos era proverbial sua imoralidade.
F. Godet escreveu: “No alto da Acrópole resplandecia o templo de Vênus, onde se oferecia a seus habitantes e aos estrangeiros, todos os meios de desordem. O povo da nova Corinto sobrepujava em corrupção a qualquer outro, a tal ponto que a expressão ‘viver à coríntia’ indicava o gênero de vida mais dissoluto possível. ‘Banquete coríntio’ e ‘bebedor coríntio’ eram frases proverbiais” (citado por Treiyer).
A permanência de Paulo em Corinto se prolongou por algo mais de um ano e meio. Em seu trabalho, ele usou um método distinto daquele que empregou em Atenas: “Resolveu evitar todas as discussões e argumentos complicados, e nada saber entre os coríntios, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. Iria pregar-lhes não com palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1Co 2:2, 4; Atos dos Apóstolos, p. 244).
Os fatos de maior destaque em Corinto foram:
a. Labores entre os judeus: seguindo seu plano habitual, primeiramente pregou aos sábados nas sinagogas e durante a semana trabalhava em seu ofício de tecer tendas a fim de ganhar o sustento. No tempo em que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, a resistência dos judeus inconversos se havia tornado agressiva. O apóstolo se voltou então para os gentios. Porém, “a impiedade que via e ouvia nessa corrupta cidade quase o desanimava. A depravação que presenciava entre os gentios, e o desprezo e insulto dos judeus lhe traziam grande angústia. Duvidou da sabedoria de procurar estabelecer uma igreja com o material que ali se encontrava” (Atos dos Apóstolos, p. 250).
b. Uma visão animadora: quando Paulo começou a planejar sua partida para um lugar mais promissor, o Senhor lhe disse em visão: “não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto Eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9, 10).
c. Atentado dos judeus: entre os conversos de Paulo estava Justo, cuja casa estava ao lado da sinagoga, e Crispo, que antes de sua conversão havia sido o chefe da sinagoga. Ainda gente de destaque social como Gaio e a filha de Estéfanas, e outros mais. Certo dia, os judeus se levantaram contra Paulo e o levaram preso perante Gálio, o procônsul da Acaia. A acusação era séria, já que apresentaram Paulo como agitador. Porém, Gálio era homem íntegro e não se deixou enganar pelos judeus irados e cruéis. Aborrecido pelo fanatismo e justiça própria deles, não quis dar lugar à acusação. Os judeus, desconcertados, foram expulsos do tribunal, e a multidão que os havia apoiado, compreendendo a verdade da situação, voltou-se contra eles, agredindo Sóstenes, sucessor de Crispo como principal da sinagoga. Parece provável que, depois desse incidente, Sóstenes tenha se convertido (1Co 1:1). Isso deu mais prestígio ao cristianismo (veja Atos dos Apóstolos, p. 252, 253).
d. Envio das duas cartas aos Tessalonicenses: os dois fiéis colaboradores de Paulo, que haviam chegado de Tessalônica, informaram-no acerca de alguns problemas que estavam sacudindo a igreja. Havia alguns irmãos muito abatidos pela morte de seus amados, sem um conceito claro da ressurreição. Outros, fanáticos, aconselhavam a não trabalharem mais, diante da proximidade da vinda de Cristo. Ainda outros estavam caindo em imoralidade, e havia quem não reconhecia plenamente as autoridades da igreja. A todos eles escreveu o apóstolo, animando e corrigindo. É bastante provável que o portador de ambas as cartas tenha sido Timóteo.
Paulo revela sua afeição
“Depois da partida forçada de Tessalônica, Paulo expressou sua amorosa preocupação pelos irmãos que havia deixado para trás. Nesse ponto, o estilo do apóstolo se tornou intensamente emocional. Até mesmo as palavras parecem tremer. A razão para o profundo sentimento que Paulo transpira aqui provavelmente seja que os inimigos da fé tivessem insinuado que a súbita partida dos missionários era prova da falta de genuína preocupação pelas pessoas a quem enganaram. Em contrapartida a tal acusação Paulo enfatizou que, para os missionários, a separação que surgiu foi por eles sentida como nada menos do que terem sido arrancados daqueles a quem amavam com tanta ternura” (Hendriksen, p. 90).
Claramente e com muito sentimento, o apóstolo expressou seu amor pelos leitores, a quem chamou de “nossa esperança ou alegria ou coroa da glória na presença de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda”. Declarou que ele e seus companheiros foram “arrancados” dos irmãos.: Repetidas vezes “nos esforçamos com a máxima diligência por ver a vossa face com intensa saudade”. Mas eles foram impedidos por Satanás (1Ts 2:17-20).
“As cartas paulinas são um claro testemunho do coração pastoral do apóstolo. Paulo não era um teólogo erudito, distante das realidades da vida da igreja; ao contrário, a preocupação com as igrejas foi o trampolim para a sua teologia. Paulo também não era evangelista de um único interesse, dedicado apenas a conquistar pessoas para Jesus Cristo; mais exatamente, ele se preocupava em continuar a se relacionar com as igrejas que fundara” (Dicionário de Paulo, p. 911).
Nas páginas que se seguem, quero oferecer ao estudioso destas lições algumas informações que podem ajudá-lo numa compreensão mais efetiva dos temas do trimestre (Material adaptado de “Epístolas do NT” de Humberto Treiyer).
INTRODUÇAO GERAL AO ESTUDO DAS EPÍSTOLAS
O estudo das epístolas do Novo Testamento pode apresentar certas dificuldades, caso não se levem em conta alguns princípios gerais que ajudam em sua compreensão. Por isso, seria de grande proveito analisar, ainda que rapidamente, as características de maior destaque do conjunto desses escritos.
As 21 epístolas do Novo Testamento foram escritas por cinco autores; o mais prolífero deles e o que nos atrai a atenção neste estudo é o apóstolo Paulo. De seu punho procedem 14 cartas, dois terços do total. Elas contêm a essência doutrinal do cristianismo, daí a importância de seu estudo. A igreja cristã não pode prescindir de nenhuma delas.
Características distintivas das epístolas
1. Existe uma harmonia essencial entre as epístolas e os livros históricos do Novo Testamento
Os ensinos de Jesus, registrados nos evangelhos, e as pregações apostólicas, conservadas em Atos dos Apóstolos, constituem as sementes doutrinárias, que se enraízam, crescem e frutificam nas epístolas. Uma única Mente, a divina e infinita, moveu os autores do Novo Testamento. As epístolas não apenas apresentam uma complementação maravilhosa, mas a ausência de contradições. Falam da mesma fonte de Inspiração: “os santos homens de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21).
2. Sua forma de redação é epistolar
Enquanto os profetas do Antigo Testamento entregavam suas mensagens em forma de oráculos, cheios de advertências acerca dos juízos de Deus, os apóstolos recorreram ao gênero epistolar, ou seja, cartas compostas conforme o estilo da época. Talvez o estilo que melhor se preste para ensinar, corrigir problemas concretos, expressar sentimentos e elaborar planos de ação. Seus autores estavam conscientes da forma pela qual escreviam.
Os discursos registrados em Atos dos Apóstolos, com poucas exceções, dirigem-se a pessoas não cristãs. Por outro lado, as epístolas são enviadas a crentes, seja a igrejas organizadas, ou mensageiros da Palavra.
Ao escrever as cartas, os apóstolos expressavam a plenitude de suas explicações e podiam extravasar-se em sentimentos próprios do gênero epistolar.
Os tratados sistemáticos, como os que escreveram os retóricos e filósofos dessa época, não teriam conseguido fazer a obra que realizaram as cartas familiares e flexíveis. Nelas os apóstolos não trataram de itens imaginários, mas casos reais, erros ou tendências como os que surgiram nas igrejas.
Os apóstolos escreveram acerca de incompreensões e perversões da verdade, dificuldades que surgiram no trato com os pagãos, de abusos que se efetuavam no culto e nas práticas da vida, de questões e tendências da mente humana que haviam de se apresentar na igreja de Deus e muito mais.
3. Estão intimamente relacionadas com o Antigo Testamento
No conteúdo das epístolas, são abundantes citações e expressões dos profetas do Antigo Testamento. Pelo menos 250 referências textuais e outras tantas alusões entrelaçam harmonicamente as duas porções das Sagradas Escrituras. Isaías, Oseias, Salmos, Habacuque, Levítico, etc. aparecem frequentemente nos escritos de Paulo. Não é exagero afirmar que as epístolas estão saturadas do espírito e pensamento e, às vezes, das palavras do Antigo Testamento. Os Testamentos não foram revelações independentes, e não se pode descartar um sem debilitar o outro.
4. Apresentam unidade doutrinária em seus conteúdos
Em todos os autores das epístolas encontramos o mesmo tema recorrente: Cristo, como Salvador do ser humano, em outras palavras, a salvação mediante Jesus Cristo. Eles apresentam o bendito efeito da morte expiatória de Cristo e Sua ressurreição triunfante.
Descrevem também a origem da igreja, sua unidade, suas relações, sua condição, deveres e destino. Desvendam o fato assombroso de que os crentes são chamados à imortalidade no glorioso destino que lhes espera quando terminar a história de pecado neste mundo.
Acima de tudo, não são revelações independentes. Estão na mais estreita relação com as anteriores revelações inspiradas.
5. São Didáticas
Destinadas a “ensinar... redarguir... corrigir... instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, inteiramente instruído para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17).
Estilos, vocabulário e construções gramaticais diferem entre si, denotando as modalidades individuais. Porém, a doutrina se mantém invariável. Unidade na variedade tem sido sempre o método de trabalho Divino e há de ser visto também nos instrumentos de Deus.
6. São similares em sua apresentação
As epístolas têm início com uma introdução ou preâmbulo, na qual aparece o nome do autor e seus companheiros (embora nem sempre), e os daqueles a quem se dirigiram, geralmente em forma global.
Segue-se o corpo doutrinário, onde a verdade que se quer ensinar é apresentada e ilustrada.
Terminam com uma conclusão característica; algumas vezes com notícias pessoais, outras com recomendações em favor do portador, saudações e uma bênção final.
Nesta semana, ao preparar a matéria da lição, trago bem nítidas na memória, imagens dos locais mencionados, muitos dos quais tive a chance de percorrer, repetindo o mesmo trajeto da viagem do apóstolo na Grécia, séculos antes. Atualmente, claro, em estradas de ferro e amplas rodovias asfaltadas. Cidades como Kavala (Filipos), Salônica, a Via Inácia, Véria (Bereia), Atenas, o Porto de Pireu, Corinto, etc., são fontes de gratas recordações e inspiração para o estudante da Bíblia.
Povoada por gente de várias nacionalidades, Tessalônica abrigava uma considerável colônia judaica. Os discípulos se hospedaram na casa de Jason. Os primeiros tempos ali devem ter sido muito difíceis como revelam 1Tessalonicenses 2:9 e 2Tessalonicenses 3:8.
Por três sábados, os apóstolos tiveram oportunidade de pregar na sinagoga. Como resultado, “alguns deles creram”. A mensagem foi acolhida no coração de “gregos religiosos, grande multidão, e mulheres nobres, não poucas” (At 17:4).
Oposição em Tessalônica
O rápido “sucesso” de Paulo nessa cidade criou ciúmes e exaltou os ânimos daqueles judeus não convertidos. Novamente, como em Antioquia da Pisídia, o zelo equivocado de alguns entrou em erupção. Não encontrando Paulo nem seus associados, arremeteram contra a casa de Jason e o levaram prisioneiro diante das autoridades, acusando-o de subversão. Porém, esses judeus não se inflamaram tanto como os de Filipos, pois logo “tendo recebido satisfação de Jason e dos demais os soltaram” (At 17:9).
Durante a noite, temerosos pela possibilidade de violência posterior, os irmãos enviaram, Paulo e Silas a Bereia. Timóteo permaneceu em Tessalônica para atender o nascente interesse evangelístico.
Em Bereia
Bereia era uma cidade muito menor que Tessalônica, situada a uns 80 quilômetros a sudoeste, na encosta oriental do Olimpo, o sagrado monte grego.
A Escritura afirma que os habitantes de Bereia foram mais nobres que os de Tessalônica (At 17:11). Aceitaram a verdade que ouviram, comparando-a com a Palavra de Deus. Em outras palavras, os bereanos acolheram avidamente a mensagem, estudando todos os dias as Escrituras para comprovar se o que Paulo ensinava era verdade.
Propositalmente, destaquei essa característica dos crentes de Bereia porque nisso eles são exemplo para nós. Hoje, quando alguns na igreja apreciam contestar, criticar, promover dissenções e dissidências, é de suprema importância que sejamos cristãos que busquem, no estudo assíduo da Palavra revelada, a solidificação da estrutura espiritual de nossa vida religiosa.
Todavia, como havia acontecido antes em Listra, os judeus de Tessalônica não descansaram. Um grupo deles viajou até Bereia e promoveu ali grande agitação pública com o intuito de expulsar dali os pregadores. Conseguiram que Paulo saísse da cidade.
Enquanto Paulo era acompanhado por alguns irmãos a Atenas, Silas e Timóteo (chegado de Tessalônica) permaneceram em Bereia.
Em Atenas – Atos 17:15-34.
Se Paulo realizou a viagem por mar, ele gastou uns quatro dias. Se foi por terra, atravessando a Tessália, deve ter dispendido quase duas semanas. Ao chegar à capital cultural do mundo antigo, ele se sentiu tremendamente só. E através dos bereanos que regressaram, mandou chamar seus companheiros, mas o esperado encontro só aconteceu mais tarde em Corinto.
Em Atenas, Paulo encontrou uma população culta e instruída. Escreveu Ellen White: “A cidade de Atenas era a metrópole do paganismo. Aí Paulo não se encontrou com uma população crédula e ignorante, como em Listra, mas um povo famoso por sua inteligência e cultura. Em todos os lugares estavam à vista estátuas de seus deuses e heróis divinizados da história e da poesia, enquanto magnificentes arquiteturas e pinturas representavam a glória nacional e o culto popular de deidades pagãs. O senso do povo estava empolgado com o esplendor e a beleza da arte. De todos os lados santuários, altares e templos representando enorme despesa, exibiam sua formas maciças. Vitórias das armas e feitos de homens célebres eram comemorados pela escultura, relicários e placas. Tudo isso fez de Atenas uma vasta galeria de arte” (Atos dos Apóstolos, p. 233, 234).
A permanência de Paulo em Atenas de modo nenhum foi ociosa. Na sinagoga e na praça pública, ele disputava poderosamente com os que estivessem dispostos a escutá-lo. Logo, os grandes homens de Atenas ouviram acerca dele. Alguns filósofos epicureus e estoicos foram em sua busca com a evidente intenção de ridicularizá-lo como alguém que estivesse muito abaixo deles, tanto intelectual como socialmente. Porém tiveram uma surpresa. Logo viram que ele tinha um conhecimento muito superior ao deles. Sua capacidade intelectual impunha respeito aos letrados, ao passo que seu fervoroso e lógico raciocínio e seu poder de oratória captavam a atenção de todo o auditório (Atos dos Apóstolos, p. 235).
Finalmente, decidiram dar a Paulo a oportunidade de se dirigir à elite da cidade. A reunião aconteceu no histórico cenário do Areópago, ou Colina de Marte, localizado próximo à entrada monumental da Acrópole ateniense. O discurso que Paulo proferiu ali é uma obra-prima de eloquência. Foi ouvido com atenção comovida, e muitos sentiram a ação do Espírito Santo em sua mente. Porém, quando falou da ressurreição dos mortos, negada pela filosofia grega em voga, os ouvintes encontraram a escusa para não mais o escutarem.
“Terminou assim o trabalho do apóstolo em Atenas, o centro da cultura pagã; pois os atenienses, apegando-se persistentemente à sua idolatria, viraram as costas à luz da verdadeira religião. Quando um povo está inteiramente satisfeito com suas próprias realizações, pouco mais se pode esperar dele” (Atos dos Apóstolos, p. 239).
Quando as grandes verdades da Palavra nos são apresentadas, é muito perigoso fazer como fizeram aqueles filósofos: “Nós o ouviremos em outra ocasião sobre este assunto” (At 17:32).
Esses gregos, talvez, nunca mais tivessem outro encontro como aquele na Colina de Marte. E se o tiveram, jamais ouviram Paulo pregar outra vez. Tanto quanto se sabe, o apóstolo não mais pregou na capital grega, embora deva ter passado por ali mais tarde. A mente humana, como no cultivo da terra, tem estações favoráveis. Em relação ao Evangelho e à vida eterna, a estação favorável é sempre hoje.
A maioria dos ouvintes de Paulo no Areópago zombou dele ou procrastinou uma possível aceitação do Evangelho. Porém, houve pelo menos duas pessoas que aceitaram e se uniram ao apóstolo e sua mensagem: Dionísio, um membro da corte que administrava os eventos da Colina de Marte, “e uma mulher por nome Dâmaris” (At 17:34).
Por que esses dois ouvintes creram, enquanto todos os outros zombaram e adiaram uma aceitação? A única resposta que podemos encontrar é que o vento do Espírito Santo estava soprando naquele dia histórico sobre a Colina de Marte, e usou a pregação de Paulo, para lançar sementes de arrependimento e de vida eterna no coração de Dionísio e Dâmaris.
Pense nisto: pelo menos um daqueles filósofos poderia ser lembrado hoje pelo nome? Como se chamavam aqueles que convidaram Paulo para discursar no Areópago de Atenas? Nenhum deles é lembrado. Ficaram esquecidos na poeira do tempo. Mas o nome de Dionísio e o nome de Dâmaris, que escolheram Cristo, ainda vivem. E viverão para sempre, pois são nomes que estão escritos no livro da Vida do Cordeiro.
Chegada em Corinto – At 18:1-18.
Corinto era a metrópole comercial e política da Grécia. Seu nome era sinônimo de libertinagem. Chegando a essa cidade, Paulo se hospedou na casa de Áquila e Priscila, um casal de judeus vindos de Roma, havia pouco. Eram nativos do Ponto, e tinham vivido um tempo em Roma até que foram alcançados pela expulsão dos judeus, ordenada pelo imperador Cláudio (49 d.C).
Lucas não diz se já eram cristãos ou se Paulo os levou à conversão. O certo é que em seu lar, Paulo encontrou o descanso que anelava para seu corpo cansado e para seu espírito abatido pelo que havia ocorrido em Atenas.
Situada no istmo homônimo, a uns 65 km de Atenas, Corinto era uma cidade cosmopolita, de grande atividade comercial. Porém, seus habitantes eram completamente idólatras, e o culto a Afrodite havia chegado a degradá-los a tal ponto que, mesmo entre pagãos era proverbial sua imoralidade.
F. Godet escreveu: “No alto da Acrópole resplandecia o templo de Vênus, onde se oferecia a seus habitantes e aos estrangeiros, todos os meios de desordem. O povo da nova Corinto sobrepujava em corrupção a qualquer outro, a tal ponto que a expressão ‘viver à coríntia’ indicava o gênero de vida mais dissoluto possível. ‘Banquete coríntio’ e ‘bebedor coríntio’ eram frases proverbiais” (citado por Treiyer).
A permanência de Paulo em Corinto se prolongou por algo mais de um ano e meio. Em seu trabalho, ele usou um método distinto daquele que empregou em Atenas: “Resolveu evitar todas as discussões e argumentos complicados, e nada saber entre os coríntios, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. Iria pregar-lhes não com palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração de Espírito e de poder” (1Co 2:2, 4; Atos dos Apóstolos, p. 244).
Os fatos de maior destaque em Corinto foram:
a. Labores entre os judeus: seguindo seu plano habitual, primeiramente pregou aos sábados nas sinagogas e durante a semana trabalhava em seu ofício de tecer tendas a fim de ganhar o sustento. No tempo em que Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, a resistência dos judeus inconversos se havia tornado agressiva. O apóstolo se voltou então para os gentios. Porém, “a impiedade que via e ouvia nessa corrupta cidade quase o desanimava. A depravação que presenciava entre os gentios, e o desprezo e insulto dos judeus lhe traziam grande angústia. Duvidou da sabedoria de procurar estabelecer uma igreja com o material que ali se encontrava” (Atos dos Apóstolos, p. 250).
b. Uma visão animadora: quando Paulo começou a planejar sua partida para um lugar mais promissor, o Senhor lhe disse em visão: “não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto Eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9, 10).
c. Atentado dos judeus: entre os conversos de Paulo estava Justo, cuja casa estava ao lado da sinagoga, e Crispo, que antes de sua conversão havia sido o chefe da sinagoga. Ainda gente de destaque social como Gaio e a filha de Estéfanas, e outros mais. Certo dia, os judeus se levantaram contra Paulo e o levaram preso perante Gálio, o procônsul da Acaia. A acusação era séria, já que apresentaram Paulo como agitador. Porém, Gálio era homem íntegro e não se deixou enganar pelos judeus irados e cruéis. Aborrecido pelo fanatismo e justiça própria deles, não quis dar lugar à acusação. Os judeus, desconcertados, foram expulsos do tribunal, e a multidão que os havia apoiado, compreendendo a verdade da situação, voltou-se contra eles, agredindo Sóstenes, sucessor de Crispo como principal da sinagoga. Parece provável que, depois desse incidente, Sóstenes tenha se convertido (1Co 1:1). Isso deu mais prestígio ao cristianismo (veja Atos dos Apóstolos, p. 252, 253).
d. Envio das duas cartas aos Tessalonicenses: os dois fiéis colaboradores de Paulo, que haviam chegado de Tessalônica, informaram-no acerca de alguns problemas que estavam sacudindo a igreja. Havia alguns irmãos muito abatidos pela morte de seus amados, sem um conceito claro da ressurreição. Outros, fanáticos, aconselhavam a não trabalharem mais, diante da proximidade da vinda de Cristo. Ainda outros estavam caindo em imoralidade, e havia quem não reconhecia plenamente as autoridades da igreja. A todos eles escreveu o apóstolo, animando e corrigindo. É bastante provável que o portador de ambas as cartas tenha sido Timóteo.
Paulo revela sua afeição
“Depois da partida forçada de Tessalônica, Paulo expressou sua amorosa preocupação pelos irmãos que havia deixado para trás. Nesse ponto, o estilo do apóstolo se tornou intensamente emocional. Até mesmo as palavras parecem tremer. A razão para o profundo sentimento que Paulo transpira aqui provavelmente seja que os inimigos da fé tivessem insinuado que a súbita partida dos missionários era prova da falta de genuína preocupação pelas pessoas a quem enganaram. Em contrapartida a tal acusação Paulo enfatizou que, para os missionários, a separação que surgiu foi por eles sentida como nada menos do que terem sido arrancados daqueles a quem amavam com tanta ternura” (Hendriksen, p. 90).
Claramente e com muito sentimento, o apóstolo expressou seu amor pelos leitores, a quem chamou de “nossa esperança ou alegria ou coroa da glória na presença de nosso Senhor Jesus Cristo em Sua vinda”. Declarou que ele e seus companheiros foram “arrancados” dos irmãos.: Repetidas vezes “nos esforçamos com a máxima diligência por ver a vossa face com intensa saudade”. Mas eles foram impedidos por Satanás (1Ts 2:17-20).
“As cartas paulinas são um claro testemunho do coração pastoral do apóstolo. Paulo não era um teólogo erudito, distante das realidades da vida da igreja; ao contrário, a preocupação com as igrejas foi o trampolim para a sua teologia. Paulo também não era evangelista de um único interesse, dedicado apenas a conquistar pessoas para Jesus Cristo; mais exatamente, ele se preocupava em continuar a se relacionar com as igrejas que fundara” (Dicionário de Paulo, p. 911).
Nas páginas que se seguem, quero oferecer ao estudioso destas lições algumas informações que podem ajudá-lo numa compreensão mais efetiva dos temas do trimestre (Material adaptado de “Epístolas do NT” de Humberto Treiyer).
INTRODUÇAO GERAL AO ESTUDO DAS EPÍSTOLAS
O estudo das epístolas do Novo Testamento pode apresentar certas dificuldades, caso não se levem em conta alguns princípios gerais que ajudam em sua compreensão. Por isso, seria de grande proveito analisar, ainda que rapidamente, as características de maior destaque do conjunto desses escritos.
As 21 epístolas do Novo Testamento foram escritas por cinco autores; o mais prolífero deles e o que nos atrai a atenção neste estudo é o apóstolo Paulo. De seu punho procedem 14 cartas, dois terços do total. Elas contêm a essência doutrinal do cristianismo, daí a importância de seu estudo. A igreja cristã não pode prescindir de nenhuma delas.
Características distintivas das epístolas
1. Existe uma harmonia essencial entre as epístolas e os livros históricos do Novo Testamento
Os ensinos de Jesus, registrados nos evangelhos, e as pregações apostólicas, conservadas em Atos dos Apóstolos, constituem as sementes doutrinárias, que se enraízam, crescem e frutificam nas epístolas. Uma única Mente, a divina e infinita, moveu os autores do Novo Testamento. As epístolas não apenas apresentam uma complementação maravilhosa, mas a ausência de contradições. Falam da mesma fonte de Inspiração: “os santos homens de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21).
2. Sua forma de redação é epistolar
Enquanto os profetas do Antigo Testamento entregavam suas mensagens em forma de oráculos, cheios de advertências acerca dos juízos de Deus, os apóstolos recorreram ao gênero epistolar, ou seja, cartas compostas conforme o estilo da época. Talvez o estilo que melhor se preste para ensinar, corrigir problemas concretos, expressar sentimentos e elaborar planos de ação. Seus autores estavam conscientes da forma pela qual escreviam.
Os discursos registrados em Atos dos Apóstolos, com poucas exceções, dirigem-se a pessoas não cristãs. Por outro lado, as epístolas são enviadas a crentes, seja a igrejas organizadas, ou mensageiros da Palavra.
Ao escrever as cartas, os apóstolos expressavam a plenitude de suas explicações e podiam extravasar-se em sentimentos próprios do gênero epistolar.
Os tratados sistemáticos, como os que escreveram os retóricos e filósofos dessa época, não teriam conseguido fazer a obra que realizaram as cartas familiares e flexíveis. Nelas os apóstolos não trataram de itens imaginários, mas casos reais, erros ou tendências como os que surgiram nas igrejas.
Os apóstolos escreveram acerca de incompreensões e perversões da verdade, dificuldades que surgiram no trato com os pagãos, de abusos que se efetuavam no culto e nas práticas da vida, de questões e tendências da mente humana que haviam de se apresentar na igreja de Deus e muito mais.
3. Estão intimamente relacionadas com o Antigo Testamento
No conteúdo das epístolas, são abundantes citações e expressões dos profetas do Antigo Testamento. Pelo menos 250 referências textuais e outras tantas alusões entrelaçam harmonicamente as duas porções das Sagradas Escrituras. Isaías, Oseias, Salmos, Habacuque, Levítico, etc. aparecem frequentemente nos escritos de Paulo. Não é exagero afirmar que as epístolas estão saturadas do espírito e pensamento e, às vezes, das palavras do Antigo Testamento. Os Testamentos não foram revelações independentes, e não se pode descartar um sem debilitar o outro.
4. Apresentam unidade doutrinária em seus conteúdos
Em todos os autores das epístolas encontramos o mesmo tema recorrente: Cristo, como Salvador do ser humano, em outras palavras, a salvação mediante Jesus Cristo. Eles apresentam o bendito efeito da morte expiatória de Cristo e Sua ressurreição triunfante.
Descrevem também a origem da igreja, sua unidade, suas relações, sua condição, deveres e destino. Desvendam o fato assombroso de que os crentes são chamados à imortalidade no glorioso destino que lhes espera quando terminar a história de pecado neste mundo.
Acima de tudo, não são revelações independentes. Estão na mais estreita relação com as anteriores revelações inspiradas.
5. São Didáticas
Destinadas a “ensinar... redarguir... corrigir... instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, inteiramente instruído para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17).
Estilos, vocabulário e construções gramaticais diferem entre si, denotando as modalidades individuais. Porém, a doutrina se mantém invariável. Unidade na variedade tem sido sempre o método de trabalho Divino e há de ser visto também nos instrumentos de Deus.
6. São similares em sua apresentação
As epístolas têm início com uma introdução ou preâmbulo, na qual aparece o nome do autor e seus companheiros (embora nem sempre), e os daqueles a quem se dirigiram, geralmente em forma global.
Segue-se o corpo doutrinário, onde a verdade que se quer ensinar é apresentada e ilustrada.
Terminam com uma conclusão característica; algumas vezes com notícias pessoais, outras com recomendações em favor do portador, saudações e uma bênção final.
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