Génesis 2:27-28
Vivemos tempos de declínio público e fracasso íntimo. A grande pergunta que todos os que todos os noivos deveriam fazer é esta “Como havemos de viver juntos?”.
O verbo haver no lugar do verbo poder foi propósito, pois saber viver é uma questão de bom senso e não de dever.
Nem sempre um casamento que dura tem valido a pena, mas com certeza aquele que vale a pena dura.
Uma boa parte dos casais cristãos estão juntos por conveniência, medo, mas não por virtude (amor).
Casar dentro da vontade de Deus não é garantia de sucesso. Se vocês pensam ao contrário, perguntem a Adão e a Oseias quando chegarem ao céu. Submeter-se à vontade de Deus para casar é apenas metade do processo, é preciso submeter-se para continuar casado. Então, o que se deve saber, fazer e querer para que o casamento valha a pena?
"Porque o SENHOR teu Deus é um fogo que consome, um Deus zeloso." (Deuteronómio 4 : 24)
I. Abandonem todas as regras se quiserem que a VOSSA relação RESULTE – o casamento não é um problema, é pior que isso, é um mistério. Regras não têm o poder de transformar uma relação. Não somos behavoristas (behavior (EUA): comportamento, conduta), é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequado do estudo da Psicologia.
Lancem fora os manuais, não somos máquinas que precisam de ajustes, mas seres humanos que precisam de graça! Vivam por valores e princípios e não simplesmente por regras!
II. Desapeguem-se um do outro se quiserem viver sempre juntos – duas metades não formam um inteiro. É preciso três para se tornar um.
Que não seja a necessidade, mas a liberdade que vos mantenha juntos. Pratiquem a filosofia do “Eu amo-te, mas sou feliz sem ti”.
Vocês precisam estar satisfeitos em Deus para poderem satisfazer um ao outro. A porta do amor está sempre aberta para ir e para voltar. É aqui que o sentimento de ciúme ganha um novo sentido e passa a ser parecido com o ciúme que Deus sente de nós. Vocês sentirão ciúmes do outro, não por medo de perdê-lo, mas por receio que ele se perca.
(ler) Viver em função do outro não é amor, é idolatria! Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo.
III. Ama o teu cônjuge apesar das suas qualidades – presta atenção que eu não errei não. Eu não disse para tu amares o teu cônjuge apesar dos defeitos que ele tem, mas apesar das qualidades. Afinal, amamos sempre algo e não alguém. Amamos o corpo (eros), mas vem uma doença, a velhice etc, e o nosso amor perece junto. Outras vezes amamos o seu discernimento, a sua coragem, o seu bom humor, a sua sinceridade, o seu romantismo (phileo), mas e se ele perder tudo isso? O que sobra? O amor de Deus (agapao) ama alguém e não algo, ele vai além do corpo e da alma, ele toca o espírito, onde está o ‘EU’ oculto.
Um amigo meu casou com uma mulher 20 anos mais velha que ele e quando o conheci ele tinha uns 50 anos ela 70. Essa diferença de idade fazia muita diferença, e para piorar ela estava doente e ele dizia-me que deixou de ser um marido para se tornar um enfermeiro.
Mas na verdade ele nunca foi um marido, só que nessas horas é que ele deveria revelar-se como tal. Se amarmos somente a aparência ou as qualidades, estamos a colocar-nos na vulnerabilidade, pois sempre haverá quem seja mais belo ou mais virtuoso.
Não é uma questão de compaixão, é uma questão de amor. Não ames o teu marido/esposa porque ele é bom ou belo, mas para torná-lo bom e belo.
O verdadeiro amor diz “preciso de ti, porque te amo”, o amor fraco diz “eu amo-te, porque preciso de ti”. Não ames pela beleza, pois um dia ela acabará. Não ames por admiração, pois um dia desiludir-te-ás. Ama apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.
IV. Aprendam a morrer se quiserem saber viver – a lição de como viver não está nas escolas ou nas academias. E por mais irónico que seja, somente quem aprendeu a morrer, ou seja, orienta a sua vida sob essa perspectiva do fim, pode começar a viver. Vivam cada dia, não como se fosse a primeira vez, mas como se fosse a última. O nosso maior medo não é mais o de morrer, mas o de morrer sem nunca ter vivido. Mas só viveremos intensamente quando tomarmos consciência da brevidade e transitoriedade da nossa existência.
V.Mais do que dividir a cama, é preciso dividir o coração. Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal. Ser verdadeiro não é o mesmo que ser sincero. Muitos maridos e esposas dividem a mesma cama, mas não o coração. O prazer do sexo é um efeito colateral, não o alvo na relação. Quando o sexo é feito sem reverência e sem honra, ele torna-se lascívia.
VI. Pratiquem a aceitação inconformada – não é o perfeito que precisa de amor, mas o imperfeito. Amar é aceitar o outro como é, mas não deixá-lo como está. O amor é por natureza transformador.
"Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela," (Efésios 5 : 25)
VII. Casamentos acabam não pelo mal que fazemos um ao outro, mas também pelo excesso de bem – cuidado com a necessidade de se sentirem necessários. Não trates o teu marido como um animal de estimação. A finalidade do doar no casamento, não é tornar o outro dependente de nós, pelo contrário, a sua finalidade é tornar-nos supérfluos. Precisamos doar com a finalidade de alcançar a recompensa de que o outro não precise mais de nós.
Conclusões – Lembrem-se que Deus ordenou para amar a esposa, o marido, não para a/o compreender. "Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas." (Colossenses 3 : 19)
Pr. José Carlos Costa
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