sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

OU MORDOMO OU SERVO INFIEL

Colossenses-1.0-16:16
“Porque por Ele foram criadas todas as coisas, tanto as que estão nos céus, como as que estão na terra; quer visíveis, quer invisíveis, sejam tronos, domínios, principados, ou potestades; tudo foi criado por ele e para ele.” Colossenses 1:16

A palavra “mordomia” define a relação entre o homem e Deus. O homem deve usar as dádivas confiadas por Deus para promover os interesses de Deus no mundo. Um mordomo é aquele a quem são confiados os bens de outros.

O termo grego “mordomo” significa “administrador da casa” (Lc 16:2)

Características distintas do mordomo cristão:

a) Aceita Cristo como o Senhor (Mt 6:33)
b) Reconhece que Deus é o legítimo dono de tudo (Sal 24:1, Dt 10:14)
c) Esforça-se por descobrir o propósito de Deus para o uso adequado de cada bem que possua (Lc 12:42, 43).
d) Segue os propósitos de Deus em toda a sua maneira de viver:

- Reflete o controlo de Cristo na aquisição de bens;
- Dá testemunho do seu amor a Cristo através do uso dos bens materiais (Rm 10:13, Mc 12:41-44).

O Mal da Filargyria:

O termo grego “filargyria” aparece em I Timóteo 6:10, onde a Bíblia nos ensina que o “amor ao dinheiro” é a raiz de todos os males. O verbo “fileo” conjugado neste termo significa amar com emoção, ter amizade por alguém. É justamente esta a doença que Jesus afirmou encontrar nos fariseus, dizendo que os que dela sofrem não podem servir a Deus (Lc 16:13, 14).

O Mal da Pleonexia:

Realmente, a avareza é igual à idolatria, não só na sua expressão emocional, mas nos seus resultados. Onde existe avareza, não há lugar para o amor Agápe, o amor a e de Deus, e a ausência do amor a Deus é a raiz de todos os males (leia Rom 13:8-10).

I – O MORDOMO E O CORPO.

Fugí da postituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitue peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? I Coríntios 6:18 e 19

Que maravilhoso o corpo que o Senhor nos deu!

Os nossos olhos, por exemplo; quanta perfeição! Cada olho humano contém 107.000.000 de células. Destas, sete milhões são “cones”, sendo que cada uma delas encarregada de transmitir uma mensagem ao cérebro quando uns poucos fótons de luz as atravessarem. Os “cones” nos dão a plena percepção do aspecto das cores e, por causa deles, podemos distinguir mil nuances de cores. As outras cem milhões de células do olho são “bastões”, usadas especialmente na penumbra. Quando apenas os “bastonetes” estão funcionando não vemos as cores (como em uma noite de luar, quando tudo aparece indistintamente em sombras de cinza), mas podemos distinguir um espectro de luz tão amplo que a luz mais brilhante que percebo é um bilhão de vezes mais brilhante do que a mais obscura.

E os nossos ouvidos, então! As frequências sonoras produzidas por uma orquestra fazem vibrar os meus tímpanos tão debilmente IGUAL a um bilionésimo de centímetro. Esta vibração é transmitida ao meu ouvido interno por três ossos familiarmente conhecidos como martelo, bigorna e estribo. Quando a frequência do dó médio do piano se faz ouvir, o pistão dos ossos do nosso ouvido interno vibra 256 vezes por segundo. Mais para dentro há pestanas individuais, comparáveis aos bastonetes e cones do olho, que transmitem mensagens sonoras específicas ao cérebro, que combina essas mensagens.

II – O MORDOMO E O TEMPO

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus.” Efésios 5: 16 e 17

O que é que as pessoas costumam fazer com o tempo?

Pesquisadores do Comitê para o Desenvolvimento Humano, da Universidade de Chicago, desenvolveram estudos neste sentido, recrutando um grupo de voluntários adultos, a fim de estudar como eles utilizavam o tempo e como se sentiam a respeito do que estavam fazendo. Os voluntários foram equipados com diários, para registarem as suas actividades durante uma semana. Também receberam bips, que funcionavam em determinados horários. Quando os voluntários recebiam sinal, deviam registar o que estavam a fazer naquele momento e como se sentiam.

Os pesquisadores não se surpreenderam ao descobrir que os voluntários passavam mais tempo a ver TV do que em qualquer outra actividade de lazer. A surpresa veio ao descobrir que aquelas pessoas, enquanto viam TV, tendiam a sentir-se fracas, passivas, sonolentas, solitárias, desconcentradas, rejeitadas. Nenhuma outra actividade praticada por elas fazia com que se sentissem tão mal. Outros estudos tem sido realizados para determinar até que ponto o excesso de dependência à TV se relaciona à depressão.

A. Uma simples verdade que às vezes custamos a admitir: ninguém tem mais tempo do que nós! A questão fundamental é aprendermos a usar o tempo que temos de forma sábia. Em Lucas 10:41-42 vemos com Jesus e Marta o que é prioritário:

E, respondendo Jesus, disse-lhe: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.”

B. Devemos utilizar o tempo que temos para operar o bem. (Leia Gálatas 6:9 e 10)

Precisamos aproveitar as oportunidades que Deus nos concede. A expressão “remir o tempo” tem este significado. (Leia Colossenses 4:5)

III – O MORDOMO E OS DONS ESPIRITUAIS

Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo; Efésios 4:7 e 11

Os dons espirituais nos são confiados SE e A PARTIR DE nossa CONVERSÃO. Metanoia é uma palavra grega utilizada no Novo Testamento e traduzida como “arrependimento”; significa uma transformação do entendimento. Sem esta tranformação não há real conversão, que é uma total reversão na escala de valores do indivíduo.

Antes da Conversão:

1º: Eu
2º: Deus
3º: As coisas
4º: O meu próximo

Depois da Conversão:

O que são os “dons espirituais”?

a) São capacidades concedidas pelo Espírito Santo aos convertidos (I Cor 12:7 e 11);
b) São capacidades espirituais, individuais e variadas (I Cor 12:4 a 6);
c) São capacidades que nos tornam aptos a servir (I Cor 12:7);
d) São escolhidas pelo próprio Senhor (I Cor 12:18);
e) A eficiência depende da busca do “dom mais excelente” (I Cor 13:2 e 3);
f) O exercício deve beneficiar os irmãos em Cristo (Ef 4:12);


IV – O MORDOMO E OS TALENTOS

“E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.” Mateus 25:15

José era um homem simples, varredor de uma rua de Lisboa. A sua rua era a mais limpa do bairro. Os moradores ficavam admirados com tanto zelo. Um dia, uma senhora perguntou: “Sr. José, por que é que o Senhor varre a nossa rua tão bem? Não fica nem uma ponta de cigarro na calçada!” Ela falava olhando ao longo da calçada diante da sua casa. José soltou uma das mãos do varal da carrocinha, tirou o suado boné da cabeça e num gesto de reverência respondeu: “Olhe minha senhora, todos os dias, quando me levanto, eu peço a Deus que me ajude no meu trabalho. Porque eu sei como é importante o meu trabalho aqui, eu pergunto – Será que é hoje que Jesus vai voltar? Durante o dia eu peço que seja o dia de Jesus voltar.” E com um largo sorriso nos lábios, com os olhos cheios de emoção em forma de lágrimas, José suspirou fundo e completou: “cada dia eu penso se o meu Jesus voltar hoje, e olhar a minha rua, eu quero que Ele encontre a minha rua muito limpa”. Quantas lições podemos tirar desta história!
V – O MORDOMO E OS BENS

Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. I Timóteo 6:10

a) Por quem, para quem e a quem pertencem todas as coisas criadas no Universo? Leia Colossenses 1:16 e respnda.

b) Interessante notar que os antigos patriarcas, que receberam a promessa de Deus, de que Ele lhes daria a terra de Canaã, sabiam que o “título de propriedade” continuaria em nome do Senhor. Na conquista da terra o povo judeu tomou posse transitória; por isso Deus lhes poibiu vender a terra em definitivo (Leia Levíticos 25:23).

c) Assim é com relação aos nossos bens. O máximo que possuimos é a posse provisória dos bens. E para que servem os bens que nos são confiados por Deus?

1. para prover as nossas necessidades e dos nossos dependentes (Sl 37:25, Lc 12:29-30)

2. para que possamos ajudar os necessitados e desafortunados (Mt 25:37-40, Lc 10:30-37, Ef 4:28, Tg 2:14-16, I Jo 3:17).

3. para fazer avançar a Obra de Deus na terra:

– desde o princípio Deus estabeleceu que os dízimos seriam consagrados pelo Seu povo para a manutenção daqueles que se dedicassem à Seu serviço. A tribo dos levitas, escolhida para o sacerdócio, não recebeu uma porção de terra, mas deveria viver do dízimo do povo (Deut 14:28, 29; 26:12; Jos 13:33, 18:7).

– devemos realçar que a infidelidade nos dízimos é chamada “roubar a Deus” em Malaquias 3:8-10.
– Jesus enfatizou a prática dos dízimos: Mc 12:42, Mt 23:23.
– há promessas de bênçãos materiais na Bíblia àqueles que são fiéis:

“Honra ao Senhor com os teus bens, e com as primícias de toda a tua renda; assim se encherão de fartura os teus celeiros, e trasbordarão de mosto os teus lagares.” (Prov 3:9 e 10)

d) “Não ponhais nela (na riqueza) o vosso coração” (Salmo 62:10). Você tem sido um mordomo fiel dos bens que o Senhor tem lhe confiado?

VI – O MORDOMO E OS RELACIONAMENTOS

“E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus.” II Coríntios 8:5

a) Antes de mais nada o mordomo cristão necessita dar-se a si mesmo a Cristo como o Senhor de sua vida. Dessa nova intimidade com o seu Senhor resultará uma disposição cada vez maior de dar sua própria vida e servir ao próximo.

b) Mateus 5:1 a 12 apresenta-nos o perfil do caráter de um mordomo de Cristo. Observe as características destacadas neste texto. Que tipo de impacto poderiam ter sobre as pessoas? Que impressão causariam os “humildes de espírito”, os “mansos”, os “misericordiosos”, os “limpos de coração”, os “pacificadores”? Jesus mesmo garantiu que a influência desses servos/mordomos seria notável: SAL e LUZ para o mundo. (isto é bem ilustrado pela história do “Guardião das Águas” do livro de Charles Swindoll, “Eu, Um Servo?”)

c) Estes mordomos que influenciam outras pessoas através de sua identificação com Cristo são imprescindíveis diante das condições do mundo em que estamos. Observe a descrição que Paulo faz das condições do mundo:
II Timóteo 3

1. DIFÍCIL (vs. 1 a 7): O termo traduzido por “difíceis” no grego significa que os dias são penosos, ásperos, terríveis, selvagens. Esta palavra é usada somente mais uma vez no Novo Testamento, em Mt 8:28, onde o autor descreve dois endemoninhados, dizendo que eram “furiosos”.

2. CORRUPTO (vs. 8 e 9): Paulo menciona dois homens dos dias de Moisés que são figuras das pessoas que vivem nesses dias “difíceis”(Janes e Jambres). Corrompidos é a palavra empregue para descrever, no sentido de depravados (Leia Isaías 53:6 e 64:6 e 7 e conte quantos “todos” ele menciona).

3. ENGANADO (v. 13): Como há enganadores neste mundo! Gente que rouba, que trai, que ilude. Todas as categorias profissionais estão cheias de especialistas em roubo!

É nesse mundo descrito acima que somos chamados a sermos SAL e LUZ!

O SAL: é polvilhado e espalhado; aumenta o sabor, mas não aparece; não se parece com nenhum outro tipo de tempero.
A LUZ: é muda; indica a direção; atrai a atenção. Deus nos ajude a termos um relacionamento “temperado” nem salgado nem insosso.

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