terça-feira, 6 de março de 2012

O SIGNIFICADO DA INTERCESSÃO

1 Timóteo 2.1
Quero adiantar que a Intercessão é a chave que move ou retém a mão de Deus.

O apóstolo Paulo declarou que interceder é uma prática que deve ocupar o primeiro lugar na importância na vida da igreja. Ele disse: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens”.

Não há registo de Jesus ter ensinado os seus discípulos a pregar, a adorar... mas ensinou-os a orar.

Há pelo menos três pontos básicos sobre Intercessão, que importa conhecermos bem, a fim de praticarmos com êxito este ministério.

...o primeiro ponto básico sobre o tema “Intercessão”, é este:

1. Interceder significa literalmente “mediar”. Interceder é colocar-se no lugar do outro e pleitear, defender, a causa dele.

O intercessor levanta as mãos para Deus e diz: “Senhor, eu coloco-me diante do Senhor para lutar em favor de Fulano. Eu apresento a minha vida, a minha fé, a minha insistência como um argumento para que o Senhor o abençoe”.

Portanto, o intercessor é alguém que, com humildade, mas com ousadia, “luta com Deus”, por assim dizer, em favor do seu semelhante.

A mão de Deus pesa sobre o pecador, mas ela pode também ser estendida para abençoar o pecador... portanto, o ministério do Intercessor é precisamente fazer isto: que a mão de Deus venha sobre o pecador para o abençoar.

DEUS PROCURA INTERCESSORES

Deus é Amor, mas ao mesmo tempo é Santo e Justo... por isso, tem que punir o pecado, tem que condenar o pecado... mas, ainda assim, Deus espera para ter misericórdia.

Vamos ler Ez 22.23-31

Nesta passagem, Deus fala sobre o pecado que havia dominado todos os níveis da nação... os profetas, os príncipes, os sacerdotes, e por fim, todo o povo se tinha corrompido.

Então, nos v.31, Deus desabafa: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum. Por isso derramarei a minha ira sobre eles e os consumirei com o meu grande furor; sofrerão as consequências de tudo o que fizeram. Palavra do Soberano, o SENHOR”.

Que declaração chocante! Deus buscou um (apenas um!) homem que intercedesse por aquela gente... como não encontrou, Ele teve que descarregar Seu juízo sobre o povo.

Hudson Taylor, soube desta busca de Deus e fez o compromisso de interceder. Ele declarou: “Durante mais de quarenta anos, o sol nunca se levantou na China, sem me encontrar de joelhos, em oração”.

Outra passagem muito forte é Is 59.12-16:

Este texto revela que o errado era tratado como sendo o correto naqueles dias (e a coisa não mudou muito...), e termina por descrever a reação de Deus, no v.16: “Ele viu que não havia ninguém, admirou-se porque ninguém intercedeu”.

Estas duas passagens (Ez 22 e Is 59) mostram com clareza, como Deus precisa de intercessores para abençoar vidas, e como é frustrante para Ele, em muitas ocasiões, quando os intercessores não são encontrados.

Jesus foi e continua sendo o maior de todos os intercessores... Ele se apresentou diante do Pai, em nosso lugar, e fez isto não apenas com palavras e orações, mas com o próprio sangue.

Jesus, ao viver na terra, praticou muita oração, especialmente intercessão.

Na Bíblia, nós encontramos Jesus, por exemplo, a chorar sobre Jerusalém. Em Luc. 19:41, lemos isto: “Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela”.

Em João 17, Jesus intercede intensamente pelos discípulos que haveriam de passar por muita tribulação.

Mas o ponto alto da intercessão de Jesus teve lugar na cruz, quando Ele, literalmente, ofereceu a Sua vida em favor da nossa... e até hoje, Jesus continua no ministério de intercessão!

Lemos em Hb 7.24-25: “...visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. 25 Portanto, ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles”.

Falando profeticamente, Isaías anunciou: “ele derramou sua vida até a morte, e foi contado entre os transgressores. Pois ele levou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu” (Is 53.12).

Com Jesus, aprendemos algumas verdades muito importantes sobre o Ministério da Intercessão.

Jesus é o nosso principal modelo em tudo... no que diz respeito ao Ministério da Intercessão, a vida de Jesus ensina vários princípios:

2- A INTERCESSÃO REQUER UM ENVOLVIMENTO DE CORAÇÃO
Jesus não se apresentava friamente diante de Deus para pedir por outros... Ele envolvia o coração nisso.

Em João 11.35,36, Jesus derramando lágrimas pelos que sofrem, está escrito: “Jesus chorou. 36 Então os judeus disseram: “Vejam como ele o amava!”

Em Mc 8.2, Jesus foi movido de íntima compaixão pela multidão; lemos isto: “Tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer”.

Em João 17.1-26, Jesus orou de maneira emocionada pelos discípulos!

João Bunyan dizia: "as melhores orações tem muitas vezes mais gemidos que palavras".

John Knox fazia a seguinte oração: "Ó Deus, dá-me a Escócia ou eu morrerei!".

O intercessor não pode ser como aquele menino que, num dia de piquenique na praia, viu a mãe, que tudo preparara com cuidados especiais, entrando na água, e que instantes depois, começou a se afogar. Então, o filhinho que brincava na areia, ouvindo os gritos de socorro da mãe, andou uns passos para perto do pai, que estava distraído com algumas coisas e falou: “Papai, mamãe está lá na praia. Eu acho que ela está se afogando”. O homem largou as coisas que estava fazendo, deu um salto, saiu a toda pressa a fim de resgatar a esposa...

Muitas vezes, clamamos ao Senhor com a calma daquele menino, oramos sem pressa, sem urgência nenhuma, sem coração.

Quem entra neste Ministério de Intercessão precisa envolver o coração neste ministério. Tem que ser como Jesus!

2. A INTERCESSÃO PROFUNDA EXIGE SENSIBILIDADE À VOZ DE DEUS
Muitas vezes, para uma intercessão profunda, precisamos conhecer a intimidade de Deus.

Quando Jesus alertou a Pedro sobre as lutas que ele teria que passar, as Suas palavras foram (Lc 22.31-32): “Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo. 32 Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos”.

Jesus recebeu uma revelação do Pai, ficou a saber o que estava para acontecer e já tinha orado por Pedro.

Essa qualidade é muito importante na vida de um intercessor: ele precisa estar em sintonia com o Espírito Santo... muitas vezes o intercessor vai orar antes que os fatos aconteçam, e com a sua oração, evitará tragédias e conquistará bênçãos!

O intercessor precisa ser sensível à voz de Deus.

Devemos preparar-nos para ouvir a voz de Deus... todos os crentes querem ouvir a voz de Deus, mas Deus não vai falar mais alto que a televisão, Deus não vai falar mais alto que as nossas músicas...

Outro dia eu li isto: "Deus fala não com os que têm orelhas, mas com os que têm ouvidos".
Mas tem havido mais orelhas do que ouvidos na igreja... lemos na Bíblia que Samuel disse ao Senhor: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve". Mas hoje, a igreja parece estar dizendo: "Ouça, Senhor, porque o teu povo fala".

Precisamos ter ouvidos para ouvir o que o Espírito diz à Igreja... seja sensível à voz de Deus!

...da vida de Jesus aprendemos ainda este princípio:

A INTERCESSÃO NÃO LEVA EM CONTA O MÉRITO DO SEU SUJEITO

O objeto da intercessão pode ser desprezível.... você pode interceder por um rebelde, por vilão, por um criminoso, não importa.

Da cruz do Calvário, no seu maior sofrimento e humilhação, Jesus fez uma oração por aqueles que O estavam a matar. A oração de Jesus foi (Lc 23.34): “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”.

Isto revela um coração movido pelo amor... apesar da maldade, da crueldade, o intercessor clama a bênção de Deus... Ali na cruz, banhado em sangue, foi o que Jesus fez!

...e, finalmente, há também o seguinte princípio:

Em Hb 2.17, Jesus é apresentado como nosso Sumo Sacerdote: “...sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus”.

Isto significa que, como Sacerdote, Jesus permanece diante do Pai em intercessão por nós.

Isto é muito significativo porque, nós também somos designados como sacerdotes – em 1Pe 2.9 lemos que somos “sacerdócio real” – ou seja, todo crente tem uma responsabilidade sacerdotal.

Quer significa isso?

O sacerdote vive para isto, é o seu estilo de vida: representar Deus diante do povo e o povo diante de Deus.

Se o sacerdote deixa de fazer isto, ele está a pecar, como declarou o sacerdote e profeta Samuel: “E longe de mim esteja pecar contra o SENHOR, deixando de orar por vós. Também lhes ensinarei o caminho que é bom e direito” (1Sm 12.23).

E tal consciência era tão forte na vida de Jesus, que nós lemos dEle nos Evangelhos, buscando um lugar de oração, apesar de sua vida cheia de compromissos.

Os discípulos, compreenderam a importância disto. Pedro declarou: “...nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra”.
"Em Atos 2, os crentes oraram 10 dias; a seguir, Pedro pregou 10 minutos e 3 mil pessoas foram salvas.

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