quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A ORIGEM HISTÓRICA DA GUARDA DO DOMINGO

Na instituição do sábado está implícito o próprio acto de bênção, santificação e separação de um dia para a humanidade e isso indica uma função permanente. A santificação do sábado significa que Deus desejou entrar no tempo humano. O que toma um período de tempo ou um lugar santo é a presença de Deus.
Ao santificar o sábado e entrar no tempo humano Deus demonstra a Sua disposição em entrar na própria carne humana. Assim, o sábado é uma prefiguração da encarnação, um símbolo e anúncio da própria encarnação.
Na História da Salvação nós temos continuidade, não interrupções. As instituições estabelecidas na Criação, tal como o sábado, o trabalho, o repouso, o matrimónio, são instituições que na verdade prosseguem ao longo da História da Salvação. Contudo, há diferentes momentos na História da Salvação em que essas instituições adquirem novo significado. No relatório do Génesis o sábado obtém um significado cosmológico, proclama ao mundo que Deus é o perfeito Criador e que ficou perfeitamente satisfeito com a Criação que havia realizado. Assim, em Génesis o sábado transmite essa mensagem da perfeição divina no que concerne à Criação.
Mas se seguirmos de Génesis para Êxodo, aprendemos que Deus não só criou o mundo, mas as pessoas. E formou um novo povo, Israel, ao qual concedeu o sábado para simbolizar o desejo do Criador em restaurar o interrompido relacionamento que o pecado produziu, separando o Criador de Suas criaturas. Assim, em Êxodo encontramos o sábado associado com a Redenção.
Os Dez Mandamentos se iniciam dizendo — "Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da terra do Egipto." Ele é o Libertador, e para que fosse mantida a lembrança desse Libertador, Deus ordenou: "Lembra-te de santificar o dia de sábado." Lembra-te por livrar o teu servo, tua serva, teu filho, tua filha, dando-lhes liberdade e, em certo sentido, redenção a todos os israelitas de modo a que o próprio Deus fosse lembrado como o Libertador. E essa mensagem é particularmente expressa em Deuteronómio 5:15 onde o motivo dado para a guarda do sábado não é a Criação, mas a Redenção. Nesse sentido é que a passagem declara: "Lembra-te de que foste servo na terra do Egipto, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia do sábado."
Sendo, pois, que o sábado não é apenas símbolo da Criação, mas também da Redenção, tendo carácter cósmico, universal, a sua obrigatoriedade é também universal.

Há dois factores principais para a transição do sábado para o domingo. Por um lado temos o anti judaísmo, ou seja, a necessidade que surgiu [entre os cristãos dos primeiros séculos] de separarem-se, diferenciarem-se dos judeus. Foi este realmente um factor preponderante que induziu muitos cristãos a abandonarem todas as festividades associadas com os judeus.
Teve lugar na primeira parte do século II, particularmente na regência do Imperador Adriano. Ele reinou de 117a 138 e foi quem proibiu categoricamente a observância do sábado e a pratica do judaísmo. Isto aconteceu porque os judeus estavam constantemente a revoltar-se contra o domínio dos romanos sobre sua terra.
Quando os romanos se viram ante a persistente luta de independência da parte dos judeus, sentiram a necessidade de impor uma legislação muito restritiva e repressiva e uma das consequências foi a proibição rigorosa da observância de festividades judaicas como a Páscoa e o Sábado.
Em consequência dessas medidas restritivas contra os judeus, os cristãos de Roma julgaram necessário demonstrar perante as autoridades a separação e diferenciação dos cristãos em relação aos judeus pela mudança das festividades judaicas a dias diferentes. Por exemplo, a Páscoa judaica, que até aquele tempo era celebrada pêlos cristãos em geral no dia 14 de Nisã (uma data fixa que podia ocorrer em qualquer dia da semana) foi transferida para o domingo. Semelhantemente, o repouso foi transferido do sábado do sétimo dia para o primeiro dia da semana.
Na verdade, o abandono do sábado foi motivado primariamente pela necessidade sentida pelos cristãos de se separarem dos judeus a fim de evitar as medidas repressivas e as penalidades impostas sobre a comunidade judaica.
Mas, pode surgir a pergunta — por que foi escolhido o domingo, quando outro dia qualquer poderia cumprir a mesma finalidade? Sexta-feira, por exemplo, poderia muito bem comemorar a Paixão de Cristo e contribuir para diferenciar cristãos e judeus! Mas constata-se que a razão da escolha do domingo tem a ver com a prevalecente veneração do deus-Sol. Quando remontamos ao século II, descobrimos que o deus-Sol tornou-se a divindade predominante no Império Romano e isso contribuiu para o acontecimento que debatemos.
Num calendário descoberto pela Arqueologia, do século I, podemos ver que Saturni, que significa "dia de Saturno", é o dia nº 1 e o “dia do sol” é o nº 2. Contudo, ao chegarmos ao século II, o “dia do Sol" avança para a posição nº 1 e o "dia de Saturno" toma a posição do sétimo dia.
Quando descobrimos esta “promoção” do “dia do Sol” para o primeiro dia da semana no século II, perguntamo-nos: seria possível que essa circunstância no mundo pagão romano tenha influenciado os cristãos a escolherem exactamente o mesmo dia que havia sido posto em proeminência naquele tempo? A fim de comprovar a validade de tal raciocínio, investigando a influência do culto ao Sol sobre a comunidade cristã da época, e descobrimos alguns factos muito interessantes como o de que o culto ao Sol influenciou os cristãos de muitas maneiras.
Por exemplo, a) os cristãos originalmente oravam voltados para Jerusalém, mas por influência do culto ao Sol passaram a orar voltados ao Oriente, na posição do nascer do Sol; b) o próprio dia do Sol, o "Sol-Invictus", foi escolhido para celebrar o aniversário de Cristo; c) a própria simbologia do Sol foi usada para representar a Cristo.
Este mosaico, que foi reproduzido na Biblical Archeology Review [Revista de Arqueologia Bíblica] de Setembro de 1978 apresenta Cristo como o deus-Sol subindo no carro do Sol, com uma aura de luz em torno da cabeça. Isso é de cerca dos anos 200 a 240 AD e constitui a mais antiga representação pictórica de Cristo como o deus-Sol que chegou até aos nossos dias, o que realmente demonstra que a simbologia do deus-Sol tinha grande influência sobre o pensamento cristão.
Estas são evidências indirectas. A evidência mais directa pode ser encontrada nos documentos cristãos que usam o motivo do Sol para justificar a observância do domingo, sendo as duas razões predominantes para justificar a guarda do domingo: 1°— no primeiro dia Deus criou a luz; 2° — o primeiro dia foi também aquele em que o Sol da justiça ressurgiu. Assim, os motivos do Sol e da luz estão estreitamente relacionados, de modo que, a par do anti judaísmo, o culto ao Sol contribuiu para levar os cristãos dessa época a abandonarem o sábado e adoptarem o domingo como dia de culto.
O mitraísmo era, na verdade, apenas um pequeno fragmento no conjunto do culto ao Sol entre os pagãos do Império Romano. Era mais um culto individual, praticado com carácter particular, no contexto das muitas manifestações de culto à divindade solar, que predominava à escala nacional.
Os autores do Novo Testamento não fazem referência directa, mas apenas indirecta, ao mandamento do sábado. Como podemos comprovar que os cristãos primitivos observavam o sábado em vista da falta de declaração mais específica indicando que o fizessem?

O Novo Testamento não é "novo" em termos de nova revelação, mas é, antes, uma continuação, cumprimento e esclarecimento do Velho Testamento. No Novo Testamento não encontramos realmente os outros nove mandamentos numa forma nova. O que o Novo Testamento provê via de regra é um esclarecimento do espírito da lei. E se reconhecemos isto, então veremos que o Novo Testamento concede mais esclarecimento para o sábado do que para qualquer outro mandamento.
Quem ler o Novo Testamento e tomar nota de todas as referências ao sábado ficará surpreendido em verificar que uma boa porção do ministério de Jesus, tal como registado no Novo Testamento indica um envolvimento de Cristo numa observância sabática provocativa, causando muitos debates a respeito da guarda do sábado.
Agora, a indagação que temos a fazer é — por que esse material foi registado? Por que os redactores dos evangelhos, trinta ou quarenta anos após a morte de Cristo, decidiram registar e dar ampla cobertura ao ministério de Cristo no sábado? Ora, a resposta é óbvia — o material que temos nos evangelhos é o testemunho da igreja sobre o Salvador e Seu testemunho foi registado à luz de problemas existentes. Em outras palavras — a igreja primitiva tinha o problema de clarificar o significado do sábado na dispensação cristã; e para fazê-lo eles registaram o ministério sabático de Cristo que proveu, ademais, a linha de conduta sobre o significado de amar o próximo, honrar os pais, não matar ou outros preceitos divinos.
Agora, o que precisamos saber é — qual o significado do sábado à luz do ministério de Cristo? Qual é a clarificação sobre o sábado que o Salvador faz? Cristo começou o Seu ministério num dia de sábado, anunciou o Seu ministério como sendo o cumprimento das promessas sabáticas de liberdade em Lucas 4:18 e intensificou o ministério sabático levando redenção física e espiritual de modo que aqueles que foram curados por Jesus lembrar-se-iam do sábado como o dia de total redenção física e espiritual.
Também percebemos que Jesus encerrou o Seu ministério numa tarde de sexta-feira. E quando Ele disse está consumado", descansou no sábado segundo o mandamento. Isso quer dizer que à luz do Calvário, o sábado é não apenas um memorial da Criação completada, mas também um memorial da completa Redenção. Também significa que quando entramos na experiência da salvação ao repousarmos fisicamente, Jesus nos concede o Seu repouso espiritual, o repouso do perdão, o repouso da paz, o repouso da salvação.
Vemos assim que o Novo Testamento tem muito a dizer sobre o sábado. É isso que constatamos no ministério de Cristo, no ministério de Paulo, na Epístola aos Hebreus que ressalta o sentido profundamente espiritual do sábado. Finalmente, o sábado é o dia em que celebramos a totalidade da bênção de Deus — bênção da Criação, bênção da Redenção, bênção da Restauração final. O sábado provê uma janela para olhar à eternidade, à obra original de Deus na Criação, à completa Redenção em Cristo e à final restauração.
Como podemos apresentar o tema do sábado num contexto que evite parecermos legalistas?
Uma das acusações lançadas contra os adventistas do sétimo dia é a de que somos legalistas porque realçamos o quarto mandamento. Podemos inicialmente assinalar que ninguém é rotulado ou designado como legalista por apenas pregar os outros nove mandamentos.
Assim, não é exactamente o pregar sobre o mandamento, ou enfatizá-lo, que resulta em legalismo. Legalismo é o sistema pelo qual a observância de qualquer regra é considerada a base da salvação. E realmente devemos evitar apresentar a guarda do sábado como a garantia da salvação, e eu creio que a razão de tal atribuição ser-nos feita é porque em nossa ênfase escatológica apresentamos às vezes o sábado como o selo de Deus, o que significa que se aceitamos o sábado nós somos selados, protegidos, e ficamos seguros para o tempo de angústia. Com isso, muitas pessoas tendem a pensar que por terem aceito o sábado, receberam a garantia da salvação. Julgam-se, então, salvas por guardarem o sábado.
Temos realmente que rectificar esse raciocínio e ajudar o nosso povo e os cristãos em geral a entenderem que no sábado somos ensinados, não que trabalhamos para nossa salvação, e sim que repousamos de nossos trabalhos. Durante a semana temos realmente que trabalhar e por fazê-lo podemos obter a sensação de que somos independentes, nós próprios, por assim dizer, sendo o criador e salvador. Mas a mensagem do sábado — do verbo hebraico shabbath — é cessar, descansar. Por que temos de descansar? Porque temos de permitir que Deus opere em nós.
Assim, o repouso sabático indica que aquele que o pratica percebendo o seu real significado está a dizer de si para si — eu não sou auto-suficiente, mas insuficiente; não sou meu próprio criador, mas reconheço o Deus Criador; e estou a repousar hoje porque ao fazê-lo desejo pôr-me à disposição de Deus para que Ele me possa dar por repouso — isto é, como um presente, e não por obras — a provisão da salvação. Com o repousar no sábado, proclamamos por nosso exemplo que aceitamos a salvação como um presente, e não como uma obra meritória.
Portanto, a verdadeira compreensão do descanso sabático é realmente salvação pela graça, e não por obras.
Nós trabalhamos durante a semana, mas repousamos no sábado para proclamar a nossa fé no divino Criador que nos deu o dom da vida no princípio, vida que foi concedida por Jesus Cristo, vida que se torna uma realidade para nós no dia de sábado quando, à semelhança de Maria, irmã de Marta, tomamos tempo para estar com Jesus dedicando-Lhe a nossa atenção integral.
O facto de Cristo ter ressuscitado num domingo não torna esse dia o mais significativo da semana e não justificaria a mudança da observância do sábado para o domingo?
Um estudo honesto e imparcial de todos os documentos do Novo Testamento, bem como dos primeiros documentos cristãos fora do Novo Testamento, revelam conclusivamente que a Ressurreição de facto não exerceu papel destacado na escolha específica da observância do domingo. Pois, 1° — o dia da Ressurreição não é, como tal, jamais mencionado no Novo Testamento. A expressão "dia da Ressurreição" é encontrada apenas por volta do fim do século II. Antes disso, particularmente nos evangelhos e no Novo Testamento, a expressão é "primeiro dia da semana". Ora, se esse dia tivesse tomado na época o memorial da Ressurreição, então a expressão “dia da Ressurreição" estaria em uso. O próprio facto de que tal expressão está ausente no Novo Testamento indica que o primeiro dia da semana não era considerado ainda o "dia da Ressurreição"; 2° — no Novo Testamento não encontramos uma ordem ou instrução para celebrar a Ressurreição de Cristo no exacto dia semanal em que ocorreu. Temos ordens quanto ao baptismo, temos ordens quanto à Ceia do Senhor ("fazei isto em memória de Mim"), temos ordens quanto ao lava-pés ("dei-vos o exemplo para que como Eu vos fiz, façais vos também"), mas nenhuma ordenança ocorre quanto à celebração do dia da Ressurreição.
Contudo, mesmo considerando o fato de que Jesus ressuscitou num domingo, a pergunta que temos a fazer é — acaso esse fato requer que o dia seja, então, posto à parte para
comemorar tal evento? Parece-me que o evento da Ressurreição pressupõe que o mundo não deve ainda repousar, por duas razões, pelo menos: 1a
— porque o dia da Ressurreição não assinala a complementação do ministério terrestre de Cristo, o que se deu na sexta-feira à tarde, quando declarou "está consumado", e então repousou segundo o mandamento. Antes, marca o início do novo ministério de Cristo. Semelhantemente ao princípio da Criação, o primeiro dia da semana pressupõe atividade, antes que repouso; 2º — as declarações de Jesus no dia da Ressurreição não eram convites para adoração. Jesus não disse, no dia da Ressurreição — ‘vinde à parte e adorai", mas ordenou às mulheres "Ide à Galiléia e dizei aos irmãos", e aos discípulos — “Ide, ensinai, fazei discípulos, batizai." Eram declarações que implicavam atividade, e não repouso. Então há o argumento baseado na Ceia do Senhor que muitos consideram o próprio âmago do culto dominical, em honra da Ressurreição. E outra vez podemos perguntar — foi a Ceia do Senhor celebrada pela igreja primitiva como memorial da Ressurreição? Tanto o Novo Testamento como os primitivos registros cristãos nos dizem que a Ceia do Senhor não estava associada à Ressurreição.
Podemos considerar o que disse Paulo, por exemplo, em I Coríntios 11, onde a Ceia do Senhor é apresentada sem ligação com um tempo específico (ver versos 17, 20, 33, 34). Isso implica qualquer dia da semana, porque as autoridades romanas proibiam reuniões noturnas, não só dos cristãos como mesmo dos pagãos. E para evitar suspeitas das autoridades, os cristãos reuniam-se em diferentes dias, em ocasiões diversas. Assim, não só o tempo era indefinido, mas o significado não era Ressurreição.
Paulo declarou ter recebido essa tradição dos próprios apóstolos. E qual era a tradição? A de que, partindo o pão e bebendo o vinho, "anunciais a morte de Jesus". Portanto, o sentido da Ceia do Senhor é morte, sacrifício. Nenhuma menção se faz à Ressurreição. Isto não quer dizer que a Ressurreição não fosse importante. Paulo dá crédito e valor à Ressurreição em I Coríntios 15, mas a Ressurreição deveria ser celebrada por uma forma de vida, por andar em novidade de vida. Após morrermos à semelhança de Cristo no batismo, somos ressuscitados com Ele e andamos em novidade de vida, mas não há associação disso com qualquer dia semanal em particular (ver Romanos cap. 6).
Professor, entre outras matérias, de História Eclesiástica, de que é doutor, o italiano Samuel Bacchiocchi foi o primeiro não-católico a graduar-se na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma instituição jesuíta fundada há mais de quatro séculos por Inácio de Loyola pela qual passaram muitos eclesiásticos que chegaram a ser cardeais e papas.
Tese doutoramento From Sabbath to Sunday [Do Sábado Para Domingo], de 372

O TEMPO E A ETERNIDADE

Recentemente ao falar com um jovem amigo, fiquei agradavelmente surpreendido com estas palavras: "Fiz 24 anos e tomei resoluções na minha vida, quero tomar um novo rumo." É bom parar e meditar nos valores que nos interligam à Fonte da Vida.
Que quer dizer São Paulo em I Tessalonicenses 5:1?
O escritor alemão Johan Schiller afirmou : “A própria eternidade não poderia recobrar os minutos perdidos.”
Um velho relógio do sol tem esta inscrição: “Eu sou uma sombra. E sombra também és tu. Eu tomo conta do tempo, e tu?”
Este tempo no Novo Testamento é chamado chrónos, é um movimento circular.
Jesus fala de um outro tipo de tempo em Marcos 1:15 “kairós”. O tempo é uma linha recta, como a linha do metro. Direcção ao cais, à estação.
* A pergunta que gostaria de colocar, qual é o nosso tipo de tempo, circular ou linha recta?
* Vivemos mais perto de Deus ou continuamos a dar voltas à Rotunda?
Lucas 13:6-9.
Nesta parábola Jesus faz uma séria advertência no que diz respeito ao tipo de vida – ou tempo – que se vive.
A figueira representava o povo de Israel, ela é o povo de hoje.
É natural que o Criador procure frutos naqueles que Ele criou, deu tempo, deu acesso à vida em linha.
Os pais humanos esperam frutos da parte dos filhos: o respeito, o amor, o reconhecimento, um carácter nobre.
Os lavradores que cultivam a terra esperam frutos como resultado do seu árduo trabalho: nós somos as árvores de Deus.
Por isso no final dum ano Deus aproxima-Se de cada um de nós para fazer um balanço. É a Sua forma de se relacionar connosco, como se relacionava com Adão e Eva!
Eu creio que é maravilhoso pensar que Deus tem este interesse por cada um de nós. Ele não vive distanciado dos assuntos desta terra. Não!
Aliás, E.White escreve: “Vi anjos aceleradamente de um lado para o outro no Céu. Um anjo com um tinteiro de escrivão ao lado voltou da Terra, e referiu a Jesus que a Sua obra estava a ser feita…” História da Redenção, p.402
Esta citação do Espírito de Profecia é esclarecedora da expectativa que se vive no céu em relação à forma como os filhos de Deus vivem o tempo.
Mostra também que Deus tem expectativas que são consequência do que lemos em I Coríntios 12:4-6.
* Ou seja Deus ao juntar-nos à Sua família deu-nos dons e talentos para nos qualificar para uma tarefa de vivermos o tempo em linha recta.
É por confiar em nós que Ele dá o kronos – tempo circular, para que
Cumpramos o kairós – ou seja algo que está fora do tempo e é por isso que lemos:
Jeremias 1:5
Gálatas 1:15.
Ou seja antes do nascimento Deus tinha chamado para um serviço particular.
Assim, convém perguntar:
* Que figueira fomos nós este ano?
* Que frutos prometemos dar o ano passado?
* Fomos participantes ou espectadores?
* Que encontra Deus em mim e em vós?
- Mais dedicação.
- Mais mansidão.
- Mais prudência.
- Mais confiança.
- Mais zelo.
- Mais interesse no reino de Deus, que Jesus volte.
Ou seja tempo em linha recta!
Ou:
- Mais indiferença.
- Mais orgulho.
- Mais imprudência.
- Mais desconfiança.
- Mais indiferença.
- Mais empenhamento no tempo circular?

Há uma lenda muito antiga, um dia um homem já madura dormitava e viu chegar um jovem, o jovem começo a falar de coisas lindas: tinha deixado tudo para ir para um país distante e ajudar os pobres, as crianças, falava de Jesus e do seu maravilhoso amor. O homem estava extasiado porque tudo o que o jovem dizia tinha sido o seu sonho de jovem, tinha sido o desejo daquele homem idoso. Finalmente, o jovem despediu-se. O homem idoso, quis saber como se chamava e o jovem respondeu: “eu sou o homem que podia ter sido”.
“Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para os Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus, é o alvo a ser atingido…o crente tem um objectivo a realizar, uma norma a alcançar, os quais incluem tudo o que é bom, puro e nobre.” Educação, ps.18-19.

Uma nova oportunidade: Lucas 13:7-9.
Se pelo Espírito Santo concluímos que estivemos fora do tempo em linha, crescimento, testemunho é normal que o dono nos mande cortar. Retire o Espírito.
Para que há-de o Agricultor tolerar uma árvore estéril no se quintal?
é normal que o destino seja o que aparece em Gálatas 6:7-8.
Mas é pedida uma nova oportunidade. Esta é a intercessão de Jesus.
No dia 25 de Setembro de 1977, em muitos jornais do mundo foi publicado um comunicado do Vaticano: “Cidade do Vaticano, Setembro 25 de 1977 – o Papa Paulo VI fará em breve 80 anos. O que o leva a tomar consciência da fragilidade da vida e a sentir temor pela morte. Depois da missa na Basílica de São Pedro, onde cantaram 10.000 crianças, o Pontífice disse à multidão reunida na praça: `Devo abrir a minha alma diante de vós. Os meus sentimentos estão divididos, por um lado a idade que é uma firme advertência que a minha vida está próxima do fim. Por outro o medo do juízo de Deus no momento da morte está sempre presente e cheio de mistérios.”
Como é possível que o chefe de uma comunidade de cristãos, cerca de um bilião, tenha medo da morte, viva esta insegurança?
Vivemos em tempo de graça. Devemos tomar decisões. O novo ano é uma nova oportunidade para melhor servir.
- Deus.
- A sua Igreja.
- Melhores crentes.
- Melhores maridos.
- Melhores esposas.
- Melhores filhos.
“Por meio da fé em Cristo, toda a deficiência de carácter pode ser suprida, toda contaminação removida, corrigida toda a falta, e toda a boa qualidade desenvolvida.” Educação ps. 257-258
Nós temos diante de nós o tempo da eternidade e para lá caminhamos a passo firme ao lado do Senhor Eterno!

sábado, 13 de agosto de 2011

A FAMÍILIA DE DEUS

INTRODUÇÃO
Efésios 3 :14 -21
a) O Espírito Santo revela neste texto uma das maiores bênçãos que nos foi dada por meio de Cristo.
• Transformou-nos de sapos em príncipes
• Adotou-nos na Sua família, chamou-nos para dentro da Sua casa.
• O Pai passou a ser O PAI NOSSO ( “Este é o meu Filho amado” )
b) PERGUNTAS:
• Quem faz parte desta família?
• O que significa fazer parte da família de Deus?

1. A FAMÍLIA DE DEUS É FORMADA POR TODOS AQUELES QUE RECEBERAM A JESUS COMO SENHOR E SALVADOR DE SUAS VIDAS.
a) João 1:12- “Mas a todos quantos O receberam...” Marcos 3:32-35
b) Estes são os que foram transformados pelo Senhor. Como já dissemos no início: De SAPOS a PRINCIPES
c) IMPORTANTES: Há muitos filhos de Deus que já foram beijados por Jesus, tornaram-se príncipes, mas insistem em viver como sapos.
• Acham que a sua vida é não vale nada, vivem no lamaçal do pecado, andam como derrotados.
• O seu louvor não passa de um barulho sem vida e sem graça.
d) QUERO PERGUNTAR: Há alguém que esteja a viver assim?
e) Efésios 3:6 - o filho de Deus não é escravo, mas príncipe (foi liberto meu irmão, agora está assentado nos lugares celestiais em Cristo)
f) REIVINDIQUE AS PROMESSAS: Se você ainda está a viver derrotado! OS FILHOS SÃO CO-HERDEIROS COM CRISTO. O que diz a Bíblia:
• O pecado já não terá domínio, O maligno não lhe toca, Em Cristo somos mais que vencedores
g) Meu querido,o Pai diz agora:
• Filho, tudo o que é meu é teu, Quem mexe em ti, é a Mim que fere, Eu quero cuidar de ti.
• Abra a Bíblia em Gal.3:13-14 (Qual é a benção de Abraão?)

2. O QUE SIGNIFICA FAZER PARTE DA FAMÍLIA DE DEUS?
2.1. QUE O HOMEM INTERIOR SERÁ FORTALECIDO COM PODER PELO ESPÍRITO SANTO QUE VEIO HABITAR EM VOCÊ (v.16 )
A LUTA DO ESPÍRITO CONTRA A CARNE: O Espírito Santo revela-nos que Ele está a lutar contra a carne (natureza caída).
a) Quando nos tornamos filhos, O ESPÍRITO VEIO HABITAR EM NÓS, para nos fortalecer a fim de vencermos as tentações e as ciladas do diabo.
b) O OBJETIVO DO ESPÍRITO: Destronar a carne, para que Cristo habite nos nossos corações.
c) PRESTE ATENÇÃO - Se Cristo ainda não ocupou o TRONO DO CORAÇÃO, Ele ainda não se tornou o Senhor da sua vida (Ex. Deus mandou que os israelitas expulsassem todos os moradores de Canaã, mas eles não fizeram, por causa disso sofreram).
d) Meu irmão: VOCÊ NÃO PODE TER DÓ DO PECADO, ele poderá destruir a sua vida!
e) CRISTO QUER SER O DONO DA SUA VIDA.
2.2. FAZER PARTE DA FAMÍLIA SIGNIFICA RECEBER O AMOR DO PAI NA SUA VIDA ( v.18,19 )
a) PERGUNTA: Quanto você acha que Deus o ama? (Muita gente acha que Deus não ama).
b) QUERO DIZER- LHE ALGUMAS COISAS:
• Cristo o ama não porque você faz as coisas certas, Cristo o ama não porque você é um líder, ou porque você vai à igreja, Cristo o ama porque Ele é amor, e Ele nunca vai deixar de o amar
• ELE ESCOLHEU-O PARA FAZER PARTE DA SUA FAMÍLIA (já pensou nisso? O que isso significa para si?)

CONCLUSÃOa)
Jesus quer ser o Seu melhor irmão, o Seu melhor amigo
b) Talvez esteja a perguntar: O QUE POSSO FAZER PARA CONHECÊ-LO MAIS?
• Ore, aproxime-se Dele com fé, Procure servi-Lo, servindo as pessoas que Ele criou com todo amor, espere ( v.20-21 )
c) Gostaria de perguntar: Já faz parte da família de Deus? Gostaria de conhecer mais ao Senhor?

EM PEQUENOS GRUPOS
1. Leia novamente o texto?
2. Como alguém pode fazer parte da família de Deus? Será que todas as pessoas já fazem parte da família de Deus? (deixe os irmãos falarem, peça para darem opinião sem abrir a Bíblia, apenas com argumentos). Depois leiam os textos de João 1:12 e Marcos 3:32-35.
3. O que significa fazer parte da família de Deus? O que muda quando você começa a fazer parte da família de Deus? (Deixe que falem um pouco, depois explique que a vontade do Pai é ter uma família de filhos semelhantes a Jesus, principalmente no amor, na dependência do Pai e na prática do fruto do Espírito).
4. No final pergunte: Há alguém aqui que ainda não entregou a sua vida a Jesus e que gostaria de fazê-lo agora para se tornar um filho de Deus? (Espere um pouco, se houver, ore com a pessoa e peça aos outros irmãos para receber estas pessoas com um abraço). Depois pergunte: Há alguém que já entregou a vida a Jesus mas reconhece que está em falta com o Senhor, talvez a viver em pecado, ou a ter dificuldade de viver em comunhão com o Senhor? (Espere e depois ore por aqueles que se manifestarem e peça a todos para que os abracem e digam que eles são muito importantes).
REUNIÃO DURANTE A SEMANA NA IGREJA OU EM GRUPO.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

1. Moisés ora, intercedendo por seu povo, na luta contra os amalequitas. Êxodo 17:10-13.
Quando o povo de Deus, caminha pelo deserto e se dirigia para o Monte Sinai, repentinamente os guerreiros amalequitas saíram do deserto e atacaram a retaguarda da enorme caravana do povo de Deus. Os hebreus tinham poucas armas e nenhuma experiência de guerra. Moisés, depois de um breve planeamento, subiu ao cume de um morro vizinho e levantou os seus braços em oração, enquanto Josué e as suas tropas saiam para enfrentar o inimigo. Rapidamente os amalequitas retrocederam em retirada. Mas pelo cansaço, Moisés baixou os braços. Imediatamente, foram os hebreus que saíram em retirada.
Arão e Hur tinham acompanhado Moisés ao monte para orar. Quando notaram a diferença que fazia a oração de Moisés, aproximaram-se dele e sustentaram os braços de Moisés ao alto para que pudesse continuar a em oração. A oração fez uma grande diferença!
2. H. M. S. Richards disse:
“A oração é a crença cristã de que mais se fala, mas a que menos se pratica”.
Uma sondagem deu o seguinte resultado: “Em média o cristão passa somente 3 minutos por dia em oração, e o pastor em média 7 minutos.
3. Podemos obter duas conclusões bem definidas da experiência de Moisés.
3.1 Que quando Deus opera, pode conseguir-se mais num momento, do que podemos alcançar a trabalhar uma vida inteira. Alguém disse o seguinte:
“Depende do talento, e obterás o que o talento pode fazer. Depende da educação, e obterás o que a educação pode conseguir. Depende da organização, e obterás o que a organização pode fazer. Ora, ora fervorosa e constantemente, e obterás o que Deus pode fazer.”
Josué e os seus soldados fizeram tudo o que podiam. Assim, deveríamos fazê-lo também. Acaso não teria sido ridículo que Josué e o seu pequeno exército abandonassem o campo de batalha com esta derrota só porque não tinha havido ninguém para orar? Ou pior ainda com o sentimento: “Tudo depende de Moisés e de Deus”. Esta experiência de Êxodo 17 ensina-nos que os milagres ocorrem quando se combinam o poder divino com o esforço humano.
Educação - Os estudantes universitários procuram os títulos como uma importância máxima. Mas, as melhores qualificações não são as que nos proporcionam as maiores vitórias.
As riqueza - Se a Igreja tivesse milhões de dólares de reserva, talvez isso não aumentasse o número de pessoas convertidas a Cristo, a menos que estivéssemos a orar fervorosamente.
O favor dos Homens – Os políticos procuram estes favores. Os executivos das empresas o fazem tudo para o conseguir. Alguns administradores da igreja dizem: “Se somente pudéssemos tê-lo!”
Tanto para Igreja como para o cristão individual, as vitórias obtém-se na câmara secreta de audiência com Deus.
4. Lucas, quando menciona a história do crescimento da Igreja, menciona sempre o tema da oração.
O crescimento notável da Igreja primitiva, não foi devido à organização, aos planos bem traçados, ou ao testemunho, foi por causa das orações de fé.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É em pequenino que se ensina o Caminho

Provérbios 22:6
(Reflexão sobre a formação cristã das crianças)
1. “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho não se desviará dele”. (Pr 22. 6)
Quem sabe ao ler ou ouvir o título deste estudo alguém pensou: “Parece que este ditado cheira a forçar…”. Não é esta a nossa intenção, o que desejamos é sublinhar a responsabilidade da família e da Igreja na formação das crianças. Pois esta responsabilidade ainda que sabido, não acontece na prática, na medida que deveria ocorrer.
Na verdade, quem está a formar o caráter e os valores das crianças são os diversos veículos da mídia, mais especialmente a televisão, e nalguns casos, os jogos eletrónicos e o uso indescriminado do computador.
Vamos provar isto de maneira prática. Por exemplo: Como se comemora o aniversário das nossas crianças, os 2 ou 3 anos, não são “Meninas super poderosas”, ou “a turma da Mónica”, ou mesmo o “Homem aranha”? Aniversários temáticos com temas bíblicos são raridade entre nós. Por favor, se eu estiver enganado corrijam-me. O facto é que não temos o controlo dos valores das nossas crianças, é verdade que aprendem as nossas canções, as histórias bíblicas. Mas vamos quantificar o tempo que elas têm contacto com o ensino verdadeiramente cristão. Na igreja são no máximo 2 horas, isto calculando que eles estejam na escola sabatina e no culto das crianças. Admitamos que em todas as nossas famílias haja cultol familiar ou tempo específico com as crianças para ensino cristão da Palavra de mais 2 horas semanais. Qual o resultado? Teremos então 4 horas semanais de tempo para formação cristã, para ensinar a criança no caminho que ela deve andar. Será isto suficiente? A resposta todos sabemos, é não, especialmente porque o tempo que ela tem sob de outras influências é massivamente maior. Vejamos isto.
Segundo projeções sobre o assunto a criança portuguesa e brasileira, só para falar destes dois países, passa em média diária 4 horas na escola, 1h30 de recreação com os colegas na rua, ou em lugares reservados a isto. No caso da classe média, passam aproximadamente 2 horas diante da televisão ou de jogos eletrónicos. O certo é que as crianças, hoje, recebem mais influência dos programas da televisão, dos jogos eletrónicos, dos colegas de escola do que dos pais ou da Igreja.
Em geral somos permissivos, entregamos a formação das nossas crianças a terceiros, os quais na sua maioria não têm o temor de Deus. A cultura televisiva está cheia de conteúdos sobre sexo e os relacionamentos infantis começam a revelar-se, e nós assistimos a isto sem esboçarmos a menor reação. Precisamos urgentemente fazer algo.
Devemos investir no processo do crescimento e formação no lar, afim de suprir o pouco que recebem na igreja. A família tem um papel decisivo.

2. Crescimento cristão: Cristo em vós, o verdadeiro alvo.

Formar a identidade de Cristo Jesus em cada ser humano é o alvo do desenvolvimento cristão. Ser semelhantes a Jesus Cristo, deve ser a motivação da caminhada cristã, e isto precisa ser despertado em nós desde cedo, se conseguirmos criar esta motivação, e este alvo claro nos nossos filhos, então estaremos a formar uma geração capaz de mudar este mundo e apressar a volta de Jesus.
Este processo de crescimento supõe etapas permanentes com elementos básicos da vida humana visto numa dimensão bíblica cristã:
a) Alimentação.
A nossa vida carece de nutrição como um recém nascido, a nossa natureza carece de Deus. A linguagem de Salmo 42:1-2 nos ajuda a ver isto: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”. O apóstolo Pedro ilustra isto literalmente ao dizer: “desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”.(Ped. 2:2) Esta alimentação no conhecimento da Bíblia, inclui a oração. Posso recordar o salmo 23 de cor desde muito cedo na minha caminhada cristã, conheço crianças que o aprendem em bebés ao colo das suas mamãs. Como necessitamos de alimento para o corpo crescer e desenvolver, as crianças também necessitam de alimento espiritual. Apreender porções da Palavra e oração são valores decisivos para que haja o desenvolvimento cristão, e se comece a cultivar o interesse pelos elementos da fé cristã.

b) Amor, carinho e acolhimento cristão.
A criança precisa ser amada, ser acolhida, sentir-se parte de uma família. A maturidade emocional tem que ver, com relações de acolhimento amoroso e relacionamentos maduros desde o nascimento. Por isso, é decisivo que as nossas crianças aprendam o caminho no amor de Deus, aprendam que: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”(Jo 3.16) e “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Rm 5.8) São textos que revelam a natureza de Deus, sim Deus é amor (1Jo 4.8), e isto precisa ser desenvolvido em cada criança, nada de jogos de guerra, nada de morte aos inimigos, mas de amar os inimigos, amar a todos sem restrição. O amor como ensinou Paulo, desenvolve em nós várias outras virtudes: “E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.”(Fl 1.9-11) Isto ajudará construir a relações comunitárias amorosas e sadias, uma nova comunidade.

c) Descanso e crescimento.
Assim como uma criança carece de alimentação e de amor e vida em comunhão, ela precisa também de descanso, repouso, de uma base de repouso e confiança.
Desde as épocas mais primitivas, o ser humano precisou de um lugar de refúgio e descanso. Os nossos filhos necessitam de ter isto claro nalgum momento da sua vida, ou seja, assim como os braços dos pais lhes servem de refúgio desde o nascimento, a nossa fé em Deus é o nosso refúgio por toda a nossa vida, isto nos está assegurado na Palavra: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mt 11.28-30) e “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”(Sl 46.1) . “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação”. (Sl 62.1)
Para ter esse refúgio a criança precisa ter um momento claro em que já podendo entender o Evangelho, seja levada com clareza a fazer a sua decisão por Cristo “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.”(Rm 10.17) Alguns pais não tem nenhuma timidez em conquistar os seus filhos para fazerem deles adeptos do Benfica, do Porto ou do Flamengo, Vasco ou outro clube qualquer, nem sempre vemos este zelo no sentido de levar a criança a uma decisão de aceitar a Cristo como Salvador pessoal, e de segui-Lo como Senhor e Mestre. Esta é a mais importante decisão que um pai, mãe, avô ou avó pode levar a uma criança a tomar na sua vida, isto na nossa doutrina chama-se Novo Nascimento. A idade. Está a perguntar-me, eu respondo: Não sei. As nossas crianças estão tão precoces que suponho que muitas delas com cerca de 8 anos, já estão em condições de tomar esta decisão pessoal, reconheço que isto pode variar bastante. O ideal é que, antes dos doze anos, seja ajudada a tomar esta decisão pessoal. Sendo preparada então, para a confirmação na Igreja.

d) Exercício e crescimento cristão.
Todo o crescimento supõe exercício, músculos se desenvolvem com exercício. A fé também se desenvolve com exercício, prática, experiência com Deus. Pois no campo da fé, o exercício é toda ação que fazemos na obediência à Palavra de Deus, e na dependência do Espírito Santo, visando a expansão do Reino de Deus. Aqui entram diversas áreas da caminhada cristã.

d.1) Dependência de Deus: (Jo 6. 68-69)
d.2) Aprender de Jesus: (Mt 11.29)
d.3) Permanecer em Jesus: (Jo 15.5)
d.4) Obedecer a Jesus: (Jo 14.21)
d.5) Testemunhar de Jesus: (At 1.8)

Concluo dizendo, que há um potencial a evangelizador as nossas crianças, não há limites para elas, com sua inocência e espontaneidade, vão distribuindo folhetos e falando de Cristo com muito mais ousadia que a maioria dos adultos. Eu aprendi a importância de evangelizar. Quando era jovem, que pena tenho de não ter nascido numa família cristã! O meu filho teve esse privilégio, fizemos tudo certo? Não! Porém, alguma coisa ficou e o resultado, hoje, ele é um missionário. Não é isto maravilhoso! As consequencias do ensino no lar são eternas.
“O círculo familiar é a escola em que a criança recebe as suas primeiras e mais duradouras lições. Por isso devem os pais demorar-se mais no lar. Por preceito e exemplo devem ensinar aos filhos o amor e o temor de Deus; devem ensinar-lhes a ser compreensivos, sociáveis, afetivos; a cultivar hábitos industriosos, de economia e abnegação. Dando aos filhos amor, simpatia e encorajamento no lar, os pais podem prover-lhes um seguro e aprazível refúgio contra muitas tentações do mundo.” Fundamento da Educação Cristã, p. 65 (E.G.White)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A NOSSA VIDA É ENTRE FERAS E ANJOS

Mc 1:9-13
9 – E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.
10 – E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele.
11 – E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo.
12 – E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
13 – E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
As experiências vividas por Jesus Cristo no Jordão, por ocasião do Seu batismo e no deserto da tentação durante quarenta dias, retratam a realidade de cada um de nós, os momentos felizes e de tristezas, de altos e baixos, de dias cheios de bonança e de tempestades, de fartura e de escassez, de saúde e de enfermidades, etc. São as contradições da vida humana.
Nesta MENSAGEM, Jesus ensina como administrar estas contradições e como tirar proveito delas. Vamos a elas:
1. EXISTEM DIAS DE CÉUS ABERTOS E DIAS DE PORTAS FECHADAS.
1.1 Céus abertos no Jordão e portas fechadas no deserto.
• Provar a benção de ter na vida os céus abertos, não protege ninguém de passar por momentos de aflições e problemas; é o que Jesus nos ensina na experiência de seu baptismo no Jordão e na dura prova no deserto.
• Salomão fala em Eclesiastes 7:14, resume toda a história humana ao mencionar sobre o dia da prosperidade e o dia da adversidade. Quem não gostaria de viver todos os seus dias sobre a terra, em plena alegria e felicidade, e que a passagem pela existência fosse um verdadeiro Édem; penso que todos desejariam. No entanto, a nossa realidade é constantemente regida pelo contraditório: Bençãos e tribulações, alegrias e tristezas, saúde e doenças, mesa farta e fome, etc...
1.2 Lições que podemos tirar do Jordão e do deserto.
• O mesmo Deus que abre os céus para abençoar pode fechar as portas, porque Ele é Soberano – Ap 3:7
• O facto de num dia termos céus abertos e em seguida as portas se fecharem, não significa que Deus nos abandonou – João 16:33; Is 43:1,2
• O Deus que nos declara debaixo de céus abertos também declara que somos seus filhos amados (Mc 1:10,11) é o mesmo que nos dá poder para vencer o diabo no deserto da tentação (Ap 12:11), e que pelo poder da Sua Palavra nos faz triunfar. Lembremo-nos que Jesus venceu o diabo pela autoridade da Sua Palavra (Mt 4:1-11)(Ef 6:17) (Sl 149:6)
2. O MESMO ESPÍRITO QUE NOS UNGE, NOS LEVA PARA O CAMPO DE BATALHA.
2.1 Deus unge para os grandes desafios.
• Pensar que fomos ungidos para estar nesta terra, como alguém que faz um “tour” pela Dysney World é verdadeiro engano. A unção divina nas nossas vidas fala de delegação de poder e autoridade para as grande lutas e desafios. A maioria dos pregadores que temos ouvido quando pregam ou ensinam sobre o glorioso Baptismo do Espírito, enfatizam com extremada ênfase, que tal revestimento de poder, leva o crente a uma elevada dimensão de glória, a ter visões e revelações do Céu, a falar com audácia, a operar com poder através dos dons do Espírito. Dificilmente alguém prega sobre este assunto, e assevera que tal poder também é capacitação para a prova, para as terríveis batalhas espirituais.(Lc 10:18,19)
• A exemplo notemos que Davíd no Salmo 23, ao falar da unção recebida do Senhor, que fez seu cálice transbordar; menciona o lugar onde isto se deu, um lugar interessantemente estranho para alguém ser ungido: No deserto sob a guerra, rodeado por toda sorte de inimigos. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.” (Sl 23:5)
2.2 Duas palavras que andam juntas: Unção e Batalha.
“E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele.” “E, logo o Espírito o impeliu para o deserto.” (Mc 1:10, 12)
• Mateus 4:1, diz que o Espírito Santo conduziu Jesus para o deserto com o propósito de ser tentado pelo diabo. Não nos esqueçamos que ao nos ungir, o Senhor está nos está a preparar para a guerra. Ao nos ungir está a levar-nos ao campo da prova.
• Ungidos para guerra:
David não recebeu a unção apenas para cantar salmos e tocar harpa, mas também para vencer gigantes e exércitos (1 Sm 16:13; 17:32-58)
Paulo não foi ungido apenas para ter visões do terceiro Céu, mas para enfrentar lutas e tribulações (At 9:17,18; 14:22) (2 Co 6:4-10; 11:23-28) (Rm 8:31-39)
Querido(o) leitor(a), guardemos esta verdade nos nossos corações, e que diante dos grandes desafios e das terríveis batalhas da vida, vençamos por Cristo que nos ungiu (2 Co 1:21) (Is 10:27)
3. A NOSSA VIDA É ENTRE FERAS E ANJOS.
“...E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.” (Mc 1:13)
3.1 Viver entre feras e anjos significa, que a vida cristã não é somente alegria e prosperidade material; mas também é senda de lutas e tribulações. Como bem descreve Cantares 2:2, somos como um lírio entre espinhos. Tem beleza e encanto, mas tem também feridas e dor. Mas, lembremo-nos sempre que a tribulação não vem contra nós para nos destruir, mas para gerar em nós mais crescimento e maturidade (Rm 5:3-5)
3.2 Viver entre feras e anjos significa, que apesar da ameaça presente dos ataques infernais, somos protegidos pelo Senhor (Sl 34:7)(Sl 91:13)(Hb 1:14). Vivemos diariamente a experiência do profeta Daniel na cova dos leões. Que ao tocar com seus pés naquela cova, pode certamente dizer: “Aqui há feras, mas também há anjos”
(Dan. 6:16-23)

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PREPARAÇÃO PARA AS MARAVILHAS DE DEUS

"Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós" (Josué 3:5.
A santificação, com base em Josué 3:5. Como nos dias de Josué, Deus quer operar maravilhas NO nosso meio, mas há uma condição: "santificai-vos". Isto significa que devemos preparar-nos para a presença e acção de Deus no nosso meio. Como? a) libertando-nos de pensamentos, palavras e ações que firam o carácter do nosso Deus porque Ele é santo e puro em tudo o que é e que faz; b) assumindo posições e tomando atitudes que estejam em harmonia com a vontade de Deus que é sempre boa, perfeita e agradável.
Quando decidimos obedecer a esse mandamento (santificai-vos), a graça de Deus manifesta-se em nós e experimentamos o poder da morte e da ressurreição de Jesus por nós: morremos para o pecado e ressuscitamos para uma vida nova (Romanos 6:8-11). Acontece a mudança de uma situação de pecado, miséria e sofrimento para uma situação nova de vitória.
Há exemplos na história do povo de Deus de como isto acontece. Dentre muitos movimentos de santificação registados nas Escrituras Sagradas, que criaram ambientes favoráveis para que Deus realizasse maravilhas no meio do Seu povo, destacaremos três que ensinam preciosas lições para nós em nossos dias.
1. PREPARAÇÃO PARA MARAVILHOSAS CONQUISTAS.
O povo de Israel poderia ter conquistado a terra prometida de 3 a 5 dias após a saída do Egito. No entanto, os capítulos 13 e 14 do livro de Números mostram que a incredulidade dos espias afectou todo o povo e houve atitudes de rebeldia contra o Senhor e contra a liderança de Moisés. A consequência foi que o povo teve que peregrinar 40 anos no deserto até que toda a geração que tinha saído do Egito morresse na caminhada, com excepção de Calebe e Josué, que perseveraram no propósito de seguir o Senhor. A incredulidade é pecado que limita a manifestação da presença e do poder do Senhor. Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré por causa da incredulidade das pessoas daquela cidade (Marcos 6:4-6).
O povo, agora, está às margens do Jordão, pronto para iniciar a conquista. Para isto, precisava obedecer à ordem: "Santifiquem-se, pois amanhã o Senhor fará maravilhas entre vós". O povo precisava libertar-se da incredulidade e assumir atitude de fé, seguindo as instruções do Senhor através de Josué, líder que sucedeu a Moisés (Josué 3:7-13).
Há ricas promessas para nós hoje (1 Coríntios 2:9) que devem ser conquistadas pela fé que obedece. A fé autêntica, é um facto, é um acontecimento, na obediência. Quando obedecemos, Deus age e faz maravilhosas entre nós e na vida de cada um de nós. Vamos prosseguir no caminho da fé, molhando os nossos pés no Jordão e o rio vai abrir-se na nossa frente. Atentemos para essas exortações: Isaías 55:6-7; 1:16-20.
2. PREPARAÇÃO PARA MARAVILHAS NA FAMÍLIA.
Em Génesis 34:30 e 35:1-7 temos o registo das maravilhas que Deus faz numa família que se santifica. Essa família foi ameaçada de destruição por causa da violência praticada por dois filhos de Jacob (Génesis 34:30). As famílias hoje são ameaçadas pela violência e pelas maneiras subtis de destruição dos valores que dão firmeza às famílias. Com Jacob e a sua família, aprendemos lições importantes quanto à santificação como preparação para a realização das maravilhas de Deus.
Ao reassumir a sua condição de chefe da família, Jacob restaurou a sua autoridade por orientação da Palavra de Deus. Ele ouviu Deus e obedeceu à Palavra nas providências para santificar a família: a) eliminou a idolatria na sua casa; b) levou a todos a purificarem-se dos seus pecados e vícios; c) promoveu o decoro e a sobriedade; d) conduziu a sua família de volta ao Senhor (35:1-4). Os chefes de família precisam restaurar a autoridade, não por força ou por violência, mas pelo exemplo de vida piedosa e ética!
O resultado foi que "o terror de Deus invadiu as cidades que lhes eram circunvizinhas e não perseguiram os filhos de Jacob" (Génesis 35:1-5). Santifiquemo-nos, como verdadeiros adoradores (Génesis 35:6-7), e o Senhor fará maravilhas nas nossas famílias.

3. PREPARAÇÃO PARA VITÓRIAS MARAVILHOSAS.
Em 1 Samuel 7:1-13 temos o registo da preparação do povo em santidade para que o Senhor realizasse maravilhas entre o povo na vitória contra os inimigos. Há lições para nós porque estamos empenhados numa batalha espiritual constante.
A santificação nos dias de Samuel teve alguns passos significativos: a) o despertamento do povo para buscar o Senhor (7.2); b) a libertação da idolatria e a consagração ao Senhor (7:3); c) a intercessão do profeta em favor do povo (7:5); d) a confissão, o quebrantamento e o acerto com Deus sob a liderança de Samuel (7:7-9).
O resultado foi vitória concedida pelo Senhor (7:10-12). Deus está com o povo que se santifica, que permanece inabalável na posição em Cristo nos momentos mais difíceis da guerra que é nossa em todo o tempo (Efésios 6:10-13).
Conclusão
Como filhos de Deus, temos uma esperança gloriosa! (1 João 3:1-2). Essa esperança motiva-nos a viver uma vida de santidade (1 João 3:3).