domingo, 7 de junho de 2015

Manifestação de Santidade

 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27).
INTRODUÇÃO
Alguma vez já abriu a sua Bíblia e encontrou nela uma nota de mil cruzeiros? Isso aconteceu com um cristão. Seu empregador não lhe pudera pagar naquele mês, e as contas estavam-se empilhando. Esse homem e a esposa oraram a Deus para que Ele cobrisse aquela necessidade de mil cruzeiros, a fim de que pudessem pagar as contas mais urgentes. Ninguém, senão Deus, conhecia a quantia certa.
Depois de assistir a um estudo bíblico no domingo à noite com um grupo na igreja, o crente abriu a capa de sua Bíblia e encontrou dentro dela o dinheiro necessário. Alguém tinha colocado essa quantia na Bíblia dele sem que percebesse. Deus fizera uso de outro crente para satisfazer as necessida­des imediatas daquela família.
Se Deus lhe desse oportunidade de ajudar um irmão necessitado, você estaria preparado para obedecer? Jó era um homem em harmonia com Deus e com as necessidades de outras pessoas. Nenhuma oportunidade para fazer o bem ou repartir aquilo que tinha, escapava a Jó. Sua santidade ou piedade era prática. (Fp 4.19.)
O TESTEMUNHO DA SANTIDADE (Jó 22.1-14)
Elifaz procurou justificar a sua teoria com relação ao sofrimento de Jó, acusando-o de hipocrisia. Elifaz já o havia acusado diretamente de proferir palavras ímpias sobre Deus (Jó 15.4-13). Agora, tornando-se ainda mais severo em seu discurso, Elifaz o acusa de pecados específicos contra seus semelhantes, que aparentemente provam o caráter perverso de Jó (Jó 22.1-14). Todavia, as acusações de Elifaz eram inventadas. Não passavam do resultado lógico de seu ponto de vista teológico sobre o sofrimento de Jó.
O raciocínio de Elifaz estava apoiado em um padrão correto. Ele simplesmente aplicou seu conhecimento fora do contexto. Jó não se enqua­drava na esfera do conhecimento espiritual de Elifaz. Nada podia ser mais correto do que o ensinamento de que Deus não é beneficiado por aquilo que o homem faz (Jó 22.2,3). Deus também não castiga os homens por sua reverência piedosa pelo Criador (v. 4). Com base nessas verdades, Elifaz argumentou que Jó só poderia ter pecado, para passar por tais aflições. O pecado de Jó deveria ter sido enorme (v. 5).
A vida santa deveria manifestar um comportamento reto nos assuntos de negócios (v. 6), no relacionamento com pessoas sem recursos (v. 7), com us viúvas e os órfãos (v. 9). Jó deve ter então pecado nessas áreas de responsabili­dade sociais. Elifaz chegou ao ponto de afirmar que os abusos de Jó nesse sentido eram freqüentes.
Segundo Elifaz, Jó não só tinha o caráter obscurecido pelos seus atos incorretos, como também demonstrava um racionalismo comum com ímpios (Jó 22.12-14). Elifaz acusou Jó da incredulidade tão mencionada nos Salmos, a qual nega que Deus nos céus tenha qualquer conhecimento das atividades humanas. Se Deus habita nas alturas do ceu (v. 12), como pode ver o que o homem faz? (v. 13). Com certeza as nuvens escuras do céu e a escuridão da noite escondem os homens de Seus olhos pesquisadores (v. 14).
A OBRA DA SANTIDADE (Jó 31.1-40)
Vamos estudar agora a resposta de Jó a Elifaz e aos outros. O ponto alto de suas palavras contém uma refutação, item por item, das acusações pouco razoáveis de Elifaz (Jó 31.1-40). A fim de ressaltar sua inocência, ele pede a Deus que o esmague com toda sorte de maldições, se fosse realmente culpado das acusações de Elifaz (w. 8,10,22,40). Jó alega que o testemunho que Elifaz buscou encontrar em sua vida estava presente nas suas obras reais.
A vida de Jó manifestava primeiramente uma separação do pecado no relacionamento com outros (Jó 31.1-12). Desde o principio ele acreditava que a perdição caberia aos perversos (w. 2,3). Tambem cria que Deus podia ver tudo o que fazia (v. 4). Por causa dessas duas convicções, ele tinha resolvido que jamais seus olhos olhariam com luxúria para qualquer moça (v. 1). Esta preocupação com os seus pensamentos estava de acordo com o interesse que mostrava pela vida mental dos filhos (Jó 1.5).
Se Deus tivesse de pesar Jó em suas balanças, ele tinha confiança em que seu peso seria justo (Jó 31.6). Ele não tinha enganado, defraudado ou cobiçado nada de seus semelhantes (vv. 5,7). O adultério é a síntese do engano, da fraude e da cobiça. Jó nega haver cometido este pecado social dos mais destruidores (w. 9-12). A maldição que Jó pediu que caísse sobre ele neste caso era a maior degradação que poderia sofrer o homem daqueles tempos: a posse da própria esposa por outro homem (v. 10).
A declaração de Jó quanto à sua separação do pecado é o seu próprio comentário à opinião de Deus de que ele era um homem que “se desviava do mal” (Jó 1.1,8). As palavras de Jó correspondem às de Deus. As palavras de Elifaz contradiziam a palavra de Deus.
Cinco áreas de atividade ou relacionamentos interpessoais são citadas por Jó, nas quais afirma ter praticado a santidade ou piedade: 1) relações com os servos (Jó 31.13-15); 2) relações com os oprimidos e faltos de recursos (vv. 16-23); 3) suas atitudes e atos com respeito à riqueza e idolatria (vv. 24-27); 4) relações com os inimigos e estranhos que passavam pela região onde morava (vv 29-37); e 5) suas práticas agrícolas, especialmente seu método de obter terra (w. 38-40).
Em lugar de proceder como um “descrente” (1 Tm 5.8), Jó cuidada das viúvas e dos órfãos em sua própria casa, assim como de todos que podia ajudar (Jó 31.16-18). Os nus não eram mandados embora famintos c com frio (vv. 19,20). Jó jamais levantou a mão contra os órfãos para tirar-lhes o sustento (v. 21). As maiores calamidades cairiam sobre ele, se pecasse tão terrivelmente diante do Deus Altíssimo (vv. 22,23).
Nenhum sentimento de adoração materialista ou dos corpos celestes tinha passado por sua mente, ou se revelado através de atos (vv. 24-27). Quando Jó afirma que sua esperança e confiança não estavam no ouro ou na prata, está indicando que sua esperança está em Deus (Veja Jó 13.15).
Os que odiavam a Jó não eram odiados por ele. Não se alegrava com a morte de seus inimigos (w. 29,30). Como o santo Abraão, ele também mostrava hospitalidade a todos os que passavam pelas suas terras (v. 32). Todos os que viviam na tenda de Jó constantemente o louvavam pelo fato de ninguém jamais ter sido proibido de comer à sua mesa (v. 31). (Rm 12.17-21; Hb 13.2.)
Diferente de Adão, ele não escondeu seus pecados dos homens ou de Deus (v. 33). Na verdade, não temia sequer ser rejeitado por Deus (vv. 35-37). Se Deus escrevesse alguma acusação contra Jó, ele a colocaria sobre o seu ombro e “atá-la-ia como coroa” sobre a cabeça para todos verem (w. 35,36). Jó estava tão certo de que a acusação estaria em branco, que acreditava poder colocar-se diante de Deus ousadamente, como um príncipe (v. 37).
A terra que Jó possuía e da qual cuidava, jamais clamaria contra ele por qualquer injustiça que tivesse feito (vv. 38,39). A maldição de Caim cairia sobre ele e suas terras, se tivesse obtido alguma parte delas através de fraude ou assassinato (v. 40). (Veja Gn 4.10-12.)
A definição de santidade no Novo Testamento é encontrada em Tiago 1.27. Nesse versículo são apresentados tanto o aspecto proibitivo da piedade (separação do pecado ou mundanismo), quanto o lado positivo (satisfazer as necessidades das viúvas e dos órfãos nas suas tribulações). Jó havia ficado perfeitamente à altura da definição do Novo Testamento quanto à verdadeira religião ou santidade. Ele se afastara do pecado (Jó 31.1-12) e tinha satisfeito as necessidades dos privados de recursos (Jó 31.13-40).
O que fez você durante a semana que passou para demonstrar um caráter santo? O pecado entrou em sua vida? Você mandou embora alguém necessitado? Lembre-se, não fazer uso de seus bens para o serviço de Deus é praticamente ateísmo, pois, na verdade, o amor de Deus é negado dessa forma (1 Jo 3.17).
EXAMINE A SUA VIDA
1. Você está preparado para obedecer a ordem bíblica de ajuda ao próximo?
2. Como vai o seu relacionamento com os irmãos na fé? E com seus inimigos?
3. O materialismo é ateísmo. Como você está evitando a tentação tão comum hoje em dia de “adorar” coisas?

4. Quantas pessoas tiveram contato com o Salvador através da sua hospitali­dade?

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