Com este breve estudo, em homenagem ao Dia Internacional da
Mulher, queremos aqui oferecer uma oportunidade de, reflexão a respeito do
papel feminino na sociedade e influência benéfica ou maléfica a uma nação,
trazendo liberdade e vitória ou escravidão e opressão, pela óptica da Palavra
de Deus. Depois disto esperamos que um dia só é pouco para se lembrar o BEM que
a mulher deve exercer e o MAL (citado neste texto apenas para contraste, mas é
ideal que não seja lembrado) que deve evitar. Mulher, seja corajosa, benigna,
amorosa, sábia e cheia de compaixão. Com isto em mente, respire fundo e leia de
uma só vez o texto a seguir.
Jezabel foi rainha num negro período de Israel, resultante
de todo o povo ter-se corrompido atrás da adoração de outros deuses. Depois dos
tempos gloriosos e de paz no reinado de Salomão, começaram as dificuldades a
partir de uma gestão leviana de seu filho, Roboão que culminou na separação de
Israel em dois territórios: ao norte, chamado Reino de Israel composto por dez
das doze tribos descendentes de Jacó; ao sul, chamado Reino de Judá com as duas
tribos restantes. Roboão permaneceu no Reino do Sul, enquanto Jeroboão passou a
comandar o Reino do Norte. Foi fiel a Deus durante um período, mas depois
passou a adorar os deuses da terra. Na linha sucessória de reis, existiram reis
que eram fiéis, cada um no seu grau de fé a Deus e desfaziam altares e
quebravam ídolos de pedra. Com esses reis, o povo recuperava a fé, mas depois
vinham reis pagãos que incentivavam a idolatria e o povo se corrompia
novamente. Algumas dessas sucessões foram frutos de guerras. Certa vez era rei
de Israel, o rei Elá, que tinha um servo chamado Zinri. Após dois anos de
reinado, Zinri conspirou com alguns do povo e matou Elá, assumindo o reino, que
só durou sete dias, pois o povo indignou-se com seu ato sórdido e nomeou rei a
Onri, chefe do exército. Percebendo que a cidade onde estava havia sido
cercada, Zinri ateou fogo ao castelo e morreu queimado dentro dele..
As suas origens
O sucessor de Onri, seu filho Acabe, seguiu os maus exemplos
do pai e acabou casando-se com Jezabel, filha de Et-Baal, rei dos sidónios,
adotando o culto pagão de seu sogro.
Os seus feitos
Jezabel, na sua intolerância religiosa, perseguiu todos os
profetas do Senhor em Israel, matando a muitos deles. O profeta Obadias,
mordomo de Acabe, em defesa, escondeu cem profetas, cinquenta em cada caverna e
os sustentou com pão e água. Nesse período havia grande fome e seca na terra
por falta de chuvas. Deus mandou o profeta Elias procurar Acabe. Elias
encontra-se com Obadias que temia ser morto por Acabe por havê-lo encontrado e,
Elias, garantindo-lhe a vida o mandou de volta. Obadias avisou Acabe de que
Elias queria encontrá-lo. No encontro, Acabe acusa-o de perturbar Israel. Elias
responde que quem perturbava Israel era ele e toda sua família. Elias desafiou
Acabe a mandar os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal irem encontrá-lo no
Monte Carmelo. Lá, Elias propôs a eles de oferecer dois carneiros como
sacrifício, o dele, ao Senhor e o deles, a Baal. O povo ajuntou-se lá e Elias
disse que aquele que respondesse às orações com fogo do céu e consumisse toda a
oferenda, o povo o reconheceria como verdadeiro Deus. Os profetas de Baal
fizeram de tudo para que Baal lhes respondesse: clamaram, flagelaram-se,
dançaram e não houve resposta. Elias zombava deles dizendo que talvez Baal
tivesse ido fazer uma longa viagem ou estivesse dormindo. Depois de bastante
tempo, Elias chamou o povo a si e havendo preparado o sacrifício e regado com
água, orou e desceu fogo do céu e consumiu toda a carne com a água junto. O
povo gritou: - Só o Senhor é Deus! Elias incentivou o povo a matar os
quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e nenhum deles restou. Depois disto,
Elias orou no Monte Carmelo pedindo chuva e chuva abundante caiu.
Jezabel, ao saber de Acabe que Elias havia matado todos os
seus profetas, cheia de cólera enviou mensageiros a Elias para avisá-lo que no
dia seguinte àquela mesma hora ela faria a ele o que fizera com seus profetas.
Elias, já cansado, temeu a ameaça de Jezabel e fugiu para local seguro.
Muito tempo depois, estando Acabe em Jezreel, na Samaria,
viu que Nabote, o agricultor, possuía uma vinha ao lado do seu castelo.
Procurou Nabote, e quis comprar sua vinha ou dar-lhe em troca uma vinha maior.
Nabote negou-se a vendê-la pois era herança de seus pais. Acabe voltou
desgostoso para casa. Jezabel, sabendo a causa de tão grande desgosto, enviou cartas
seladas com o sinete (anel do rei usado para carimbar) aos anciãos e nobres de
Israel para que apregoassem um jejum e conseguissem dois homens perversos para
acusarem falsamente Nabote por haver blasfemado contra Deus e contra o rei, que
fosse apedrejado e morto por isso (nessa época quando alguém era julgado
segundo a lei de Moisés, somente por duas testemunhas podia o acusado ser
absolvido ou condenado.) Assim fizeram os anciãos e nobres e Nabote foi morto.
Acabe, então, tomou posse da vinha. Por causa disso, Deus enviou Elias a Acabe
para amaldiçoar toda sua descendência. Todos os da família que morressem na
cidade seriam comidos por cães e os que morressem no campo seriam devorados
pelas aves. Jezabel seria devorada por cães bem defronte ao muro do castelo de
Jezreel. Acabe clamou pela misericórdia do Senhor e, por causa disso as
maldições foram adiadas para os tempos do reinado de Acazias, seu filho.
O profeta Elias não morreu. Foi arrebatado aos céus por
Deus, diante de Eliseu, ao qual ungira profeta em sua substituição. Eliseu
ordenou que um jovem profeta, seu ajudante, fosse à casa de Jeú, capitão do
exército de Israel e o ungisse rei. Estando lá, o profeta o ungiu e, como o
Senhor anunciara a Elias no passado, a missão de Jeú foi a de juntar o exército
e exterminar toda a família de Acabe, como vingança do Senhor contra Jezabel.
Nesta época, Hazael era rei da Síria e acabara de vencer Jorão, descendente de
Acabe, deixando-o gravemente ferido. A sentinela da cidade onde Jorão estava
acamado avisou-o que Jeú estava vindo com seu exército. Jorão mandou dois
mensageiros pedindo paz, mas nenhum deles voltou. Jeú invadiu a cidade e matou
Jorão. Acazias fugiu mas foi alcançado na estrada e morto. Daí, Jeú e seus
homens retornaram de Jerusalém ao castelo de Jezreel.
Sabendo Jezabel que Jeú vinha ao seu encontro, pintou seus
olhos e enfeitou seus cabelos para recebê-lo. Quanto Jeú entrou no pátio,
Jezabel chegou à janela e perguntou a ele: “- Teve paz, Zinri, que matou a seu
senhor?” – Ela perguntara em tom de ameaça sugerindo que o mesmo que ocorreu a
Zinri ocorreria a ele. Jeú não se intimidou e gritou para os criados de Jezabel
que estavam com ela: “- Quem de vocês aí está a meu favor?” Dois dos criados
olharam para ele, então os mandou atirar Jezabel pela janela. A mulher
espatifou-se no chão, espirrando sangue para todos os lados. Jeú, depois de
entrar no castelo, alimentou-se e mandou os criados irem lá em baixo enterrar
Jezabel pois, sendo filha de rei, merecia essa honra. Quando os criados
voltaram lá de baixo disseram ter encontrado somente a caveira, a palma das
mãos e as plantas dos pés, pois o resto os cães tinham levado embora. Assim foi
porque o Senhor quis apagar da face da terra a lembrança daquela mulher, e seus
ossos viraram esterco na vinha de Jezreel.
Contexto histórico:
fonte - Livro de Ester
Ester viveu no período do longo exílio do povo hebreu,
quando cativo na Babilónia. Rainha do império persa, casada com o rei Assuero,
foi de fundamental importância na libertação e retorno do povo hebreu à
Jerusalém. O império persa, nesta época, estendia-se da Índia até à Etiópia,
num total de cento e vinte e sete províncias. Ester foi contemporânea de
Neemias, copeiro-mor do rei Artaxerxes e de Esdras, o sacerdote. Ambos,
juntamente com Zorobabel reconstruíram a cidade de Jerusalém e restauraram o
culto ao Deus único. Estes foram protagonistas de um dos três períodos de
retorno do povo hebreu ã Palestina, num período de setenta anos.
A sua origem:
Hadassa (este era seu nome de origem hebraica) era filha de
Abiail, tio de Mordecai (ou Mardoqueu, segundo outras versões bíblicas).
Mordecai, criou sua prima, quando seus pais morreram. Dentre os persas eram
conhecidos por Ester. Tornou-se rainha e companheira de Assuero depois de um
concurso de beleza realizado pela corte para escolher uma substituta para a
rainha Vasti, deposta de sua condição de rainha, por ter sido rebelde e não ter
aceitado o convite do rei para comparecer diante dele num dos banquetes
promovidos para seus príncipes. Isso foi tomado como insolência e, aconselhado
pelo príncipe Memucã, entendido em leis (e a lei persa era irrevogável depois
de outorgada pelo rei), baniu-a do palácio para que não se tornasse mau exemplo
para que as outras mulheres seguissem a ponto de degradar o relacionamento das
mulheres persas com seus maridos.
Ester, durante o concurso, encantou ao rei e a seus eunucos
(servos da casa real) diante de todas as outras jovens virgens candidatas, não
só por sua beleza e pela sua graça, mas por sua humildade e fineza com que se
colocava na presença do rei. Não quis receber nenhum dos presentes do rei, que
todas as outras ganhavam depois que se apresentavam. Como resultado, ganhou a
coroa real que era de Vasti.
Os seus feitos:
Tão logo empossada como rainha, foi instrumento de grande
livramento da vida do rei. Mordecai acostumara-se a assentar-se à porta do
palácio quando desejava comunicar-se com Ester e vê-la como estava. Numa dessas
vezes ele ouviu a conversa de dois porteiros que tramavam matar o rei. Mordecai
contou a Ester o que ouviu e esta contou ao rei, que ordenou investigação
imediata e, apurando-se a verdade, ambos os porteiros foram enforcados. Este
fato ficou registrado no livro das Crónicas dos reis de Israel, com citação de
Mordecai.
Mordecai, ainda quando Ester era candidata, a ordenara
expressamente que, em nenhuma circunstância, revelasse ser mulher hebreia por
causa da grande discriminação do povo hebreu em seu exílio na Pérsia. Ester
obedeceu a Mordecai em todo o tempo. Todavia, Hamã, um dos príncipes de
Assuero, cresceu em honra e consideração diante do rei pelo que, como tributo a
sua autoridade, o rei ordenara a que todo o povo, quando o visse nas ruas,
curvasse a cabeça em reverência a ele. Mordecai, bem como o povo judeu não se
curvavam à Hamã e, acontecendo isso por diversas vezes, Hamã enfureceu-se e
tramou um plano para que Mordecai e o povo judeu fosse eliminado da Pérsia. Com
astúcia, Hamã informou ao rei que os judeus não obedeciam as leis persas e ofereceu
a ele dez mil talentos de prata (moedas da época) para que outorgasse um
decreto (lembrando que os decretos persas eram irrevogáveis) marcando uma
determinada data para que o povo persa se levantasse contra todo o povo judeu e
os aniquilasse, homens, mulheres, velhos e crianças. O povo judeu, diante do
decreto, desesperado, colocou-se em jejum e oração por solução e Mordecai
clamou por socorro à rainha, lembrando-a que ela também seria morta por causa
do decreto.
Arriscando sua vida, embora não fosse chamada pelo rei há
trinta dias, decidiu entrar na sua presença, sem ser convidada, o que era
considerado desrespeito passível de morte. Mas o rei neste dia estava bem-humorado
e considerando-a, estendeu-lhe o cetro e ela tocou a sua ponta – esse era o sinal
de aprovação do rei à presença da rainha. Ester pediu ao rei que comparecesse
com Hamã a um banquete organizado por ela. Ao saber deste convite, Hamã
sentiu-se lisonjeado e exibiu-se diante dos seus familiares e amigos cheios de
si pela importância pessoal que auferira. Durante o evento, Ester pediu que
ambos comparecessem no segundo dia do banquete, pois ela revelaria o seu pedido
ao rei – toda rainha, após estar na presença do rei, podia pedir qualquer coisa
como presente. Naquela primeira noite o rei não conseguiu dormir, então chamou
seus os servos para que lessem o livro com os registos do seu governo. Em certo
instante, foi lido a respeito do ato de Mordecai que salvou o rei. Então
Assuero, ao saber que nenhuma condecoração houvera sido dada a Mordecai pelo
seu ato heróico, mandou chamar Hamã para saber a sua opinião quanto a que
condecoração daria o rei ao homem que lhe agradasse pelos seus atos. Hamã,
cheio de si, entendendo que o homem que mais agradava ao rei era ele próprio,
sugeriu colocar vestes reais nesse homem e a coroa real em sua cabeça e,
montado num dos melhores cavalos do rei fosse levado por um de seus mais
importantes príncipes a um passeio pela cidade, sendo que, por onde passasse,
fosse proclamado o motivo de sua honra. Assuero, então, encarregou Amã de ser o
príncipe que levaria Mordecai vestido com vestes reais e coroa, de cavalo pelo
reino. Amã proclamaria a mensagem de honra a Mordecai.
Foi cumprida a ordem, mas Amã chegou irado em casa com isso
e sua mulher, Zeres, o alertou que estava começando a perder sua importância
diante de Mordecai e do povo judeu e, por isso, seu plano de acabar com os
judeus poderia dar errado. Aconselhado por ela, Amã construiu uma forca próxima
à sua casa para que nela, Mordecai fosse enforcado. À noite, Amã compareceu ao
segundo dia do banquete promovido por Ester. Em certo momento, Ester,
corajosamente, revela sua identidade hebreia ao rei e denuncia a trama de Amã
para acabar com seu povo. Assuero, furioso, levanta-se da mesa e sai da sala. Amã
se prostra diante de Ester, pedindo clemência. O rei, ao retornar ao recinto,
viu Amã deitado no divã de Ester e entendeu que Amã tentava violar Ester para
conseguir seu perdão. O rei o acusou de intentar isso para com Ester e pediu
que dois de seus seguranças o prendessem, com o que, lançaram sobre Amã um
capuz para levá-lo. Um dos eunucos contou ao rei que Amã havia construído uma
forca para Mordecai. Assuero, então mandou que ele fosse enforcado nela, diante
da sua família. O rei nomeou Mordecai como conselheiro e deu a Ester a casa de Amã.
O rei, a pedido de Ester, publicou novo decreto –
irrevogável, já que a destruição dos judeus estava determinada – dando aos
judeus o direito de se agruparem e se armarem para que, naquele dia marcado se
defendessem. Tal foi o empenho dos judeus naquele dia, que os do povo que lhes
estavam contrários foram apanhados de surpresa em todas as províncias do reino
e foram mortos ao fio da espada. Porém, para si nada tomaram do que era de seus
inimigos. Os dez filhos de Amã também foram mortos. A data da vitória dos
judeus foi estabelecida como data comemorativa. Com a misericórdia de Deus e a
coragem de Ester permitiu-se que os judeus optassem por voltar à Palestina e
reconstruir Jerusalém ou permanecer ali sob sua égide. E foi, ainda, longo e de
paz seu reinado com Assuero.
Conclusão
Eis, aí, duas mulheres de personalidades diametralmente
opostas. Mas a mulher que queremos homenagear aqui é Ester, pois se não
houvessem mulheres de fibra, cheias de amor e sabedoria, não valeria a pena
existir o Dia Internacional da Mulher, não é mesmo? Um abraço a todas, e que
Deus abençoe e transforme seus corações, mães, profissionais, amigas, irmãs e
as servas do Senhor Jesus.
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