O endemoninhado de Gadara, havia muito tempo que estava
possesso pelos demónios. Nu, esfomeado e louco.
Viu Jesus e prostrou-se por terra: “Que tenho eu contigo,
Jesus, Filho do Deus Altíssimo?”.
Os demónios pedem para ir para os porcos.
Quando Jesus pretende entrar na aldeia dos proprietários dos
porcos estes não consentem. Pedem para que Jesus se vá embora. Dois testemunhos;
a) por um lado os guardadores dos porcos contam o que viram e ouviram os
endemoninhados (demónios) dizerem que eram uma “legião”, uma legião romana era
composta por seis mil soldados de infantaria e 700 soldos montados em cavalo. O
número aqui não importa eram “muitos”; ouviram também o testemunho dos
discípulos de Jesus contar o que tinha acontecido no mar revolto e como Jesus
tinha acalmado.
A população com medo de perder alguma coisa de valor
material deixa de ganhar as bênçãos que Jesus levava.
Um só pode para acompanhar Jesus, um só está pronto a deixar
a família, o emprego, casa, bens para seguir a Jesus.
E Jesus que cumpria a missão de chamar os homens a segui-Lo
recusa esta disponibilidade. E diz-lhe para ele ficar na sua terra, junto dos
seus familiares e contar o que o Senhor tinha feito por ele.
Jesus abandonou aquela terra, não se impôs onde não era
desejado. Afasta-Se no barco que O tinha trazido. Com certeza a pensar que
aquela campanha tinha sido mal sucedida: pouco resultado para tanto esforço.
Satanás tinha dificultado a tarefa do Divino Mestre.
1.
Jesus volta de novo.
Jesus tinha procurado responder às necessidades que Ele
sabia existirem naquela terra. Sabia que ali havia corações aflitos. Ele tinha
ido ao encontro “clamado, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não
houve quem desse atenção.” Como diz Provérbios 1:24.
Lucas 8:40, diz que Jesus voltou e a atitude das pessoas
tinha mudado completamente: “…pois todos o esperavam.”
Um homem tinha cumprido o seu dever, cumpriu a ordem do seu
Senhor: “E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus tinha
feito.” Lucas 8:39.
As pessoas entretanto tinha reconhecido que Jesus era muito
mais importante que qualquer outra coisa na vida, mãos do que os porcos.
Uma só pessoa tinha
provocado naquela terra um reavivamento espiritual.
Um só tinha encontrado verdadeiramente a Jesus, tinha ouvido
o dom da Sua voz. Um só tinha ouvido o diabo chamar-Lhe “Filho do Deus
Altíssimo”, mas convenceu muitos a esperar pelo retorno de Jesus.
Muitas vezes penso que este geraseno é uma verdadeira figura
do povo Adventista, que prepara o glorioso retorno de Jesus.
Às vezes como ele temos a impressão que as pessoas estão
mais interessados com os porcos, que em ouvir falar do amado Senhor.
Em muitos lugares da Bíblia o retorno do Senhor Jesus Cristo
nas nuvens dos céus é comparado com um casamento: o noivo que vem ao encontro
da Sua noiva.
História: há uma
espécie de formigas que nascem com asas, e estas asas têm uma duração relativamente
curta, há um momento preciso em que estas formigas abandonam os seus
formigueiros para formarem uma nova colónia. Segundo os especialistas estas
novas formigas estão prontas a partir dianas antes, e ficam impacientes,
excitadas pelo momento do voo.
No entanto, as mais velhas fazem barragem, não as deixam
partir, esperam um momento exato, as novas formigas devem atingir o momento da
maturidade ou do desejo de partir, ou ainda, tem de cumprir certas tarefas, a razão
da barragem não se sabe.
Quando o sinal é dado as portas são abertas e elas partem
aos milhares. Todas as colónias saem a encontrar-se no ar, forma pares com
outras formigas de outros formigueiros.
O dia e a hora é o mesmo para todas as colónias daquela
região.
O livro do Apocalipse fala que 4 anjos (Ap. 7:1) estão a
segurar os ventos da terra até que o povo de Deus, a noiva esteja pronto. Como as
formigas operárias, os anjos estão à espera por uma ordem para abrir as portas.
O geraseno, não tinha recebido nenhuma indicação nem do dia
nem da hora que Jesus retornaria, mas foi “apregoando” o que o Senhor tinha
feito por ele. Ele tinha percebido que Jesus voltaria e não demoraria e se
demorasse ele continuaria a cumprir o mandato do Senhor.
Ele tinha um relógio interior, que lhe dizia: Ele voltará, o
Espírito Santo que colaborava com ele a preparar os corações das pessoas dava-lhe
a certeza do regresso do Mestre: sabia que o voltaria a ver.
2. O Acolhimento: “Todos o esperavam com
alegria” (só algumas versões dizem com “alegria”.)
O testemunho do endemoninhado fez que o regresso de Jesus
fosse tão desejado. Confiavam agora que os enfermos seriam curados, os filhos
abençoados, os lares ficariam mais sólidos com a presença e bênção de Jesus. Aprenderam
que há coisas mais importantes que o se toca, o que se vê, o imediato.
E de fato assim foi: Lucas 8:41 “Ora um homem chamado Jairo,
chefe da sinagoga, chegou e prostrou-se aos pés de Jesus, rogando-lhe que
entrasse em sua casa, porque tinha uma filha única de quase doze anos, que
estava à morte. E indo ele, apertava-o a multidão.” Ler até ao verso 45.
Filha única, de doze anos, o que revela estes dois
pormenores a angústia do pai, e certamente o alívio ao ver que Jesus sem dizer
palavra se colocou ao seu lado. Mas de repente Jesus para, olha para um lado e
para outro.
Quando os discípulos lhe perguntam a razão Ele responde: “…alguém
me tocou.”
Muitos comentários se podem tecer sobre esta atitude de
Jesus, para mim é a Sua divina calma que me impressiona.
A menina está atingida com uma doença mortal, ao ponto que
São Mateus diz que ela já estava morta. Aliás, Jairo, o príncipe, dirigente da
sinagoga, humilhado ao lado de um rabi a quem ele tinha recusado a entrada da
primeira vez que Jesus foi à sua terra. Recebe a notícia que a sua filha já
está
“Não era longe a casa do príncipe, mas Jesus e Seus
companheiros avançaram lentamente, pois a turba o comprimia de todos os lados. O
ansioso pai impacientava-se com a demora; Jesus, porém, compadecendo-se do
povo, detinha-se aqui e ali para aliviar alguns sofrimentos, ou confortar um
coração turbado.” Desejado de Todas as Nações, p. 254.
“Quem me tocou?” esta pode parecer uma pergunta estranha,
numa rua estreita onde toda a gente quer estar o mais perto possível para O
ver, para Lhe tocar, para contar aos vizinhos.
E face à pergunta todos negam a responsabilidade. Pedro é o
que toma a palavra para querer justificar a multidão, “com certeza alguém te
tocou empurrando por outro, não porque te queria tocar.”
Jesus queria que esta mulher se identificasse. Depois de ter
procurado os melhores médicos, depois de ter tentado todos os conselhos dados
pela vizinhas, depois de ter escutado Jesus pregar junto ao mar, tinha sido
invadido por uma certeza e agora: “começara a desesperar quando, abrindo
caminho por entre o povo, Ele chegou perto de onde ela se achava.” D.T.N., p.
255.
Ali estava a grande oportunidade dela, ali ao alcance da sua
mão. Achava-se enfim na presença do grande Médico. Não Lhe podia falar no meio
daquela multidão e confusão.
Enquanto pensa na forma de resolver o seu problema Jesus
começa afastar-se: “Concentra-se, naquele único toque, toda a fé de sua vida,
e, num momento, a doença e a fraqueza deram lugar ao vigor da perfeita saúde.”
Idem.
Jesus responde: “…de mim saiu poder.”
Aqui está a resposta ao “quem me tocou”. Mas porque razão
fez a pergunta? Parece um mistério. Então Jesus não controlava o poder que
tinha? Será que tivesse medo que aquele poder fosse mal utilizado?
Jesus quis trazer a mulher diante do público e isto por
várias razões:
1-
Era bom ou mesmo necessário que ela fosse conhecida. Todos
os seus familiares deveriam ter consciência do seu estado permanente de
impureza e porque praticava o cerimonial da purificação.
2-
Para que ela fosse aceite nas cerimonias religiosas e a
sua cura fosse conhecida em público.
3-
Para que na mente dela se realizasse a cura pelo poder
de Jesus.
4-
À semelhança do jovem endemoninhado era preciso que ela
reconhecesse que o poder tinha vindo de Jesus e quem tinha tocado. Tocado e
transformado. Reconhecer!
No verso 47 a mulher apercebe-se
que não se pode ocultar. Veio trémula. Sentiu que tinha feito algo errado. Pensou:
que irão pensar os que olham? Ali toma a decisão contar tudo “à vista de todo o
povo” e como fora curada.
Ela é a única pessoa que tem o
privilégio de ouvir estas palvras de ternura: “Filha”.
Era a esta experiência que Jesus
a queria conduzir: sentir-se filha. E você? Não quer sentir-se filho, filha?
“Após a cura da mulher, Jesus
desejava que ela reconhecesse a bênçãos que recebera. Os dons oferecidos pelo
evangelho não devem ser adquiridos às furtadelas, nem fruídos em segredo. Assim
o Senhor nos chama a confessar a Sua bondade, “vós sois minhas testemunhas, diz
o Senhor”; Eu sou Deus.” D.T.N., 256 (Is. 43:12).
3. Quando Jesus volta, volta com bênçãos.
Apocalipse 21:3,4.
Conta-se que no século passado uma aldeia
no principado de Sabóia em França, desejava muito que o seu príncipe os
visitasse. Mas eles viviam nas montanhas e não havia estradas por onde passar
uma charrete.
Então eles decidiram abrir um caminho sobre
as montanhas, pontes sobre os rios. Para que o amado soberano pudesse receber
as boas vindas dos seus súbditos.
Se queremos que o nosso amado Soberano
volte devemos preparar uma estrada para Ele. A principal tarefa e lançar por
terra o nosso orgulho e permitir que o Espírito Santo remova os nossos hábitos
e introduza na nossa vida o valor de ir apregoando o retorno de Jesus.
José
Carlos Costa, pastor
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