Ao comentar com franqueza a difícil situação de sua vida,
uma jovem disse: “Desejava ser popular entre os rapazes. Um dia, cedi à
tentação no banco traseiro de um carro. Fiquei grávida e tive um bebé, mas logo
perdi o filho que tanto amava e tornei-me viciada em drogas. Agora sou
prostituta.” E ela terminou o seu relato com a pergunta: “Há esperança para
mim?”
A história inquietante desta jovem não é única. De uma ou
outra maneira, representa todos nós nos momentos de opressão ou diante das mais
variadas situações problemáticas. Quantas pessoas se sentem como essa mulher! Trata-se
de seres que, em meio às suas angústias, almejam paz para o coração atribulado.
Talvez seja o jovem de vida irregular que busca com
ansiedade melhorar seu mundo interior, ou o adulto que necessita preencher o
vazio da alma com um padrão diferente de conduta. Enfim, podem ser seus amigos
ou os meus que procuram afeto e compreensão para o pesado fardo que suportam.
Todos esses corações angustiados fazem a si mesmos a grande
pergunta:
“Existe esperança para mim?” Aqui tenho o prazer de
compartilhar uma resposta favorável: “Sim, existe esperança!” Houve esperança
para a mulher que venceu a sua vida de libertinagem e hoje é uma nova pessoa.
Continua havendo esperança para o jovem que perdeu o seu rumo e para o adulto
que sonha com uma vida plena e radiante.
Com essa visão positiva e optimista, veremos nestas páginas
o enorme valor da esperança, e como o nosso coração pode se encher de
felicidade. A verdadeira esperança é muito mais que uma simples perspectiva ou
mero desejo. É a certeza de que todo mal pode ser vencido, e que tudo o que
está torto pode ser endireitado. É uma atitude mental tão renovadora que a
chamamos de “âncora da alma, segura e firme” (Hebreus 6:19). É a âncora que
sustenta a vida; que dá paz e segurança na tormenta; que tira a desesperança do
coração angustiado.
Dois pacientes do interior do país acabavam de ser atendidos
pelo mesmo médico. Quando o profissional recebeu os resultados das análises que
havia solicitado, deu o diagnóstico a cada caso. Um dos pacientes estava
gravemente doente, com poucas chances de sobreviver. O outro não tinha nada
sério, e esperava-se que sarasse em pouco tempo.
Devido à distância em que viviam os doentes, foram-lhes
enviados pelo correio os respectivos diagnósticos, mas, por uma infelicidade,
os nomes foram trocados.
A consequência foi que o doente que tinha pouca
possibilidade de se recuperar continuou a viver, ao passo que o outro morreu,
embora a sua doença não fosse séria.
A esperança salvou o paciente cuja doença era grave, e o
desespero matou aquele cuja enfermidade era leve. Como se vê, a genuína
esperança comunica valor e optimismo, assegura a fortaleza espiritual e aumenta
as defesas naturais do organismo. Como, então, não cultivar essa extraordinária
virtude? Precisamos de esperança, ainda mais sabendo que o que é sentido no
estreito âmbito do coração humano influencia a sociedade e o mundo.
O mundo de hoje
Como está o homem, assim está o mundo: com problemas de toda
espécie e sem uma saída certa à vista. O próprio planeta está sendo sacudido
por violentos terramotos, devastadores furacões, perigosas erupções vulcânicas,
arrasadoras inundações e desoladoras secas, além do temível “efeito estufa”,
que está modificando o clima em diversas regiões da Terra. A esse quadro
soma-se a obra predadora do homem, que contribui com a alteração do equilíbrio
ecológico da crosta terrestre. Mas essa realidade física, preocupante como
possa ser, não é o aspecto mais relevante entre os problemas que afligem a
humanidade.
O que mais afecta o mundo não são os desastres naturais, e
sim as ações contaminadas dos seres humanos, as injustiças cometidas contra os
mais indefesos, o espírito belicoso dos mais fortes, a moral permissiva que
arruína milhões de famílias, os vícios que degradam e encurtam a vida, a
insegurança que instala o roubo e a morte nas ruas das grandes cidades. Esses
são os piores inimigos que dominam a Terra, como resultado do egoísmo e da
maldade sem restrição.
As palavras do antigo profeta Isaías poderiam ser aplicadas
ao mundo de hoje: “As vossas mãos estão contaminadas, [...] os vossos lábios
falam mentiras, e a vossa língua profere maldade. [...] Pelo que o direito se
retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas
praças, e a retidão não pode entrar” (Isaías 59:3, 14).
Não importa qual seja a condição espiritual do mundo, uma
esperança luminosa paira no horizonte.
O seguinte relato ilustra como pode estar próxima a
esperança. Certa noite de densa escuridão, um homem caminhava por uma solitária
vereda montanhosa.
Numa curva do caminho, ele escorregou e caiu no precipício.
Contudo, na queda, ficou enganchado num forte galho de uma árvore, com os pés
pendurados no vazio.
Desesperado, o homem tentou subir pela árvore, mas isso se
tornou impossível.
Ali estava o pobre viajante: pendurado pelos braços, com os
músculos em extrema tensão e o coração carregado de terror. Finalmente, sem
forças, o infeliz deixou-se cair no abismo. Mas, para sua incrível alegria, a
queda foi de somente vinte centímetros! Ele estava a uma pequena distância da
terra firme, e não sabia.
Muitas pessoas, e mesmo o mundo, podem hoje se encontrar à
beira do precipício, com a convicção de estar às portas da tragédia final. Mas
por que não pensar também que existe uma esperança alentadora?
Por que não considerar que a solução está à vista? Talvez
tão próxima como a curta distância que salvou a vida do viajante da montanha!
A verdadeira esperança não se limita a uma atitude mental
positiva; é muito mais que o sonho de um otimista. Tampouco está baseada nas
promessas encantadoras dos grandes líderes da Terra.
Na realidade, não existe ação ou pessoa que possa acender
uma esperança estável no fundo do coração humano.
Então, onde está o segredo? Onde está a fonte de tão alta
virtude? É uma utopia falar sobre ela, ou é algo alcançável? Ao longo da
história, a humanidade tem depositado sua confiança em sistemas políticos, para
depois ficar totalmente desencantada, frustrada e sem esperança. Durante
séculos, se pensou que a razão e a inteligência humana (os sistemas
filosóficos) trariam esperança para nosso planeta, mas, em vez disso, apenas
ajudaram a aumentar a crise existencial das pessoas. Em contrapartida, milhões
de pessoas nos asseguram que a maior esperança do mundo foi e continua sendo Jesus
Cristo. Ele é a fonte da esperança para o planeta e para cada um
individualmente.
Esse humilde Menino de Belém, esse excelente Carpinteiro de
Nazaré, esse cativante
Pregador que comoveu as multidões, esse sábio Mestre que
compartilhou o melhor ensino, esse ilustre Reformador que ainda continua
transformando corações e dando esperança.
A maior esperança do mundo foi e continua sendo Jesus
Cristo. Vidas, é o Filho de Deus, que veio ao mundo revelar o amor mais
profundo do Universo e estabelecer a maior esperança de todos os tempos.
Procure onde quiser, e você não encontrará outro que se
pareça com Ele.
Convido você a conhecê-Lo como seu Salvador. Aproxime-se
dEle, mesmo que seja apenas para saber de quem se trata. Você descobrirá o
Amigo mais maravilhoso, como uma vez eu também descobri. Se preferir, não
acredite de início nEle. Mas, com o coração sincero e com objetividade, analise
a vida e a obra desse supremo Personagem de ontem, de hoje e de sempre. Você se
surpreenderá à medida que conhecê-Lo melhor.
Preparei esta obra de maneira coloquial, para você sentir
que estou conversando com você sobre o assunto mais transcendente de todos.
Gostaria de lhe dizer que, além de ser nossa maior esperança, Jesus é também
nosso constante Ajudador.
Durante os dias da Primeira Guerra Mundial, realizava-se a
famosa “prova de Kitchener”, por meio da qual eram testados os regimentos
ingleses para ver se estavam preparados para ir à frente da batalha. A prova
consistia em caminhar um longo trajeto pelas piores estradas, e, por fim, cada
soldado deveria encontrar-se no seu respectivo lugar, em correta formação.
Certo regimento de infantaria, que foi submetido a essa dura
prova, tinha entre seus soldados um rapaz inexperiente e de pouca força física.
A prova era realizada no norte da Índia, sobre um caminho desértico de areia,
num dia de muito vento e calor. Durante os primeiros quinze quilómetros, tudo
transcorreu bem, mas logo o jovem soldado começou a fraquejar.
Felizmente, o seu
companheiro era um soldado experiente e robusto, a quem o jovem disse: “Estou
ficando cansado.” “Ânimo, pois falta pouco!”, respondeu o companheiro. Se você
falhar, todos nós seremos reprovados. Dê-me o seu fuzil!”
Mais tarde, disse-lhe: “Dê-me a sua mochila!” E assim, pouco
a pouco, o esgotado jovem foi aliviando a sua carga. Por fim, quando haviam
passado pela difícil prova, entre os soldados estava um com as costas vazias. O
seu corajoso companheiro havia levado a carga no lugar dele.
Quando, no caminho da vida, o fardo é pesado e temos dificuldade
para continuar, convém recordar que também temos ao nosso lado um companheiro
forte e vencedor: Jesus, o Filho de Deus. Ele pode tirar de nosso coração toda
carga, toda dor, toda frustração, todo fracasso... Ele nos alivia o peso da
vida e nos enche de renovadas esperanças. Ninguém pode nos ajudar tanto como
esse Amigo!
A história continua. Agora vem o
melhor...
1. Não importa qual seja a nossa situação, sempre existe
esperança. Porém, a esperança deve ser colocada em Deus.
“Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o
Senhor” (Jeremias 17:7).
2. A esperança é mais do que uma atitude mental positiva. É
o olhar confiante que possibilita ver além da realidade visível.
“Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se
vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?” (Romanos 8:24).
3. A fonte da verdadeira esperança é Jesus Cristo, que nos
une a Deus.
“Estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e
estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.
Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados
pelo sangue de Cristo” (Efésios 2:12, 13).
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