Hinos:
13-297
Int.
“Aquele que nunca teve uma cruz nunca terá uma coroa.” Ou “Bem-vinda, bem-vinda
seja a cruz, se Cristo estiver comigo.”
Realmente;
A cruz é o centro da História do mundo; a encarnação de Cristo e a crucifixão
do nosso Senhor constituem o fulcro em torno do qual giram os eventos dos
séculos.
O
apóstolo Paulo disse: 1ª Coríntios 1:18-25.
Na
verdade a cruz é o centro de todo o Evangelho. Ela resume tudo o que nós, como
cristãos, cremos, esperamos e estimamos. Quando minimizamos a sua importância,
traímos tudo o que ela significa.
Mas
nem sempre a cruz foi emblema do respeito que tem hoje. O uso da cruz como
instrumento e método de punição capital passou dos gregos aos cartagineses e
desses aos romanos.
Nos
dias do Império Romano, a pena de morte na cruz era a mais vergonhosa a que
inspirava maior angustia.
Receber
tal espécie de condenação era incorrer no escárnio e desonra pública.
Os
padecimentos a que eram submetidos os condenados, antes da crucifixão, eram
extremamente cruéis. Recebiam açoites, o corpo era dilacerado e eram obrigados
a levar a cruz até ao local onde seriam mortos.
Havia
duas formas de ser crucificados 1) Eram amarrados; 2) Eram pregados à cruz.
No
primeiro caso, a morte era mais lenta, normalmente a pessoa estava pendurada
três dias e três noites, morria não tanto pelo sofrimento da cruz mas de fome e
sede.
Jesus
foi pregado na cruz. Os ladrões, condenados juntamente com Ele, foram
amarrados.
Os
romanos estavam protegidos desta morte, havia leis especiais que interditavam
que um cidadão romano fosse morto desta maneira.
Não
admira que Paulo tenha encontrado pontos de vista diferentes sobre a cruz,
enquanto pregava o evangelho: 1º Coríntios 1:18-23.
Ele
sabia que para os gregos, especialista e amantes da filosofia, assim como para
os judeus especialistas e amantes dos rituais. Era para uns e para outros, uma
ideia de loucos e até ofensivo pensar que a salvação pudesse vir através de
Alguém que morre na Cruz.
A
verdade, é que Deus não escolheu como meio de salvação nem a Filosofia, nem a
Tradição para salvar o mundo, diz o texto: “Deus escolheu as coisas fracas do
mundo para envergonhar as fortes.”
1ª
Cor. 1:27.
Sim
Deus escolheu a cruz – outrora símbolo de pavor, vergonha, blasfémia, dor e morte
– transformando-a num pedestal no qual foi erguido o Salvador do mundo.
Esta
mensagem continua actual, o homem moderno necessita de a ouvir. Mas receio bem
que acontece o mesmo que aconteceu àquele rapaz de treze anos.
Um
rapaz com treze anos ficou muito doente. Antes de morrer deu à sua mãe o seu
crucifixo. Ela, com as penas provocadas pela morte do seu filho perdeu o
crucifixo.
Serviu-se
de todos os meios possíveis para encontrar a prenda que o seu filho lhe deu na
hora da morte. Tudo em vão.
Por fim os amigos recorreram ao exército que com os
detectores de metais, passaram pelos locais por onde a mãe tinha passado e
finalmente encontraram o crucifixo.
Foi
um acontecimento triste que a mãe tenha perdido o presente dado pelo filho ao
morrer, mas é uma tragédia maior para a Igreja e para o crente em particular
perder a mensagem que o Filho de Deus deixou antes de morrer na cruz.
Muitas
igrejas ditas cristãs, perderam completamente essa mensagem. Tenho assistido a
funerais, nem uma referência é feita ao sacrifício de Jesus.
Hoje,
já não se prega com insistência a gloriosa mensagem que Cristo morreu pelos
pecadores.
Necessitamos
de procurar a ajuda não do exército para virem com detectores de metais. Necessitamos
de nos encontrar com o Espírito Santo para que Ele nos leve à zona abandonada,
o Calvário, para que os nossos corações recuperem a mensagem:
Gálatas
6:14
Então
tornarmo-nos mensageiros da boa nova. Na cruz foi pregado um inocente. Um
inocente cujos lábios nunca foram manchados pela mentira; que não cometeram
pecado, e cuja vida foi uma constante dádiva.
Por
isso Paulo dizia: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de
nosso Senhor Jesus Cristo.” Ou seja nem Filosofia, nem Tradição. Mas Cristo e
Cristo hoje!
“Contemplai-O
considerando o preço a ser pago pela alma humana. Em Sua agonia, apega-se ao
solo frio, como a impedir de ser levado para longe de Deus. O enregelante
orvalho da noite cai-Lhe sobre o corpo curvado, mas não atenta para isso Deu
Seus pálidos lábios irrompe o amargo brado: “Meu Pia, se é possível, passe de
Mim este cálice. Mas mesmo então acrescenta: Todavia não como Eu quero, mas
como Tu queres.” Desejado Todas as Nações, p.515
Na
verdade no nosso mundo moderno os dois velhos parceiros: Sabedoria/Tradição voltam
a levantar as velhas bandeiras.
(1ª Coríntios 1:23 “Mas nós pregamos a Cristo
crucificado, escândalo para os judeus, e loucura para os gregos.”
Mas
nós pregamos o “escândalo” skandalon, “o gatilho, o disparador de uma
ratoeira.” Significa (metáfora) a ofensa. Porque os judeus esperavam um rei que
lhes desse domínio sobre todo o mundo.) Mas o Apóstolo diz em Actos:
17:21,24.
A
mensagem da cruz é actual porque lá aconteceu não só a morte de um inocente, de
Alguém que se deixou morrer. Mas como diz a história daquele homem que teve um
sonho.
O
homem sonhava e no sonho presenciava um carrasco a açoitar Jesus. Tanto o
carrasco como Jesus estavam de costas para ele. Sem suportar passivamente a
cena dolorosa, resolveu aproximar-se para tentar impedir que continuasse a
açoitar Jesus. Ficou surpreendido, ao segurar o braço do carrasco, este
virou-se para ele, e viu no rosto do carrasco a sua própria face.
É
esta a actualidade da mensagem da Cruz. Sim, cada um de nós é responsável.
Fomos nós que o açoitámos. Fomos nós que O coroamos.
Isaías
53:4-5.
Esta
semana estudámos os 6 julgamentos de Jesus: Três de carácter religioso e três
de carácter politico: poderíamos dizer que Jesus estava acusado de “Maldição”
por ser o Filho de Deus e “Sedição” arrastar outros contra o governo dominante.
De
facto tanto por um crime como por outro havia incessantemente pessoas que se
levantavam por uma ou por outra razão: uns que se diziam “filhos de Deus” e
outros “chamados a libertar Israel”.
E
é curioso como o Diabo trabalha, algum tempo antes da crucifixão de Jesus os
soldados romanos tinham capturado um grupo de terroristas que lutavam contra a
autoridade romana.
O
líder desse grupo era Barrabás. O nome Barrabás vem do aramaico: Bar-Abbas, que
significa “filho do pai”.
Aproveitando-se
disso, Barrabás fazia-se passar por um libertador nacional. Um falso Messias.
Assim conseguia recrutar adeptos prometendo-lhes melhores dias, seriam todos
oficiais, ministros, governadores em todo o mundo.
E
quem está para ser julgado, é ele e dois companheiros apanhados na mesma
ocasião.
Para
espanto dele aparece um quarto. (Mateus 27:15-26). Mas eles na verdade já
estavam julgados e condenados, os instrumentos de tortura já estavam
preparados, dois seriam amarrados à cruz, mas ele seria cravado na cruz, para
exemplo.
Pilatos
é obrigado a julgar Jesus, percebe que está inocente, mas num acto de cobardia
leva Jesus e o criminoso Barrabás ao balcão do palácio do governador.
Barrabás
tinha completa consciência que aquele era o seu último dia de vida. Ele olha
para Jesus e percebe toda a inocência de Jesus, sabia ler o rosto de um homem.
Quando
Pilatos pergunta ao povo: “A quem quereis que vos solte, Jesus “O Senhor é
Salvação ou o filho do pai?”
Barrabás
está tão convencido da sua culpa e tão entretido na sua contemplação de Jesus.
Que nem sequer percebe a resposta do povo, pouco a pouco toma consciência e
pensa: skandalon, este povo é um escândalo. Este povo vive da Tradição. Este
povo está perdido!
Conclusão:
Hoje,
nós estamos no balcão do julgamento do Universo, o Juiz é justo e verdadeiro. A
questão é com quem nos parecemos?
Com
Barrabás, o filho do pai ou com Jesus “O Senhor é Salvação”?
Jesus
ocupou o nosso lugar. Podemos sair livres. Se aceitarmos esta Fascinante
mensagem da cruz. Loucura para alguns, mas, como disse Paulo: “para nós, que
somos salvos, poder de Deus” 1ª Cor. 1:27.
É
nele que encontramos o bálsamo para as feridas espirituais e da alma.
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