terça-feira, 13 de novembro de 2012

A ESPERANÇA NA SOLIDÃO

“Pois onde estiverem reunidos dois ou três em meu nome. Eu estou no meio deles.” Mateus 18:20


Sinto que estar convosco é um privilégio que Deus me concede, falar da esperança, falar de alguma coisa que tenho experimentado ao longo de quarenta anos, estou cheio de alegria por estar convosco todas as noites desta semana!


Tenho consciência que a maioria não me conhece e portanto não vão acreditar nas minhas palavras só porque sou o conferencista, ou porque tenho muitos anos de experiência. Portanto não vão acreditar sem “estar de pé atrás” como costumamos dizer. Assim vou convidar-vos a fazer a prova, experimentar por vós mesmos, vamos entrar no laboratório. Eu estou de acordo que é preferível provar antes de aceitar.


Então façamos a experiência. Comecemos como deve ser, observando um fenómeno. Este fenómeno é a felicidade. Coloquemos como hipótese que nos sirva de prova a fórmula como se produz a felicidade ou a falta dela nas pessoas. Estamos no laboratório com os tubos de ensaio, pipetas, rótulos, mechas, balanças, microscópios e tudo o resto para submeter a hipótese (a felicidade) à experiência.


Parece que estou a começar mal o tema desta noite, porque percebo nos vossos rostos uma atitude de incredulidade, até parece que algumas pessoas estão com vontade de falar para refutar o que estou a dizer. Será que estou enganado? Será que acreditamos em coisas que estão para além dos cinco sentidos? Ou seja que somos capazes de crer em coisas que não são demonstráveis em laboratório?

 
A verdade queridos amigos é que existe também um outro tipo de conhecimento tão real como o que é provado cientificamente. Sabem, por exemplo, que existe a felicidade, mas que não se pode medir com um tubo de ensaio. Do mesmo modo existem tristezas, dores, angustias, alegrias, amor e ódio e muitas outras realidades que não são prováveis em laboratórios; mas eu já as experimentei, e vocês também, os cientistas também; todos as experimentamos nos laboratórios das nossas vidas. A medida da felicidade, por exemplo, é a vida, a vida da própria pessoa que a tem ou que a não tem. Sem dúvida, a felicidade não se compra em tubos na farmácia.


Este é o nosso primeiro tema: Esperança na Solidão.


…Jorge pôs a cadeira em cima da mesa, saltou para ela, atou a ponta do cinto no cano do aquecimento, fez da outra ponta um laço à volta do pescoço…

Penso que, de todas as notícias que li é esta que na minha memória bate o recorde do horror, um menino que apareceu enforcado na arrecadação da casa. Chamava-se Jorge. Era um menino normal, disseram os vizinhos. Não tinha razão alguma para fazer o que fez, asseguram os pais. Na escola não acontecera nada de estranho, informaram os professores.

Tudo era normal. Naquela tarde, porém, ao regressar do colégio, subiu os degraus empurrou a porta da arrecadação, que estava aberta, como de costume, puxou para o centro aquela mesa posta de lado na última reparação da casa, colocou em cima uma cadeira…

Tinha dez anos, apenas dez anos. E era um menino normal. Seria agora demasiado fácil inventar uma paranóia, um acesso de loucura, uma rajada de espanto, qualquer coisa para tranquilizar os pais, os professores, os psiquiatras, a nós mesmos.

O certo é que o menino tinha preparado a sua morte com a fria crueldade de um adulto. Em cima da mesa estava a carta que certamente tinha aprendido na televisão, e na qual se repete o refrão habitual: “Não culpem ninguém pela minha morte. Tiro-me a vida voluntariamente”. E logo a seguir, como explicação, duas únicas, horríveis e vertiginosas palavras: “Tenho medo”.

Tinha medo. Nem ele próprio seria capaz de explicar de quê. Mas estava só, tão só como todos os meninos encerrados em quatro paredes dessa infinita solidão que sentem as crianças quando não são amadas, não suficientemente amadas. Não tinha nenhuma razão “especial” para ter medo. Só os medos e solidões que todos temos os que vivemos num mundo tão hostil como este. Só tinha ouvido dizer dezenas de vezes ao pai que esta vida é uma porcaria. Só se lembrava do choro da mãe numa noite em que acontecera alguma coisa que ele não conseguiu entender.

Jorge não podia entender muito bem que alguém pudesse bater numa criança, ele nunca tinha lido as estatísticas que falam dos milhões de crianças maltratadas no mundo; que nos Estados Unidos os hospitais atendem todos os anos entre cento e cinquenta a duzentos mil casos de crianças vítimas de violências sexuais, de cerca do oitocentos mil abandonados pelos pais e familiares. Não sabia que na Inglaterra morrem todos os anos muitas centenas de crianças devido a ferimentos causados pelos pais, e que centenas sofrem lesões cerebrais pelo mesmo motivo. Não sabia que há bebés estrangulados no berço pelo terrível delito de chorarem, e não deixarem dormir a família. Não sabia nada disto, quando subiu ao sótão; sabia, porém, que alguma coisa lhe metia medo.

Se tivesse vivido poderia ter lido uma frase de Camus: “Não consigo amar uma criação em que as crianças são torturadas.” Ou teria repetido o que disse Umbral: “O universo não tem outro argumento senão a crueldade, nem outra lógica senão a estupidez.” Não pensou em nada disso. Não era filósofo nem escritor. Era apenas um menino que tinha medo e estava só, tão radicalmente só que ninguém se tinha apercebido dessa solidão.

 

O que é a solidão?

 
A solidão não é isolamento. O isolamento é o afastamento voluntário dos outros. Pode-se começar e terminar livremente o isolamento; pode ser refrescante, revitalizante e aprazível. “Sempre senti a necessidade de solidão, e esta sensação aumente com os anos.” (Einstein, Como vejo o mundo).  

 
O isolamento não é um problema mental que leve as pessoas a procurar aconselhamento psicológico. Mas há um solidão insuportável, a que nos é imposta contra a nossa vontade. Esta pode invadir-nos como o nevoeiro frio que se entranha nos nossos ossos e nos tolhe os movimentos. É dolorosa, esgotante e desagradável. A solidão é o tipo de problemas que leva muitas pessoas a procurar o médico, o psicólogo e outros conselheiros.

 
Há aqui alguém que sente este tipo de solidão? Então as palavras de Jesus são para si!


A solidão é, em primeiro lugar, um sentimento interior que podemos sentir mesmo quando estamos rodeados de pessoas. Surge quando nos vemos a nós mesmos isolados dos outros, ou fracassamos em fazer amigos, ou na falta da capacidade natural de nos relacionarmos uns com os outros. Muito frequentemente, as pessoas que estão separadas de Deus, e que por este motivo não encontram sentido ou objectivo na suas vidas, sofrem de solidão.


“A solidão é a consciência dolorosa de que nos falta o contacto próximo e significativo com os outros. Envolve um sentimento de vazio interior, isolamento e ânsia intensa. Mesmo quando estão rodeados de pessoas, os que estão sós sentem-se muitas vezes postos de lado, indesejados e incompreendidos. Pode haver um desejo intenso de pedir ajuda, mas quase sempre as pessoas sós sentem-se frustradas e incapazes de iniciar, continuar ou experimentar um relacionamento íntimo.” (Dr. Gary R. Collins)

 

Mas não está só.


A solidão, longe de ser um fenómeno raro é agora algo inevitável na existência humana. Tornou-se uma das mais universais fontes de sofrimento humano no mundo moderno. Alguns têm-lhe chamado o problema da saúde mental mais comum do mundo. Em muitos aspectos, esta nossa era é a era da solidão. Assim, muitos de nós podemos aplicar a nós próprios as palavras: “Vagueei solitário como uma nuvem que flutua no alto sobre vales e montanhas.” Palavras que Valem.

 
Milhões de pessoas, independentemente de classe ou sexo, sofrem de solidão, um vazio interior que pode desaparecer após alguns minutos ou durar uma vida.


Há crianças e jovens que estão sós porque se sentem abandonadas e pensam que a culpa é deles, o pai e a mãe tem de ir trabalhar para lhe assegurar o conforto, pagar os estudos, e eles não têm coragem de dizer que o que necessitam é da sua companhia, do amor. Todos sabemos quais os países onde se suicidam mais crianças e jovens, nos países mais ricos da terra. A solidão é o HIV dos países do Norte da Europa e também em Portugal.


Há adultos que estão sós porque acham difícil fazer amigos.

Há estrangeiros e refugiados que estão sós porque se sentem rejeitados, isolados e discriminados.


Há esposas que estão sós porque o seu marido morreu ou as deixou, e há pessoas de certa idade que estão sós porque sentem falta das suas famílias e de velhos amigos. Sim, milhares de corações solitários procuram alguém que se prontifique a acolhê-los, mas não encontram, caminham lado a lado com uma multidão de pessoas anónimas, mas não juntos.


Algumas situações causadores da solidão:

1)   As pessoas são agora mais frias e superficiais nas suas relações. Os transportes modernos facilitam a movimentação, mas, como consequência, as amizades são desfeitas, as famílias separadas, a vizinhança perde a importância e o espírito de comunidade entra em declínio.

2)   A solidão pode destruir-nos se as nossas necessidades humanas básicas forem negadas. Por exemplo, todas as pessoas precisam de sentir laços estreitos com outros seres humanos, de se sentirem aceites e queridas tal como são.

3)   Há ainda muitas portas abertas através das quais a solidão pode entrar na vida de uma pessoa;

  • Os nossos preconceitos.
  • As nossas orientações de vida.
  • Os nossos desejos.
  • Falta de autoconfiança para criar relações.
  • Tornámo-nos quezilentos devido a uma qualquer injustiça real ou imaginária, afastamos os outros com as nossas atitudes negativas e queixas constantes.
  • Há também pessoas que erguem barreiras para manter os outros afastados por causa do seu medo da intimidade, medo de serem rejeitados, medo de serem magoados.
 

“Pois onde estiverem reunidos dois ou três em meu nome. Eu estou no meio deles.” Mateus 18:20

 
Leia comigo este texto do Sagrado Livro, estas palavras de Jesus são directamente para si e também para mim!


Na verdade eu quero dizer algo muito importante esta noite, a solidão pode ser causada pela alienação de Deus através do pecado. No início da criação, Adão e Eva gozaram da intimidade com Deus e um com o outro. Mas quando se insurgiram contra Deus, afastaram-se do Senhor e começaram a acusar-se mutuamente. Pode dizer-se que a solidão começou ali. Os nossos corações foram feitos para Deus e por isso ficamos inquietos quando pecamos contra Deus, alienando-nos de Deus e uns dos outros. Devemos portanto, perguntar: será que a minha solidão persiste porque estou a ignorar Deus e me recuso a confessar os meus pecados?

 

Sugestões.


Tome consciência. Admita que está só, reconheça que é doloroso e decida fazer algo que mude o seu modo de vida. Lembre-se que quando admite que está só não está a admitir que é um inadaptado social, pois na nossa sociedade, por vezes, toda a gente está só.


Descubra as causas. Considere as causas específicas que estão na base da sua solidão, pois a solidão pode surgir por uma variedade de razões. É mais fácil e mais eficaz trabalhar nas causas da solidão que nos seus sintomas.


Mude a sua atitude para com a solidão. Mude a sua auto comiseração e o pensamento pessimista sobre a injustiça da vida. Mesmo por entre acontecimentos perturbantes e desanimadores na sua vida, aprenda a ver o lado positivo das coisas. Tente envolver-se em qualquer ocupação diária que o ponha em contacto com outras pessoas, como: trabalho nos hospitais, ler um jornal, ir à igreja e às actividades da mesma.


Sinta o amor de Deus e desfrute.

“Passando o Senhor perante Moisés, proclamou: Senhor, Senhor Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade.” Êxodo 32:6.


O termo hebreu para “compassivo” vem de uma palavra “rehem”, matriz. Deus nos ama com um amor concreto que vem das Suas entranhas. O salmista diz o seguinte: “Como um pai se compadece (ter compaixão) de seus filhos, assim o Senhor se compadece (ter compaixão) daqueles que O temem; pois Ele conhece a nossa estrutura, e se lembra de que somos pó.” Salmo 103:13-14.

 
Desta maneira, Deus é um pai que ama com as entranhas de uma mãe. Ele é no Seu amor simultaneamente pai e mãe. O amor paterno e materno está incluído no amor que Deus nos tem: “então sereis amamentados, sereis carregados ao colo, e sobre os joelhos sereis afagados. Com alguém a quem a sua mão consola, assim Eu vos consolarei.” Isaías 66:13-14.

 
Deus colocou no nosso coração o pensamento de eternidade, um coração finito, limitado, mas no pensamento, pensamentos de eternidade. Por isto o nosso coração não pode estar em repouso, não é possível libertarmo-nos completamente do sentimento de solidão porque somos amados por um Ser que é Eterno e coloca em nós sentimentos de eternidade e de saudade. Este amor não é apagado como o amor humano, porque é um amor eterno.


A nossa educação e os nossos pensamentos levam-nos ao seguinte raciocínio: Se eu não faço ou sou como o que o outro esperava de mim (o cônjuge, os pais, professor, patrão …), não mereço ser amado, ninguém me amará. Com Deus nós fazemos o mesmo raciocínio e procuramos como que obter o Seu favor através do cumprimento de promessas, ou de atitudes religiosas que nos impomos ou que nos impõem.


A verdade é que Deus nos ama com um amor incondicional, mesmo quando cometemos o mais grave pecado contra Ele, o Senhor ainda nos ama: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos nos nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo – pela graça sois salvos - .” Efésios 2:4-5.

 
Deus exorta-nos a crer e a confiar n´Ele e a receber a Sua graça que é maior que a nossa solidão. Que me sinta indigno, miserável, tenha eu vivido até hoje indiferente ao Seu amor e cuidado, o Seu amor não diminuiu por mim e por si porque o Seu amor é incondicional.

 
Na verdade somos tão preciosos aos Seus olhos que Jesus vai ao ponto de dizer: “Eu neles, e Tu em Mim, para que sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me enviaste, e que os amas como Me amas a Mim.” João 17:23.


Quem sou eu para contestar ou rejeitar estas palavras! Elas vêm da boca do próprio Jesus! Deus ama-me como amou a Jesus. E isto porque me deixo possuir pelo amor, deixo que o amor de Jesus entre no meu coração. Eu quero ser amado, quero ser envolto no Seu santo e precioso amor. Por essa razão não tenho razão para dizer: “Não sou digno do Teu amor” se Ele está de braços estendidos a oferecer-me esse dom precioso.

 
Querido amigo não está cansado da solidão, não está cansado de se esconder, não está exausto de fugir de Deus? Esta noite Ele vem ao seu encontro de braços estendidos.


Aprender a amar Deus.


Quando restabelecemos a comunhão com Deus aceitando o Seu amor incondicional, como Adão e Eva que restabeleceram uma relação quebrada através do arrependimento. A intimidade com Deus é restabelecida. Nós esta noite podemos deixar Deus aproximar-se de nós e deixar que Ele repare a relação que foi interrompida ou que nunca foi uma relação certa e equilibrada.


Então o nosso coração é inundado pela paz que vem de Deus e a solidão dilui-se como o nevoeiro com a chegada do sol matutino. Será que a vossa alma clama como clamava o salmista David:

“Esperei no Senhor com toda a confiança; inclinou-Se para mim e ouviu o meu clamor.” Salmo 40:1.


Deus é poderoso, soberano e compassivo. Ele pode mudar o curso dos eventos e das circunstancias se e quando Ele quiser e eu o permitir. Quando estivermos rodeados de situações que parecem inalteráveis e destruidoras, devemos lembrar-nos que a solidão raramente dura para sempre, porque Deus tem o controlo de tudo.

“Porque Deus amou de tal modo o mundo que Lhe deu o Seu Filho Unigénito, para que todo o que n´Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.


A solidão que resulta da falta de auto-estima pode ser tratada de forma eficaz através de uma fé forte no amor de Deus. Aqueles que se convencem a si mesmos que não são atractivos, que são incompetentes e mal amados pelos outros, têm apenas que acreditar que ao olhos de Deus todo o ser humano tem valor e é amado. A verdade é que cada um de nós tem capacidades e dons que podem ser desenvolvidos.

“Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? Estou certo disto: nem a tribulação nem a angústia, nem a perseguição nem a morte ou a vida poderá separar-nos do amor de deus que está em Cristo Jesus, Nosso Senhor.” Romanos 8:35-39


O contacto humano não é a única solução para a solidão. A solidão nunca desaparece completamente até nos voltarmos para Cristo. Ele ama cada um de nós com o amor próprio de Deus; Ele morreu por nós, incondicionalmente; quando pecámos, Ele perdoa-nos e dá-nos as boas vindas em Deus. Ele quer ser nosso amigo, mais próximo que um irmão.


Jesus conheceu a solidão.

 
“Nem sequer pudeste vigiar uma hora comigo!” Mateus 26:40


Jesus conhece todas as nossas enfermidades, incluindo o sentimento de solidão. Quando Ele suou sangue no Jardim, esmagado pela dor, foi abandonado até pelos Seus discípulos mais próximos. Assim, se formos ter com Ele na nossa solidão, Ele irá oferecer-nos conforto. Ele ficou só, mas não nos abandona à solidão!

 
“Estava ali só.” Mateus 14:23

Estar em solidão e estar sozinho é bastante diferente. Podemos estar em solidão quando não estamos sozinhos e podemos estar sozinhos sem sentir solidão. Jesus foi muitas vezes orar sozinho para ganhar força e orientar a Sua vida. Graças à oração, foi capaz de manter uma boa relação com o Pai de forma a manter uma atitude correcta para consigo mesmo e para com aqueles que O rodeavam. O mesmo pode acontecer connosco, estar sozinhos, mas não estarmos sós, mantendo uma atitude correcta com Deus em oração. Ele é o nosso Pai. Ele sabe inspirar-nos e torna-nos capazes de nos relacionamos com as outras pessoas, e até fazer uso de nós como pessoas que podem oferecer amizade aos que estão sós.

Em Setembro de 1858, Henry Fawcett, um rapaz inglês de vinte anos de idade, ficou cego de ambos os olhos quando o seu pai, acidentalmente, disparou a espingarda enquanto caçavam.
Antes da tragédia, Henry era um rapaz inteligente, ambicioso e com um grande futuro diante de si. Depois do acidente, encheu-se de desespero.

Mas uma coisa salvou-o. Amava profundamente o seu pai e sabia que este ficara quase louco por causa do pesar diante do que tinha acontecido.


A única forma que Henry encontrou de preservar a sanidade mental do seu pai foi escolher a esperança em lugar do desespero. Fingia estar alegre, quando na realidade não estava. Fingia ter interesse na vida, quando na verdade queria era desistir de tudo. Quando o desespero lhe oprimia o coração, Henry fazia de conta que tinha esperança de se tornar um cidadão útil.


Então aconteceu algo estranho. O fingimento tornou-se realidade! Foi como se, por um acto da vontade, Henry tivesse exorcizado um espírito mau. Continuou a carreira que tinha escolhido, foi eleito para o Parlamento e mais tarde, a pedido do Primeiro-Ministro Gladstone, foi chamado a dirigir o sistema postal e telegráfico britânico. Nesse cargo, Henry foi o responsável por significativos melhoramentos no serviço postal e telegráfico de seu país.


O que Representa a Sarça Ardente?
Apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo do meio duma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. Êxo. 3:2.


Originalmente, a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos como os encontramos hoje. Nos tempos antigos, quando alguém desejava referir-se a alguma passagem das Escrituras, normalmente se referia a ela por meio de uma palavra-chave. Na história de Moisés e a sarça ardente, por exemplo, a referência se fazia mediante a expressão "A sarça", ou simplesmente "Sarça". Foi assim que Jesus Se referiu a ela. S. Mar. 12:26 diz o seguinte: "Não tendes lido no livro de Moisés, no trecho referente à sarça...?"

Uma sarça do deserto que pegue fogo, normalmente queima-se com muita rapidez, mas a sarça que Moisés viu não se queimava. Embora a arder, Deus não permitia que se consumisse. Aqui há uma lição para nós.
"Os que estão sofrendo reveses, são representados pela sarça que Moisés viu no deserto que, embora ardendo, não se consumia. O anjo do Senhor estava no meio da sarça. Assim, na perda e na aflição, o brilho da presença do Invisível encontra-se connosco para nos confortar e suster." – A Ciência do Bom Viver, pág. 212.

Que pensamento! O anjo do Senhor está consigo no meio da ardente prova! Embora Ele permita que "provas de fogo" nos testem, embora possamos pensar que vamos ser consumidos, Deus não permitirá que sejamos destruídos pelas chamas.

APELO: O Espírito Santo de Deus esta noite quer fazer do nosso coração uma sarça, em que a solidão, a tristeza seja queimada, limpar toda a cinza acumulada ao longo da nossa vida e arejar o nosso coração, tornar-nos um sarça da esperança.

 

ORAÇÃO

 

José Carlos Costa, pastor

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