“Não te entregarão; ouve, te peço, a palavra do
Senhor, segundo a qual eu te falo; e bem te irá, e será poupada a tua vida.” (Jeremias 38:20)
Como é importante que todos nós ouçamos a
voz do Senhor. Mas como saber quando esta voz fala a nós? Poucos humanos
tiveram o privilégio de ouvir uma voz audível dos céus dizendo-lhes o que
fazer.
Que prerrogativa maravilhosa nossos
primeiros pais tiveram. Eles podiam comunicar-se com Deus face a face. Todos os
dias, no frescor do anoitecer, Ele vinha e falava com eles.
Um dia tudo mudou. Deus veio na hora de
costume, mas Adão e Eva não estavam esperando por Ele, como costumavam fazer.
Apavorados, eles se esconderam no jardim.
“Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque
estava nu, tive medo e me escondi.” (Génesis 3:10)
Geralmente uma criança fica ansiosa para
que seu pai volte logo do trabalho. Mas quando ela desobedeceu, essa
antecipação se transforma em medo.
Como resultado do pecado, ao invés de
gozar a presença de Deus, a raça humana passou a temê-la. Eles não podem
encarar um Deus perfeito. Não foi Deus que se afastou deles, foi a humanidade
que não pôde mais encará-lo.
Nossos primeiros pais foram expulsos do jardim,
e anjos com espadas de fogo guardavam os portões para que os homens não
pudessem retornar e comer do fruto da árvore da vida.
Depois que foram expulsos do paraíso, os
filhos de Deus costumavam ir até os portões do jardim para conversar com os
querubins que estavam lá. Pouco antes do Dilúvio o jardim foi retirado da
terra.
Moisés se comunicava com Deus, recebendo
mensagens diretamente dEle. Como um pecador, entretanto, ele não podia ver a
Deus face a face. Em certa ocasião ele pediu para ver o rosto de Deus.
Encontramos essa história em Êxodo 33.
“Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória.
Respondeu-lhe: Farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei
o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me
compadecerei de quem eu me compadecer. E acrescentou: Não me poderás ver a
face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. Disse mais o Senhor:
Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. Quando passar a
minha glória, eu te porei numa fenda da penha e com a mão te cobrirei, até que
eu tenha passado. Depois, em tirando eu a mão, tu me verás pelas costas; mas a
minha face não se verá.” (Êxodo 33:18-23)
No tempo do Antigo Testamento havia três
maneiras pelas quais os homens recebiam mensagens de Deus. Algumas vezes as
linhas de comunicação eram cortadas, e Deus não podia falar com eles.
Saul, rei de Israel, tentou se comunicar
com Deus depois de ter cortado as linhas de comunicação. Ele havia destruído os
profetas e os sacerdotes. Num período de grande desespero ele consultou ao
Senhor.
“Consultou Saul o Senhor, porém este não lhe
respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.” (1 Samuel 28:6)
Aqui estão os três métodos pelos quais
Deus falava a Seu povo. Um deles era através de sonhos. Entretanto, nem todos
os sonhos são de Deus.
Quando eu estava na faculdade, um aluno
de minha classe era muito supersticioso. Ele tinha muitos sonhos, e parecia
achar que todos eles tinham um significado importante. Um dia, na sala de aula,
ele relatou um de seus estranhos sonhos, e pediu ao professor Minchin que o
interpretasse.
“Ficarei feliz em interpretar seu sonho”,
respondeu o professor. “A interpretação deste sonho é que você comeu muito
picles e muitas amêndoas antes de dormir.”
Comer demais antes de ir para a cama provoca sonhos. Outros sonhos são
gerados pela tensão nervosa ou pela preocupação. Mas, às vezes, Deus fala
através dos sonhos.
O segundo método através do qual Deus se
comunicava com Seu povo era através dos sacerdotes. O Urim e o Tumim eram
pedras das vestes dos sacerdotes. As pessoas costumavam vir ao sacerdote com
uma pergunta. Se uma sombra passasse pela pedra da esquerda a resposta era
negativa. Se uma luz brilhasse na pedra da direita, a resposta era afirmativa.
O terceiro método mencionado foi a
comunicação através dos profetas. Deus usava os profetas como instrumentos de
comunicação.
Muitas pessoas tinham a idéia de que os
profetas eram escolhidos apenas para predizer o futuro. Por vários anos
trabalhei para um programa de rádio chamado A Voz da Profecia, no Brasil. Nosso
estúdio era no Rio de Janeiro. Um dia, quando chegava em casa de uma viagem,
peguei um táxi no aeroporto, e pedi ao motorista que me levasse à sede da Voz
da Profecia.
“ Ah, o senhor trabalha para a Voz da
Profecia?”, o motorista perguntou. “Que boa oportunidade para lhe fazer uma
pergunta! O que vai acontecer amanhã?” Como muitas pessoas, ele achava que o
objetivo da profecia é satisfazer nossa curiosidade a respeito do futuro.
Embora os profetas muitas vezes
recebessem a habilidade de prever o futuro, seu principal objetivo era,
simplesmente, ser um mensageiro de Deus. Suas mensagens nem sempre eram aceitas
pelo povo. Geralmente, os profetas eram perseguidos.
O dom da profecia não era restrito aos
homens. Lemos sobre várias mulheres na Bíblia, que receberam este dom. Uma
delas foi Miriã. O livro de Êxodo refere-se à ela como “a profetisa”.
“A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e
todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças.” (Êxodo 15:20)
No livro de Juízes, encontramos outra
profetisa chamada Débora.
“Débora, profetisa, mulher de Lapidote, julgava a
Israel naquele tempo.” (Juízes 4:4)
Outra profetisa no Antigo Testamento é
Hulda:
“Então o sacerdote Hilquias, Aicão, Acbor, Safã e
Asaías foram ter com a profetisa Hulda, mulher de Salum, o guarda-roupa, filho
de Ticvá, filho de Harás, e lhe falaram. Ela habitava na Cidade Baixa de
Jerusalém.” (2
Reis 22:14)
Na época do nascimento de Cristo, o livro
de Lucas nos fala sobre uma profetisa no templo de Jerusalém.
“Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Famuel, da
tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que
se casara...” (Lucas 2:36)
Em Atos 21:9 lemos a respeito das quatro
filhas de Filipe, que moravam em Cesaréia. Todas as quatro tinham o dom da
profecia.
Como notamos nas duas últimas
referências, nem todos os profetas viveram na época do Antigo Testamento. Jesus
foi o maior de todos os profetas. O livro de Apocalipse é um dos livros
proféticos mais impressionantes da Bíblia, e foi escrito pelo apóstolo João.
Nada indica que o dom de profecia fosse
algo restrito aos tempos bíblicos. Está dito claramente, que haverá profetas
nos últimos dias.
“E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito
sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos
sonharão, e vossos jovens terão visões.”
(Joel 2:28)
Um dos dons que foram prometidos à igreja
cristã foi o dom de profecia.
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para
profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas
ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a
edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11,12)
No capítulo 12 de Apocalipse, Deus
destaca a história da igreja cristã da época do nascimento de Cristo até o fim
da história do mundo. Na sua fase final esta igreja recebe duas marcas que a
identificam.
“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os
restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus.” (Apocalipse 12:17)
A igreja que o diabo odeia tem duas
marcas importantes que a distinguem. A primeira é a guarda dos mandamentos de
Deus. Existem muitas igrejas boas no mundo. Muitas pregam que os dez
mandamentos foram abolidos na cruz. A igreja final, remanescente, é notada por
guardar os dez mandamentos. Não alguns mandamentos, não apenas nove, mas sim,
todos os dez. Qualquer igreja que não siga este padrão não é a igreja
remanescente identificada aqui.
A segunda marca é “o testemunho de
Jesus”. A que isso se refere? Não podemos pedir a resposta a esta pergunta a um
ser humano. Apenas a Bíblia tem autoridade para nos dar a resposta. Nós a
encontramos em Apocalipse 19:10:
“Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele,
porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que
mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o
espírito de profecia.” (Apocalipse 19:10)
Qualquer igreja que preencha os
requisitos que a identifiquem como a última remanescente de Deus, como está no
livro de Apocalipse, deve ter a manifestação do dom de profecia.
Este é um bom momento para tirarmos
alguns minutos para rever a história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A
palavra “adventista” é um termo que foi amplamente utilizado no século XIX. Um
grande reavivamento no interesse pela segunda vinda de Cristo, ou o segundo
advento, como era conhecido na época, espalhou-se pelo mundo. Aqueles que pregavam
o retorno iminente de Jesus eram chamados “adventistas”. Eles não pertenciam a
nenhuma denominação específica. Havia batistas adventistas, metodistas adventistas,
e até católicos adventistas.
Um dos primeiros pregadores do segundo
advento no século XIX foi um homem chamado Guilherme Miller. Ele dedicou sua
vida ao estudo das profecias de Daniel. Através de um estudo cuidadoso da maior
profecia da Bíblia, como está apresentada nos capítulos 8 e 9 do livro de
Daniel, ele chegou à conclusão de que Cristo voltaria em 1844. Estava errado!
Nenhum ser humano, nem mesmo os anjos sabem o tempo exato em que Cristo irá voltar.
Mas, ele foi sincero em sua crença.
Ouvi a alegação de que os adventistas do
sétimo dia são falsos profetas, porque profetizaram que Jesus voltaria em 1844.
Esta é uma conclusão impossível. Os seguidores de Guilherme Miller eram
chamados adventistas, mas eles não pertenciam à Igreja Adventista do Sétimo
Dia, que não existia na época. Guilherme Miller nunca se tornou um adventista
do sétimo dia. Ele foi batista até o dia de sua morte.
Quando Jesus não apareceu em 1844, foi um
amargo desapontamento para aqueles que esperavam Sua volta naquele ano. Além da
amargura do desapontamento, eles estavam envergonhados porque as pessoas
zombavam deles.
Eles foram sinceros no estudo do livro de
Daniel, literalmente devorando suas páginas, cumprindo assim a profecia do
capítulo 10 de Apocalipse.
“Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e na
minha boca era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou
amargo.” (Apoc.
10:10)
Enquanto eles estudavam as profecias e
acreditavam que a vinda de Jesus estava próxima, a mensagem era doce como mel.
Por causa do grande desapontamento, o que era doce tornou-se amargo.
Deus não se esqueceu de Seu povo fiel.
Apesar de seu erro, Ele ainda os amava. Ele fez três tentativas para
comunicar-se com eles.
Em 1842, vivia em Boston um eloqüente
pregador batista, que estava preparando-se para o ministério episcopal. Seu
nome era William Foy. Em 18 de janeiro e 4 de fevereiro ele recebeu duas visões
relacionadas ao advento próximo do Salvador, e a jornada do povo de Deus até a
cidade celestial. Em 1844, ele recebeu uma terceira visão. Ele teve medo de
proclamar as mensagens que recebera.
Em 1844, Hazen Foss, de Poland, Maine, um
homem educado e de boa aparência, recebeu as mesmas mensagens. Viu as provas e
perseguições que viriam até ele se relatasse fielmente o que lhe fora mostrado.
Esquivou-se da tarefa, e recusou-se a relatar a visão. Ele recebeu a visão três
vezes. As três vezes ele recusou. Finalmente, lhe foi dito que estava livre da
responsabilidade, e que o fardo seria entregue à mais frágil das frágeis
criaturas, que aceitaria o desafio. Chocado com esta mensagem, ele,
repentinamente, decidiu relatar a visão, mas não conseguiu lembrar uma palavra
sequer.
Ellen Gold Harmon tinha apenas 17 anos em
1844. Ela era a mais frágil dentre os fracos. Quando pequena, foi atingida no
rosto por uma pedra jogada por um colega. Aquele golpe quase a matou, e ela ficou,
por algum tempo, entre a vida e a morte. Continuou com a saúde fragilizada, recuperando gradualmente
apenas um pouco de sua força. Nunca mais ela foi capaz de freqüentar a escola
regularmente.
Nesta época, Deus deu à ela uma mensagem
de encorajamento para o grupo de adventistas batalhadores. Diferente de William
Foy ou Hazen Foss, ela teve vontade de passar a mensagem adiante. Continuou
recebendo as mensagens de Deus até sua morte em 1915.
Que tipo de livros poderiam ser escritos
por uma garota fraca, sem estudos, que teve de abandonar a escola depois da
terceira série? Ela escreveu 69 livros. Este livros são usados em faculdades e
universidades. Em um determinado país, o ministro da educação, precisando de um
guia para o seu sistema educacional, adotou seu livro Educação como um manual para seu governo. No Brasil, o Dr. João B.
Clayton Rossi, quando era Procurador Geral da República, usava as informações
de seus livros para preparar palestras para as Faculdades de Direito do país.
Suas palestras eram muito apreciadas e, como palestrante, era sempre muito
requisitado.
É quase impossível ler os livros de Ellen
White, sistematicamente, sem sentir a convicção de que eles são inspirados.
Cientificamente ela estava muito à frente
de seu tempo. Só há pouco tempo a ciência está chegando às declarações que ela
fez no século XIX. Naquela época ela falou sobre as causas do câncer, sobre os
perigos do colesterol, sobre as ameaças à saúde provocadas pelo álcool e pelo
tabaco, sobre a influência pré-natal. Naquele tempo alguns médicos prescreviam
tabaco para certas doenças respiratórias.
Era uma época em que a fumaça que subia
das chaminés das fábricas era sinal de progresso. Ela escreveu sobre os perigos
da poluição do ar muito antes da sociedade se preocupar com problemas
ecológicos.
Algumas de suas declarações soavam
misteriosas para seus leitores do século XIX. Ela falava sobre “correntes
elétricas no sistema nervoso”.
“ Os nervos do cérebro que se comunicam com todo o
sistema são o único meio através do qual o Céu pode comunicar-se com o homem e
afetar sua vida. Qualquer distúrbio na circulação das correntes elétricas no
sistema nervoso enfraquece as forças vitais, e o resultado é a perda das
sensibilidades da mente.” (Ellen G. White, Testimonies for
the Church, vol. 2, pág. 347)
Muitos anos mais tarde os cientistas
descobriram as “correntes elétricas do sistema nervoso”. Na época em que ela
escreveu estas palavras, elas pareciam absurdas.
Em 1929 veio a surpresa! O que parecia
absurdo tornou-se razoável. Nesse ano Hans Berger, um cientista alemão, começou
a publicar algumas estranhas figuras que consistiam apenas em linhas
ondulantes. Ele afirmava que estas linhas mostravam a atividade elétrica do
cérebro. A partir de então, o estudo de suas pequenas linhas ondulantes
tornou-se um novo ramo da ciência chamado eletroencefalograma. Hoje, centenas
de laboratórios interpretam as tabelas de descargas elétricas dos cérebros
humanos. (The Scientific American, Junho, 1954,
pág. 54)
Ela ajudou a guiar a igreja de forma
maravilhosa, combatendo o fanatismo, sempre voltando a atenção das pessoas para
a Palavra de Deus. Através de sua iniciativa, foi construído um hospital em Battle Creek ,
Michigan, onde as pessoas vinham de perto e de longe para serem tratadas por
médicos adventistas. Foi através de sua influência e ajuda financeira, que John
Harvey Kellog tornou-se um médico renomado, e que seu irmão, W. K. Kellog
iniciou as indústrias de alimentos Kellog’s.
Outros hospitais foram construídos em várias partes do mundo, e sob sua
liderança a igreja assumiu uma tarefa, aparentemente impossível, de abrir uma
escola de medicina em Loma
Linda , Califórnia. Milhares de médicos têm sido preparados
nesta universidade e vão pelo mundo como médicos missionários. Sua liderança
formou uma linha de frente para o estabelecimento de uma rede global de
faculdades e instituições educacionais.
Houve uma manifestação constante do
sobrenatural na vida de Ellen G. White. Durante suas visões públicas, como as
dos profetas bíblicos, ela não respirava. Seus olhos permaneciam abertos numa
expressão de regozijo. Os profetas bíblicos manifestavam os mesmos fenômenos
físicos.
“Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o
meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou
em mim.” (Daniel
10:17)
“... palavra daquele que ouve os ditos de Deus e sabe
a ciência do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo poderoso e prostra-se,
porém de olhos abertos.” (Números 24:16)
As visões públicas de Ellen White eram
quase sempre acompanhadas de fenômenos físicos semelhantes aos descritos nas
Escrituras, relacionados aos profetas bíblicos. Uma testemunha ocular, J. N.
Loughborough, que declarou tê-la visto em visão cinqüenta vezes, descreve o que
via:
“Por mais ou menos quatro ou cinco segundos ela parece
cair no sono, como uma pessoa que desmaia, ou como alguém que perdeu suas
forças; depois ela parece ser, no mesmo momento, dotada de uma força
sobre-humana, algumas vezes levantando-se e andando pela sala. Existem
movimentos freqüentes das mãos e dos braços, apontando para a direita e para a
esquerda, conforme vira sua cabeça. Todos estes movimentos são feitos de forma
graciosa. Em qualquer posição em que se encontre a mão ou o braço, é
impossível, para qualquer um, movê-los.
“Seus olhos estão sempre abertos, mas ela não pisca;
sua cabeça permanece erguida, e ela olha para cima, não com um olhar vago, mas
com uma expressão de regozijo, diferindo de seu estado normal somente por
parecer olhar intencionalmente para algum objeto distante.
“Ela não respira, mas mesmo assim seu pulso bate
regularmente. Seu semblante é agradável, e a cor de seu rosto tão viva quanto
em seu estado natural.” (Arthur L. White, The Early Years, pág. 122)
Durante todo o tempo de suas visões, que
duravam de 15 minutos a 3 horas, ela não respirava. Vários médicos fizeram
testes, incluindo fechar sua boca e narinas. Dr. Flemming, que duvidava da
autenticidade de seu dom, examinou-a durante uma visão. Ele segurou uma vela o
mais próximo possível de seus lábios em linha reta. Não houve o menor tremor. O
médico anunciou em alta voz para toda a congregação: “Isso consuma o fato para sempre; não há fôlego em seu corpo.” (Arthur C. White, The Eearly Years, pág. 303)
Um dos médicos, que era um médium
espírita, afirmou que se ele estivesse presente durante alguma visão da Sra.
White, que ele poderia trazê-la de volta em um minuto. Chegou a ocasião em que
ele poderia provar sua afirmação. Ele estava presente enquanto a Sra. White
estava tendo uma visão, e Tiago White convidou-o para examiná-la. Depois do
exame, ele virou-se, completamente pálido e trêmulo. “Seu coração e seu pulso
estão normais, mas não há fôlego em seu corpo”, ele exclamou. Quando ele saía
do local, alguém lhe perguntou: “Doutor, o que é isso?” “Só Deus sabe. Deixe-me
sair desta casa”, ele respondeu. (Idem, pág. 464)
Nos tempos bíblicos aqueles que tinham
contato com os profetas também se assustavam.
“Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que
estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e
fugiram e se esconderam.” (Daniel 10:7)
Durante uma de suas visões na igreja de
Battle Creek, seu marido disse à congregação: “Pode haver alguns na congregação
que têm dúvidas a respeito da inspiração de minha esposa. Se houver, ficaríamos
felizes em chamá-los para virem à frente e tentarem testes físicos descritos na
Bíblia. Isso pode ajudar alguns de vocês.”
Naquele dia a Sra. White estava com suas
mãos delicadamente postas sobre seu peito. O irmão White disse àqueles homens
fortes: “Separem as mãos dela. Vocês podem usar as duas mãos para afastar
apenas uma das dela. Apenas puxem.” E eles tentaram. Eles puxaram e puxaram até
que algumas pessoas ficaram com receio de que eles pudessem machucá-la. O irmão
White disse: “Não temam; ela está a salvo nos cuidados de Deus e vocês podem
puxar até que estejam satisfeitos.” Eles
disseram: “Agora estamos satisfeitos. Não precisamos mais puxar.”
Ele disse: “Levantem um dedo de cada
vez”. Foi impossível, Eles não puderam mexer sequer um dedo. Então ela afastou
suas mãos e as mexeu. Tiago White disse aos homens: “Agora, segurem-na.” Eles a
seguraram pelos pulsos, mas não puderam impedir seus movimentos. O irmão White
disse: “Agora estamos satisfeitos. Agora vamos ver se suas pálpebras se fecham.” Havia uma grande lamparina de querosene
próxima ao púlpito. Ele retirou a proteção e colocaram a luz bem em frente aos
seus olhos. As pessoas pensaram que ela fosse mexer os olhos para protegê-los.
Ela não o fez. Ela estava totalmente inconsciente. (Arthur L. White, The Progressive Years, págs. 232,233)
Ellen White era realmente uma profetisa
enviada por Deus? Ou poderia ser classificada como um falso profeta? A Bíblia
diz que haveria falsos profetas no fim dos tempos.
“... porque surgirão falsos cristos e falsos
profetas operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” (Mateus 24:24)
Como podemos ter certeza? Muitos sentem
que a única forma de evitar que sejam enganados é rejeitando quaisquer dons
proféticos sobrenaturais. Esta é uma posição perigosa, pois podemos estar
rejeitando uma mensagem de Deus. A Bíblia diz:
“Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas,
retende o que é bom....” (1 Tessalonicenses
5:20,21)
Podemos seguir a recomendação deste verso,
pois a Bíblia nos dá meios pelos quais podemos testar os dons espirituais. Os
escritos de Ellen White devem ser testados pela Bíblia, que é nossa única regra
de fé. Temos quatro testes importantes:
I. O primeiro teste que desejamos levar
em consideração é encontrado no livro de Isaías:
“Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A
favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não
falarem desta maneira, jamais verão a alva.”
(Isaías 8:19,20)
Qualquer um que afirme ter uma mensagem
de Deus nunca deve contradizer nada que Deus já tenha revelado. Deus não é um
Deus de confusão. O Espírito Santo nunca dá à ninguém uma mensagem que
contradiga a Palavra de Deus. Os adventistas do sétimo dia baseiam suas crenças
na Bíblia, e apenas na Bíblia. O dom de profecia não tinha o intuito de ensinar
a doutrina.
“De sorte que
as línguas constituem um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos;
mas a profecia não é apenas para os incrédulos, e, sim para os que crêem.” (1 Coríntios
14:22)
Ellen White foi erroneamente indicada
como a fundadora da Igreja Adventista
do Sétimo Dia. Nenhuma das doutrinas ensinadas pela igreja foi iniciada pelas
profecias de Ellen White. Durante o início da história da igreja, quando os
pioneiros pesquisavam nas Escrituras dia e noite para determinar a verdade
doutrinária, Ellen White não fez nenhum comentário. Ela disse: “Minha mente
estava fechada”.
Se Ellen White tivesse escrito uma
palavra que contradissesse a Bíblia, eu rejeitaria seus escritos e aceitaria a
Bíblia. Não testamos a Bíblia com base nos escritos dela, mas sim os escritos
com base na Bíblia. Ela disse que seus escritos eram uma luz menor para guiar
as pessoas à luz maior, a Palavra de Deus.
II. Um segundo teste está em Jeremias
28:9.
“O profeta que profetizar paz, só ao cumprir-se a sua
palavra será conhecido como profeta de fato enviado pelo Senhor.” (Jeremias 28:9)
Os profetas modernos, como Jean Dixon,
impressionam multidões se ao menos metade de suas profecias tornam-se verdade.
Os autores da Bíblia não podiam ter sequer 1% de erro em suas previsões. Eles
não podiam ter uma média de 99% no cumprimento de suas profecias. Eles poderiam
ser apedrejados até a morte por uma profecia falsa dentre centenas de
verdadeiras.
A Sra. White fez muitas previsões com
base na inspiração do Espírito Santo. Não havia margem de erro. O tempo não nos
permitirá dar exemplos, mas existem vários. Mencionaremos apenas um aqui.
Na época em que até os especialistas
afirmavam aos americanos que não haveria uma guerra civil, ela fez uma
declaração impressionante. Ela disse: “
Em breve nossa nação estará em conflito e desordem.” Olhando para as pessoas na
igrejinha onde ela estava falando, ela declarou: “Alguns de vocês perderão os filhos na
guerra.”
Antes que os primeiros tiros da guerra
civil fossem disparados, Ellen White, em Parkville, Michigan, em 12 de
fevereiro de 1861 teve uma visão do conflito e sua ferocidade.
Ela foi levada em visão até a Batalha de
Manassas, que ela descreveu em detalhes. W. W. Blackford, um tenente-coronel do
Exército Sulista, em seu livro “War Years With Jeb Stuart” (Anos
de Guerra com Jeb Stuart) descreveu a mesma batalha, e sua descrição é idêntica
à descrição profética da Sra. White.
Muitas de suas profecias têm se cumprido
em nossos dias.
III. Um terceiro teste é dado em 1 João
4:1-3:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes,
provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm
saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que
confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não
confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo,
a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo.” (1 João 4:1-3)
Ellen White sempre enalteceu a Jesus,
sempre proclamou a verdade sobre Sua divindade, sempre levou homens e mulheres
a Ele como a única fonte de salvação. Seu livro “O Desejado de Todas as Nações” é um dos livros mais inspiradores já
escritos sobre a vida de Cristo.
IV. O quarto e último teste a ser
apresentado é tirado das palavras de Cristo no evangelho de Mateus:
“Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos
apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos
seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou
figos dos abrolhos?... Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:15,16,20)
Que tipo de fruto ela produziu? Até mesmo
seus inimigos não poderiam negar que ela foi uma verdadeira influência cristã.
D. M. Canright passou a vida a criticá-la, ainda assim, em seu funeral, ele foi
várias vezes até seu caixão e disse: “Uma cristã maravilhosa”. O New York Independent, ao relatar sua
morte, publicou estas palavras em 23 de agosto de 1915:
“De qualquer maneira, ela era absolutamente honesta na
crença que tinha em suas visões. Sua vida foi digna delas. Ela não demonstrava
nenhum orgulho espiritual e não obteve nenhum lucro sórdido. Ela viveu a vida e
fez o trabalho de uma profetisa digna, a mais admirável da sucessão
americana.” (Arthur L. White, The Later Elmshaven Years, pág. 444)
Muitas vezes, durante meu ministério,
encontrei pessoas céticas, ou às vezes, abertamente contrárias aos escritos de
Ellen G. White. Enquanto eu estava na ilha de Bermudas, um homem me ligou,
falando severamente contra seus escritos. Quando lhe perguntei quantos de seus
livros ele havia lido, logo tornou-se evidente que ele não poderia citar
nenhum.
Eu me correspondia com uma senhora do
oeste do Canadá que escrevia panfletos e fazia palestras públicas, condenando
severamente os escritos de Ellen White. Fiz a esta senhora uma pergunta
simples: “Quantos dos seus livros a senhora já leu?” Recebi respostas evasivas,
dizendo-me quantos livros havia na sua estante. Ela lera seleções usadas pelos
críticos e tiradas de seus contextos, mas nunca realmente estudara os escritos
da Sra. White.
Quando eu tinha apenas quatro anos de
idade, meu pai decidiu deixar a cidade de Nova York e levar a família para o
Oeste do Canadá. Ele abriu uma sorveteria em Saskatchewan. Ele
foi avisado de que não era um bom lugar para se viver da venda de sorvete, por
causa dos invernos rigorosos. Como este era o único tipo de negócio que ele
conhecia, ele foi adiante, e logo sua pequena sorveteria tornou-se um abrigo
das rajadas do gelo do inverno. Um antigo fogão à lenha aquecia o prédio,
enquanto as pessoas aproveitavam o abrigo contra o frio, elas não resistiam ao
seu delicioso sorvete.
Meu pai sempre manteve uma prateleira
cheia de livros cristãos em sua lojinha. Um dia um pregador entrou, e olhando
os livros, ficou furioso. “Você deveria queimar estes livros”, ele resmungou.
“A Sra. White foi uma falsa profetisa. Todos os seus livros deveriam ser
destruídos”.
“Neste caso”, meu pai respondeu
calmamente, “queimaremos os livros agora mesmo. Não quero nenhum livro escrito
por uma falsa profetisa em minha loja. Vou abrir a porta do forno e o senhor
jogará os livros no fogo. Mas antes de queimar este livro chamado “O Desejado
de Todas as Nações”, deixe-me ler algumas palavras de meu capítulo favorito.”
Conforme meu pai começou a ler a
descrição vívida da agonia de Cristo, de Seu sofrimento por nossos pecados,
lágrimas se formaram nos olhos do pregador. Ele nunca tinha ouvido nada assim
antes. Depois de levar sua experiência até onde achou ser necessário, meu pai
deu o livro ao homem e disse: “Tudo bem, abrirei o forno, e o senhor jogará o
livro.”
“Espere”, disse o pregador. “Eu não sabia
que estas palavras estavam neste livro. Eu gostaria de ler mais!” O livro nunca
foi queimado.
Antes que alguém possa chegar à
qualquer conclusão, é vital que os escritos de Ellen G. White falem por si
mesmos. Acredito, sinceramente, que se todos estudassem estes livros com a
mente aberta e um espírito de oração, não haveria críticas. É importante para
todos nós que sigamos o conselho bíblico:
“Não desprezeis as
profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom.” (1
Tessalonicenses 5:20,21)
Sem comentários:
Enviar um comentário