PRECE: Bom Sábado! Senhor Deus nós nos achegamos a Ti, nosso
compassivo Redentor; e rogamos-Te, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio
Filho, nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que se achegam a Ti.
Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo
esteja connosco. Em nome de Jesus. Amém.
História para crianças: Esta é a minha história preferida. Era
uma vez na Tailândia, a Tailândia fica situada mesmo no sul da China, por isso
já estão a ver que é muito longe. Esta história passou-se numa aldeia, as casas
eram feitas de bambu. Numa das casas vivia o pai, que trabalhava no campo a
cultivar arroz, a mãe que cozinhava e a filha. A menina tinha um nome
Tailandês, mas podemos traduzi-lo para o nome da menina que tenha 6 anos. Quem
é que tem 6 anos?
A coisa que esta menina mais gostava de fazer era olhar pela
janela, olhava um largo que havia diante da janela da cozinha. Ela gostava de
olhar os meninos a brincar no largo enquanto a mãe fazia o almoço. Naquele dia
brincavam os seus melhores amigos e ela estava com vontade de pedir à mãe para
a deixar ir brincar com eles. De repente viu lá ao fundo uma coluna de fumo,
olhou durante uns instantes e o fumo continuava a subir para o céu. Então disse
à sua mãe:
– Mãe, estou a ver fumo!
A mãe atarefada com o almoço respondeu:
– Muito bem, minha filha, continua a olhar!
Passou-se algum tempo e a Susana, começou a ver labaredas de
fogo. Mas ela nem queria acreditar, por isso olhou mais algum tempo e
finalmente ficou convencida que era mesmo fogo. Então disse:
– Agora, estou a ver fogo, fogo muito grande!
A mãe que continuava muito atarefada, pensou que os meninos
que brincavam no lago tinham acendido uma fogueira e não deu muita importância.
Por fim disse:
– Está bem, continua a olhar.
E a Susana continuou a olhar, mas o que viu foi que o fogo
avançava rapidamente e queimava as casas todas, eram casas de bambu, e os
vizinhos fugiam para a montanha. Então disse:
– Mãe, agora olho as pessoas todas a fugirem para a
montanha e as casas estão quase todas queimadas!
Nesta altura, a mãe começou a compreender que o que a menina
estava a dizer era uma coisa muito séria e aproximou-se da janela. Ao ver o que
se estava a passar, esqueceu-se do almoço, pegou na mão da Susana para fugir.
Mas a Susana não estava de acordo e disse:
– Mamã, tu ensinaste que devemos confiar em Jesus e que
quando há perigo, nunca devemos fugir sem contar-Lhe os nossos problemas.
A mãe ajoelhou-se e fez uma oração muito rápida e já estava
a levantar-se quando a Susana começou a orar:
“Senhor Jesus, Tu és tão forte e tão grande que podes apagar
o fogo. Tu podes fazer qualquer coisa, soprar e apagar o fogo. Ou podes mandar
chuva do céu e apagar o fogo…”
Entretanto a mãe começou a ficar impaciente porque a Susana
nunca mais terminava a oração e tentou levantar-se e arrastar a Susana, mas ela
continuava: “eu tenho muita fé, e confio em Ti meu Jesus… Não deixes que a
nossa casinha se queime… Foi o meu pai que a fez e teve tanto trabalho… Olha,
Jesus, eu sei que me estás a ouvir. Amém.”
Quando ela disse “Amém”. A mãe levantou-se rapidamente e já
ia a sair de casa, quando olha para trás e vê que a Susana está à janela:
– Susana, minha filha, anda depressa, o fogo é muito grande
e já está muito perto.
A Susana, com muita calma, olhava pela janela e ria-se,
sentia uma grande felicidade, olhou para a mãe e disse:
– Eu sabia que podia confiar em Jesus. Ele ouve sempre as
minhas orações. Vê? O fogo está apagar-se.
A mãe aproximou-se da janela e confirmou o que dizia a sua
filha. De facto o vento tinha mudado de direcção e agora empurrava as chamas na
direcção das casas que já tinham sido queimadas.
Sabem, meus queridos meninos, muitas pessoas pensam que foi
o vento que mudou de direcção de forma natural. Mas, para a menina que eu chamo
Susana e para mim, foi Jesus que respondeu à sua oração.
Quantos acreditam que foi Jesus que apagou o fogo, levantem
as mãos!
A Susana ensinou uma grande lição à sua mãe. A lição que nas
horas de perigo só Jesus pode ajudar!
Ela foi uma menina de fé, confiou em Jesus na hora difícil e
não fugiu, orou e depois foi ver o que Jesus tinha feito. Jesus quer adultos,
jovens e muitas crianças como esta menina. É isso que diz Jesus nesta passagem:
“Vós sois o sal da
terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que se há-de salgar? Para nada mais
serve senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do
mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende
uma lâmpada e se coloca debaixo de um vasilha, mas no candelabro, e ilumina a
todos os que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos
céus.” Mateus 5:13-16
Há uma passagem correspondente no Antigo Testamento que
encontramos em Isaías:
“Levanta-te,
resplandece, pois já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.
As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem
surgindo, e a Sua glória se vê sobre ti. As nações caminharão à tua
luz, e os reis ao resplendor que te nasceu.” Isaías 60:1-3
Deus depositou toda a Sua luz, a luz que o mundo em trevas
necessita, em pessoas como vós e como eu, gente simples e com defeitos! O sal
moral e espiritual que um mundo moralmente doente necessita, Deus colocou-o em
pessoas como vocês, como eu! Pessoas limitadas nos recursos económicos,
recursos da sabedoria, gente que se engana e gagueja!
Além disso, estamos matematicamente derrotados. Parece que o
fogo avança mais depressa que a nossa acção de evitar que pessoas sejam
destruídas, perdidas, não recebam o aviso que o fogo se aproxima. A população
mundial cresce mais rapidamente que prega-mos o evangelho. Até em Portugal,
onde a população cresce lentamente, não conseguimos acompanhar o ritmo do
crescimento espiritual.
Fazemos planos, como a Missão Global, ou seja estabelecer
uma presença adventista, isto é ter uma igreja organizada, em todos os países,
tribos, línguas e povos da Terra.
Todos desejamos que cada ser humano ouça falar da volta de
Jesus! Todos queremos que ouçam a mensagem dos três anjos! Todos queremos ver o
Céu rasgar-se e Jesus voltar em glória e majestade, como Rei dos reis e Senhor
dos senhores! Queremos ir para o Lar! Eu quero ir! Pensei dar este título a
esta mensagem: “Eu quero ir!” Mas depois pensei: como posso apresentar este
título se há tanto para fazer e estamos tão bem aqui? Como podem este punhado
de 8.000 Adventistas pregar a 10 milhões de portugueses?
No livro Serviço Cristão p. 7 diz assim:
“Deus poderia ter proclamado a Sua verdade por meio de anjos
sem pecado…” E eu pergunto: Porque o não fez?
Deus poderia enviar uma companhia de anjos para anunciar a
Sua mensagem numa noite escura, os anjos poderiam brilhar no céu, colocados em
pontos estratégicos e, em menos de meia hora, anunciar o Evangelho a todo o
Portugal, todas as aldeias, vilas e cidades deste país onde não há presença
Adventista, poderiam saber que estamos a viver o Dia Final! Angola, Moçambique
até chegar a S. Tomé e Príncipe, quem sabe às Ilhas de Cabo Verde, ao Brasil,
fazer isto falando numa só língua, o português.
Poderia enviar uma Companhia de anjos, numa noite escura e
escrever no céu de Portugal em letras de fogo. E num instante todos saberiam a
verdade! Deus poderia ter feito isto porque Ele tem todo o poder!
E poderia fazê-lo em todos os países, tribos, línguas e
povos da Terra. Então terminaria a obra num instante. Ninguém ignoraria o
anúncio. Mas o texto inspirado do Serviço Cristão acrescenta: “…mas não era
este o Seu plano.” Porquê?
Por que razão não é o plano de Deus? Porque Satanás poderia
imitar os planos de Deus, se o Senhor enviasse Companhias de anjos para
anunciar de viva voz ou com letras de fogo a mensagem, Satanás enviaria ele
também Companhias de anjos maus para anunciar uma mensagem contrária. Então o mundo
ficaria ainda mais confuso. Reconheçamos, com tantas religiões muitas pessoas
vivem já confundidas!
Satanás pode falar a língua dos homens e a língua dos anjos.
O jornalista Mexicano, José Pagés Llergo, foi jornalista em Berlim antes da II
Guerra Mundial, ouviu Hitler falar no Palácio dos Congressos.
Diz que ele falava com poder e arrebatamento. Impressionava
as multidões. Um dia enquanto discursava, de repente parou e começou a olhar
para o alto, com as mãos estendidas para o céu. Permaneceu nesta posição muito
tempo. A multidão estava no mais profundo silêncio. Muitas pessoas choravam.
O jornalista, não compreendia muito bem a língua alemã e não
percebeu por que razão Hitler estava naquela posição e menos ainda o silêncio
do povo e as lágrimas. Então perguntou a uma senhora que estava ao seu lado:
– O que está a fazer o Furher?
Ela respondeu de forma ríspida:
– Cale-se, o Furher
está a falar com Deus!
O apóstolo Paulo exorta a cada crente fiel:
“Pois Deus, que
disse: Das trevas resplandecerá a luz, é quem brilhou em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos,
porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de
Deus, e não de nós.” II Coríntios 4:6-7
Deus mandou que das trevas resplandecesse a luz ao dizer:
“Vós sois a luz do mundo”, para que isto pudesse acontecer Ele teve primeiro
que brilhar nos nossos corações, “para iluminação do conhecimento da glória de
Deus”. Por esta razão “colocou” o tesouro, as indescritíveis riquezas de
Cristo, a Luz que um mundo em trevas necessita, e o sal da Terra, em vasos de
barro.
Porquê?
Porque quer beneficiar e educar a toda a humanidade. Quer
que participemos do Seu amor, sabe que necessitamos desta participação para
desenvolvermos o nosso carácter. Sabe que necessitamos de participar no Seu
plano de salvar outros homens e mulheres para que alcancemos a perfeição. Para
sermos semelhantes a Jesus Cristo.
Mas também porque Satanás não pode imitar! Satanás não pode
imitar as palavras de um coração renovado, tocado pelo amor de Cristo,
resgatado de uma vã maneira de viver “sem esperança e sem Deus no mundo”!
Satanás não pode imitar uma vida santa. Não pode imitar a
modulação de uma voz que foi tocada pelo amor de Cristo.
Foi com este tipo de pessoas que Deus trabalhou no Antigo
Testamento. Foi com este género de homens e mulheres que Jesus trabalhou no
Novo Testamento e é com este barro humano que Deus quer trabalhar no presente
tempo!
Uma das experiências mais emocionantes é a vivida por Gedeão
e os trezentos audazes. É uma história que se encontra em dois capítulos,
Juízes 6,7. Os midianitas oprimiam severamente os filhos de Israel. Deus
ordenou a Gedeão que organizasse um exército e Gedeão fez o que o Senhor
mandava e reuniu 32.000 soldados.
Quando Gedeão viu que tudo estava preparado para ir à
batalha em nome do Senhor, Deus diz-lhe: “É demais o povo que está contigo,
para eu dar os midianitas nas suas mãos. A fim de que Israel não se glorie
contra Mim, dizendo: o meu próprio poder me livrou.” Juízes 7:2
E Deus acrescenta: “Experimenta-os”: “Anuncia aos ouvidos do
povo: Quem for medroso e tímido, volte, (volte para casa). Então voltaram do
povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram.” Juízes 7:3
Deus olhou aqueles dez mil e disse: Ainda há povo a mais.
Experimenta-os outra vez: “Fez Gideão descer o povo às águas. Então o Senhor
disse a Gedeão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o
cão, esse porás à parte…” Juízes 7:5. Só 300 beberam água como a bebem os cães.
E Deus disse a Gideão: “Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos
salvarei.” Juízes 7:7
Perante esta situação Gedeão exprimiu o seu temor: “Senhor,
eles são como a areia do mar, são uma grande multidão, e Tu queres que eu vá
contra eles, só com estes 300 homens?”
Deus pacientemente ouviu e animou-o, dizendo: “Se ainda
temes, vai com o teu criado Purá ao arraial dos midianitas e ouvirás o que
dizem, e então se fortalecerão as tuas mãos.” Juízes 7:10-11
(contar o sonho do soldado midianita aos seus companheiros
(Juízes 7:13-15)
Agora Gedeão sabia que esta vitória não seria ganha pela
força ou habilidade dos seus homens, estes seriam instrumentos nas mãos de Deus
para trazerem paz, segurança ao povo de Deus. Saberiam que quando se tem Deus
por perto, não há impossíveis. Sim, se o povo Adventista em Portugal quiser
viver a experiência de Gedeão de confiar no poder de Deus, veremos milagres,
nós somos o povo que Deus necessita para ir e anunciar as maravilhas de Deus!
Porém, Gedeão compreendeu uma coisa muito importante: apesar
do poder de Deus disponibilizado para a vitória, são ainda assim precisas duas
coisas: disponibilidade completa do instrumento humano e uma estratégia, ou
seja, organização. Assim, dividiu o seu exército de trezentos homens em três companhias,
ou batalhões. Depois colocou-os em posições estratégicas ao redor do
acampamento dos midianitas, deu uma tocha, um cântaro e uma trombeta a cada
soldado e ordenou:
“Eu tocarei a
trombeta e os que estiverem comigo, então também vós tocareis a trombeta ao
redor de todo o arraial, e direis: Pelo Senhor e por Gedeão!… Tocaram as
trombetas, e partiram os cântaros que traziam nas mãos.” Juízes 7:18,19
Os medianitas dormiam profundamente e no silêncio da noite
não ouviram 300 trombetas! Ouviram a trombeta do juízo final. Não viram 300
tochas! Viram carros e espadas de fogo nas colinas. Levantaram-se
aterrorizados, deixaram tudo e fugiram abandonando as suas tendas e vendo em
cada homem que se movimentava um inimigo.
Sim, homens disponíveis são ainda hoje vasos de barro, mas
nas mãos de Deus continuam a ter poder!
Foi esta também a experiência de Eliseu, o servo do
Altíssimo. Vamos ler:
“Os homens da cidade
disseram a Eliseu: Como o meu senhor vê, esta cidade é bem situada, mas as
águas são más, e a terra é estéril. Disse Eliseu: Trazei-me uma tigela nova, e
ponde nela sal. E eles a trouxeram. Então saiu ele à nascente das águas, e
deitou sal nela, dizendo: Assim diz o Senhor: Sararei estas águas. Jamais causarão
morte nem esterilidade. Ficaram sãs aquelas águas até ao dia de hoje, conforme
a palavra que Eliseu tinha dito.” II Reis 2:19-22
“Tragam uma tigela nova, e ponde nela sal” foi exactamente o
que disse Deus. Irmãos e irmãs, hoje, esta terra é boa! Quando saiu das mãos do
Senhor, Ele disse que era “muito boa”. Mas as águas, segundo Apocalipse 17:15
“os povos, multidões, nações e línguas” que a habitam, são maus.
A terra está enferma: “Toda a cabeça está enferma, e todo o
coração fraco.” Isaías 1:5 e no capítulo 24 e versículos 4-5 o mesmo profeta
diz: “A terra seca-se e se murcha, o mundo enfraquece e se murcha, enfraquecem
os mais altos do povo da terra. A terra está contaminada por causa dos seus
moradores; desobedeceram às leis, mudaram os estatutos, e quebraram a aliança
eterna.” Isaías 24:4,5
A terra está enferma, seca-se e murcha, o mundo enfraquece,
a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porque desobedecem às
leis, mudaram os estatutos, e quebraram a aliança eterna. A terra está doente.
Precisa de cura, precisa de remédio. Necessita do medicamento, do sal e da luz.
Chegaram ao ponto como está descrito ainda no profeta Isaías 60:2 “As trevas
cobrem a terra, e a escuridão os povos.”
Mas Jesus disse: “Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do
mundo”. Toda a luz que um mundo em trevas necessita, Jesus a tem conservado em
vasos de barro. Todo o sal que este mundo contaminado necessita, o Senhor Jesus
tem-no guardado, conservado em vasos de barro. Mas os vasos devem ser novos, a
tigela tem de ser nova como disse Eliseu. O sal da justiça de Cristo quando
está colocado em tigelas novas, em vidas convertidas e santificadas, tem poder!
Tem de haver uma grande obra de transformação na nossa vida.
E todos nós a desejamos. Mas porquê, às vezes, achamos isso impossível? Numa
recente meditação lia-se a história de um velho Chevrolett que queria ser um
carro novo.
Para isso, pediu ao seu dono que lhe trocasse o escape. Logo
a seguir, percebeu que continuava o mesmo carro. Pediu, então, para o porem a
consumir gasolina especial. O resultado foi o mesmo. A seguir, achou que ele
deveria receber uma nova pintura. Quando saiu pelas ruas da cidade, estava
feliz e orgulhoso, mas, no íntimo, continuava a ser o velho Chevrolett. Teve
até a ideia de trocar o ano de fabrico nos documentos, mas nada disso resolveu.
Finalmente, disse ao proprietário: “Leve-me ao fabricante.” E assim foi. Ao
chegar à fábrica, foi levado a um lugar estranho. À entrada estava escrito:
“Ferro velho” O velho Chevrolett ficou assustado, mas submeteu-se humildemente
a um longo e doloroso processo. Foi desmontado, peça por peca, e finalmente
transformado num carro zero.
Nas nossas tentativas para ser um vaso novo, queremos nós
vencer o mal, a ferrugem que nos consome e que nos retira poder. Usamos muitas
estratégias, mas só uma funciona: colocar o “homem velho” nas mãos do
Fabricante celestial. Ele tem poder, o poder que Deus manifestou em Samaria,
ainda o tem hoje!
Samaria foi sitiada pelos Sírios. Havia fome na terra. Tanta
fome que as mães cozinhavam os seus próprios filhos e os comiam (II Reis
6:23-29). E havia quatro homens leprosos que estavam da parte de fora da cidade.
Os leprosos naquele tempo eram desprezados. Eu posso imaginar a desgraça destes
quatro homens, doentes e nada para comer, nem restos. Então tomaram uma
decisão: “Para que estaremos nós aqui assentados até morrermos? Se dissermos:
Entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos aí. Se ficarmos aqui,
também morreremos. Portanto, vamo-nos ao arraial siro e nos rendamos. Se nos
deixarem viver, viveremos; se nos matarem, tão-somente morreremos.” II Reis
7:3,4
Eles não tinham como costumamos dizer: por onde escapar!
Faz-me pensar na via rápida que liga Aveiro a Vilar Formoso, conhecida como a
estrada da morte. A primeira vez que aí passei, fiquei admirado porque nas
zonas mais perigosas existem pequenas saídas. Se os travões não travarem, podem
entrar nessas saídas que são uma espécie de beco em que a rua é metade
alcatroada e metade de areia, para travar as rodas dos veículos. A estrada da
morte, mesmo assim tem saídas de emergência. Mas estes quatro homens não tinham
saída. Por isso foram para o acampamento dos Siros. Mas não estava lá ninguém!
“Pois o Senhor fizera
ouvir no arraial dos Siros um ruído de carros e de cavalos, como o ruído de um
grande exército, de maneira que disseram uns aos outros: Vede, o rei de Israel
alugou os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós. Pelo
que se levantaram e fugiram, ao crepúsculo, e abandonaram as suas tendas, os
seus cavalos, e os seus jumentos. Deixaram o arraial como estava, e fugiram
para salvar a sua vida.” II Reis 7:6,7
Quando os leprosos chegaram ao arraial encontraram comida,
as mesas estavam postas e comeram e beberam até saciar-se. Agora, que estavam
com o estômago cheio, começaram a dar uma volta pelo acampamento e ficaram
surpreendidos com o ouro, os colares, anéis, e tantas jóias que os siros ali
tinham deixado. Pensaram, “o nosso futuro está garantido”, e começaram a abrir
buracos durante toda a noite para esconder aquele precioso tesouro. Mas,
pensaram um pouco melhor e disseram: “Não fazemos bem. Este dia é dia de boas
novas, e nos calamos. Se esperarmos até a luz da manhã algum castigo nos
sobrevirá. Pelo que vamos e o anunciemos à casa do rei.” II Reis 7:9
Quantos crentes estão acumulando tesouros, enquanto tanta
gente perece por falta das boas novas! Mas irmãos, se chega o amanhecer, o dia
em que começa a eternidade, e não anunciámos as boas novas, como disseram os
leprosos “algum castigo nos sobrevirá”, é hora de dizermos: “Pelo que vamos e o
anunciemos à casa do Rei.”
Sim, quantos estão acumulando tesouros! Participando em
negócios, a estudar nas Universidades com o único propósito de acumular
dinheiro, de ter património! “Que estamos a fazer aqui?” disseram os leprosos.
Sim, querido irmão e irmã, o que estás a fazer aqui? Estão vocês seguros de que
é a vontade de Deus que estejam aqui? Não será porventura que o Senhor Deus tem
para si uma obra num outro lugar e o irmão e a irmã têm vivido indiferentes a
isso?
Será que ao vosso lado há homens e mulheres com fome do pão da
vida e não o tendes partilhado com eles? Que estamos a fazer aqui? Iremos ficar
fora das muralhas da cidade para morrer ou vamos pelos campos e valados de
forma destemida?
Um dia ouvi um irmão contar uma história com lágrimas nos
olhos e na alma. Ele vivia numa pequena cidade da Áustria. Vivia no R/C
Direito, mas no R/C Esquerdo, vivia um homem viúvo. Era um homem que não
falava, vivia a sua dor de viúvo, sozinho. Um dia o nosso irmão disse à esposa:
–Tens visto o nosso vizinho?
Ela parou, pensou e disse:
– Há muitos meses que não o vejo!
Ele saiu e bateu à porta. Ninguém respondeu. Vigiou dois ou
três dias, mas ninguém entrou ou saiu. Finalmente decidiu-se por chamar a
Polícia e os Bombeiros. Estes vieram, arrombaram a porta. E o nosso irmão pôde
ver uma caveira estendida no corredor, com a cabeça na direcção da porta.
Perguntou a um médico que estava ali, se lhe podia dizer há quanto tempo teria
este homem morrido. O médico disse-lhe no mínimo dois anos e meio.
Agora ao contar a experiência. O nosso irmão dizia:
– Há dois anos e meio o meu vizinho provavelmente pensou em
mim, precisou de mim, há dois anos e meio numa madrugada ele ter-se-á sentido
mal, um aperto no coração, precisou de ajuda, de socorro e caminhou na direcção
da porta, mas não teve força para abrir, caiu e morreu. Morreu sem saber que ao
lado havia alguém que tem o pão e o sal da vida! “Não quero acreditar que isto
se passou comigo”, dizia.
Há quase três mil anos, um homem, escondeu-se numa gruta no
Monte Horeb. Este lugar é no extremo sul da Península do Sinai e Deus foi ter
com ele e perguntou-lhe: “O que fazes aqui, Elias?” I Reis 19:9. A obra que
tens a realizar é no Norte. Alimentei-te com trigo do céu e pão dos anjos para
que fosses para o Norte. O que fazes tu aqui no Sul? E Elias começou a
argumentar com o Senhor. Deus, porém, ordena:
“Vai, volta pelo teu
caminho para o deserto de Damasco.” “Quando lá chegares, unge a Hazael rei
sobre a Síria.”
“E a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel.”
“Ungirás a Eliseu profeta em teu lugar.” I Reis 19:15,16
Estamos seguros e certos perante Deus e a nossa consciência
de que estamos no lugar certo, a fazer o que Deus quer? O que estás tu a fazer
aqui?
Conta uma antiga lenda que quando Jesus voltou para o Céu
teve uma conversa com o Anjo Gabriel. O Anjo perguntou-Lhe:
– Senhor, sofreste muito para salvar os homens?
Jesus respondeu:
– Sim, Gabriel, muito.
– E todos os homens sabem? – Voltou a perguntar o Anjo.
– Não – disse Jesus – só o sabem algumas pessoas na Palestina.
– E que farás para que todos o saibam? – perguntou Gabriel,
preocupado.
– Bom – disse Jesus – pedi a Pedro, a Tiago e a João e aos
outros Meus discípulos que o contassem a outras pessoas, e aos que os ouvissem
que dissessem a outros, até que toda a Terra o saiba.
– Mas, Senhor – disse
Gabriel – suponhamos que passe o tempo, e os Teus discípulos esqueçam de
anunciar as boas novas. Que farás nesse caso?
Jesus calmamente respondeu:
– Não tenho outro plano, Gabriel. Espero que cumpram com o
seu dever.
Jesus disse: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio a
vós”. Saiamos irmãos e anunciemos a boa nova. Jesus ainda confia. Confia em ti,
confia em mim e nós no poder do Espírito não podemos desiludir Quem tanto amou
e confiou! Ele disse: “Vós sois o sal e a luz do mundo!” Foi Ele que disse, Ele
quer agir através do SEU Espírito, mas precisa dum vaso, para transformar as
águas que não prestam em água viva!
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