terça-feira, 5 de março de 2013

PEGADAS NA TERRA


Senhor Deus, nós nos aproximamos de Ti, nosso compassivo Redentor; e rogamos, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio Filho. Oh, Nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que hoje estão aqui com o coração ansioso para ouvir a Tua voz. Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo esteja connosco, esta noite e sempre. Por Jesus. Amém.
O tema das nossas conferências é Viver a Paz. Paz: palavra mágica, um sonho, um ideal, uma expectativa. Quanta contradição na busca desse tesouro! Promovem-se guerras e revoluções na intenção de se conseguir paz.
Numa galeria de arte, na Itália, há dois quadros que chamam a atenção pelas semelhanças e contrastes. Em ambos, o céu está carregado de nuvens escuras, prenunciando violenta tempestade. O mar está agitado, com ondas enormes. No quadro da esquerda, um rosto humano, esquálido e terrível, flutua nas águas do mar. No quadro da direita, destaca-se uma rocha no meio das ondas. No topo da rocha, há um arbusto que abriga um ninho, no qual descansa tranquilamente uma pombinha branca.
O primeiro quadro simboliza as pessoas que não têm a paz. Esta infelizmente, é a experiência da maioria das pessoas no mundo, por isso recorrem a drogas, calmantes, lares desfeitos, consciência pesada – estas coisas são simbolizadas por aquele rosto sem vida, flutuando nas águas do mar.
O segundo quadro não revela uma vida sem problemas e lutas. As ondas que vão de encontro à rocha, e o céu carregado de nuvens simbolizam provações e perigos de que o ser humano está rodeado neste mundo. Mas há uma diferença que anima e conforta: A rocha em que está o arbusto e no qual se encontra o ninho com a pombinha branca, simboliza que no meio das ondas, podemos encontrar refúgio, aninhar a nossa esperança e ter paz. É este o percurso que vamos seguir noite após noite, cada tema está interligado, por isso vos convido a não perder nenhum, insistam junto dos vossos queridos familiares, amigos a virem convosco e assistir, eles também precisam de encontrar um lugar de refúgio como aquela pombinha!
Hoje vamos fazer uma viagem imaginária. Entraremos no coração e tentaremos sondar alguns dos seus segredos. No labirinto das veias e artérias que cruzam os órgãos e tecidos, existe biliões de heróis anónimos que esperam calmamente para entrar em acção. Vamos tentar contar a sua impressionante história.
Recentemente, através do microscópio electrónico, os especialistas conseguiram analisar de forma mais ou menos pormenorizada a função dos glóbulos brancos. Observaram uma aventura complexa e fascinante destes glóbulos, eles são verdadeiros heróis que actuam para o bom funcionamento do nosso corpo. A primeira impressão que esta célula provoca não é muito agradável. Parece-se com uma amiba, uma bola líquida e sem forma. Percorre as paredes das veias e artérias lançando uma espécie de anzol e depois arrasta-se.
A sua função é proteger o corpo contra os invasores hostis. Embora não pareça poder derrotar uma lesma, muito menos um exército de ferozes bactérias. Quando porém, as bactérias ou os vírus entram no sangue, de imediato os glóbulos brancos transformam-se em "Rambos" e alteram totalmente o seu comportamento. Alertados do perigo, os glóbulos brancos como que despertam do seu monótono passeio e servem-se da sua capacidade única de mudar a sua forma e rapidamente aparecem onde as bactérias atacam.
Comprimem-se, passam entre as células das paredes capilares e dos tecidos, encurtam o caminho para chegar ao local da batalha. Assim que aí chegam é evidente que os glóbulos brancos fazem parte de um grande exército de soldados altamente especializados. Existem vários tipos de glóbulos brancos e cada um deles ataca o seu inimigo com coragem. Primeiro vem a infantaria, os neutrófilos. Estes glóbulos têm uma grande coisa a seu favor: a quantidade.
A nossa medula óssea produz cerca de cem biliões de neutrófilos todos os dias. A sua função é engolir o inimigo. O seu corpo, parecido com as amibas, lança-se ao redor da substância estranha, desinte­gram o invasor que fica prisioneiro nas suas enzimas. Depois de ingerir entre cinco a cinquenta bactérias e absorvida as mortíferas toxinas do invasor, o neutrófilo morre em batalha. Morrem aos biliões em sucessivos contra-ataques. Mas isso é apenas o começo.
A seguir vêm os soldados arrasadores, chamados macrófagos, os fortes soldados do corpo. Aumentam de cinco a dez vezes o seu tamanho original quando chamados para a batalha. Cada uma dessas células "Golias" pode devorar uma centena de invasores e sobreviver. Macrófago significa "grande devorador" e é exactamente o que fazem numa fracção de segundo.
Os macrófagos são também especializados em emboscadas. Quando enfrentam um inimigo particularmente grande ou resistente, várias dessas células fundem-se para formar o que é chamado "célula gigante" e em seguida atacam o invasor com as suas enzimas combi­nadas. Esse contra-ataque prepara o caminho para outro tipo de glóbulos brancos entrarem em combate.

As linfocitárias, parecem assassinos treinados. Cada uma tem a missão de destruir um tipo particular de bactéria, reconhecem o inimigo entre todos os outros e perseguem-no com toda a intensidade. A célula linfocitária é particularmente mortal, envia ao sistema imunológico do nosso organismo a arma mais eficaz contra as bactérias: os anticorpos.

Todos já ouvimos falar dos anticorpos. São como mísseis teleguiados que buscam uma certa presa com precisão absoluta e a destroem. São mísseis inteligentes. Essas correntes de aminoácidos em forma de Y enviam enzimas mortíferas na corrente sanguínea do orga­nismo. Às vezes um grupo de anticorpos agrupa um número de bactérias para que se tornem um alvo fácil para os fortes soldados (macró­fa­gos) devorarem.

Bem, outro tipo de linfocitária é a célula T, também faz parte dos glóbulos brancos. Estas células actuam como comandantes de campo na batalha. Enviam sinais que aumentam a fúria do combate. Acirram a actividade dos glóbulos brancos ao máximo: além disso, calculam constantemente a situação, de forma a manter uma resposta defensiva adequada.

Todos os elementos do sistema imunológico comunicam entre si de maneira que pouco entendemos. Todo o contra-ataque dos glóbulos brancos, em todas as suas diferentes formas, é cuidadosamente coordenado. Da infantaria aos fortes soldados, dos mísseis teleguiados aos comandantes de campo, sabem exactamente o papel que devem desempenhar no combate. Assim que o invasor é derrotado, o exército volta ao seu estado normal. O delicado equilíbrio da química do corpo é mantida e os glóbulos brancos voltam a arrastar-se ao longo das paredes dos vasos sanguíneos como se nada tivesse acontecido.

Sabem, quando pensamos neste maravilhoso exército de comba­tentes que corre pelas nossas artérias, veias e vasos, formulamos uma pergunta interessante: como surgiu este complexo sistema imunológico? Muitas pessoas dizem que nós somos o resultado da evolução! Se a evolução é a resposta às nossas perguntas sobre a origem da vida, como foi possível que este sistema tão complexo tenha evoluído em simultâneo?

Quanto mais pensamos sobre este assunto, mais complicada é a resposta. Sabem porquê? Todos estes guerreiros sofisticados e especializados do nosso corpo precisam uns dos outros. Os glóbulos brancos são essenciais no esforço de guerra contra os invasores do nosso organismo, têm a capacidade de defesa, mas sem os sinais de certas células, perderiam o controlo, estariam completamente desor­ganizados.

Os grandes devoradores, os macrófagos, também necessitam das mensagens químicas para entrarem em acção. Seriam inúteis se não fossem bem orientados no ataque. Outros glóbulos brancos, por sua vez, não podem agir sem os grandes devoradores que não só consomem a maior parte dos invasores, mas limpam os resíduos após a batalha. Em suma, tudo depende de tudo, uns dependem dos outros. Cada parte contribui para o delicado equilíbrio do todo.

Certamente já ouviram falar de pessoas vítimas de doenças raras que precisam de passar a vida em lugares completamente esterilizados, assépticos, isto é, lugares isentos de todo agente patogénico. São pessoas que têm que ser protegidas de todo contacto directo com o mundo exterior porque qualquer infecção poderia matá-las. Já tive uma irmã nesta situação, com 40 anos, sofria de leucemia, eu falava com ela através de intercomunicadores, via-a através do vidro, mas não lhe podia tocar.

Há algum tempo falou-se muito de um menino português, que vive nestas condições. Nasceu sem as células linfocitárias B e T. Ele tem agora dez ou onze anos de idade. O seu corpo não consegue combater as bactérias. Possui suficientes glóbulos brancos da infantaria, os soldados fortes; tem também biliões de grandes devoradores fluindo da sua medula óssea todos os dias. Mas, é impotente contra as infecções. Porquê? Porque falta uma parte do sistema às células linfocitárias, os tais glóbulos que chamamos “assassinos”.

O que o exército das células brancas do sangue sugere é que Alguém de infinita inteligência as projectou, as concebeu, as criou e colocou no lugar certo e para realizar a tarefa necessária à vida. Esse Alguém é o Omnipotente Criador que a Bíblia nos apresenta. As Escrituras engrandecem este Deus que tem demonstrado uma habilidade tão notável como Criador.

Medite nestas palavras: Salmo 139:13-14 "Pois Tu formaste o meu interior, Tu me teceste no seio de minha mãe. Graças Te dou, visto que por um modo assombrosamente maravilhoso fui formado!”

De forma tão maravilhosa fomos criados! Após observar o modo maravilhoso pelo qual as nossas células contra atacam e vencem todos os invasores, eu diria, no mínimo, que este Criador está do nosso lado. E é precisamente isso que as Escrituras proclamam bem alto. Eis a confiante promessa de Deus feita através do profeta Isaías 49:25; "Por certo que os presos se tirarão ao valente e a presa do tirano fugirá porque eu contenderei com os que contendem contigo e salvarei os teus filhos."

São as palavras de um guerreiro confiante, e Deus faz estas afirmações em nosso favor. Ele contenderá com qualquer um que se atreva a fazer-nos mal, que nos queira ferir, magoar, destruir. É isso que Deus já faz nos nossos glóbulos brancos destruindo bactérias aos biliões a cada hora que passa. Louvado seja o Criador!

Isaías não está sozinho ao apresentar o Senhor Deus como um guerreiro. Nos Salmos encontramos um Deus que prende uma espada ao cinto, cavalga para vitórias como um guerreiro especial e marcha através (imagem de Jesus no cavalo branco-goosalt) dos portões de Sião, um herói conquistador, poderoso na guerra. Ele diz que vence até o Leviatã, o símbolo de tudo o que apavorava os antigos, e esmaga a sua cabeça no mar.

Trata-se definitivamente de alguém que quer estar do nosso lado. O que a Bíblia diz repetidamente é que Ele está, de facto, ao nosso lado. O profeta Sofonias realça esta mesma verdade:

"O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar: Ele se deleitará em ti com alegria." Sofonias 3:17

Aqui está um Deus que se deleita em estar ao lado daqueles que Ele salva do perigo. Deus exulta porque colocou dentro do homem e da mulher, da criança quando ela é ainda um feto, um sistema que o pode salvar! Deus, alguma vez vos pareceu um Ser demasiado distante?

Meu amigo, minha amiga, tem dificuldade em crer que Ele pode realmente fazer a diferença na sua vida? Dar a paz! Rogo-lhe que tire esse pensamento da cabeça, porque esse pensamento impede Deus de estar plenamente livre para o defender. Nós podemos colocar entraves para que Deus não se manifeste nas Suas multiformes acções para nos defender. E então ficamos como aquele menino, sem defesas!

É verdade, às vezes acontecem tragédias que diminuem as nossas certezas. Todo o ser humano está exposto ao vendaval da vida, das tentações, das agressões externas. Quero assegurar-vos com toda a sinceridade, que Deus é um amigo íntimo de todos aqueles que O chamam! Quer chamá-Lo esta noite?

Se duvida, coloque os dedos no pulso, sinta o ritmo que envia o "rio da vida" que faz o sangue correr nas veias em todo o seu corpo. Podemos sentir o Criador que continua a lutar por cada um de nós, neste mesmo instante!

Nem sempre conseguimos ver as coisas como deve ser! Às vezes acontece pensarmos que as coisas são de uma maneira e elas são de outra. No que se refere a Deus não conseguimos ver sempre as coisas muito claras. Claro que toda a gente diz que as coisas na Bíblia são facilmente compreensíveis e que elas revelam a verdade com grade transparência. Sim é verdade! No entanto se começarmos a ler no livro de Juízes, e vermos as guerras que existiam entre o povo de Deus e os povos vizinhos, ficamos tão confusos que até nos apetece deixar a Bíblia de lado. Tudo nos parece desfocado.
Já alguma vez começou a ler a Bíblia e teve que a colocar de lado porque não compreendia o que está escrito? Isso passou-se comigo ao princípio! Mas hoje leio e compreendo tudo. Antes, parecia-me quando a lia que tudo estava desfocado, hoje, é simples e clara.
Recordo uma experiência que vivi há uns anos, era Sábado, tinha apresentado várias conferências naquele dia e sinceramente estava muito cansado. Eu não conhecia bem a cidade, um amigo levou-me, mas como havia muito trânsito deixou-me perto do local onde eu ia pernoitar. Um homem vem na minha direcção a fazer alguns gestos, pensei que pretendia alguma informação. Parou à minha frente e eu parei, de repente estendeu a mão e tirou-me os óculos e fugiu!
Fiquei ali no passeio, via as pessoas, mas não conseguia distinguir o rosto. Queria perguntar onde ficava o meu hotel, mas hesitava muito porque não via com nitidez as pessoas e por outro lado tinha consciência que estava perto e não queria parecer ridículo. A verdade é que estava a poucos metros, mas sem óculos estava tudo desfocado: as pessoas, o local e mais ainda a porta do hotel que eu procurava ansiosamente.
Nós sentimos que Deus nos ama, sabemos que Ele está próximo de nós, ao nosso lado, porém com o tempo e o pecado ficámos míopes espiritualmente, e apalpamos, cambaleamos e queremos encontrá-
-Lo, porém às vezes parece-nos muito longe: por isso repito e peço, coloque o dedo indicador na veia do pulso e sinta o sangue correr e pense que Deus está tão próximo que Ele vigia pela sua vida, para que tudo corra bem.
Permitam-me que diga de coração aberto, que é nos Evangelhos que encontramos em toda a Sua beleza e poder: Jesus! E é em Jesus que podemos ver Deus com toda a nitidez. Jesus é a única imagem de Deus completa e nítida.
Jesus disse aos discípulos: “Quem me vê a Mim vê o Pai. …Eu estou no Pai e o Pai está em mim”. João 14:9-11
Jesus é Deus visto com nitidez. E em Deus não há absolutamente nada que não seja semelhante a Cristo. Se há algo no Velho Testamento que parece estar em conflito com o carácter de Cristo, é porque há alguma coisa que ainda não compreendemos.
Há dois lugares – pelos menos – nos evangelhos em que o carácter de Deus brilha tão intensamente que os meus olhos ficam marejados de lágrimas, e sinto um nó na minha garganta. Um deles é o Calvário. O outro encontra-se em três histórias que Jesus contou para ilustrar uma característica chave do Seu Pai.
O capítulo começa com os fariseus a murmurarem acerca de Jesus: “Este recebe pecadores, e come com eles”. Lucas 15:1-2
Estes fariseus eram as pessoas respeitáveis desse tempo e eram especialistas a chamar aos outros “pecadores”. Eles tinham um provérbio: “Há alegria no Céu por um pecador que é destruído diante de Deus”. Jesus sabia isso e deliberadamente apresentou uma imagem oposta do Seu Pai: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.” Lucas 15:10
A primeira das três histórias fala de um pastor que possuía cem ovelhas, uma das quais se tinha perdido. Ele deixou as noventa e nove no redil e, por terreno perigoso, foi em busca da ovelha perdida, até que a encontrou. Então o pastor voltou para a sua aldeia com a ovelha perdida deitada sobre os seus ombros. E toda a comunidade se alegrou com ele.
Houve um grande clamor de alegria e uma festa de agradecimento. Jesus disse: “Digo-vos que assim haverá maior alegria no Céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” Lucas 15:7
O Céu faz uma festa sempre que um ser humano, sozinho e perdido decide voltar ao calor e luz da presença do Pai. E o Pai, Deus é o mais feliz de todos!
A segunda história refere-se a uma mulher que perdeu uma das moedas da sua fita de cabelo. Esta não era uma moeda vulgar; simbolizava a sua condição de mulher casada. As casas judaicas tinham chãos de terra cobertos com palha que não era mudada com frequência. O quadro é de uma mulher que vasculha entre a palha suja, com uma candeia numa mão, até que achou a moeda. Aqui está uma imagem de como Deus, em Jesus, veio das glórias do Céu para nos procurar a si e a mim, entre o lixo da Terra. Quando a mulher encontrou a moeda, chamou os vizinhos para uma festa: “E quando a encontra, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comi­go; achei a dracma perdida.” Lucas 15:9. Quando Deus o encontrou a si, e me encontrou, houve uma festa especial no Céu.
A terceira história representa o clímax: a parábola do rapaz perdido, ou também conhecida como a parábola do Filho Pródigo. Das três coisas que estavam perdidas – a ovelha, a moeda, o filho – poderia esperar-se que o filho fosse de longe o mais valioso. No entanto, quando a ovelha se perdeu, houve uma busca nocturna até que foi achada. Quando a moeda se perdeu, houve a busca entre o lixo do chão até que foi encontrada. Mas, quando o filho se perdeu, não houve busca.
Por que razão?
As moedas representavam pessoas agradáveis, brilhantes, como os fariseus, nem sequer sabem que estão perdidas. Não têm o mínimo sentimento espiritual e não sentem qualquer necessidade espiritual estão perdidas e não sabem que o estão. Que não seja esta a nossa situação! É o meu grito!
As ovelhas sabem um pouco mais do que as moedas. Representam o que os fariseus chamavam “pecadores” – as pessoas vulgares – do tempo de Jesus. Sabiam que estavam perdidas, mas não sabiam o que fazer. Tinham sentimentos espirituais. Mas não são capazes de decidir por elas próprias. Estão presas ao rebanho, não se importam com o pastor, o importante é o rebanho, é ver muitas ovelhas!
Mas o filho sabia que estava perdido – e estava feliz com isso! Sabia qual o caminho de regresso a casa, mas escolheu não o seguir.
A história encontra-se também em Lucas no capítulo 15, do versículo 11-32. E começa quando o mais novo de dois filhos foi ter com o pai e disse: “Quero a minha parte do teu dinheiro agora. Vou partir. Não posso esperar até que morras”. O pai tinha empregados e podia ter-lhes ordenado que amarrassem o filho e o prendessem num quarto fechado, até que ganhasse juízo. Mas essa não é a forma de Deus agir. E o Pai, nesta história, representa Deus! O primeiro princípio do governo de Deus é a liberdade de escolha; se alguém quer deixar a sua casa e ir para longe, é livre de o fazer.
No país distante, o filho achou que tinha trocado uma bicicleta por um BMW! Que podia viver a vida a toda a velocidade! Ele pegou em toda a fortuna que o Pai lhe deu, dava para gastar à vontade enquanto vivesse. Mas ele esbanjou tudo em pouco tempo e ficou falido.
Diz a parábola que sobreveio uma grande fome sobre a terra. A fome não começou no dia em que o jovem tinha gasto todo o dinheiro. A fome já existia, a fome está sempre na sombra, a fome está sempre à espreita de um descuido nosso para aparecer! Quantas pessoas que nós chamamos os “sem abrigo” vêm de famílias abastadas! Tinham bons empregos, mas um dia saíram do caminho!
Aquele país não tinha nenhuma provisão para os que ficavam sem meios de vida. Não tinha sistema de apoio social. Não havia o voluntariado. Prevalecia a lei da selva. Quando alguém ficava sem meios de subsistência, os habitantes com posses diziam: “Miserável! Desaparece!” É o que normalmente acontece! Ninguém quer saber a sua história, até os familiares têm vergonha, não se querem identificar!
O país distante tem um lugar, um nome, para os filhos e filhas perdidos. É o desespero, é a droga, é dormir na rua dentro dum caixote. O filho perdido, ainda assim teve sorte, encontrou um trabalho. Guardar porcos, mas o salário, era poder comer com os porcos e a comida que os porcos comem.
Então, disse Jesus que estava a contar a história, ele “caiu em si”. De repente, viu as coisas claramente. Na casa do seu pai havia três categorias de pessoas: os filhos – parte da família, que partilhavam dos bens do pai; os escravos – que tinham segurança e eram olhados como um prolongamento da família; os trabalhadores assalariados – na base da escala social – que podiam ser assalariados e despedidos quando já não fossem precisos!
No chiqueiro, o filho mais novo disse: Lucas 15:17 “Quantos trabalhadores de meu pai, têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome.”
Então começou a ensaiar o que havia de fazer. Voltaria para casa do seu pai. Prostrar-se-ia. E diria: Lucas 15:18-19 “Pai, pequei contra o Céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho.” Tudo isso era bem verdade. Mas também pensou acrescentar: Lucas 15:18-19 “Trata-me como um dos teus empregados assalariados.” Isso significava que ele não compreendia o seu pai. Ele achava que podia compensar os pecados passados com as boas obras do futuro. Que podia, por outras palavras, ganhar o favor do seu pai, fazer a sua própria expiação. Ele estava completamente enganado!
Aqui está como Jesus continua a história: “Levantou-se, pois, e foi para o seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se ao pescoço e o beijou…” Lucas 15:18-20
Este é certamente o quadro mais acolhedor e caloroso de todos. O pai nunca tinha desistido do filho desencaminhado. Dia após dia, os seus olhos tinham examinado a estrada que vinha do país distante, perscrutando cada nuvem de pó em busca da silhueta do seu filho. Quando, um dia, a silhueta apareceu, ele dificilmente a reconheceu; mal arranjado, cansado, andrajoso. As cicatrizes do pecado deformam, distorcem e desfiguram. Mas assim que a luz do reconhecimento atingiu a retina dos olhos do pai. “Ele correu”.
Quando eu era menino, tive um amigo judeu, eu creio que era judeu, ou então era cigano. Brincávamos juntos, um dia entrei a correr em casa dele. Na sala estava um caixão, todos os seus familiares estavam vestidos de preto e sentados sobre cadeiras na sala. Não choravam, mas estavam tristes. Era criança e rapidamente aproximei-me do caixão e vi que estava vazio. Pensando que ia dar uma grande notícia, disse:
-          Está vazio!
Rapidamente o pai do meu amigo, pegou-me por um braço e pôs-me de casa para fora. Depois soube, que o irmão mais velho do meu amigo não tinha morrido. Tinha casado com uma rapariga que não era da sua raça, os pais consideravam que estava morto.
Esta parábola do filho que saiu de casa já existia no tempo de Jesus, era contada pelos judeus aos seus filhos, mas o filho que sai de casa é o filho perdido, que morre. Não volta para casa, o pai não o receberia. Não há esperança. Jesus sabia que era isto que os sábios judeus acreditavam, mas Jesus é o Filho de Deus. E está a ensinar que esse não é o carácter de Deus. Quando o filho volta para casa. Jesus ensina que o Pai corre, abraça e beija o filho que volta.
O rapaz cheirava a chiqueiro de porcos. Mas o seu pai não esperou que se lavasse. Abraçou o seu filho. Ele sabia que fosse o que fosse que o seu filho tivesse para dizer era melhor dizê-lo com a cabeça apoiada no ombro do pai.
Foi a atitude do pai que comoveu o coração do rapaz e o levou ao arrependimento. Na pocilga, ele tinha feito uma decisão puramente prática. Quando a sua cabeça se encostou ao ombro do pai tudo mudou. Ignorando o cheiro horrível, o pai depôs o beijo da justificação na sua face, mandando para o esquecimento os seus pecados.
Alguém quer receber o beijo da justificação de Deus? Alguém sente que a sua vida tem sido praticamente vivida no chiqueiro? Uma vida sem vida, sem alegria, sem esperança? Aceite o beijo na face, o beijo de Deus!
O filho fez a primeira parte do discurso que tinha preparado, mas não fez a segunda. Nos braços do seu pai aprendeu muito acerca do amor sem limites e da graça incomparável. Compreendeu que o pai sempre esteve do lado dele, mesmo quando ele estava longe!
A segunda parte do discurso que ele tinha preparado dizia: Deixa-me fazer a minha própria expiação. Deixa que a minha degradação continue. Deixa pagar o que fiz com o que vou fazer.
Mas o Pai não quis ouvir nada disso. O Pai disse aos seus servos: “Tragam depressa a melhor roupa, e vistam-lha”. Tendo esquecido completamente os pecados do filho, o pai deu-lhe uma roupa que simbolizava uma justiça que não era sua pessoal.
Jesus nestas parábolas, na Sua vida, veio caminhar na Terra dos homens e mostrar como é o carácter de Deus, o Seu amor. Jesus deixou na Terra as pegadas de Deus. E isto é o que iremos ver durante todas as noites.
Louvado seja Deus, porque o Seu amor é mais amplo do que a medida das mentes humanas!
Se pudéssemos fazer do oceano um tinteiro;
E dos Céus um rolo de pergaminho;
Se cada haste fosse uma pena.
E cada homem um escrivão de profissão,
Escrever o amor de Deus lá em cima
Faria secar o oceano,
E o rolo não poderia conter tudo
Mesmo que esticado de Céu a Céu.

F. E. Lehman

Oração: Esta noite ouviu boas notícias. Não podem ser melhores! Notícias acerca do amor de Deus, o nosso maravilhoso e amoroso Pai celestial! Ouvimos a Sua voz, podemos olhar para Ele com mais nitidez, por Jesus, podemos olhar para Ele e dizer: Pai querido que estás no Céu, perdoa-me, e deixa-me amar-Te cada dia da nossa vida. Dá-me o Teu poder para Te amar, no nome de Jesus. Amém.
José Carlos Costa, pastor

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