Para muitas mulheres e crianças o lar é o lugar mais violento da sociedade.
1.
A violência contra as mulheres
e as crianças é um significativo problema social e de saúde que virtualmente
afeta todos os segmentos da sociedade. A
Igreja Adventista do Sétimo Dia, assim como a maioria no restante da sociedade
tem deixado de compreender o escopo ou gravidade desse problema.
2.
O lar é o único lugar mais
violento na sociedade. Nos Estados
Unidos, um quinto de todos os cidadãos são vitimados sexual e/ou fisicamente
por volta de seus 15 a 17 anos.
I ABUSO FÍSICO
A A mulher está em maior
risco de ser estuprada, fisicamente ferida e mesmo assassinada em seu próprio
lar do que em qualquer outro ambiente. O
abuso conjugal é mais comum do que a combinação dos acidentes automobilístico,
das agressões por assalto e a das mortes por câncer, tendo a violência
doméstica como a causa principal de ferimentos em mulheres com idades entre
15-44 anos. Setenta por cento de todas
as mulheres assassinadas, nos EUA, foram mortas pelo ex-marido ou pelo atual ou
por seu companheiro. Um padrão similar
ocorre ao redor do mundo.
B Um estudo nacional
recente revelou que um em cada seis casais americanos experimenta, pelo menos,
um episódio de violência a cada ano. (1)
Em 3,4 milhões de lares, essa violência assume características graves
como chutar, socar, morder e estrangular.
As mulheres agredidas por seus maridos são surradas em uma média de seis
vezes ao ano. Os especialistas estimam
que de 25 a 34% de todas as mulheres são fisicamente agredidas por um homem de
sua intimidade durante sua vida adulta.
C Os estudos na Europa,
Ásia, América Latina e Caribe revelam que o abuso contra as mulheres acontece
em todos os lugares. (2) Nesses estudos, de 20 a 70% das mulheres
informaram haver sido vítimas de violência doméstica.
D O problema do abuso
pode ser especialmente grave entre os adventistas, porque uma pesquisa anterior
indica que a violência doméstica parece ser mais comum em denominações
religiosas pequenas e conservadoras.
II ABUSO SEXUAL
A O abuso sexual também
ocorre em grande escala em nosso mundo moderno.
Nos EUA, uma mulher é violentada a cada seis minutos e, pelo menos, uma
em cada cinco mulheres serão vítimas de um estupro ao longo de sua vida. 40 a 50% de todas as mulheres sofrerão algum
tipo de molestação sexual.
1.
Os dados internacionais revelam
que um a dois terços das vítimas de estupro estão na faixa dos 15 anos ou
menos. O
número de estupros é especialmente mais elevado entre as mulheres que
estão na idade dos cursos de II Grau ou superior, em muitos países. E meio
milhão de meninas são estupradas antes de concluírem o II Grau. A maioria dos estupradores não são estranhos,
mas pessoas conhecidas da vítima.
2.
A sedução de mulheres por
homens em posições profissionais (médicos, terapeutas, pastores, advogados e
professores) acontece também em todos os lugares.
Um estudo recente de ministros de várias denominações descobriu que um em cada quatro pastores admitiu haver-se engajado em alguma forma de comportamento sexual inadequado com uma mulheres de sua paróquia.
Um estudo recente de ministros de várias denominações descobriu que um em cada quatro pastores admitiu haver-se engajado em alguma forma de comportamento sexual inadequado com uma mulheres de sua paróquia.
III CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE
A O abuso físico e
sexual cobram grandes dividendos da saúde das mulheres. Os ferimentos das mulheres que sofrem a
violência conjugal incluem queimaduras, cortes, fraturas, choque e abortos,
como também ferimentos permanentes como danos às articulações, perda parcial da
audição ou visão, cicatrizes de queimaduras ou de facadas e mesmo a morte.
B As mulheres espancadas
têm também elevadas taxas de dor de cabeça, dores abdominais, dores musculares,
constantes infecções vaginais e desordens alimentares e do sono. A pesquisa recente indica também que a violência
doméstica pode levar à artrite, à hipertensão e a enfermidades cardíacas.
1.
Mais de um terço dos
atendimentos nos prontos socorros americanos são as mulheres com sintomas
relacionados com o abuso do cônjuge. As
mulheres que foram estupradas ou assaltadas também têm um custo médico duas
vezes superior ao das mulheres não-vitimadas.
Um relatório recente do Banco Mundial indica que o tratamento associado
com o estupro e a violência doméstica consome grandes porções dos parcos
recursos para a saúde e é aproximadamente o mesmo no mundo industrializado e em
desenvolvimento.
IV EFEITOS A LONGO PRAZO
A Para muitas mulheres
as conseqüências psicológicas do abuso são mais debilitantes do que o impacto
físico. Muitas mulheres vítimas de
relacionamentos abusivos vivem em um constante estado de temor e terror devido
ao abuso emocional, à humilhação e à constante ameaça à violência. Muito da violência dos homens contra as mulheres é motivado pelo ciúmes. O abuso muitas vezes indica a perda da
abertura e da confiança no relacionamento.
B O abuso também tem
conseqüências mentais de longo prazo.
Estudos nos EUA indicam que as mulheres que sofrem abuso requerem quatro
a cinco vezes mais tratamento psiquiátrico e têm cinco vezes mais probabilidade
de cometerem suicídio do que as mulheres não agredidas. O abuso é também um dos mais importantes
precipitadores das tentativas de suicídio entre as mulheres no mundo em
desenvolvimento.
1.
O impacto psicológico e físico
do estupro é também grave. Mesmo muitos
anos após o incidente as vítimas de abuso sexual têm mais probabilidades de
diagnosticar desordens psíquicas tais como depressão, consumo de bebidas
alcoólicas, consumo de drogas, desordens obssessiva-compulsivas e desordem de
estresse pós-traumático, do que as mulheres não agredidas. As vítimas, em todas as partes, devem também
enfrentar a vergonha e o estigma que as culturas imputam à violação
sexual. Em alguns países o estigma do
estupro é tão grande que as mulheres são levadas ao suicídio ou são
assassinadas pelos parentes para restaurar a honra da família.
V POR QUE OCORRE O ABUSO?
A O status inferior das mulheres - A maioria das culturas, na história mundial,
assume a inferioridade das mulheres.
Espera-se que os homens sejam fortes, agressivos e dominadores e que as
mulheres sejam passivas, submissas e dependentes. Muitos homens crêem que devem sempre estar na
liderança e serem pressionados para provar sua masculinidade em termos sexuais.
1.
O uso da força física ou
psicológica para impor a sua vontade em geral ou pressionar a mulher a um
relacionamento sexual não-voluntário pode ser um extremo de um comportamento
masculino culturalmente prescrito mas não um afastamento dele. De igual forma o papel subserviente no qual
as mulheres têm sido socializadas pode levá-las a aceitar passivamente os
esforços dos homens para iniciar o comportamento sexual.
2.
Não surpreende que a violência
doméstica ocorra mais freqüentemente nos lares onde o marido domina a tomada de
decisões na família e a esposa é uma dona de casa, sendo desiguais os recursos
econômicos de marido e mulher. Muitas
mulheres estão preocupadas com seu sustento econômico se abandonarem seu marido
violento. Historicamente, os empregos
abertos às mulheres, na maioria das sociedades, são inferiores em status e
pagam menos do que aos homens.
Atualmente, nos EUA, os homens com formação superior ganham, em média,
mais de $10.000 por ano do que as mulheres com o mesmo nível cultural.
B A violência parece uma forma de resolver o conflito - Na sociedade contemporânea a violência ocorre
de forma geral como um método de resolução de conflito. Nos programas da TV (desenhos), por exemplo,
a violência é a primeira escolha na resolução do conflito e vai às últimas
conseqüências, desde que a vítima socada ou explodida seja magicamente
restaurada na próxima gravura. Nos EUA,
um em três maridos, e uma em quatro esposas, crêem que “um cônjuge esbofetear o
outro” é um tanto necessário, normal ou bom.
De igual forma, a maioria dos estudantes do II Grau e do curso superior
crê que sob certas circunstâncias o uso da força é aceitável para obter a
relação sexual.
1.
Um modelo de violência - O comportamento abusivo é muitas vezes
aprendido pela experiência. Os homens que abusam de suas esposas têm grandes
possibilidades de haverem sido espancados quando crianças. As vítimas da violência muitas vezes
testemunharam a violência conjugal ou foram psicológica ou fisicamente abusadas
quando crianças.
O Uso e Mau Uso da Escritura
A Bíblia tem
sido usado para provar o apoio ideológico e moral para uma tradição da
superioridade do homem e para acentuar os rígidos limites para o comportamento
de maridos e mulheres.
a)
Efésios 5:21-33 é provavelmente
a passagem mais famosa usada para justificar o abuso contra as esposas da parte
de seus maridos. Muitos maridos crêem
que a ordem de Paulo em Efésios 5:22, “As mulheres sejam submissas a seus
próprios maridos”, dá-lhes a permissão para usar a força física. Muitas esposas aceitam a violência como parte
de sua porção na vida, ordenada por Deus.
b)
Essa visão interpreta mal os
ensinos de Paulo. Nessa passagem Paulo
apela para submissão mútua de ambas
as partes, marido e mulher (verso 21), e a ordem para as esposas se sujeitarem
a seus maridos deve ser equilibrada pelas três ordens de que os maridos amem às
suas esposas. Nove dos treze versos
descreve como os maridos devem nutrir e amar suas esposas. De igual forma, Paulo explicitamente
admoestou em Colossenses 3:19, “Maridos, amai a vossas esposas, e não as
trateis com amargura”.
c)
O conselho de Pedro em I Pedro
3:1-9 tem também sido mal interpretado.
Pedro encoraja as escravas e mulheres cristãs a desempenharem o papel
social ditado por sua cultura porque as pessoas de fora estavam acusando essas
novas conversas de impiedade, imoralidade e insubordinação. As esposas eram exortadas a envergonhar
aqueles que as estavam injuriando ao serem submissas, gentis, silentes e
virtuosas em seu comportamento a fim de
que pudessem ganhar seus maridos para Cristo.
Contudo, o verso sete dessa passagem apela aos maridos a terem
“consideração para com sua mulher”, e o verso oito encoraja a todos a serem
“compadecidos”.
CONCLUSÃO:
Soluções:
Não há
soluções fáceis para eliminar a violência contra as mulheres e as crianças, mas
há muito que os adventistas podem fazer.
A Como igreja, devemos
tomar uma posição decidida sobre a questão do abuso físico e sexual e prover
informação nos sermões, seminários, palestras e cursos sobre o abuso como um
comportamento inapropriado. Também é necessário o treinamento sobre a
paternidade.
O Que é Abuso?
(Entregar esta folha a
cada membro de Igreja)
O abuso contra a criança
inclui maus-tratos físicos, emocionais e sexuais.
O abuso físico é uma agressão deliberada contra o corpo que produz
ferimentos, tais como cortes, feridas, fraturas, queimaduras, e a desnutrição
seletiva das filhas.
O abuso psicológico ou emocional se refere a qualquer ação que ataca e
destrói a auto-estima da criança e prejudica sua função social, emocional,
intelectual e espiritual.
O abuso sexual se refere ao envolvimento ou exposição da criança a
atividades sexuais, incluindo prostituição forçada e mutilação genital
feminina.
O abuso contra mulheres pode assumir várias
formas. Pode ser físico envolvendo
empurrões, golpes, socos e o uso de armas perigosas e assassinato. A
agressão contra a esposa e a violência doméstica são outros termos usados
para descrever esses comportamentos danosos.
O abuso pode ser também sexual, envolvendo coerção e agressão sexual,
ou exigências para uma resposta sexual irrazoável.
No abuso econômico, a esposa é privada das necessidades básicas ou
acesso negado ao gasto de dinheiro.
Finalmente, o abuso psicológico envolve ataques verbais – crítica
intensa, xingar e molestação verbal – e a constante erosão de sua
auto-imagem.
O abuso também inclui impedimento de participação em atividades
normais, privações que ameaçam a vida e isolamento dos amigos.
|
Os homens
devem ser ensinados que Deus requer deles que assumam plena responsabilidade
por suas ações. A maioria dos homens
abusivos não admitem a existência do problema.
De igual
forma, as mulheres cristãs devem ser capacitadas e encorajadas a buscarem ajuda
e devem receber a certeza de que Deus as aprova quando dizem não aos homens
quando de um avanço sexual não desejado.
Tanto o agressor quanto à vítima devem receber a certeza da disposição
de Deus de perdoar todos os pecados, incluindo os pecados do abuso.
B Nós, como igreja,
devemos reconhecer a verdadeira dor provocada pelo abuso físico e sexual. Devemos prover oportunidades para a cura e
reconciliação daqueles que foram feridos, e confrontação e devida assistência
para os agressores. As igrejas e
associações/missões adventistas devem considerar a possibilidade de nomearem
pessoas respeitadas e sensíveis de quem as vítimas de abuso possam receber
apoio e devido encaminhamento. Muitas
mulheres hesitam em discutir seus problemas devido aos sentimentos de
auto-acusação, vergonha, fidelidade ao agressor ou temor.
Os grupos do
ministério da mulher podem prover esses ouvidores empáticos às vítimas. Vários países latino-americanos descobriram
que a simples criação de delegacias de mulheres facilitaram grandemente a
denúncia do abuso.
C A ignorância e o
estigma associados com a violência doméstica salientam grandemente a
necessidade de que os pastores adventistas e outros obreiros e voluntários da
igreja sejam instruídos com respeito ao abuso.
O tratamento insensível para com a vítima reforça a culpa e a
humilhação.
D Os ministros que provêem
serviços de aconselhamento pastoral devem ser treinados para enfrentarem o
abuso. Infelizmente, os procedimentos
padronizados de avaliação, na maioria das instituições de saúde, não incluem,
rotineiramente, questões sobre abuso físico e sexual.
E Como cristãos, devemos
estender a mão às vítimas de abuso em nossas comunidades. Cristo requer de Seus seguidores que cuidem
dos indefesos, feridos e sem um intercessor (Mateus 25:31-46). Algumas congregações devem estabelecer
abrigos para mulheres e crianças vítimas de abuso. Atualmente, nos EUA, há três vezes mais
abrigos para animais do que abrigos para mulheres, e um terço das mulheres que
buscam um abrigo não o encontram.
F A violência é um
indicador dramático do fracasso na comunicação e no relacionamento. Nossas congregações necessitam realizar
treinamentos para o controle da ira, nas capacidades de comunicação e nas
alternativas para a violência e na resolução do conflito. Esse treinamento nas capacidades
interpessoais deve iniciar cedo.
Necessitamos ensinar a nossos filhos como ouvirem e negociarem, como
expressarem seus sentimentos de forma regular e não destrutiva e a como
respeitarem os direitos e necessidades uns dos outros. As crianças aprendem a ouvir quando são
ouvidas e aprendem a respeitar quando são respeitadas.
G As abordagens eficazes
de intervenção devem prover assistência para toda a família. Todos os membros são afetados pela violência.
Estudos científicos
revelam que as mulheres praticam a violência contra os homens quase que com a
mesma freqüência do que os homens contra as mulheres. Parte dessa violência é em retaliação ou
autodefesa, ma muito dela é iniciada pelas mulheres. (3) Contudo, sendo que tipicamente os homens são
mais fortes do que as mulheres, eles têm menor probabilidade de serem feridos e
maior possibilidade de provocarem ferimentos graves em brigas violentas.
H As igrejas necessitam
estabelecer mecanismos para apresentarem o problema da sexualidade nas
congregações.
Resolver o
envolvimento sexual do clero-membro ao transferir o ministro para um novo
distrito é inapropriado e irresponsável.
A transferência do ministro não quebra o ciclo da repetição e possível
escalada do abuso sexual. Na maioria dos
casos o mesmo comportamento ocorrerá no ambiente de uma nova igreja. Os agressores reincidentes podem necessitar
serem removidos também da obra ministerial.
I A abordagem
tradicional do conselheiro tem apenas limitado o sucesso no tratamento da
maioria dos agressores. Há uma qualidade
compulsiva, repetitiva no comportamento de muitos agressores do sexo
masculino. Há pouca evidência compelente
da eficácia de longo prazo do tratamento.
Quando há a reincidência, isso exige um longo período, e o manter o
autocontrole é um trabalho de tempo integral para a vida toda, que somente pode
ser obtido com sucesso mediante a dependência da força divina.
A organização dos
Estados Americanos, o Banco Mundial e as Nações Unidas reconheceram
recentemente que a violência contra as mulheres é uma questão principal dos
direitos humanos e de saúde. A Igreja
Adventista do Sétimo Dia não pode sentar-se confortavelmente enquanto muitos
dos filhos de Deus estão sendo feridos.
Referências:
1
Murray A Straus e Richard J.
Gelles, eds. Physical Violence in American Familes (New Brunswick, N.J:
Transaction Books, 1991.)
2
Lori L. Heise, Alanagh Raikes,
Charlotte H. Watts, e Anthony B. Zwi.
“Violence Against Women: A
Neglected Public Health Issue In Less Developed Countries”, Social Science and
Medicine 39 (1990): 1165-1179.
3
Straus e Gelles; Lisa D. Brush,
“Violent Acts and Injurious Outcomes in Married Couples: Methodological Issues
in the National Survey and Families and Households”Gender and Society 4:56-67.
David R. Williams, Ph.D., M.P\H, M. Div., é professor
associado e cientista da pesquisa na Universidade de Michigan. Ruth Williams-Morris, Ph.D., é professora de
psicologia no Southern College, em Collegedale, Tennesse.
A
HISTÓRIA DA MARIA: ESTUDO DE CASO
Karen Flowers, Co-diretora do Departamento do Ministério da Família da Associação
Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Ada Garcia-Marenko, Diretora, Centro de Aconselhamento e Orientação e Professora
Associada do programa de Mestrado em Relações Familiares, Universidade de
Montemorelos, México.
Faça prática esta Ilustração!!!
INTRODUÇÃO
AOS APRESENTADORES DO SEMINÁRIO
O
objetivo desta apresentação é ajudar os participantes a compreenderem a
natureza do comportamento abusivo, a mensagem subjacente que faz com que a
mulher aceite o abuso e a forma pela qual as circunstâncias da vida de uma
mulher espancada limitam sua opinião.
Ele também pretende demonstrar os tipos de experiências de libertação e
crenças que podem tornar possível à vítima de abuso romper sua escravidão e
buscar ajuda.
Deve-se
tomar cuidado com o uso desse exercício a fim de assegurar que a pessoa que
fará a parte da vítima não seja de fato vítima de abuso ou, caso seja, que
processe devidamente seu abuso pessoal com um conselheiro profissional. A experiência é tão intensa para alguns que foram vítimas de abuso que o processar a
questão em uma seção de aconselhamento e fazer a parte da esposa, no drama,
pode infligir mais dor.
Uma
vez que a história é uma composição de cenários das vidas de muitas mulheres
espancadas, em várias partes do mundo, e uma vez que a dinâmica parece ser a
mesma globalmente, o casal deve usar nomes adequados para sua região.
A
idéia para essa apresentação é derivada de um exercício desenvolvido pelo
Duluth Project e por Ellen Penz. Ver o
livro de Marie M. Fortune, Violence in The Family; a Workshop Curriculum for
Clergy and Other Helpers (Cleveland, OH: Pilgrin, 1991).
O drama. Ao o narrador ler o script, alguém que faz o
papel da “vítima”, senta-se à vista de toda a audiência. Conforme indicação do narrador, os
participantes da audiência (previamente designados) colocam ou retiram as
mantas dessa pessoa.
Materiais necessários: Oito mantas; uma cadeira.
ESTUDO DE CASO
Maria, 35
anos. Seu marido Pedro pediu-a em
casamento quando ela tinha dezesseis anos. Ela tem três filhos: um menino e
duas meninas com idades de 9 a 14 anos.
Quando Maria era menina, ela sempre
ouvia seu pai proferir todos os tipos de palavras contra sua mãe, sempre que
ousava discordar dele. Mais de uma vez
Maria se encolheu atrás da parede, temendo pela vida de sua mãe enquanto seu
pai a espancava selvagemente sob a ameaça de jogá-la e às crianças na rua. Mas quando Maria respondia aos homens, sua
mãe a repreendia dizendo, “Você deseja se casar? Se for assim é melhor começar a aprender a
não responder aos homens da forma que o faz. Você é muito obstinada. Por que você insiste em ter sua própria
opinião?” À resposta de Maria de que ela
tinha de falar para que as pessoas soubessem como se sentia, sua mãe respondia,
“Você não sabe que o que as pessoas mais detestam é uma mulher que não pode
refrear sua língua?” Quando Maria
observava, “Você responde para meu pai!” Sua mãe suspirava, “É verdade, e você
sabe as conseqüências”. Mas quando
Maria concluía que o melhor era não se casar, sua mãe se desesperava, “Não fale
assim. Que tipo de mulher será você sem marido!”
(Peça a um participante para colocar uma manta sobre a
cabeça de Maria, cobrindo de seus ombros até o chão.)
Antes
de Maria chegar à adolescência, sua mãe deu-lhe a incumbência de ensinar suas
irmãs mais novas a cozinhar. Na
verdade, ela era responsável por todos os afazeres domésticos enquanto sua mãe
trabalhava como faxineira para obter dinheiro para comprar roupas para os
filhos. Seu pai entregava algum dinheiro
à sua mãe, mas este mal dava para comprar a comida, e ele exigia o que desejava
comer, não importando o custo! Sempre
que Maria reclamava que queria continuar seus estudos, sua mãe respondia que
para a mulher o estudo não era tão importante quanto para o homem. Ela era necessária em casa e não podiam ficar
sem a sua ajuda. Ela também recebeu a
mensagem de sua mãe de que era mais difícil para uma menina instruída encontrar
um marido, porque os homens gostam de se sentir superiores e sentem-se
ameaçados por mulheres com muita instrução.
Mediante essas e outras mensagens sutis, Maria aprendeu a considerar os
homens como seres superiores, como senhores do lar e da vida das mulheres. Maria foi ensinada que sua função era ser uma
esposa obediente, trabalhadora, altruísta que não questionasse as palavras ou
decisões do marido já que os “homens sabiam melhor”. Ela devia ser dependente dele; o cuidado e
afeição dele seriam em troca de sua obediência e devoção.
Seu
irmão estava recebendo lições muito diferentes quanto a seu papel na família e
no mundo. Ele estava sendo preparado
para assumir a responsabilidade, para governar sua família com autoridade. Quando menino foi enviado a um internato.
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