Você acha importante para a criança acreditar que existe Deus? Acha importante também que a criança tenha uma religião? Será que o futuro da criança é moldado pelo que ela começa a acreditar na infância?
Uma das necessidades básicas da criança é o relacionamento com os outros. Se ela tem tal necessidade satisfeita, provavelmente irá adquirindo uma confiança básica, e isto é o início do “crer”.
Então podemos dizer que na infância se forma a atitude de confiança ou desconfiança perante a vida.
Uma escritora muito famosa disse o seguinte: “As primeiras lições impressas na criança, raras vezes são esquecidas. . . As impressões feitas no coração, no princípio da vida, são vistas em anos posteriores. Podem estar sepultadas, mas raras vezes serão apagadas.” Orientação da Criança, págs. 193 e 194.
Nessas relações interpessoais da infância, os pais ou substitutos, exercem uma influência muito importante. Podemos dizer com certeza que o conceito ou a imagem que a criança tem de Deus, é em grande parte a imagem mental que ela tem de seus pais ou substitutos.
A criança tem a tendência de atribuir a Deus as mesmas características emocionais que percebe nos pais ou nas pessoas com as quais ela mantém um relacionamento significativo.
Isto é: se os pais transmitem carinho, segurança e amizade, a criança tenderá ver a Deus assim. Se, pelo contrário, os pais forem rudes, impacientes, agressivos, ela tenderá sentir que Deus é assim também, mesmo que ela, quando crescer, aprender que Deus é bom, amigo e fiel.
E o que é desagradável é que muitas vezes o que mais, marca ou impressiona os pequeninos são as características mais negativas do comportamento dos adultos, o que vai influenciar no conceito deles a respeito de Deus.
Existem três fatores básicos na formação da estrutura da personalidade de uma criança. Estes três fatores são: amor, disciplina e independência. Qual o tipo de amor que é bom? No contexto de que estamos descrevendo, seria aquele que expressa o seguinte: “Eu o amo meu filho, não pelo que você faz ou deixa de fazer, mas só porque você é você.”
E não é este o amor com o qual Deus nos ama? Em Romanos 5:8 nós lemos: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
Deus não esperou para nos amar quando não tivéssemos pecado nenhum. Ele Não nos amou porque O amamos e pedimos o Seu amor. Pelo contrário Deus nos amou primeiro e enviou o Seu único Filho para nos livrar de toda maldade e perigo.
Que grandioso amor!!! O amor divino é incondicional. Quer dizer: Deus nos ama em todo momento, em qualquer circunstância, sejamos ateus, católicos, evangélicos, estejamos na igreja ou fora dela, estejamos pecando ou não! Deus nos ama, porque Ele é amor.
É muito importante a manifestação de afeto e carinho dos pais pelos filhos. Os filhos precisam ouvir palavras de amor da boca dos pais. É preciso demonstrar amor por meio de palavras.
Quando a criança errar, censure o ato errado, não a pessoa dela. Não há contradição entre dar umas palmadinhas na criança por causa de seu mau comportamento e depois abraçá-la e dizer o quanto gosta dela e que boa criança ela é.
Também é importante elogiar a criança pelo que ela é, e não que pelo que faz. É como fazermos elogio quando o filho traz o boletim da escola com boas notas, ou quando faz algo correto, isto é certo.
Esses, porém não deveriam ser os principais momentos de elogiar as crianças. Elas precisam também ser afagadas e elogiadas quando não estão fazendo nada especial.
A disciplina é importante porque vivemos numa sociedade organizada e é melhor aprendermos a nos organizar com quem nos ama do que no futuro com pessoas que não terão o mesmo afeto que nossos pais têm conosco.
É importante lembrar que disciplina não é castigo. Castigo relaciona-se mais com retribuir o mal praticado. Disciplina significa uma ação dirigida para se obter uma finalidade. A criança é disciplina porque queremos ajuda-la a tornar-se melhor.
Eis algumas regrinhas simples sobre disciplina:
1. 1. Estabeleça autoridade: as crianças precisam aprender que seus pais merecem confiança e que devem ser obedecidos.
2. 2. Seja coerente: evite que o pai dê uma ordem e a mãe outra. Também é bom que os pais fiquem firmes em relação às pessoas bem intencionadas, que podem estragar a disciplina das crianças. Essas pessoas podem ser avós, tios, irmãos mais velhos, empregadas e outros.
3. 3. Censure o ato, não a criança. Há uma diferença muito grande em dizer: “Você é mal, porque bateu no seu amiguinho” e “Não está certo bater no seu amiguinho e não vou deixar você fazer isso.”
Enalteça os aspectos positivos da religião e da Pessoa de Deus, não que Deus tenha aspectos negativos. Nós é que podemos transmitir pela nossa conduta tais características negativas que as crianças acharão que Deus também possui.
Evite colocar a Jesus como ficando zangado ou triste porque a criança não come, não quer ir à igreja ou então porque não fez direito o dever de casa. Isso não pode ser dito porque não é verdade. Jesus não fica zangado e também não chora porque a criança deixa de fazer isto ou aquilo. Fale de um Deus carinhoso, amoroso, preocupado com o nosso bem estar, nossa educação, não de um Deus zangado ou chorão.
Precisamos pensar muito mesmo no fato de que nós, somos “deus”, para os nossos filhos. O que eles estão pensando e sentindo que Deus é, está ligado ao que somos para eles como pessoas.
Importa então que melhoremos nossa relação para com eles a fim de que se animem a procurar a Deus e permanecer com Ele, porque Ele é amigo fiel, amorável e bom.
Se nos tornamos mais amigos de nossos filhos, se eles podem sentir mais confiança em nós, se nos procuram como um amigo ou uma amiga, se damos espaço para isso, estamos representando bem a Deus para eles, fazendo nossa parte em sua educação religiosa.
Que a comunhão diária com Cristo resplandeça diariamente em nós para sermos um exemplo cristão para os nossos filhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário