segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

SERMÃO - CASAMENTO

Intr.: 1. Ler I Cor. 13:4-8, 13... 2. Diletíssimos nubentes, após haverdes satisfeito as formalidades legais que regem o estado matrimonial em nossa sociedade, fazeis bem em comparecerdes diante de Deus em busca de Sua aprovação e bênção para a vida conjugal que agora se inicia. 3. Esquecei, por um momento só, os excitamentos desta ocasião festiva e, em profundo e humilde recolhimento e confiante tranqüilidade, permiti que o Espírito Divino vos transforme o coração em incensário sagrado. 4. Incensário no qual as chamas do amor de Deus e do amor a Deus estejam sempre a arder com brilho fulgurante, iluminando a vereda que propusestes palmilhar juntos. 5. Que o vosso coração seja sempre um altar sagrado do qual se ergam aos céus as nuvens voláteis do aroma de uma vida inteiramente dedicada a Deus e à Sua igreja na terra. 6. Queimai, neste altar, o incenso de vossa perene gratidão pelo dom da vida, pela juventude exuberante e feliz que desfrutais, pelos sonhos que agora se concretizam, e acima de tudo, pelo dom inefável da salvação em Cristo. 7. Sim, dai graças a Deus pela instituição do sagrado matrimônio. 8. Instituição esta que, em sublime arrebatamento, deve transportar-vos ao primeiro e único lar perfeito e absolutamente feliz - o lar edênico. 9. E fazer-vos lembrar que é o desígnio divino restaurar aquela felicidade em cada lar cristão. 10. Com certeza cumprirá Ele Sua aspiração em vosso próprio lar, se tão somente permitirdes que Cristo seja sempre o "Alfa" e "Ômega" de vossa vida conjugal. I. Diletíssimos noivos, o matrimónio é um diálogo. A. Um diálogo entre duas criaturas racionais, inteligentes, livres, entre as quais deve haver igualdade absoluta. 1. Igualdade de condições, de liberdade de escolha, de liberdade de expressão, e igual oportunidade para o desenvolvimento e crescimento das virtudes e potencialidades morais, intelectuais e espirituais de ambos os cônjuges. 2. Sim, o casamento é um diálogo que, com muita freqüência, termina cedo demais, lamentavelmente! a. E cujas conseqüências para os cônjuges, para a instituição da família, para a sociedade e para a nação são desastrosas e irreparáveis. 3. Em se tratando de cristãos, como sois, a quebra deste diálogo, por ser a negação do plano original de Deus para o homem, traz danos incalculáveis. 4. No propósito original de Deus, o diálogo, a comunhão entre os cônjuges devia continuar por toda a eternidade. 5. Com a queda do homem, Deus ordenou que o diálogo que agora inaugurais deve perdurar enquanto ambos vida tiverdes. B. Lemos no relato sagrado que Deus, após haver criado a Adão como a coroa das obras de suas mãos, viu que não era bom que o homem estivesse só; e disse: 1. "... far-lhe-ei uma adjutora (companheira)... e da costela que o Senhor tomou do homem, formou uma mulher e trouxe-a a Adão" Gên. 2:18, 22. 2. E disse Adão: a. "... esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne... Portanto deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" Gên 2:23-24. 3. Aparentemente, há neste relato um paradoxo curioso e intrigante. a. Deus viu que não era bom que o homem estivesse só, por isto fez-lhe uma adjutora. 4. Entretanto, se o autor do Gênesis segue certa ordem cronológica ao relatar os acontecimentos, já no sexto dia da semana da criação Deus declarou que tudo era muito bom. a. Adão já estava criado, mas Eva não existia ainda. b. Como podia Deus declarar que tudo era muito bom, mesmo sem Eva? c. Paraíso sem Eva? d. Que paradoxo! e. Não sabia Deus que Adão sem Eva estaria incompleto? f. E que sua vida seria solitária, infeliz, mesmo no Éden? g. Não sabia Deus que a criação sem Eva estaria incompleta? h. Teria sido a criação de uma companheira para Adão o resultado de um segundo pensamento de Deus? i. Como pode Deus declarar que "tudo era muito bom" quando a Adão faltava uma companheira? 5. Deus mesmo viu que não era bom que o homem estivesse só. a. Sem Eva, estaria o homem realmente só no Éden? b. Não visitavam os anjos celestiais com freqüência o Paraíso, e não entretinham conversações com Adão? c. E o Senhor Jesus, e o próprio Pai não eram hóspedes freqüentes do Éden? 6. O grande fato é que Adão sentia-se solitário, pois não havia possibilidade de diálogo de igual para igual entre Adão e os visitantes celestiais... a. Assim, Adão, enquanto lhe faltasse Eva, continuaria sua vida na solidão mesmo em meio à luxuriante beleza do Éden. 7. O onisciente Deus sabia de tudo isto! a. Por conseguinte, cremos que a criação de Eva era também parte do propósito original de Deus. 8. Mas, Deus, na Sua infinita sabedoria e amor, permitiu que Adão experimentasse por algum tempo a vida em solidão, e que ele mesmo viesse sentir a necessidade de uma companheira; isto capacitá-lo-ia a apreciar com mais intensidade o dom de Deus. C. Sim, a mulher é um dom de Deus! 1. A mulher é uma preciosa dádiva da bondade e do amor de Deus pelo homem. 2. Deus criou a mulher, instituiu o matrimônio, inaugurou o diálogo, transformou o Éden num Paraíso, pôs fim à solidão, completou a felicidade do homem. 3. E o lar deve ser ainda hoje o pequeno paraíso do homem. II. Mas aquele primeiro diálogo livre, espontâneo, aberto e franco, linhas de comunicação desimpedidas, durou pouco. A. Tristemente, muito pouco! 1. Lemos no relato sagrado acerca da primeira ruga, a primeira queixa, a primeira censura, a primeira acusação proferida pelo homem: a. "Senhor, a mulher que me deste por companheira... ela me deu da árvore, e comi." 2. Interrompeu-se o diálogo... a. Conseqüências desastrosas! 3. Quantos diálogos interrompidos, quebrados há no mundo! a. Diálogo, queremos deixar bem claro. b. Pois monólogo há em abundância, incontáveis. 4. Mas o matrimônio não deve ser um monólogo no qual um dos cônjuges fala e o outro ouve, um ordena e o outro obedece, um decide e o outro partilha das conseqüências da decisão. 5. Não! a. Matrimônio é comunhão, é participação, é um diálogo enfim de igual para igual. B. Mas o que teria motivado a quebra daquele diálogo idílico entre Adão e Eva? 1. Adão pecou, escondeu-se, fugiu, separou-se de Deus, e o resultado inevitável foi Adão e Eva alienados, separados um do outro também. 2. As linhas de comunicação verbal e de comunhão entre o homem e a mulher foram interrompidas porque as linhas de comunicação e comunhão do homem com Deus estavam cortadas. a. O pecado do homem separou-o de Deus. 3. Sim, o homem separou-se de Deus, e o resultado não podia ser outro. a. Diálogo interrompido! 4. Adão e Eva atiraram a primeira pedra da discórdia, da desavença, da incompreensão no grande oceano da vida, e aquela primeira onda que se formou espraiou-se até aos confins da terra e atingiu a humanidade. III. Mas graças a Deus, o diálogo não permaneceria quebrado. A. Alguém devia tomar a iniciativa para restaurar as linhas de comunicação. 1. Quem, Adão? a. Eva? b. O ofensor? c. O ofendido? 2. Ouçamos o relato bíblico: a. "E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?" 3. Que quadro extraordinário! a. O ofendido em busca do ofensor. b. O ofendido Deus tomou a iniciativa. c. Que prova de amor! d. Que lição sublime! 4. Deus, a parte ofendida, descendo do Céu para restaurar as linhas de comunicação que haviam sido cortadas pelo homem, e restabelecer o diálogo. 5. Diálogo sim, primeiramente entre o homem e seu Criador e, como resultado lógico, entre Adão e Eva, entre marido e mulher. 6. Graças a esta provisão dos Céus é que vós vos achais neste momento festivo perante o altar divino em busca de uma bênção especial. B. O diálogo que hoje iniciais será, sem dúvida, ameaçado freqüentemente. 1. Não alimenteis a ilusão de que tudo serão rosas e confetes, risos, sons, luzes, cores e perfumes... 2. Mas por entre espinhos, choro, ais, trevas e vendavais, o diálogo deve, com o auxílio divino, continuar enquanto ambos vida tiverdes. 3. E com a bênção divina, e a presença de Cristo no vosso coração, o diálogo continuará para a alegria de todos os que vos queremos bem, para a vossa própria felicidade, e para a honra e glória de Deus. Conclusão: 1. Há uma lição que desejamos que fique indelevelmente gravada em vosso coração, e que deve nortear vossa vida conjugal: 2. O diálogo livre, espontâneo, positivo, enobrecedor entre marido e mulher, é o resultado direto do diálogo e da comunhão livre e santificadora entre o marido, a mulher, e o seu Deus. 3. (Ao noivo)________________, faça uso legítimo de sua privilegiada condição de cabeça do lar. 4. Lembre-se de que, segundo o relato bíblico, a mulher foi o último ser criado por Deus, e também o mais terno e sublime. 5. Se o homem é a cabeça, a mulher é a sua coroa - uma coroa para o esposo que é a coroa visível da criação de Deus. 6. Portanto, ampare, proteja, e acima de tudo ame aquela que é a sua coroa e glória. 7. (À noiva)______________, seja sempre a glória e coroa de seu esposo. 8. Use legitimamente de sua exaltada posição de honra, sendo sujeita a seu marido, respeitando-o, e reverenciando-o no temor do Senhor. 9. (Aos noivos)__________e__________: Que a providência divina vos una com os indissolúveis laços do verdadeiro amor, e que desfruteis as alegrias de um lar verdadeiramente feliz!

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