domingo, 7 de junho de 2015

Manifestação de Santidade

 “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1.27).
INTRODUÇÃO
Alguma vez já abriu a sua Bíblia e encontrou nela uma nota de mil cruzeiros? Isso aconteceu com um cristão. Seu empregador não lhe pudera pagar naquele mês, e as contas estavam-se empilhando. Esse homem e a esposa oraram a Deus para que Ele cobrisse aquela necessidade de mil cruzeiros, a fim de que pudessem pagar as contas mais urgentes. Ninguém, senão Deus, conhecia a quantia certa.
Depois de assistir a um estudo bíblico no domingo à noite com um grupo na igreja, o crente abriu a capa de sua Bíblia e encontrou dentro dela o dinheiro necessário. Alguém tinha colocado essa quantia na Bíblia dele sem que percebesse. Deus fizera uso de outro crente para satisfazer as necessida­des imediatas daquela família.
Se Deus lhe desse oportunidade de ajudar um irmão necessitado, você estaria preparado para obedecer? Jó era um homem em harmonia com Deus e com as necessidades de outras pessoas. Nenhuma oportunidade para fazer o bem ou repartir aquilo que tinha, escapava a Jó. Sua santidade ou piedade era prática. (Fp 4.19.)
O TESTEMUNHO DA SANTIDADE (Jó 22.1-14)
Elifaz procurou justificar a sua teoria com relação ao sofrimento de Jó, acusando-o de hipocrisia. Elifaz já o havia acusado diretamente de proferir palavras ímpias sobre Deus (Jó 15.4-13). Agora, tornando-se ainda mais severo em seu discurso, Elifaz o acusa de pecados específicos contra seus semelhantes, que aparentemente provam o caráter perverso de Jó (Jó 22.1-14). Todavia, as acusações de Elifaz eram inventadas. Não passavam do resultado lógico de seu ponto de vista teológico sobre o sofrimento de Jó.
O raciocínio de Elifaz estava apoiado em um padrão correto. Ele simplesmente aplicou seu conhecimento fora do contexto. Jó não se enqua­drava na esfera do conhecimento espiritual de Elifaz. Nada podia ser mais correto do que o ensinamento de que Deus não é beneficiado por aquilo que o homem faz (Jó 22.2,3). Deus também não castiga os homens por sua reverência piedosa pelo Criador (v. 4). Com base nessas verdades, Elifaz argumentou que Jó só poderia ter pecado, para passar por tais aflições. O pecado de Jó deveria ter sido enorme (v. 5).
A vida santa deveria manifestar um comportamento reto nos assuntos de negócios (v. 6), no relacionamento com pessoas sem recursos (v. 7), com us viúvas e os órfãos (v. 9). Jó deve ter então pecado nessas áreas de responsabili­dade sociais. Elifaz chegou ao ponto de afirmar que os abusos de Jó nesse sentido eram freqüentes.
Segundo Elifaz, Jó não só tinha o caráter obscurecido pelos seus atos incorretos, como também demonstrava um racionalismo comum com ímpios (Jó 22.12-14). Elifaz acusou Jó da incredulidade tão mencionada nos Salmos, a qual nega que Deus nos céus tenha qualquer conhecimento das atividades humanas. Se Deus habita nas alturas do ceu (v. 12), como pode ver o que o homem faz? (v. 13). Com certeza as nuvens escuras do céu e a escuridão da noite escondem os homens de Seus olhos pesquisadores (v. 14).
A OBRA DA SANTIDADE (Jó 31.1-40)
Vamos estudar agora a resposta de Jó a Elifaz e aos outros. O ponto alto de suas palavras contém uma refutação, item por item, das acusações pouco razoáveis de Elifaz (Jó 31.1-40). A fim de ressaltar sua inocência, ele pede a Deus que o esmague com toda sorte de maldições, se fosse realmente culpado das acusações de Elifaz (w. 8,10,22,40). Jó alega que o testemunho que Elifaz buscou encontrar em sua vida estava presente nas suas obras reais.
A vida de Jó manifestava primeiramente uma separação do pecado no relacionamento com outros (Jó 31.1-12). Desde o principio ele acreditava que a perdição caberia aos perversos (w. 2,3). Tambem cria que Deus podia ver tudo o que fazia (v. 4). Por causa dessas duas convicções, ele tinha resolvido que jamais seus olhos olhariam com luxúria para qualquer moça (v. 1). Esta preocupação com os seus pensamentos estava de acordo com o interesse que mostrava pela vida mental dos filhos (Jó 1.5).
Se Deus tivesse de pesar Jó em suas balanças, ele tinha confiança em que seu peso seria justo (Jó 31.6). Ele não tinha enganado, defraudado ou cobiçado nada de seus semelhantes (vv. 5,7). O adultério é a síntese do engano, da fraude e da cobiça. Jó nega haver cometido este pecado social dos mais destruidores (w. 9-12). A maldição que Jó pediu que caísse sobre ele neste caso era a maior degradação que poderia sofrer o homem daqueles tempos: a posse da própria esposa por outro homem (v. 10).
A declaração de Jó quanto à sua separação do pecado é o seu próprio comentário à opinião de Deus de que ele era um homem que “se desviava do mal” (Jó 1.1,8). As palavras de Jó correspondem às de Deus. As palavras de Elifaz contradiziam a palavra de Deus.
Cinco áreas de atividade ou relacionamentos interpessoais são citadas por Jó, nas quais afirma ter praticado a santidade ou piedade: 1) relações com os servos (Jó 31.13-15); 2) relações com os oprimidos e faltos de recursos (vv. 16-23); 3) suas atitudes e atos com respeito à riqueza e idolatria (vv. 24-27); 4) relações com os inimigos e estranhos que passavam pela região onde morava (vv 29-37); e 5) suas práticas agrícolas, especialmente seu método de obter terra (w. 38-40).
Em lugar de proceder como um “descrente” (1 Tm 5.8), Jó cuidada das viúvas e dos órfãos em sua própria casa, assim como de todos que podia ajudar (Jó 31.16-18). Os nus não eram mandados embora famintos c com frio (vv. 19,20). Jó jamais levantou a mão contra os órfãos para tirar-lhes o sustento (v. 21). As maiores calamidades cairiam sobre ele, se pecasse tão terrivelmente diante do Deus Altíssimo (vv. 22,23).
Nenhum sentimento de adoração materialista ou dos corpos celestes tinha passado por sua mente, ou se revelado através de atos (vv. 24-27). Quando Jó afirma que sua esperança e confiança não estavam no ouro ou na prata, está indicando que sua esperança está em Deus (Veja Jó 13.15).
Os que odiavam a Jó não eram odiados por ele. Não se alegrava com a morte de seus inimigos (w. 29,30). Como o santo Abraão, ele também mostrava hospitalidade a todos os que passavam pelas suas terras (v. 32). Todos os que viviam na tenda de Jó constantemente o louvavam pelo fato de ninguém jamais ter sido proibido de comer à sua mesa (v. 31). (Rm 12.17-21; Hb 13.2.)
Diferente de Adão, ele não escondeu seus pecados dos homens ou de Deus (v. 33). Na verdade, não temia sequer ser rejeitado por Deus (vv. 35-37). Se Deus escrevesse alguma acusação contra Jó, ele a colocaria sobre o seu ombro e “atá-la-ia como coroa” sobre a cabeça para todos verem (w. 35,36). Jó estava tão certo de que a acusação estaria em branco, que acreditava poder colocar-se diante de Deus ousadamente, como um príncipe (v. 37).
A terra que Jó possuía e da qual cuidava, jamais clamaria contra ele por qualquer injustiça que tivesse feito (vv. 38,39). A maldição de Caim cairia sobre ele e suas terras, se tivesse obtido alguma parte delas através de fraude ou assassinato (v. 40). (Veja Gn 4.10-12.)
A definição de santidade no Novo Testamento é encontrada em Tiago 1.27. Nesse versículo são apresentados tanto o aspecto proibitivo da piedade (separação do pecado ou mundanismo), quanto o lado positivo (satisfazer as necessidades das viúvas e dos órfãos nas suas tribulações). Jó havia ficado perfeitamente à altura da definição do Novo Testamento quanto à verdadeira religião ou santidade. Ele se afastara do pecado (Jó 31.1-12) e tinha satisfeito as necessidades dos privados de recursos (Jó 31.13-40).
O que fez você durante a semana que passou para demonstrar um caráter santo? O pecado entrou em sua vida? Você mandou embora alguém necessitado? Lembre-se, não fazer uso de seus bens para o serviço de Deus é praticamente ateísmo, pois, na verdade, o amor de Deus é negado dessa forma (1 Jo 3.17).
EXAMINE A SUA VIDA
1. Você está preparado para obedecer a ordem bíblica de ajuda ao próximo?
2. Como vai o seu relacionamento com os irmãos na fé? E com seus inimigos?
3. O materialismo é ateísmo. Como você está evitando a tentação tão comum hoje em dia de “adorar” coisas?

4. Quantas pessoas tiveram contato com o Salvador através da sua hospitali­dade?

terça-feira, 2 de junho de 2015

TODOS PECARAM

Texto: Romanos 3.23
INTRODUÇÃO
Como foi a origem do mal? Teólogos e filósofos são unânimes em afirmar que esta é uma questão muito difícil de responder. A Bíblia não relata a época em que o mal aconteceu, mas infere-se que foi antes da criação do homem e mesmo antes da criação do universo material. Em João 8.44, Jesus refere-se a Satanás (o diabo) como existindo desde “o princípio”, palavra grega (archês) que significa uma existência anterior à criação (Jo 1.1). Em Judas 6, o escritor refere-se a anjos que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram a sua própria habitação, o céu. Portanto, o pecado não foi uma criação, mas teve a sua origem no coração de seres angelicais.
Se não sabemos como o mal se originou, não podemos contudo, negar a sua existência. O mal existe dentro de nós e ao nosso redor. Todos somos pecadores e praticamos o mal.
Este estudo tem como objetivo apresentar o ensino bíblico sobre o pecado na vida do homem.
O QUE E O PECADO?
Os teólogos de Westminster respondem; “Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus ou qualquer transgressão dessa lei”. Na minha opinião, este é o mais completo conceito de pecado pois se baseia no vocabulário bíblico.
Todo pecado é uma iniquidade que significa “transgressão da lei de Deus!” Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei( 1 Jo 3.4). Também toda iniquidade é pecado que quer dizer “injustiça”. “Toda injustiça é pecado” (1 Jo 5.17). Portanto, João nos ensina que tanto a transgressão quanto a não conformidade com a Lei de Deus são pecados. O pecado é uma oposição a Deus.
Em Romanos 3.23 lemos: “…pois todos pecaram e carecem da glória de Deus…”. Aparece a palavra “pecar” (hamartano) que significa “errar o alvo” ou “fracassar”. Indica tanto a disposição para pecado como o próprio ato de pecar.
Em Romanos 4.15, Paulo diz: “…porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão”. O termo “transgressão” (parabasia) traz a ideia de “passar do limite”, “desviar-se”, “transgredir ou violar”.
Em Efésios 1.7: “…no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça…”, aparece a palavra “pecado” (parap-toma), com sentido de “ofensa” ou “passo em falso que induz à queda”.
Conclui-se, pois, destas passagens, que o pecado é uma exaltação da vontade humana em oposição à vontade de Deus. É uma forma deliberada e ativa de viver em oposição ao Senhor e a sua Lei.
O PECADO ORIGINAL
Chama-se “pecado original” ou “primeiro pecado” aquela atitude de nossos primeiro pais quando tiveram de escolher entre as alternativas de obedecer a Deus e permanecer no estado de santidade em que foram criados ou desobedecer a Deus, cedendo à tentação e perdendo a sua natureza santa.
Berkhof define de forma tríplice “o pecado original”: primeiro, porque é derivado da raiz original da raça humana; segundo, porque está presente na vida de todo e qualquer indivíduo, desde a hora do seu nascimento e, portanto, não pode ser considerado como resultado de imitação; e, terceiro, porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que corrompem a vida do homem.
A santidade original do homem não era imutável. O homem, porém tinha o livre arbítrio de continuar ou não no seu estado de santidade. Mas porque Deus permitiu que ele caísse? Nenhuma resposta nos convence plenamente. O certo é que Deus colocara à prova o homem que Ele criou (Gn 2.8-17). O objetivo da prova era a transformação da santidade mutável do homem em santidade imutável e permanente da natureza em caráter santo. Se o homem tivesse resistido, suas virtudes teriam sido fortalecidas. Alguém já disse o seguinte: No Éden o homem não podia pecar; depois da queda, o homem não pode deixar de pecar; e após a ressurreição, o homem não poderá pecar jamais.
2.1. Os Passos da Tentação. Observando a narrativa bíblica que descreve a tentação e o pecado original, Gênesis capítulo 3, detectamos os seguintes passos da tentação. Satanás, utilizando toda a sua inteligência e sagacidade, toma a iniciativa:
Falsificando a Palavra. Negou a bondade de Deus dizendo: “…É assim que Deus disse: não comereis de toda a árvore do jardim?’ (3.1).
Adulterando a Ordem. Exagerou a severidade da ordem divina: “Não comereis de toda…” (3.1).
Contradizendo a Deus. Negou a veracidade da palavra de Deus: “…É certo que não morrereis” (3.4).
Inversão de Valores. Inverteu o valor do fruto proibido: Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (3.5).
Inversão de Consequências. Inverteu as consequências da desobediência: “certamente não morrereis”, “se vos abrirão os olhos” e “como Deus sereis”.
2.2. As consequências do Pecado. As consequências do pecado, de forma extensiva, alcançaram a serpente (maldição), a Satanás (destruição), a mulher (sujeição e dores), ao homem (tristeza e trabalho árduo) e a terra (maldição) – Gn 3.14-19.
Para o homem, a natureza dessas consequências são: a depravação total, que consiste na corrupção de sua natureza moral, que o inclina totalmente para o mal; a culpabilidade, que o torna merecedor do castigo divino; a penalidade, que consiste no castigo que será aplicado por Deus. Essa pena consiste em morte, perdição, castigo eterno e condenação (Rm 7.18,23; Ef 2.1; Rm 5.12).
Na minha visão, a mais nefasta consequência do pecado foi a sua transmissão à toda a raça humana. O que a Bíblia ensina como a “universalidade do pecado” – S1143.2; Rm 3.10,12-23; 1 Jo 1.8.
CONCLUSÃO
O pecado é um dos fenómenos mais comuns da vida humana e faz parte da experiência comum da humanidade. Todos os homens são pecadores. Não há um justo sequer. O pecado é uma disposição interior para o mal, é uma oposição voluntária do homem para com Deus.

José Carlos Costa, Pastor

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A Importância do Décimo Mandamento

Desobediência - O jovem rico cobiçava a sua riqueza.
Obediência - Jônatas não tinha inveja de David.

Sl 119.36 "Inclina-me o coração aos teus testemunhos, e não à cobiça".

Parece que vivemos na terra da fantasia! Enquanto se discute, no Congresso, a legalização do jogo, [1] o jogo legalizado no Brasil [2] já movimenta 3,8 bilhões de dólares por mês. Estima-se, em adição, que os cassinos clandestinos que existem nas grandes cidades, chegam a movimentar mais 1 bilhão de dólares. [3] Essas estatísticas são provavelmente conservadoras. A soma de dinheiro que corre nos jogos de azar deve ser bem maior e não existem números confiáveis sobre o "jogo do bicho" nem sobre as inúmeras casas de "bingo" que proliferam nas grandes cidades brasileiras. Todos os dias inúmeras pessoas se submetem às filas que se formam nas "loterias", de olho nos prêmios milionários que se acumulam, cobiçando os valores fantásticos anunciados. Na expectativa, esperança e ilusão de resolverem todos os seus problemas pela "sorte", contribuem, na realidade, para o desvio de riquezas para os poucos que administram a jogatina e para um envolvimento clandestino e lucrativo com a corrução e criminalidade.

Nos Estados Unidos, até algumas décadas atrás, o jogo estava praticamente segregado ao estado de Nevada, na cidade de Las Vegas. Atualmente além da expansão dos cassinos para várias outras cidades, 37 dos 51 estados possuem suas próprias loterias "oficiais". Os norte-americanos gastam anualmente 638,6 bilhões de dólares com a jogatina. [4] Isso é mais do que o Produto Interno Bruto da maioria dos países, inclusive o do Brasil. O jogo é tão generalizado, naquele país, que é comum e não choca a existência de inúmeros bingos beneficentes sistemáticos (normalmente aos sábados) em igrejas católicas, anunciados em grandes faixas colocadas. Estima-se que os freqüentadores desses "bingos" de igrejas, perdem cerca de 1,6 bilhões de dólares por ano. É o paradoxo de igrejas, utilizando a cobiça, para atrair pessoas e fundos às suas atividades. O grande alvo dos cassinos, atualmente, são as pessoas idosas. Excursões e caravanas de ônibus funcionam sistematicamente, partindo para os centros de jogo cheios de pessoas ávidas por ganho fácil e diversão barata, mas muitas acumulam desilusões e vão na esperança de reaver perdas anteriores. Só de Nova York, para a cidade de Atlantic City, que legalizou cassinos em 1976, saem 9 milhões de pessoas por ano, em caravanas de ônibus. O domingo é o dia mais agitado da semana. [5]

            O vício do jogo faz com que pessoas que não possuem um passado de criminalidade, passem a emitir cheques sem fundos ou roubar dinheiro de parentes. Descontrolados, esses apostadores perdem seus empregos, seus veículos, suas propriedades, seus cônjuges, e às vezes terminam na prisão ou se suicidando. [6]

            Mas não é somente o jogo e o vício que cega as pessoas. A cobiça é força motivadora de muitas ações, quando se perde o objetivo maior de se servir a Deus e de usufruir a felicidade como uma conseqüência da nossa lealdade a Ele. A força da cobiça pode mover o homem mais rico do mundo para querer tornar-se mais rico e mais poderoso ainda, atropelando pessoas e empresas pequenas, comprando muitas, só para fechá-las, de tal forma que os seus objetivos não sejam contrariados. [7] A força da cobiça pode estar presente também no mais pobre dos homens, quando não enxerga que a solução dos seus problemas está primariamente nas mãos de Deus e não na obtenção dos bens materiais que não tem. A força da cobiça se apresenta nos anúncios que apelam ao desejo do lucro ilegítimo, como um e-mail que circula por aí, oferecendo ganhos irreais e volumosos, quando o objetivo real é a venda de um banco de dados de nomes sem qualquer perspectiva de ganhos reais para o comprador. A força da cobiça é reconhecida e utilizada nas formas mais distintas, até nas igrejas - não são somente naquelas, que mencionamos, que utilizam os "bingos" como atração semanal, mas também naquelas, que estão entre nós, que apelam às bênçãos materiais e à promessa de ampla prosperidade materiais aos seus fiéis, como chamariz para seus trabalhos.

O que leva pais de família e pessoas que têm necessidades básicas não atendidas a se envolver com o jogo? O que faz com que o pão seja tirado dos filhos para que o vício do jogo seja atendido? O que joga em uma vala comum milionários, pobres carentes e comerciantes inescrupulosos? Certamente o descaso pelas coisas realmente importantes e que contam - a vida espiritual e o relacionamento com Deus; o ávido desejo de se ter o que não se tem; a idéia de amealhar riquezas; o pensamento de que o dinheiro e os bens materiais resolverão os problemas e carências experimentadas. Tudo isso representa a quebra direta do décimo mandamento: "Não cobiçarás".

O décimo mandamento trata de uma atitude interna de cada pessoa. Esse mandamento, na realidade, interpreta todos os demais ensinando-nos a guardar a lei de Deus em nossos corações. Um outro importante aspecto do décimo mandamento é que a cobiça está por trás da maioria dos pecados cometidos. Ela cega os nossos olhos para as prioridades de vida, como fez com o jovem rico. Por outro lado, é perfeitamente possível termos contentamento com o que Deus nos agracia e nas situações em que ele nos coloca. Devemos, como Jônatas, viver sem inveja, com sentimentos sinceros em nossos corações. Deus nos chama a um comprometimento interno em uma vida de obediência aos seus preceitos.

O décimo mandamento é aquele que manifesta o espírito da lei concedida por Deus. Vamos explicar essa afirmação: todos os nove mandamentos que o precedem podem, aparentemente, ser avaliados pelas pessoas por atos externos. Isto é - alguém pode dar a aparência de adorar a Deus, por se envolver nos cultos da igreja; ou de  não defraudar ao próximo, mas fazendo isso às escondidas; e assim por diante, com cada um dos mandamentos, até o décimo. Se isso ocorre com alguém, enquanto aparenta uma coisa, tem outra completamente diferente no coração.

A quebra do décimo mandamento, no entanto, se inicia e termina no coração de cada um. Ninguém pode olhar para você e dizer se você está ou não cobiçando. Mas Deus sabe e conhece o seu interior.

Quando alguém externa a cobiça, invariavelmente está quebrando algum dos outros nove mandamentos, especialmente aqueles relacionados com nossos deveres para com o nosso próximo. Pense no estudo dos últimos capítulos, sobre os mandamentos cinco a nove, e constatará que realmente a cobiça e a inveja foi o fator motivador e o passo principal na quebra dos outros mandamentos. Quando lemos Mc 15.10 vemos como a inveja está por trás do falso testemunho prestado pelos sacerdotes contra Jesus: "Pois ele bem percebia que por inveja os principais sacerdotes lho haviam entregado..."

O décimo mandamento, portanto, nos ensina que Deus olha no nosso íntimo. Isso tem um significado importantíssimo. Mostra que com cada um dos demais mandamentos, é exatamente dessa maneira que eles são adequadamente cumpridos - em nossos corações. É assim que Deus quer que venhamos

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Entregando os Fardos

Salmos 68.19-20
INTRODUÇÃO
“Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo!” (SI 68.19).
A vida é muito difícil e complicada. Ela nos impõe muitas responsabilidades e sofrimentos. Já disse alguém que viver é sofrer. Deus não nos isenta de sofrimentos e dificuldades, mas nos oferece ajuda. Ele se dispõe a, diariamente, carregar o nosso fardo.
Meu amigo, o nosso estudo é um convite para o descanso em Deus.
O QUE E UM FARDO?
A palavra fardo significa literalmente “coisa ou conjunto de coisas, mais ou menos volumosas ou pesadas, que se destinam a transporte, carga, pacote, embrulho, volume”. Figuradamente, significa “o que custa a suportar, ou o que impõe responsabilidades”(Aurélio).
Na língua grega, um fardo pode ser uma carga pesada e uma metáfora para as dificuldades. “Baros” significa um peso ou fardo físico, alguma coisa pesada (Mt20.12; At 15.28-29; 1 Tm 5.16). “Kopos” significa “ferir” ou bater. Assim tudo o que leva ao trabalho, ao esforço, à labuta, à dor, à opressão pode ser chamado fardo “Kopos”. Indica não apenas a atividade do esforço e da labuta e o processo de se cansar, mas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Entregando os Fardos

Leitura prévia: Salmos 68.19-20
INTRODUÇÃO
“Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo!” (SI 68.19).
A vida é muito difícil e complicada. Ela nos impõe muitas responsabilidades e sofrimentos. Já disse alguém que viver é sofrer. Deus não nos isenta de sofrimentos e dificuldades, mas nos oferece ajuda. Ele se dispõe a, diariamente, carregar o nosso fardo.
Meu amigo, o nosso estudo é um convite para o descanso em Deus.
2. O QUE E UM FARDO?
A palavra fardo significa literalmente “coisa ou conjunto de coisas, mais ou menos volumosas ou pesadas, que se destinam a transporte, carga, pacote, embrulho, volume”. Figuradamente, significa “o que custa a suportar, ou o que impõe responsabilidades”(Aurélio).
Na língua grega, um fardo pode ser uma carga pesada e uma metáfora para as dificuldades. “Baros” significa um peso ou fardo físico, alguma coisa pesada (Mt 20.12; At 15.28-29; 1 Tm 5.16). “Kopos” significa “ferir” ou bater. Assim tudo o que leva ao trabalho, ao esforço, à labuta, à dor, à opressão pode ser chamado fardo “Kopos”. Indica não apenas a atividade do esforço e da labuta e o processo de se cansar, mas também a fatiga e a exaustão decorrentes (Mt 6.28; Rm 16.6; 1 Tm 5.17).
3. OS TIPOS DE FARDOS
O Fardo das Tradições Religiosas. Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los (Mt 23.4). Os fariseus e os judaizantes da época de Jesus iam, além da Lei, exigindo dos fiéis o cumprimento de tradições humanas. Eram legalistas hipócritas. Há muitos fiéis hoje carregando os fardos pesados das tradições religiosas.
O Fardo do Sofrimento e da Perseguição. Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida (2 Co 1.8). Viver é sofrer, já sabemos. Mas, às vezes, o sofrimento vem de forma avassaladora e constante. Quantos estão sofrendo por causa de doenças pessoais ou familiares? Quantos têm perdido entes queridos por doenças e tragédias urbanas como assaltos e sequestros? Paulo experimentou sofrimentos desesperadores “a ponto de desesperarmos até da própria vida”.
O Fardo dos Vícios. Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado com as consequências da orgia, da embriaguez e das preocupações deste mundo, e para que aquele dia não venha sobre vós repentinamente, como um laço (Lc 21.34). Jesus reconhece neste versículo a possibilidade de crentes viverem a opressão dos vícios sociais. Muitos têm carregado o fardo do vício mesmo após a conversão.
O Fardo do Sofrimento por Causa do Pecado Encoberto. “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim…" (Si 32.3-4). Deus pesa a sua mão de forma disciplinadora sobre aqueles que ocultam os seus erros e culpas. Davi experimentou o fardo do pecado encoberto e da consciência de culpa.
O Fardo de Carregar o Fardo dos Outros. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo (Gl 6.2). A lei de Cristo se cumpre através do amor ao próximo. Mas, isso não é tarefa fácil. Há irmãos que são “fardos pesadíssimos”.
O Fardo das Preocupações com o Futuro. “…não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir (Lc 12.22). A ansiedade é o fardo mais marcante da natureza humana. O desconhecimento do futuro gera incertezas no presente. Estar ansioso é antecipar os sofrimentos do amanhã.
O Fardo da Opressão Demoníaca. E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada (Mt 15.22). Há muitas pessoas possessos e oprimidas por demónios. É a escravidão espiritual. Veja o exemplo daquele homem de Gadara-Marcos5.1-20.
O Fardo Físico da Labuta Diária. “…dizendo: Estes últimos trabalharam apenas uma hora; contudo, os igualaste a nós, que suportamos a fadiga e o calor do dia" (Mt 20.12). O trabalho que é uma bênção de Deus pode se tornar, em excesso, um grande fardo. Esse método de qualidade total desenvolvido por algumas empresas tem o objetivo de tirar o máximo dos empregados. Há pessoas hoje que são escravas do trabalho. Vivem stressadas e deprimidas.
COMO ALIVIAR-SE DOS FARDOS
Na obra clássica “O Peregrino”, João Bunyan narra a caminhada do “cristão” que buscava alívio para os seus pecados. Ele peregrinava com o fardo esmagador dos pecados, procurando alívio em diversas fontes. Foi quando o “intérprete” lhe apontou o Calvário. O “Peregrino”, então, reconheceu que Jesus Cristo morreu por ele. Nesse momento, ele recebeu Jesus como seu salvador pessoal, e transferiu o fardo para as mãos de Jesus.
É o que você deve fazer também para aliviar-se dos seus fardos. Mas, como?
Aceite o Convite de Jesus. Jesus convida a todos que se acham cansados e sobrecarregados: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei’ (Mt 11.28). Observe:
-Quem convida? Jesus, o Filho de Deus, Senhor e Salvador (Cl 1.13-23).
-A quem convida? Limita-se àqueles que se acham e se reconhecem cansados e sobrecarregados. Qualquer que seja o tipo de fardo opressor.
-A que convida? Para o alívio ou o refrigério da alma (SI 23.1-3).
-Como receber o alívio? Indo a Jesus pela fé. Primeiro, reconheça-se como um pecador arrependido; segundo, aceite o pagamento dos pecados que Ele fez por você na cruz; e terceiro, abandone toda prática condenada por Deus e aprenda mais e mais de Jesus (Mt 11.29).
Deixe de Lutar em Vão. O salmista David diz: “Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo!…” (SI 68.19). Entregue o seu fardo para Deus e Ele o carregará. Spurgeon disse certa vez: “Uma pequena fé levará a vossa alma aos céus, mas uma grande fé trará os céus à vossa alma”. Se a sua alma se acha cansada e sobrecarregada por qualquer tipo de fardo e se você deseja alívio imediato, pela fé, entregue-se a Jesus. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará (SI 37.5). Deixe de lutar em vão!
Humilhe-se Diante do Senhor. Pedro recomenda: Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós (1 Pe 5.6-7).
CONCLUSÃO

Meu amigo, qual é o fardo que lhe tem oprimido? Entregue-o a Deus, agora. Somente Jesus poderá trazer auxílio para a sua alma cansada. Ele é o único que pode lhe trazer libertação e refrigério.

domingo, 23 de novembro de 2014

A Bíblia e o Arrependimento

Texto: Mateus 21:28-32
Introdução
A doutrina do arrependimento é um ensino ausente em muitas Igrejas nos nossos dias. Temos ouvido sermões superficiais que diluem a ideia do pecado, oferecendo muito e exigindo pouco demais. Temos visto “conversões” que não evidenciam na prática o fruto do arrependimento, ou seja, uma transformação, mudança radical de vida (2 Co 5.17; Mt 12.33).
A palavra grega para arrependimento é metanoia, que é derivada de meta -“depois”, e neo – “compreender”, literalmente significa “Reflexão posterior”, ou “mudança de mente”. Todavia o seu sentido bíblico vai além, significando uma mudança de rumo, mudança de direção, de atitude. Este é o significado da palavra. Em Mateus 21.28-31, o Senhor Jesus nos dá lições claras sobre o arrependimento.
1. A LIÇÂO DO PRIMEIRO FILHO
Devoção meramente exterior: O primeiro filho, na parábola contada por Jesus, representa os fariseus, e a lição que este personagem nos ensina é que corremos o risco de vivermos um cristianismo só de aparências, pois podemos estar dizendo que vamos fazer, mas nunca fazemos (Mt 23.5).
Isto é bastante comum em nossos dias. Muitos crentes que frequentam os cultos, que se batizaram, tornaram-se membros, dão o dízimo ( de vez em quando, quando dão) e cumprem algumas normas da Igreja; não obstante, vivem absorvidos pelo mundanismo. Estão envolvidos em jogatinas, não abandonaram seus vícios, passam notas frias; há jovens que adoptam um namoro misto e cheio de promiscuidade; estudantes que não vêem mal nenhum em colar nas provas; crentes que assistem filmes pornográficos! E no domingo estão lá na igreja, bem comportados, dizendo sim à Palavra de Deus.
Estes são como o primeiro filho da parábola que dizem que vão obedecer, mas não obedecem. Por quê? Porque não houve arrependimento. Jesus disse: Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lc 6.46). Uma religião de aparências, chamam a Jesus de “Senhor, Senhor”, mas não conseguem submeter à vontade de seu Senhor. Dizem, mas não fazem. Uma confissão de fé sem um genuíno arrependimento só consegue gerar uma devoção meramente exterior (Mt 7.21-23; 6.5,16-18).
Jesus nos alerta quanto ao cristianismo tipo dos fariseus: Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem (Mt 23.3).
Temos que ter em mente que Jesus não se impressiona com nossas palavras piedosas. Ele quer ver os frutos, as evidências de nosso cristianismo em obras de obediência.
2. A LIÇÃO DO SEGUNDO FILHO
Observe que o segundo filho, quando recebeu a ordem do pai disse: “Não quero”. Esta é por natureza a nossa resposta às ordens de Deus – não quero. No texto lemos que este filho disse: “Não quero; depois, arrependido, foi’ (v.30). Como já vimos a palavra arrependimento significa um redirecionamento da vontade humana, um desejo, uma decisão de repudiar a injustiça e buscar a retidão (Confissão de Fé, Cap.XV). A evidência segura de uma vida cristã, não é como falamos, e sim como vivemos e o que fazemos. Os frutos dignos do arrependimento (Lc 3.8) são uma vida de obediência às ordens do Pai.
Em Lucas 19.8-9 temos uma boa ilustração de alguém realmente arrependido: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão" (RC). Observe que Jesus só declarou Zaqueu como um homem salvo, quando este deu provas de seu arrependimento. A decisão de devolver o que havia roubado era a clara evidência de que seu coração fora de fato transformado (2 Co 5.17).
O segundo filho embora a princípio não quisesse fazer a vontade do pai, arrependido, mudou de posição. Igualmente, precisamos desprezar nossos pecados, confessá-los, abandoná-los, fazer as devidas reparações e tomar providências a fim de que não os repitamos. Poderemos pecar (1 Jo 2.1) – iremos pecar, mas o processo de santificação jamais poderá ser obstruído. (Fl 2.13; 1.6). O Pr. John F. McArthur Jr. diz que o arrependimento engloba o homem como um todo:
2.1. Engloba o homem intelectualmente ( Mt 12.41; Lc 11.32). O arrependimento se inicia quando há reconhecimento do pecado. O homem desperta para a seriedade que seu pecado tem para-Deus. Há uma consciência de que as coisas não são como deveriam, e que algo está errado. Este é o primeiro estágio do arrependimento. É quando eu chego a compreender que algo está errado;
2.2. Engloba o homem emocionalmente (2 Co 7.10; Jó 42.6). Uma pessoa pode até entristecer sem estar arrependida, como foi o caso de Judas (Mt 27.3-5),ou do moço rico (Mt 19.16-22). Entretanto, o genuíno arrependimento sempre vem acompanhado por tristeza (SI 51.17).
2.3. Engloba o homem volitivo (Lc 15.17-20). A vontade do homem é afetada. John F. McArthur Jr. afirmou que “Onde não há mudança visível de conduta, não se pode confiar que haja ocorrido arrependimento”. Lembra-se do filho pródigo? Em Lc 15.17-20 somos informados que ele “caiu em si”, compreendeu que algo estava errado, mas não ficou só nisso, “Levantou-se e foi”. Houve uma tomada de decisão. Não haverá arrependimento verdadeiro até que tenhamos feito algo a respeito do pecado. Não basta saber que é errado, ou ficar triste por ter pecado. O pecado precisa ser abandonado.

Conclusão
A Confissão de Fé, no Cap. XV, IV, diz o seguinte: “Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem verdadeiramente”. Até mesmo o pior dos pecados (se podemos dizer assim) não excluirá do céu um pecador, se ele se arrepender. É isso que Jesus quer dizer quando fala que “meretrizes e publicanos vos precedem no Reino de Deus” (v.31).
Jesus veio para chamar pecadores ao arrependimento. Segue-se que não importa a situação da pessoa. Não importa o tamanho do pecado, quão fundo foi ao poço, se ela se arrepender, será perdoada “Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento’ (Lc 5.32). Lemos em Isaías 1.18: “…ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, – eles tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã’.

“A fim de fazer uma verdadeira representação do misericordioso, terno e amável cuidado do Pai, Jesus apresentou a parábola do filho pródigo. Embora Seus filhos caiam em falta e se extraviem d´Ele, se se arrependerem e voltarem, Ele os receberá com a alegria manifestada por um pai terrestre, ao receber um filho há muito perdido que, arrependido, voltou para casa.” — Manuscrito 132, 1902.
trabalhado por Pr. José Carlos Costa

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

UMA VIVA ESPERANÇA

Bom dia a todos!
PRECE:
A Igreja Adventista do Sétimo Dia teve em Angola, no Bongo, um grande hospital que serviu milhares e milhares de pessoas ao longo de décadas. Foi certamente um dos hospitais mais famosos deste País. Entretanto, e em consequência da guerra, este centro hospitalar foi desactivado. Em 1993, numa das minhas viagens a Huambo, tomei a firme decisão de ir visitar o que restava daquele hospital.


Visitei as instalações. Impressionou-me ver o bloco operatório completamente destruído, e todos os outros edifícios encontravam-se completamente vazios. Senti tristeza, mas pude imaginar quantas pessoas terão entrado ali sem esperança de vida e deixaram aquele hospital com uma esperança renovada!

Chegou a hora de iniciarmos a viagem de regresso. A noite caía depressa. Tínhamos feito uns 5 km, quando o motor começou a dar sinais de que alguma coisa não funcionava. Alguns dos meus companheiros começaram a dar alguns sinais de intranquilidade. De repente as luzes dos faróis apagaram-se e o motor deixou de trabalhar. Olhámos uns para os outros como numa interrogação surda: “E agora?”

Olhei para fora e vi alguns agricultores que voltavam do cultivo das suas terras com os seus utensílios, entre os quais grandes catanas. Senti um certo calafrio na espinha. Saí, recorrendo aos meus conhecimentos de mecânico, fui limpando o distribuidor, os bornes da bateria, e orava ao Senhor Deus para nos ajudar. Enquanto isso, os meus colegas estavam dentro da cabina fazendo gestos para me despachar. No clarão da linda África, podia olhar as montanhas e ver silhuetas de pessoas que me olhavam certamente com muita curiosidade.

Finalmente, fiz sinal para que dessem à chave de ignição. O motor começou a trabalhar como novo e os faróis iluminavam o caminho, como nunca antes. Sentimos uma imensa alegria e foi motivo de conversa até chegarmos a Huambo que dista 60 km do Bongo.

A humanidade está também a percorrer a parte mais agitada e difícil do percurso da sua existência; e tem de fazê-lo, de noite, quando reinam as trevas e a confusão! Mil problemas, que surgem nas sombras, podem produzir desastrosos acidentes, seja na vida colectiva dos povos, ou na experiência pessoal.

Assistimos ao cumprimento profético traçado por Isaías há mais de 7 séculos antes de Cristo, quando disse: “Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão os povos.” Isaías 60:2

Há desorientação na vida, tanto social, política e económica. Os governantes acusam-se uns aos outros!

Nos dias 16 e 17 de Agosto de 1987, aconteceu algo estranho no Monte Shasta, Califórnia. Era o som de uma ladainha que aumentava e diminuía sobre os montes. Mais de 5 mil pessoas estendiam os braços em direcção ao sol nascente, de mãos dadas, formando um círculo.

Acontecimentos invulgares não são novidade na Califórnia. Chamaram a este evento a "Convergência Harmónica". Por todo o mundo, naquele domingo, os fiéis da "Nova Era" reuniram-se em 36 locais que consideram sagrados, como o Grand Canyon, as Pirâmides do Egipto, o monte Fuji no Japão. Reuniram-se para dar as boas vindas à Nova Era de paz e amor. 

Os seguidores da Nova Era estudam as antigas profecias dos índios norte-americanos, ligando-as ao culto do sol dos maias, dos astecas e dos antigos egípcios. Concluíram que naquele domingo e segunda-feira, 16 e 17 de Agosto de 1987, um alinhamento especial dos planetas e constelações iria acontecer e produziria energia purificadora no nosso planeta. Esta era para eles a primeira vez em 23.412 anos que os céus se colocariam numa posição tão abençoada.

Emile Canning, líder do grupo Nova Era, tinha-os convidado para que naqueles dias se reunissem. Leio as suas palavras: "144 mil dançarinos do sol para trazerem a Nova Era. Estes dois dias resultarão em paz mundial e na diminuição das catástrofes."

Naqueles dois dias, mais do que os 144 mil dançarinos exigidos, se reuniram nas 32 montanhas sagradas. Mas as suas esperanças para uma Nova Era fracassaram. As guerras não pararam de aumentar. Desde então, e naquela mesma noite, o voo 255 da Northwest caiu em Detroit. Foi considerado o segundo pior desastre aéreo na história dos Estados Unidos.

O fim-de-semana passou também sem o aparecimento em massa de discos voadores como os dirigentes tinham predito. As danças, e o estender as mãos para o sol, tinha um segundo sentido: era dar as mãos aos espíritos. Desta maneira pretendiam comunicar com personalidades famosas já falecidas e que viriam revelar planos através dos médiuns. Mas o que mais esperavam não aconteceu: o Apóstolo João, o discípulo amado, faria ouvir a voz através dum médium chamado Jerry Bowman.

Eu creio que muita desta gente era bem-intencionada. Eu creio que muita desta gente queria acreditar, queria ver, desejava ouvir o apóstolo João. Eu creio que no coração do homem há um desejo profundo: ouvir a voz de Jesus! Por isso Ele deixou esta promessa: "Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também." João 14:1-3

Que maravilhosa promessa! Viver uma vida de paz, uma vida eterna! Ter o Senhor Jesus Cristo para sempre! Sim, com a Sua vinda começará uma Nova Era, como explica a Bíblia. Começa com a vinda de Cristo em poder e glória!

A Bíblia é suficientemente poderosa para nos iluminar e permitir reencontrar o caminho, a estrada da vida e da paz! O salmista disse: “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra, e luz para o meu caminho.” Salmo 119:105

Assim como os faróis potentes de um automóvel dissipam com os seus poderosos raios luminosos a escuridão da noite e permitem que se viaje com a mesma segurança que de dia, também a luz inextinguível que irradia deste farol majestoso, a Bíblia, dissipa as trevas da incerteza, soluciona as incógnitas do ser humano e mostra um caminho de esperança face às dificuldades deste mundo. Um caminho que conduz a um eterno destino de glória!

Nas páginas maravilhosas da Bíblia, revela-se a natureza e as características de Deus, como Criador supremo e Pai amoroso; a origem e a essência do homem; o objectivo da vida; o destino glorioso da humanidade remida. Está aqui!

A Bíblia estabelece a mais admirável e perfeita classificação dos valores; dá o primeiro lugar ao problema essencial do homem; a sua relação com Deus, salienta a imutabilidade dos valores morais revelados na Lei de Deus, apresenta o programa divino para uma vida feliz, na vida conjugal, na dieta alimentar e assegura-nos a felicidade eterna.

Foi Jesus que o disse: “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam.” João 5:39

A Bíblia é a base inamovível da nossa fé, é o documento fundamental do Cristianismo. Não há cristãos sem Cristo, nem doutrina cristã sem a Bíblia.

O apóstolo Pedro, ao falar da profecia das Sagradas Escrituras, declara: “Nenhuma profecia da