O
título é “E Viveram Felizes Para Sempre”. Não é assim que os contos de fada
terminam? O conhecido escritor cristão Chuck Swindoll escreve uma história
sobre uma menina de 4 anos que tinha ouvido na escola infantil a história da
Branca de Neve.
A
Suzie ao chegar a casa de regresso da escola e contou a história à mãe. Com os
olhos muito abertos e depois de narrar como o príncipe encantador chegou
montado no seu lindo cavalo branco e beijou a Branca de Neve trazendo-a
novamente à vida, a Suzie perguntou sonoramente:
-
Mãe sabes o que aconteceu?
-
Bem, eu sei –respondeu a mãe – Eles
viveram felizes para sempre.
-
Não! - foi a resposta com um franzir de testa. - Eles
casaram-se” (p. 39).
Um
comentário que revela muito discernimento e proferido pelos inocentes lábios de
uma criança de quatro anos, não é? O casar-se e o viver felizes para sempre,
necessariamente não são sinónimos! Já chegamos à conclusão de que essas
palavras não possuem o mesmo significado.
Consideremos
o casamento do conto de fadas do Príncipe Charles e da Princesa Diana. A jovem
e nobre Diana Frances Spencer, filha de pais divorciados, e vinda de uma
infância infeliz, apaixonou-se pelo solteiro mais cobiçado do mundo, um
príncipe encantador e bonitão. No dia 29 de julho de 1981, mais de 1 bilião de
pessoas, em 74 países viram pela televisão esse magnífico espetáculo: “O Casamento do Século”. Quando o casal
real parou diante do Arcebispo de Canterbury, Robert Runcie, o mundo inteiro
ouviu-o proferir a bênção sobre o Príncipe e a futura Princesa. Este é um
trecho do sermão:
“Eis
uma espécie do conto de fadas: O Príncipe e a Princesa no dia do casamento! No
entanto, os contos de fadas normalmente acabam aqui com a frase: ‘E Viveram
Felizes para Sempre’. Talvez isto se deva ao fato de as histórias dos contos de
fadas considerarem o casamento como um anticlímax, depois do romance do namoro”
Pouco
tempo depois o mundo sabia que o casamento celebrado naquele dia, em Londres,
iria de fato tornar-se exatamente no que o ministro disse que não se tornaria:
“um anticlímax depois do romance do
namoro”. Dezasseis anos, um mês, e uma semana depois – a princesa por quem o mundo se apaixonou morreu em Paris, vítima de um absurdo acidente automobilístico. Desta vez, um bilião de pessoas reuniram-se ao redor dos aparelhos de televisão para assistirem ao funeral e chorar a morte da princesa que nunca viveu feliz para sempre.
namoro”. Dezasseis anos, um mês, e uma semana depois – a princesa por quem o mundo se apaixonou morreu em Paris, vítima de um absurdo acidente automobilístico. Desta vez, um bilião de pessoas reuniram-se ao redor dos aparelhos de televisão para assistirem ao funeral e chorar a morte da princesa que nunca viveu feliz para sempre.
Casamentos e Famílias Assediados
Diante
dessa nota sombria, pergunto: Qual é a verdade a respeito de “casamentos
felizes”? Trata-se de um mito? É um mistério? É um milagre? Ainda é possível
viver feliz para sempre?
Está
na moda apresentar estatísticas
deploráveis a respeito do divórcio para provar que o casamento é uma
instituição combalida. Não irei citar
essas estatísticas. O fato é que a geração atual, chamada a “Geração X” não necessita de
estatísticas a respeito do casamento. A cada 24 horas, 3.533 crianças nascem de
mães solteiras, e mais de 6.033 crianças, a cada dia, passam a fazer parte da
classe de lares desfeitos, de relacionamentos rompidos e de famílias
fragmentadas. E isto apenas nos Estados Unidos.
Este
é o retrato da desesperança? Há esperança para o casamento, uma instituição em
ruínas? Pode um lar em ruínas ser restaurado? Pode uma família fragmentada ser
restaurada? Um casamento ruim pode tornar-se bom?
O
projeto de Deus para a felicidade no Jardim do Éden, no princípio, era que o
casamento fosse uma feliz realidade para a raça humana. Mas não vivemos num
jardim perfeito; vivemos num mundo caído. Portanto, no meio dos nossos
fracassos e faltas, Deus Se adianta com uma palavra de esperança e cura para
cada um de nós: solteiros, casados, divorciados, viúvos – a todos nós.
O Segredo Divino para a Realização e Amizade no Casamento
Consideremos
atentamente um único evento na vida de Jesus, um incidente que tem muito que
ver com os casamentos e que ultrapassa os limites deste e toca a todos nós.
Leiamos João 2:1-10:
Eis
aqui o segredo do casamento, o segredo para cada relacionamento. Ele encontra-se
na exclamação surpreendente do mestre de cerimónias do noivo: “guardaste até agora o melhor”. Outra
tradução diz: “tu guardaste o melhor até para o fim!” Jesus provê o melhor,
quer na cerimónia do casamento ou na vida! Quando
temos Jesus, temos a Fonte do milagre. Jesus, o Salvador do Casamento. Jesus, Aquele que opera milagres. Jesus, O
Parceiro no casamento.
Um Casamento a Três.
No plano estratégico de Deus para a felicidade no casamento são sempre necessárias
três pessoas. Três parece vital para que a amizade seja eterna! Este princípio
vital é poderosamente expresso no livro de Eclesiastes.
“Melhor é serem dois do que um, porque
têm melhor paga do seu trabalho” (4:9).
Na
década de 1970, Leonard Syme, professor de epidemiologia na Universidade da
Califórnia, em Berkeley, tentava descobrir porque razão os homens japoneses que
viviam na Califórnia tinham de duas a cinco vezes mais ataques cardíacos do que
os homens com os mesmos níveis de colesterol que viviam no Japão. A diferença
era os laços sociais próximos e o companheirismo. A maioria de nós, quando
somos um, desejamos ser dois. Esse anelo que se manifesta no desejo de
companheirismo é o elemento que forma a amizade!
Leia
novamente Eclesiastes 4:9-11:
Melhor
é serem dois do que um, porque têm melhor
paga do seu trabalho. Porque se
caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois,
caindo, não haverá quem o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se
aquentará?
Mas
se desejarem fazer a conta aritmética da força, durabilidade e do poder, poderá
somar mais um para obter três! Continuemos a ler o verso 12:
Se
alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com
facilidade.
Utilize
um cordão ou corda decorativa, do tipo usado para reservar bancos em ocasiões
especiais. Note-lhe a composição; ele é feito de três fios. Quando trançados, o
resultado é uma corda com incrível resistência. Isto é precisamente o que a
Escritura deseja transmitir! A presença
de Cristo dá força ao casamento.
Criados para o Relacionamento
Venham
comigo ao dia em que Deus estabeleceu o casamento no Jardim do Éden!
Criou
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. (Gén. 1:27).
Deus é um Ser relacional que vive e ama e
estima a amizade. Por que então deveria alguém ficar surpreendido de que os
seres humanos, que Ele criou à Sua própria imagem, reflitam essa mesma fome por
relacionamentos? Os seres humanos foram
criados desde o início para buscarem o companheirismo! Deus criou primeiro uma metade da raça humana,
precisamente Ele pode, de uma forma eterna, ilustrar como todos fomos criados
para o companheirismo. A Bíblia apresenta o seguinte registo: (Gén. 2:19, 20)
Disse
mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora
que lhe seja idónea.
Com
essa surpreendente revelação, Adão
tornou-se o primeiro paciente cirúrgico! Leia os versos 21 e 22:
Quando
Adão despertou viu uma beleza que lhe
fez parar o coração, suspender a respiração, acelerar o pulso, cair o
queixo e arregalar os olhos – Eva! “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne
da minha carne; chamar-se-á varoa, ...” (Gén.
2:23).
Tenho
ouvido muitas piadas a respeito de Deus ter feito primeiro o homem e então a
mulher. Alguns dizem que depois que Deus passou algum tempo com Adão, Deus disse
para Si mesmo: “Posso fazer algo melhor
do que isto”, e portanto criou Eva.
A questão é, Deus criou o homem e a mulher como metades iguais da raça humana, separadamente para intensificar a consciencialização
de que o homem e mulher foram criados para serem
iguais, e para o companheirismo
cooperativo. Por favor, homens, notem que Deus tomou uma costela do lado de Adão, não um osso dos pés ou do seu
crânio. Não, ela não deveria ser superior ou inferior a ele. Ela veio do
seu lado, para permanecer a seu lado. Deus tirou
um osso logo acima do coração de Adão a fim de que para sempre fosse mostrado
que o homem e a mulher, esposo e esposa, deveriam ser amigos e parceiros
para sempre, com mãos e corações unidos, a
cuidar da perfeita criação de Deus.
Quem pregou o primeiro sermão da cerimónia
nupcial? Deve ter sido Aquele que os uniu. “Por isso, deixa o homem pai e
mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gén. 2:24). Temos
aqui o início do casamento. O casamento
foi designado pelo Criador a fim de gerar felicidade e realização máximas
conforme a matemática de Deus: Deus +
marido + mulher = Um.
Certa
vez alguém teve a audácia de brincar: “No casamento homem e mulher tornam-se
um; o problema começa quando tentam decidir quem será esse um!” Não! Quando o casamento é uma corda trançada com
três fios – Deus,
o homem e a mulher – o milagre da
unidade é a fusão misteriosa de duas
vidas imponentes e independentes unidas por Deus numa única vida, uma
criação de amor. Na aritmética de Deus, 1 + 1 + 1 = 1. Foi assim no princípio. Deve ser assim
também no fim. Mesmo nesta geração a promessa da aritmética de Deus ainda é
verdadeira: Se vocês forem um no Senhor
Princípios Práticos para o Casamento
Como
eles funcionam? Permita-me partilhar com vocês alguns princípios práticos e
fáceis que Deus oferece na Sua Palavra àqueles que estão a pensar em casar,
àqueles que anelam transformar o seu casamento e àqueles que desejam tornar
aquilo que é bom em melhor!
Princípio 1 –
“Amar”. O primeiro princípio vem envolto pela palavra “amor”. Efésios 5:25-29
Não
há seres mais vaidosas no mundo do que os homens! Observe-os olhando-se ao
espelho, peça manhã. Com que delicadeza massajam
o rosto, fazem a barba como se
fosse uma obra de arte, um pequeno corte é delicadamente lavado e
tratado como se fosse uma grande
cirurgia. Olhe-os enquanto penteiam
os cabelos. Cada fio é cuidadosamente colocado no seu lugar e tratado e algumas
vezes fixado. As mulheres podem ser
vaidosas, mas creio que os homens
ainda o são muito mais! E é isso o que Paulo escreve: “vocês maridos devem
cuidar de vossas esposas – da mesma forma como tratam o vosso corpo – com ternura e carinho.
Paulo
leva os maridos, à cruz de Cristo e, apontando para o rosto moribundo de Jesus
exclama: “Ouçam, amem as vossas esposas assim como Cristo amou a Igreja”. A
palavra grega para amor – agapè (substantivo) ou agapao (verbo) – significa
“abnegação, crucificar o eu”.
É o mesmo amor que se encontra em
João 3:16.
É o tipo de amor que está
disposto a sacrificar-se pelo bem do outro. Coloca o bem do outro acima de
si próprio! Interpretando, maridos, significa que devemos colocar os interesses
de nossa esposa acima de nossos interesses. A minha esposa é mais importante do
que a minha vida. Devo amá-la assim como Jesus me ama.
De
acordo com o princípio do amor sacrificial, o homem não deve ficar amuado e
esperar que a mulher busque a reconciliação, “Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou...”
O
princípio número um é o amor, amor altruísta. A propósito, simplesmente porque
Paulo concita os maridos a iniciarem o amor altruísta não significa que a
esposa não deve amar da mesma forma! Efésios 5:21 é claro: “sujeitando-vos uns
aos outros no temor de Cristo”. Há uma submissão mútua no amor de um pelo
outro! Mas alguém tem de tomar a iniciativa e, marido, tu és essa pessoa! Isto
não nos torna superiores, antes nos deve tornar humildes. Amor.
Princípio
2 – “Gostar”. Gostar um do outro.
Este á um princípio bíblico, como claramente documenta o livro de Cantares. O
Cântico de Salomão, uma das maiores canções de amor na literatura diz: “Tal é o
meu amado, e tal o meu amigo” (5:16). Os
casamentos que duram para sempre – não é só para pessoas se amam uma à outra,
mas que também gostam de estar uma com a outra.
Princípio
3 – “Esquecer ...” No meu pensamento
poderiam ser 30 princípios em vez de 3, mas este um é fundamental para a cura
no casamento como também para fazê-lo crescer. Consideramos os verbos “amar” e
“gostar”. Este é Esquecer. ... “Ame”, “Goste”, e “Esqueça ...”; de forma mais específica, soltar. É
exatamente isso o que a Bíblia está aconselhar e Efésios 4:32: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos,
perdoando-vos uns aos outros, como
também Deus, em Cristo, vos perdoou”.
Alguns de nós fomos feridos e ferimos o
nosso cônjuge. Eu sei; como pastor, tenho ouvido relatos muito tristes e
visto muitas lágrimas. Ouvi o pranto
de homens e de mulheres, corações partidos com o fim do casamento. Mas Deus
oferece livremente um bálsamo gratuito para a cura de cada casal que o desejar,
para cada cônjuge que recebê-lo. Esse bálsamo conjugal, esse remédio especial é
chamado perdão.
A
palavra grega comum para “perdão”,
literalmente, significa “absolver”,
“desobrigar”, “tirar da mente”. Não está aqui a ser sugerido que o abuso contra o
cônjuge, contra os filhos, ou a infidelidade devam ser toleradas ou aceites
como algum tipo de humildade virtuosa. Esse comportamento destrutivo deve ser
abandonado. Se o agressor não mudar o comportamento, a vítima deverá afastar-se
desse relacionamento impróprio, pelo menos por um tempo até que haja certeza de
mudança. Porém, mesmo em tais circunstâncias, o perdão pode curar?
Nunca
me irei esquecer do artigo que li a respeito de um rapaz que descreveu a sua
vida como filho de um alcoólico. No artigo, podia-se sentir a amargura nas
entrelinhas, pela dor que o seu pai lhe infligira ao longo dos anos. As últimas
palavras do filho foram: “Odiei meu pai durante vinte anos de minha vida. Não o
odeio mais. Eu entendo, mas não perdoo. Portanto, pai, não estenda a mão
esperando que alguém lhe retribua o gesto. Não espere”.
Leiamos
novamente Efésios 4:32: “Antes, sede uns para com os outros benignos,
compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos
perdoou”. Veja, o Calvário é o ponto culminante, iluminado para todo amor, toda
associação e todo perdão. Na cruz fomos confrontados com o preço infinito que o
próprio Deus pagou para nos perdoar quando nos rebelamos e nos afastamos d´Ele.
Jesus, naquela sexta-feira fatídica, não orou: “Pai, amaldiçoa-os porque Tu
sabes o que fizeram”. Mas Ele orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que
fazem” (Lucas 23:34).
Conclusão
Uma mulher escreveu esta carta à
“Querida Abby” – colunista Abigail Van Buren:
Querida
Abby: Eu tinha vinte e ele vinte e seis. Dois anos depois de casados e eu nem sequer
sonhava que ele pudesse ser infiel. A horrível verdade chegou ao meu lar quando
uma jovem viúva de uma fazenda
vizinha veio dizer-me que o que estava no seu colo era filho do meu marido. O meu
mundo desabou. Desejei morrer. Lutei contra um sentimento de querer matá-la e ao
meu marido.
Sabia
que essa não era a resposta. Orei pedindo forças e direção. E recebi. Sabia que
devia perdoar a meu marido, e perdoei. Perdoei-a também. Calmamente disse ao
meu marido o que aprendera na oração e os três nos empenhamos por uma solução.
O bebé nasceu na minha casa. Todos pensaram que eu dera à luz e que a minha
vizinha estava ‘a ajudar-me’. Na verdade foi o contrário e o menino foi criado
como meu filho.
Fora
essa uma compensação divina diante de minha impossibilidade de ter um filho?
Não sei. Nunca mencionei esse incidente ao meu marido. Foi um capítulo encerrado
na nossa vida durante cinquenta anos.
Mas pude ler o amor e a gratidão nos
seus olhos milhares de vezes. (Citado em Peterson, 1983, pp. 146, 147).
Como
você pode ver, o mestre de cerimónias na pequena vila estava certo: “guardaste
o melhor até para o fim”, porque com Jesus o melhor vem no final. Com Jesus
podemos amar novamente... e gostar novamente ... e perdoar novamente ... e
muitas outras vezes. Com Jesus, a frase “e viveram felizes para sempre” se
transforma-se de mito em milagre. Exactamente o milagre para o qual cada
casamento foi predestinado!
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