sábado, 31 de agosto de 2013

Como Vencer o Sofrimento

1. INTRODUÇÃO: Salmo 116:1-9
O ser humano não deveria, de maneira alguma, queixar-se da MONOTONIA do seu dia-a-dia.
Sabe porquê?
Existem os dias em que "tudo vai bem"- tudo está óptimo e todos os projetos estão a dar certo! Dá a irreal impressão de que as dificuldades não existem.
Existem os "dias comuns" – fazemos nossos trabalhos com a rotina normal, sem notar grandes mudanças. Não nos sentimos "fantásticos", mas também não nos sentimos "péssimos".
Existem os "dias terríveis" – quando parece que tudo dá errado! Vem sobre nós: desânimo, desespero, dúvida e confusão. Estes períodos podem ser curtos ou longos. Quando persistem, muitas vezes estes tornam-se "DIAS DE DEPRESSÃO".
Algumas pessoas, têm muita facilidade de entrar em depressão. Quando isso ocorre com muita frequência, é necessário procurar ajuda.
Assim, vamos estudar alguns aspectos da depressão, pois o conhecimento do problema, ajudará na prevenção.
Veremos agora alguns sintomas comuns deste problema. Lembre-se que o fato de você se identificar com uma ou outra característica, não torna você necessariamente um depressivo. Entretanto, se você estiver convivendo com vári­os destes sinais, converse com sua família, ou com seus pastores sobre o problema.
Para ampliar nossa compreensão, vamos citar três autores de livros, que detalham o assunto.
•GARY COLLINS, em Aconselhamento Cristão" (Ed. Vida Nova, pág. 73), cita alguns destes sinais:
a) Tristeza, Apatia e Inércia – torna-se difícil equacionar os problemas, tomar decisões e manter concentração.
b) Perda de energia e fadiga – normalmente acompanhada de insónia.
c) Pessimismo e falta de esperança – sentimento de que nada está bom e nada vai dar certo.
d) Medo, auto conceito negativo – quase sempre acompanhado de autocrítica e sentimentos de culpa, vergonha, senso de indignidade e desamparo.
e) Perda de interesse e de espontaneidade – no trabalho, em atividades comuns e na vida sentimental.
f) Incapacidade de apreciar – mesmo que sejam acontecimentos ou atividades agradáveis.
• SUE ATKINSON. Autora do livro "Depressão" (Ed. Abba Press, pág. 20), também dá uma lista de sintomas;
Falta de concentração; Violentas mudanças de humor; Irritabilidade; Raiva; Desesperança; Retraimento; Temor e ansiedade; Sensibilidade exagerada às críticas; Sentimentos de culpa; Lágrimas sem motivo aparente; Sentimento de inadequação; Mudanças de hábito no dormir (acordar cedo demais ou falta de sono); Desinteresse pela comida – ou comer em demasia, como uma espécie de compensação; Sentimentos descontrolados de desespero total.
• PAUL HOFF. Em "O pastor como Conselheiro" (Ed. Vida, pág. 257), acrescenta outros dois sintomas :
A) Concentração em si mesmo – tende a perder o afeto para com os demais familiares e a isolar-se, evitando o companheirismo com eles e com as outras pessoas.
B) Doenças físicas variadas- tonturas, palpitações, dificuldades respiratórias, pressão no peito e sinais de acidez estomacal.
2. ALGUMAS CAUSAS DA DEPRESSÃO
A Depressão pode ter sido originada por diversas razões. Abordaremos apenas algumas delas.
Ela pode ter uma causa FÍSICA, (falta de sono, alimentação imprópria, efeitos colaterais de alguns remédios, desordens glandulares, contagem baixa de açúcar no sangue e outros elementos químicos desequilibrados etc).
Uma outra causa possível é a AMBIENTAL, ou seja, o ambiente em que a pessoa vive. As experiências difíceis da infância, aumentam a probabilidade de depressão na vida adulta. Alguns exemplos destas experiências: crianças separadas de seus pais e criadas em instituições; filhos que se sentem rejeitados por seus pais; famílias com padrões excessivamente altos para os filhos, resultando muitas vezes, no sentimento de fracasso e depressão.
O PENSAMENTO NEGATIVO. pode se tornar outra causa da Depressão. Geralmente ocorre em três áreas:
· Visão negativa do mundo – "tudo está indo por água abaixo";
· Visões negativas de si mesmo – sentem-se incapazes e cheios de autopiedade;
· Visão negativa do futuro – dificuldade em ter esperanças, achando que nada vai melhorar.
A TENSÃO, também pode ser uma causa. Principalmente quando estas tensões acarretam perdas, como por exemplo : de um emprego, de uma oportunidade, de saúde, de liberdade, de um ente querido que morre, de um divórcio etc.
A CULPA é mais uma causa: quando a pessoa sente que falhou ou que fez algo errado, surge a culpa, autocondenação, frustração, desesperança e outros sintomas de depressão.
3. COMO AJUDAR PESSOAS DEPRESSIVAS
Quando um amigo vem procurar a sua ajuda, mostrando sinais de Depressão, lembre-se: mesmo não se sentindo capacitado (possivelmente, precisará da ajuda de um conselheiro ou até de um médico), você poderá ser "a ponte" para que este socorro chegue ao depressivo.
Assim sendo, lembre-se destas dicas :
1. O depressivo muitas vezes se afasta e rejeita os amigos, quando mais necessita deles.
2. Nem sempre os familiares de pessoas depressivas estão bem informados sobre este problema. E comum saber que eles criticam o depressivo, que se sente ferido e traído, justamente quando mais precisa de apoio e amor.
3. E um erro pensar que pode animar o depressivo, tentando apenas motivá-lo a ter alegria e a "não esquentar a cabeça" com os problemas: isso irrita, ao invés de alegrar. A reação pode ser a inversa da que desejamos. Leia Pv. 25:20.
4. Resista à tentação de criticá-lo por estar depressivo – às vezes achamos que com uma repreensão, poderemos "em um passe de mágica", mudar o quadro. A situação não é tão simples assim.
5. Ajude a pessoa a entender os fatores pe­los quais entrou em Depressão. Tendo esta com­preensão, será mais fácil identificar possíveis saídas.
6. Aproveite sua "ponte de amizade" para sugerir um aconselhamento com uma pessoa experiente nesta área (pastor, médico, psicólogo etc).
4. COMO DEUS TRATOU DE ELIAS: UM PROFETA EM DEPRESSÃO 1 Rs. 19
Após uma tremenda vitória espiritual sobre os profetas de Baal (IRs 18: 20-40), Elias fugiu desesperado, com medo das ameaças feitas por Jezabel (I Rs 19:1-3). Caminhou 460 km (de JezreeI ao monte Orebe) e estava abatido em termos físicos e espirituais. Como agiu Deus?
A) Supriu Suas Necessidades Físicas – (1 Rs 19:4-12)
Deixou-o dormir e providenciou comida, através de um anjo. Depois, Deus fala com o profeta através de uma brisa suave, pois ele estava tão tenso, que possivelmente ficaria assustado se o Senhor lhe falasse em meio ao forte vento, ou ao terremoto, ou ao fogo. Não o censurou, nem o obrigou a tomar uma decisão. Muitos depressivos precisam de descanso, alimentação; não convém pressioná-los a tomarem decisões – relâmpago.
B) Deu Clareza à Visão do Profeta, Desfazendo seus Medos (1 Rs 19:13-14)
Inicialmente, Deus ouviu as reclamações de Elias. Ele demonstrava pena de si mesmo, julgando-se sozinho, esquecido, marginalizado e o último defensor do Reino de Deus na face da Terra. Deus mostra que ele não era o único a sofrer perseguição, nem o último fiel (haviam mais sete mil – v. 18). O deprimido costuma achar que seu caso é único e o mais grave de todos.
C) Deus Fez Elias Desviar os Olhos de Si Mesmo e Deu-lhe Trabalho para Fazer (1 Rs 19:15)
Um óptimo remédio para a excessiva preocupação consigo mesmo, é auxiliar na necessidade de outras pessoas. Tira-se os olhos, mesmo que momentaneamente, dos próprios pro­blemas e percebe-se que em muitos casos, é possível ajudar pessoas com problemas até mais graves que os nossos.
D) Deus Mostra que é Soberano Sobre a Situação (1 Rs 19:15-18)
Jezabel, a causadora de tanto pavor em Elias, não era NADA perto do Senhor a quem o profeta servia.
. Deus encarrega Elias de ungir novos monarcas ;
. Incumbiu-o de ungir um novo profeta ;
. Informa qual seria a punição dos idolatras;
. O Senhor castigaria a Acabe e a Jezabel (I Rs 21:17-29);
• Preservaria os fiéis ao Deus verdadeiro.
5. ALGUNS CONSELHOS A PESSOA DEPRIMIDA:
A) Fale de si mesmo sem se depreciar, reconhecendo aspectos positivos
B) Não deixe que somente suas emoções dominem sua conduta
C) Tente traçar um plano para sair da depressão
D) Faça novas amizades
E) Seja mais tolerante consigo mesmo
F) Não use a depressão como desculpa, para não mudar o que é necessário mudar
G) Melhore seu autoconceito: Aproximando-se de Cristo, melhorando relacionamentos estabeleça metas de melhoria.

H) Ore e sature a mente com a Palavra de Deus (SI I 16:1-9; Mt I 1:28-30).

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Um ou MAIS Mediadores?

 “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5).
Numa reunião missionária alguns jovens discutiam o texto: “Vós sois o sal da terra” (Mat. 5:13). Uma sugestão após outra foi feita quanto ao significado da palavra “sal” neste versículo. “O sal dá sabor”, disse alguém.
“O sal impede a deterioração”, sugeriu outro.
Finalmente, uma jovem chinesa falou com base na experiência que nenhum dos outros possuía. “O sal dá sede”, disse ela, e houve um silêncio repentino na sala. Todos durante alguns instantes se interpelavam será que: “Já deixei alguém com sede do Senhor Jesus Cristo?”
As aflições de Job fizeram com que tivesse sede de um Mediador que pudesse ser o árbitro imparcial entre ele e Deus. O que é que satisfaria por completo a sede de Job? Quem seria capaz de desempenhar os deveres do árbitro de Job?

1.      Job necessitava de um Árbitro (Job 9.30-33; 16.20,21; 33.23-28)
O discurso de Bildade em Job 8:1-22 tinha realçado o caráter reto de Deus e a justiça por Ele dispensada. Job reagiu, respondendo: “Na verdade sei que assim é: porque, como pode o homem ser justo para com Deus?” (Job 9:2). Observemos que não se trata de como o homem pode ser justificado, mas como poderia ele ter um caráter justo. Job desejava um árbitro, porque não passava de um pecador aos olhos de um Deus santo. A santidade de Deus exigiria imediata e completa justiça. (Ver Rom 6:23.)

Mesmo que Job se lavasse com salitre ou uma lixivia potente, a perfeita santidade de Deus demonstraria ainda a condição de pecado de Job, a tal ponto que até mesmo as suas roupas rejeitariam a imundície de seu corpo (w. 30,31). A ilustração de Job retratou a sua condição. Para que pudesse ter alguma esperança de remediar a situação, ele teria de conseguir comunicar-se de algum modo com Deus a esse respeito. Um árbitro poderia representar Job diante de Deus.

A figura mostrada por Job no versículo 33 é a de um homem que se interpõe entre dois contendores e os reconcilia. Este árbitro teria de “pôr a mão” sobre os dois contestantes. Na situação particular de Job, o árbitro precisaria tocar Deus com uma das mãos e com a outra o homem. Gosto muito de um desenho que representa Jesus estendido na cruz segurando com uma mão a “invisível mão do Pai” e com a outra segurando o homem.

Os conselheiros de Job, que não foram capazes de o confortar, também demonstraram a sua necessidade de um árbitro. Esses homens foram incapazes de compreender perfeitamente a situação de Job. Como resultado, passaram a zombar dele e Job voltou-se para Deus com lágrimas nos olhos (Job 16.20). Nenhuma súplica das Escrituras é mais pungente do que a sua: “Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!” (v. 21). O conceito que Job apresenta é de que alguém deve suplicar a Deus da mesma forma que um ser humano suplica a outro que é seu igual (“amigo”).

Eliú, o quarto amigo de Job, foi o último a entrar na conversa (Job 32:1-37.24). Este, que era o mais moço dos amigos, passou a considerar a atitude errada de Job em relação aos seus sofrimentos.
Já ficou evidente o fato de que um árbitro entre o homem e Deus deve corresponder às necessidades do homem e às exigências de Deus. Este árbitro deve ter capacidade para compreender por inteiro à posição do homem e satisfazer plenamente o caráter de um Deus santo (Job 9:32,33). Para ser “amigo” de Deus seria preciso que o árbitro fosse também Deus (Job 16:21).

Eliú fez um acréscimo à descrição do árbitro feita por Job, ao afirmar que ele deve ser um “mensageiro”, “um intérprete”, e “um entre milhares” (Job 33:23). Acima de tudo, este árbitro deve ser especial — único.

Uma outra característica do mediador de Job (ou árbitro) é encontrada na descrição do libertador-redentor (w. 24,28). O mediador deve ter um “resgate” pela vida de Job (v. 24). Job perderá a vida se o resgate não for pago. Uma vez que Deus já tinha proibido Satanás de tirar a vida de Job (Jó 2:6), Ele com certeza sabia do árbitro desejado por Job assim como do resgate a ser pago. A situação era a mesma de quando Abraão ofereceu Isaque a Deus no monte Moriá (Gén 22:1-14). Deus proveria.

2.      Deus Providencia Um Árbitro (Job 16:19)
A paciência de Job com os três amigos se desgastara e afirma: “Tenho ouvido muitas coisas como estas; todos vós sois consoladores molestos” (Job 16:2). A paciência de Job (ou a falta de paciência) com respeito aos amigos, foi um meio de o levar novamente para Deus. Não tendo achado consolo nos conselheiros, Job apresentou o seu caso a Deus com lágrimas (v. 20).

Deixando de lado os seus conselheiros, Job afirmou com convicção: “Já agora sabei que a minha testemunha está no céu, e nas alturas quem advoga a minha causa” (v. 19). Job queria dirigir a atenção dos amigos para um fato da vida espiritual que estava ao alcance deles, bastando que tivessem fé.

A posição da testemunha ou advogado é da maior importância. Esta testemunha está “no céu” e “nas alturas”. Este advogado teria acesso contínuo ao Deus de Job, a fim de fazer a sua defesa contra o adversário. (Job 1:6,7; 2.1,2.

Depois de tantas coisas serem reveladas a respeito da necessidade de um árbitro, da natureza do árbitro e da posição do árbitro, a identidade do mesmo deveria ter ficado perfeitamente clara. Evidentemente, o Filho de Deus preencheria o papel de mediador de Job. 1 Timóteo 2.5 diz simplesmente: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”.

O Mediador de Job é também a sua Testemunha e Advogado (Job 16:19). Jesus é também descrito como a “fiel testemunha” (Ap 1:5). O Advogado seria alguém que tudo sabe e tudo vê. Ele poderia responsabilizar-Se por Job, porque conhecia o coração dele. (1 João 3:19,20; Heb 9:16.)
As descrições de Paulo, estão todas de acordo com o que Job declara. Jesus Cristo preencheu de todas as formas as qualificações para ser o Árbitro de Job.
Em Gálatas 3:8-22, Paulo explica como Abraão, um gentio, foi justificado pela fé no Redentor prometido. Nem mesmo a lei ceromonial poderia prejudicar as promessas de Deus feitas a Abraão. Todos os gentios receberiam as bênçãos emanadas da semente final de Abraão, Jesus Cristo este é o cumprimento cabal dessa lei. A razão pela qual a promessa foi mantida deve-se ao resgate pago pelo Mediador (G1 3.17-22).

Ao escrever ao jovem Timóteo, Paulo associou o Mediador com a vida de oração do crente (1 Tm 2.1,2). O Mediador era a um só tempo Deus (v. 3) e homem (v. 5). O resgate é mencionado na instrução de Paulo a Timóteo (v. 6). A descrição de Jesus como “único mediador” corresponde ao conceito de singularidade.

João associou o sangue purificador de Jesus Cristo com o Advogado celestial (1 João 1:7). A confissão de pecados faz parte da obra do Mediador (v. 9). A posição do Advogado de João é semelhante à do Arbitro de Job: no céu, na presença de Deus Pai (1 João 2:1; Job 16:19). (Job 16:17; 9:32,33; 33:24,28; 33:23; 9:30,31).

Paulo na epístola aos Hebreus também menciona a posição celestial do Mediador- Redentor (Heb. 9:23-25). A descrição da função de Mediador de Cristo juntamente como único Sumo Sacerdote, apresenta a satisfação da necessidade de um Deus-Homem como Arbitro entre o homem pecador e um Deus santo (Heb. 8:1-13). A satisfação no tocante a Cristo como Sumo Sacerdote é “porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:15,16). (Hb 9:11-22.)
Como o Filho de Deus pôde ter simpatia por Jó antes de Sua encarnação? O Arbitro de Jó tratou com ele à luz do cumprimento da profecia do Velho Testamento. Deus operou no Velho Testamento sobre o fundamento de que a obra de Cristo fora completada antes da criação do mundo (Ef 1:4; Hb 4:3; 1 Pe 1:20; Ap 13:8). A fé possuída por Job, aplicada a ele mesmo, estava ainda para vir, da mesma forma que nós agora aplicamos, pela fé, aquilo que já passou. Essa a razão pela qual Job pôde proclamar: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).

Apelo:
As aflições de Job aproximaram-no de Deus. E as suas? Você tem Cristo como Mediador diante de Deus? Nosso Mediador conhece todas as nossas fraquezas e dificuldades. Você sente que Ele simpatiza com as suas provações. Já deixou alguém com sede do Senhor Jesus Cristo?

José Carlos Costa, pastor

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SINAIS DE UM GENUÍNO REAVIVAMENTO

Introdução - Atos 2:1-12
O reavivamento na vida do povo de Deus é uma necessidade. Quando o reavivamento chega ou chegar às nossas vidas, temos mais fé, ânimo e poder de Deus para realizarmos a Sua obra. Quando o reavivamento atinge a Igreja, ela muda. Quando a Igreja de Atos foi reavivada, a sua história mudou. As pessoas ficavam maravilhas e queriam entender o que se estava a passar.
O reavivamento tem tudo a ver com conhecer-se Jesus. É um novo despertar das faculdades da alma. É uma experiência pessoal e vital com o Salvador. Conhecer Jesus – realmente conhecê-l´O como um amigo – é a essência de todo o reavivamento. Das profundezas da sua experiência pessoal com Jesus, o apóstolo Paulo revelou que estava a orar pelos Efésios, para que estes pudessem “conhecer o amor de Criso, que excede todo o entendimento, e (fossem) cheios de toda a plenitude de Deus (Efésios 3:19).
Mas logicamente, precisamos saber que tipo de experiência queremos. Ao conversarmos com alguns membros sobre este assunto traz à superfície um grande número de ideias contrastantes acerca da natureza de um reavivamento. Para muitos, são decisões por Cristo; para outros, dons espirituais. Para outros entusiasmo, e uns pensam que é puramente santidade.
Em At 2 encontramos o exemplo perfeito de um genuíno reavivamento ou derramamento do Espírito Santo. Não penso que todo o reavivamento seria exatamente igual a esse, o que não é bíblico nem corresponde à realidade. Mas há princípios ou sinais que realmente são comuns a todo o reavivamentos. Deste texto extraímos cinco sinais que vamos examinar.

1.      Do céu – ou da terra?
O primeiro fato importante que podemos identificar quanto ao derramamento do Espírito no Pentecostes é que não foi provocado pelo homem. Nas palavras de Lucas, “…de repente, veio do céu…” v.2

Amados, este é realmente o ponto fundamental e nós precisamos entender corretamente o que significa. Muitas vezes encontramos irmãos preocupados com a Igreja, com o evangelismo, com o estado de mornidão e o pequeno número de conversões. E ficamos ansiosos por descobrir o que impede a edificação da Igreja, o que é muito bom, por um lado e querem fazer algo para que aconteça: jejum, semanas de oração, etc.

Mas, o grande problema é, será por aí que se deve começar? Em geral os crentes e dirigentes pensam que se certos métodos ou estratégias forem aplicados, então acontecerá o reavivamento. Uns pensam que precisamos orar em casa a certas horas do dia; outros que devemos chamar certos pregadores para determinada igreja; outros que devemos iniciar um culto de exortação e chamar ao “pecado pelo seu próprio nome”, ou fazer a reunião de oração de uma outra maneira; há os que crêem que se tivermos certos dons espirituais, a Igreja será reavivada, e os que pensam que uma série de estudos sobre reavivamento é a chave correta!

Ora, não há dúvida de que cada uma dessas coisas pode ser usada por Deus para despertar a igreja. A grande falha está em não perceber que Deus não está preso a nenhum método. Deus não é um génio dentro de uma lâmpada, que sairá se esfregarmos da maneira correta. Deus não é um poder mágico que pode ser manipulado com encantamentos e estratégias. Deus não depende da aplicação, por nossa parte, de certas técnicas espirituais.
Por causa dessa visão errada, as pessoas são muitas vezes tentadas a produzir um reavivamento. Se virem uma igreja entusiasmada e com cultos excitantes dirão apressadamente: “essa igreja está a viver um reavivamento”. Se virem numa Igreja pessoas com dons especiais, e líderes carismáticos, e muitas decisões no apelo, tem a certeza que acharam “o fogo já está a arder”. E então, erradamente, raciocinam que basta copiar os métodos daquelas Igrejas, e teremos um reavivamento! “Precisamos de cultos especiais!” ou “Precisamos mudar de liderança”, ou então “Precisamos fazer cultos evangelísticos”, ou “Precisamos fazer apelo no final do culto e fazer jejum”. É o que vemos muitas vezes acontecer por aí. De tempos a tempos surge um novo método e as Igrejas agarram-se a eles.

Imitar certas técnicas não provoca o reavivamento. Porque ele vem diretamente do céus. O verdadeiro reavivamento é algo que está nas mãos de Deus e não pode ser produzido pelos nossos métodos. Novos métodos podem até encher templos e deixar os crentes empolgados, mas isso não significa reavivamento.

A incredulidade faz com que busquemos novos métodos. Não cremos que Deus pode fender os céus e descer, não cremos que o próprio Deus pode pelo Seu braço lançar “fogo do céu” sobre a Igreja como no Monte Carmelo. Então, o que fazemos? Corremos atrás de imitações baratas de reavivamento. Oh, tal Igreja tem um culto especial e ou um pastor dinâmico ou muito consagrado! Tal Igreja usa grupos familiares! A prova de que essa motivação é incrédula, é que conseguimos reclamar da Igreja sem gastar horas intercedendo. Porque não esperamos em Deus, mas nos homens. Para nós, o problema é o estilo de trabalho da Igreja, ou dos pastores, que está errado. “Não falta Deus: faltam boas estratégias”.

Somos como Abraão que recebeu a promessa de ter um Filho com Sara, de maneira milagrosa, mas foi vencido pela incredulidade, gerando um filho com a concubina. Ao invés de esperar em Deus, tomou a frente e agiu na carne.

Irmãos, se queremos um genuíno avivamento, temos de esperá-lo vindo dos céus. Não nos cabe a nós produzir tal acontecimento! Não adianta imitar reavivamentos de segunda classe. Temos de ter fé e perseverança para buscar a Deus e crer que ele descerá dos céus.

Importante ainda, é notar que essa descida deu-se “de repente”. Não está no nosso controlo. Está no controlo de Deus. Não podemos “usar” o Espírito Santo. Ele vem como vento, e “o vento sopra aonde quer”. Se ele quiser, ele sopra. Se ele não soprar, é porque não quis. Não podemos “programar” um reavivamento; não podemos marcar a data, colocar no programa da igreja, ele é um ato soberano de Deus.

“Mas pastor, do modo que fala não podemos fazer nada!” Não é verdade! Podemos sim. Podemos interceder, podemos nos arrepender de nossos pecados, podemos ter vida de oração, podemos ser fiéis na obra de Deus, podemos parar de acusar os líderes e tirar a trave que está nos nossos olhos, podemos amar e servir os nossos irmãos em vez de só limpar os bancos com o traseiro, e podemos humilhar-nos até ao pó diante da soberania absoluta de Deus na questão do reavivamento, pois diz a palavra: “Deus resiste aos soberbos, porém dá graça aos humildes”.

2.      Experiência com Deus.
O segundo fato, muito importante, e relacionado com o  primeiro, é que o reavivamento bíblico é uma experiência com Deus. A palavra diz, “Todos ficaram cheios do Espírito”. V.4

Esse é o problema com os reavivamentos que encontramos por aí. Os crentes não estão em busca de uma experiência pessoal e profunda com o próprio Deus. Não, eles querem ver coisas. Querem ver estudos Bíblicos excelentes; querem ver milagres; querem ver um grupo de louvor ungido; querem ver um pregador que chora, grita e levita diante o púlpito. Querem Igrejas a viverem experiências semelhantes ao que se passa nos campos de futebol. As pessoas não vão para jogar, vão para ver.

Ver é diferente de experimentar. Não estamos no reavivamento se podemos ver milagres. Judas viu milagres. Estamos num reavivamento se estamos se estamos cheios do Espírito Santo! Estamos num reavivamento se nos temos encontrado com o próprio Deus vivo, se experimentamos uma relação viva e atual com ele.

É por isso que muitos “reavivamentos” são questionáveis. Grupos de pessoas são muitas vezes mobilizadas. Até acontece um certo fervor e acção missionária. Mas eu pergunto: as pessoas estão a ser levadas a Deus, e realmente cheias do Espírito?

As pessoas estão entrando num relacionamento vivo e pessoal com o Pai? As pessoas estão sendo controladas pelo Espírito? Se não, então não temos avivamento. Temos um movimento religioso. Pode ser um importante esforço evangelístico, mas não é um derramamento do Espírito! Não adianta simplesmente imitar essas coisas. Se quisermos um avivamento genuíno, devemos esperá-lo vir diretamente dos céus!
A Palavra diz em Atos 1:8: “…mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.

3.      Uma Experiência comunitária
A terceira característica do reavivamento genuíno é que ele é uma experiência do Corpo, ou comunitária. As línguas de fogo pousaram “sobre cada um deles” v.3
Essas expressões, “cada um” e “todos” dizem muita coisa sobre a vontade de Deus. Deus não quer expressar-Se através de apenas alguns indivíduos; Deus quer o corpo. Ele quer usar toda a Igreja. Todos são sacerdotes. Não há lugar para estrelas na nova aliança.
Essa é, no entanto, a tentação de muita gente. O que os crentes esperam, não raramente, é um derramamento do Espírito no modelo do AT. O que eles esperam é que Deus de repente irá levantar um “Moisés” ou um “Josué”, um profeta que será cheio do Espírito para conduzi-los à terra prometida.
Nesse modelo, não são todos cheios do Espírito. Só os líderes. Eles devem ser ungidos e santos. Nós não. Nós somos os seguidores. Vamos atrás e recebemos as bênçãos. E ai desse Moisés se ele não abrir o mar vermelho! Vamos apedrejá-lo.
Sem dúvida, Deus pode levantar um líder assim, mas isso não é reavivamento. Isso não cumpre o propósito de Deus; porque o propósito de Deus é a Igreja, o corpo. O reavivamento pessoal, individual é possível e desejável, mas não é o que aconteceu em Atos capítulo 2! O reavivamento da Igreja não é um punhado de líderes ungidos e um monte de seguidores. Não! O reavivamento Bíblico da Igreja é um corpo de pessoas cheias do Espírito Santo. Não poucos, mas cada um. Cada crente cheio, fortalecido e ungido com o Espírito. Não um profeta Moisés que anda com Deus enquanto os outros assistem, mas uma companhia de discípulos cheios do Espírito, tanto líderes como liderados.

4.      Vossos Filhos Profetizarão!
A Quarta característica do reavivamento Bíblico é a experiência carismática, ou seja, a manifestação de dons espirituais. Como se pode verificar nos Vs. 3 e 4, no momento do derramamento do Espírito, ocorreu uma distribuição de graça. Sobre cada um repousou uma língua de fogo, e depois eles foram capacitados a falar em línguas.
Mais à frente, Pedro cita o profeta Joel “Vs. 17-19″.
No antigo testamento, a capacitação para a obra de Deus, e a concessão de dons espirituais limitava-se a alguns homens escolhidos, profetas, reis, sacerdotes e juízes. O povo em geral não experimentava o derramamento do Espírito. Mas a promessa de Deus, para a nova aliança, é que o Espírito seria dispensado a todos, e os dons espirituais também.
Uma característica fundamental do derramamento do Espírito é a distribuição de dons espirituais a todos os crentes. Cada um é capacitado por Deus para servir com um ou mais carismas, que podem ser tanto dons especiais (1 Co 12) como ordinários (Rm 12).
Entretanto, é preciso novamente adoptar o modelo correto quanto à distribuição de dons espirituais. O modelo de ser só alguns líderes com dons espirituais e uma massa de espectadores não está profecizada. O que Joel diz, é que todos devem Ter dons. É o que Paulo nos ensina em 1 Co 12:7-11 e 14:26. Os dons estão distribuídos entre todos, e não para algumas estrelas. A distribuição livre de dons, e a manifestação do Espírito é um sinal de reavivamento genuíno.

5.      Marcados pelo Ardor Missionário
A Quinta e última característica de um genuíno avivamento, conforme o que lemos em At 2 é sua natureza missionária. Raramente nos damos conta disso, mas a distribuição de línguas em At 2 foi um milagre transcultural.

O Dom de línguas não é, em geral, compreensível. O próprio Paulo ensina que só deve ser usado na Igreja com interpretação. Mas o que se observa em At 2 é que as línguas faladas eram a dos estrangeiros que estavam em Jerusalém (Vs. 5-12). Isso mostra o desejo de Deus de alcançar essas pessoas de outras nações.

Jesus já tinha dito que a finalidade do poder do Espírito desce sobre nós, somos transformados em testemunhas, capacitadas para falar a Palavra. É o que aconteceu em At 2; depois da pregação de Pedro, converteram-se 3.000. Mais à frente, vemos os crentes a orar e foram cheios do espírito, e assim capacitados a pregar (4:31), e por todo o livro de Atos, o Espírito move a Igreja a evangelizar e fazer missões. O coração do Espírito Santo é missionário, e a igreja dos primeiros tempos era marcada pelo ardor missionário. Se ele se derramar sobre nós, então nos tornaremos missionários! Uma Igreja reavivada é uma Igreja que tem sede de evangelizar e tem compaixão pelos que se perdem. Uma Igreja reavivada não está preocupada com banalidades, mas com a missão. Muitos crentes querem o poder do Espírito para ver milagres, não para salvar almas. Querem receber bênçãos, mas não ser uma bênção. Tudo isso apaga o Espírito, porque o seu propósito é salvar e edificar almas. Evangelismo e missões são uma marca indispensável do reavivamento genuíno.

CONCLUSÃO
Diante de tudo o que foi dito, o que fazer? Em primeiro lugar, e antes de tudo, deixar a incredulidade. A nossa oração será inútil se não podemos crer que Deus realmente pode fender os céus e descer. É preciso renunciar à tentação de tentar fabricar um reavivamento, de tentar copiar reavivamentos artificiais que não tem cruz, não tem santidade, não tem convicção de pecado profundo; reavivamentos que tem muitas decisões e mãos levantadas, mas poucas conversões, que tem cultos de crentes a assistir ao espectáculo, mas logo de seguida reuniões de oração vazias. Temos que buscar algo que venha do alto!
Conhecer Deus leva sempre à obediência. A Lei de Deus revela o Seu amor. Um relacionamento mais profundo com Cristo leva a um maior desejo de Lhe agradar. A obediência é o fruto do amor. Quanto mais O amamos, mais desejamos obedecer-Lhe. Qualquer coisa a que se chame reavivamento e que não realce o arrependimento pelas vezes em que, voluntariamente, violámos a Sua Lei, é suspeita. O fervor religioso pode levar temporariamente a um elevado momento religioso, mas faltará uma transformação espiritual duradoura.

José Carlos Costa, pastor

Deus pode fazer de você uma Bênção

Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos (Is 57.15).
Introdução
De acordo com este texto, Deus tem dois endereços. O primeiro num "alto e santo lugar", ou no céu (Sal 115:3).
O segundo, Ele mora com aquele que possui um coração abatido e contrito (Mat 5.3). Deus reside com os humildes, com os pobres de espírito. David aprendeu e declarou esta verdade: Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus (Sal. 51:17).
O grande problema é que temos um grave problema no coração: somos orgulhosos. Mesmo após a nossa conversão, sendo a habitação de Deus, o nosso coração continua duro. Deus disse a Israel, o seu povo: Vós fizestes pior do que vossos pais; eis que cada um de vós anda segundo a dureza do seu coração maligno, para não me dar ouvidos a mim (Jer 16.12). Quebrantamento é a solução para o nosso coração orgulhoso.

1. O que é quebrantamento?
A palavra quebrantamento traduz a palavra bíblica contrição. Essa palavra sugere algo que foi esmagado e reduzido a minúsculos pedaços, tal como uma rocha que se tomou pó. O salmista David diz: Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido (Sal 34.18).
Nancy L. DeMoss afirma que quebrantamento consiste em três coisas:
1. Quebrantamento é o rompimento da nossa vontade pessoal e total rendição à vontade de Deus.
2. Quebrantamento é abrir mão da autoconfiança e da independência de Deus.
3. Quebrantamento é o amolecimento do solo do nosso coração para que a Palavra de Deus penetre e lance raízes.

2. Avalie seu orgulho
J. N. Darby declara: "O orgulho é o pior dos males que nos podem sobrevir. De todos os nossos inimigos, ele é o que perece com mais dificuldade e mais lentamente". Precisamos combater o orgulho do nosso coração, pois Deus resiste ou rejeita os soberbos (Pv 3.34; Tg 4.6; 1 Pe 5.5). O nosso Deus conhece o soberbo de longe. O Senhor é excelso, contudo, atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe (Sal 138.6).

Façamos a nós mesmos um check-up espiritual do nosso coração. Avaliemos o nível de orgulho presente no nosso coração:
1. O orgulhoso olha para os fracassos dos outros e está sempre pronto a mencioná-los.
2. O orgulhoso tem um espírito crítico e está sempre à procura dos erros nos outros. Analisa as falhas alheias com um microscópio, mas olha as suas com um telescópio.
3. O orgulhoso tem a tendência de criticar quem se encontra em posição de autoridade (o presidente, o patrão, os pais e o pastor), e comenta com outras pessoas as falhas percebidas.
4. O orgulhoso autojustifica-se; tem um conceito elevado de si mesmo e menospreza os outros.
5. O orgulhoso tem um espírito independente e auto-suficiente.
6. O orgulhoso quer provar que está sempre certo e deseja ter sempre a última palavra.
7. O orgulhoso exige os seus direitos e a preservação da sua reputação.
8. O orgulhoso deseja ser servido, quer que a vida gire em torno de si e das suas necessidades.
9. O orgulhoso tem o sentimento de que a igreja é privilegiada por poder contar com ele.
10. O orgulhoso busca sempre autopromover-se.
11. O orgulhoso deseja intensamente ser reconhecido e apreciado pelos seus esforços.
12. O orgulhoso fica magoado quando outros são promovidos em vez dele.
13. O orgulhoso fica satisfeito com os elogios e deixa-se abater pelas críticas.
14. O orgulhoso preocupa-se com a opinião das pessoas a seu respeito.
15. O orgulhoso não aceita ser corrigido ou disciplinado.
16. O orgulhoso tem dificuldade em aceitar os seus erros e pedir perdão.
17. O orgulhoso não conhece a verdadeira condição do seu coração.
18. O orgulhoso considera que não precisa de arrependimento e reavivamento espiritual.
Se esta lista o ajudou a reconhecer algum vestígio de orgulho, não se desespere. A bênção de Deus e a verdadeira felicidade espiritual é para aquele que reconhece, confessa e rejeita o orgulho.

3. Pratique o quebrantamento
O quebrantamento é uma obra de Deus, mas exige a nossa participação. Seguem-se alguns passos para o quebrantamento.
3.1. Aproxime-se de Deus
Tiago recomenda: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros (Tg 4.8). Se nos aproximarmos de Deus por meio da oração e da leitura bíblica. Comece a orar e ler a Bíblia. Lembre-se de duas coisas importantes:
3.1.1. Deus não rejeita a oração de alguém que o busca de todo coração (SI 66.18-20; Jr 29.13). Saiba que o Espírito Santo o ajudará a orar convenientemente (Rm 8.26).
3.1.2. A Palavra de Deus é viva e eficaz, é como uma espada que penetra no coração mais duro (Heb 4.12,13). A Bíblia é como o martelo que quebra a rocha dos corações petrificados. Não é a minha palavra fogo, diz o Senhor, e martelo que esmiuça a penha? (Jer 23.29).
3.2. Confesse os seus pecados
Quando nos aproximamos de Deus, pela oração e meditação bíblica, começamos a perceber o quanto somos pecadores. Esta foi a experiência de Isaías: Então disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meu olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! (Is 6.5).
É impossível para alguém viver na presença de Deus, sem sentir a necessidade de santificação e purificação de pecados (Tg 4.8-10). Tenha a certeza de que se você confessar os seus pecados a Deus, Ele o perdoará (1 João 1:5-10).
3.3. Tome atitudes de obediência a Deus
John Maxwell diz que atitude é um sentimento interior que se expressa pelo comportamento exterior. É a capacidade de transformar pensamentos em ações. Na linguagem de Tiago, é ser ouvinte e praticante da Palavra. Tomai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tig 1.22).
Comece a fazer tudo o que Deus deseja. O quebrantamento começa com a rendição da sua vontade (Rm 12.1,2).
Faça uma lista de decisões que precisa tomar e comece a agir:
Ajoelhe-se diante de Deus e reconhe­ça a sua dependência dele.
Reúna a sua família e peça perdão pelas suas ofensas e reconheça os seus erros.
Desista de resistir e entregue os seus ressentimentos a Deus.
Comece a dar testemunho de cristão no seu ambiente de trabalho.
Comprometa-se com a sua igreja e com a obra missionária.
Passe a falar de Jesus às pessoas que estão ao seu redor.
Siga adiante com outras atitudes.
Conclusão
Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará (Tg 4.10).
Lutero disse: "Deus cria a partir do nada; portanto, Ele somente pode fazer algo de nós quando não formos nada". Samuel Chadwick disse: "É incrível o que Deus pode fazer com um coração quebrantado, se lhe entregarmos todos os pedaços". Deus é o autor do verdadeiro quebrantamento, quando nos humilhamos na sua presença.


José Carlos Costa, pastor

sábado, 17 de agosto de 2013

SERMÃO DE CASAMENTO

Génesis 2:23: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.
1. Introdução
Em primeira Coríntios 7:39, o apostolo Paulo usa a expressão “casar-se no Senhor”. De fato, o casamento só persevera e vale a pena se for no Senhor. São vocês que o devem tornar “no Senhor”  se assim não for corre sérios riscos.
Comparecer a uma cerimónia religiosa presidida por um pastor não perfaz um casamento no Senhor! Não! Pois vivemos tempos, em que famílias experimentam a dolorosa experiência do divórcio, ou vivem em crises por falta da presença de Deus.
O único e mais eficiente meio para uma família vencer as suas crises e angústias é ser e manter-se fiel a Deus, deixando que ele Seja Senhor Absoluto das circunstâncias.

2. Há duas condições que possibilitam afirmar que um casamento foi constituído no Senhor:
2.1 Quando os cônjuges têm os corações inclinados a obedecer a Deus.
Divórcios, infelizmente, é algo cada vez mais comum na sociedade. Não faltam opiniões para explicar este facto.
Mas o que é que Jesus Cristo ensinou sobre a causa principal do divórcio? Basta lermos Mateus 19:8: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar as vossas mulheres…”. Observem: a falta de corações inclinados a obedecer a Deus resulta na falência dos relacionamentos conjugais!
Corações fechados a Deus impossibilitam Jesus atuar no lar. O texto de Apocalipse 3:20 revela o apelo do Senhor em prol de que os crentes/conjuges o recebam no íntimo de suas vidas.
Ler: Quando Deus está presente e actua na vida de uma família cada pessoa está preocupada em executar seu papel de acordo com os princípios estabelecidos pelo Criador.
A obediência a Deus e à Sua Palavra é a chave do sucesso na vida familiar.
2.2 Quando os cônjuges fazem do casamento uma oportunidade de unir forças e cuidados em prol de uma vida cristã mais refinada.
O texto de Eclesiastes 4:9 e 10 retracta os efeitos de um casamento ideal: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro: mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Num casamento no Senhor há cuidado espiritual mútuo, edificação, ministração, e o resultado é indubitável.
3. E finalmente, quero falar acerca da existência de alguns componentes importantes para que um casamento venha a durar:
3.1 RESPEITO MÚTUO
Só há um princípio de respeito na vida familiar quando, ambos cônjuges se aceitam como são, entendendo que são diferentes, e essas diferenças precisam ser respeitadas.
Ilustração infantil. Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.
O pássaro insistiu para que houvesse aulas de voo.
O esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental.
E o coelho que a corrida fosse incluída. E assim foi feito, incluíram tudo, mas… cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos oferecidos.
O Coelho era magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensinar-lhe a voar. Colocaram-no numa árvore e disseram: “Voa, Coelho”. Ele saltou lá de cima e “pluft”… coitadinho! Quebrou as pernas. O Coelho não aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.
O Pássaro voava como nenhum outro, mas obrigar a cavar buracos como uma toupeira. Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, e nem cavar buracos.
MORAL. Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um tem uma ou mais qualidades próprias. Não podemos exigir que as outras pessoas sejam parecidas connosco ou tenham as nossas qualidades. Se assim agirmos, acabaremos por fazer que elas sofram, e no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem e ainda pior, elas poderão não fazer o que faziam bem feito. SAIBAM RESPEITAR AS DIFERENÇAS É AMAR AS PESSOAS COMO ELAS SÃO!
É bom lembrar o que ensina Efésios 5:33: “Portanto, cada um de vocês também ame a sua esposa como a si mesmo, e a esposa trate o marido com todo respeito.”
3.2 COMPROMISSO GENUÍNO
Implica uma compreensão de que um vive para o outro. Isto implica um amor sacrificial.
Jesus fala sobre este compromisso em Mateus 19:5: “Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne”.
Ser “uma só carne” não significa abdicar da personalidade ou dos direitos pessoais, mas implica em haver entre os dois um sentimento de cumplicidade, de consentimento mútuo, concordância e parceria.
3.3 BOA COMUNICACAO
Para comunicar é necessário ter uma compreensão emocional, mental e físico das diferenças entre um homem e uma mulher.
As mulheres, por exemplo, costumam comunicar com mais riqueza de detalhes, os homens são mais objectivos. As mulheres são mais emocionais, os homens mais racionais.
Problemas e diferenças na convivência e comunicação são resolvidos através do perdão. Efésios 4:32: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.”
4.   Conclusão
Cliff Barrows ensina que existem algumas palavras que salvam um relacionamento: “Eu estava errado” – Isto se trata do perdão. “Desculpa – eu amo-te” – Isto se refere a uma reafirmação do compromisso de amar.
Deixem que eu vos diga: “O perfeito casamento é a união de 3 pessoas – um homem, uma mulher e Deus. Fé em Cristo é o mais importante de todos os princípios na construção de um lar feliz”.


José Carlos Costa, pastor

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A Solução Para a Culpa e o Pecado

O plano da salvação foi estabelecido muito antes do surgimento do pecado. A Bíblia afirma que a graça divina nos foi dada “antes dos tempos eternos” (1Tim. 1:9) e que Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:8). Isso significa que Deus não foi apanhado de surpresa.


Ele não criou robôs programados para obedecer, mas seres à Sua imagem e semelhança, livres e soberanos nas suas escolhas. Se Adão e Eva fossem obedientes, eles permaneceriam eternamente em estado de perfeita felicidade. Entretanto, eles falharam e desobedeceram a Lei Divina. A natureza do homem “tornou-se tão enfraquecida pela transgressão que lhes era impossível, na sua própria força, resistir ao poder do mal.” [1] Houve uma ruptura no relacionamento entre Deus e o belo casal (Is 59:2), e sabe qual era a sentença? Morte eterna (Rom. 6:23).

Deus dá o Primeiro Passo Para Salvar o Homem
Todos os dias Deus passeava pelo jardim e tinha um agradável “encotro” com Adão e Eva. Porém, depois do pecado o homem teve medo e tentou fugir de Deus (Gén. 3:8). A tendência natural é acontecer o mesmo hoje. O homem tenta esconder-se de Deus. Esforça-se para se livrar da culpa e do medo. Preenche o tempo com alegrias passageiras. Busca soluções paliativas para um vazio no coração. Na sua busca por alegria, paz de espírito e sentido de vida, acaba por ter um encontro com o “nada”, pois é isso o que acontece quando se ignora a existência do Criador e Salvador Jesus Cristo.

Deus, na Sua infinita misericórdia foi ao encontro do homem “caído” e perguntou; “onde estás?” (Gén. 3:9). Ele sabia onde o homem estava escondido. Isso significa que Ele sabe como e onde você está. Ainda assim Ele pergunta; “onde estás?” Ele quer curar as feridas e por isso Ele deixa a voz humana falar… “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gén 3:10). Deus novamente pergunta; “Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gén. 3:11). Com todo o amor Deus dá o primeiro passo para salvar o homem, para restaurar o relacionamento quebrado, e apresenta o Seu plano de salvação.

Deus Provê Um Meio
A Bíblia descreve que Deus fez “vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu” (Gén. 3:21). Essa pele era de um animal inocente que foi morto no lugar do pecador. O animal morto era uma prefiguração do Messias que um dia viria como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29; Gén 3:15). Não era o sacrifício em si que tornava o pecador justo, mas a fé na graça salvadora do Messias que derramaria o Seu sangue no lugar do pecador (João 3:16). Mesmo nos tempos do Antigo Testamento a salvação era unicamente pela graça mediante a fé no Messias (Gál. 3:6). Sobre isso, Jesus declarou; “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o Meu dia, viu-o e regozijou-se” (João 8:56, ver também Génesis 22).

Arrependimento e Confissão
A palavra arrependimento na Bíblia é traduzida do termo hebraico nachum que significa “sentir-se triste”. O termo equivalente em grego é metaneo, e denota o conceito de “mudança da mente”. [2] Por outras palavras, o arrependimento é um estado de profunda tristeza pelo pecado e uma mudança de comportamento. F. F Bruce define da seguinte maneira: “Arrependimento (metanoia, ‘mudança da mente’) envolve o abandono do pecado e voltar-se para Deus em contrição; o pecador arrependido está em condições próprias para receber o perdão divino.” [3]

É Deus, que no Seu infinito amor e bondade, através do Espírito Santo, conduz o pecador ao arrependimento (Rom. 2:4; João 16:8). O amor divino atrai o pecador. Ele compreende que Cristo morreu pelos seus pecados, e dessa maneira o coração é permeado, pois entende que é unicamente através da morte de Cristo que ele pode ser declarado justo, libertado da culpa e da condenação. O texto bíblico afirma: “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Prov. 28:13).

A experiência de David revela claramente como o arrependimento prepara o caminho para a vitória sobre o pecado. Ele cometeu adultério e um homicídio. Foi o Espírito Santo que o convenceu dos seus erros. Ao reconhecê-lo, David não tentou ocultá-los. Entristeceu-se pelos seus pecados, foi específico na confissão e não suplicou apenas por perdão, mas por um coração puro; “cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto” (Sal. 51:10).

Reconciliação e Justificação
Uma vez que o pecado causa separação, o perdão provê reconciliação, isto é, a restauração do relacionamento entre Deus e o homem. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2Co 5:19).

A Bíblia diz que “todos pecaram” (Rom. 3:23). A Lei de Deus requer perfeita obediência e a quebra do mandamento exige a condenação. Então como pode o homem ser justo diante de Deus e escapar da condenação? “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rom 5:1). É unicamente mediante a graça, por meio da fé na perfeita justiça de Cristo (Ef 2:8). A base da justificação não está na nossa obediência, mas na de Cristo! “Por meio da obediência de um só [Cristo], muitos se tornarão justos” (Rm 5:19).

Ellen White descreve essa verdade nas seguintes palavras: “Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. [...] Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça.”[4]

Ao vir a este mundo Cristo assumiu a natureza humana sem inclinação para o pecado. Foi obediente até à morte e fez justiça. Assim, todos podem dizer; “Por Sua obediência perfeita satisfez Ele os reclamos da lei, e minha única esperança está em olhar para Ele como meu substituto e penhor, que obedeceu perfeitamente à lei por mim.” [5] Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ele pode perdoar o pecador arrependido, pois Ele mesmo cumpriu perfeitamente os requisitos da lei, e pode livrar o homem da condenação porque pagou o preço exigido – a morte. Em Cristo o pecador arrependido é perdoado, declarado justo e absolvido da sentença de morte, como declara Paulo; “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1).

Santificação
Justificação é o ato de Deus declarar justo um pecador arrependido que reconhece pela fé que só em Cristo há perfeita justiça. Além de declarado justo, Deus o considera como justo, como se nunca tivesse pecado; está absolvido de toda culpa e encontra-se em paz com Deus (Rom 5:1). Teologicamente isso se chama justiça IMPUTADA. “O verdadeiro arrependimento e justificação levam à santificação. Justificação e santificação estão intimamente relacionadas, distintas, mas jamais separadas.” [6] Santificação significa “santo”, “separado”, o que envolve a transformação do caráter ao longo da experiência cristã.

Justificação é pontual. [7] É quando o pecador arrependido confessa os seus pecados e obtém o perdão. Assim, justificação é aquilo que Deus faz por nós! Santificação é aquilo que Deus faz em nós. [8] “No momento da justificação ele [o pecador] é também santificado.” [9] Isso significa que ele recebe poder para uma vida de obediência. Teologicamente isso é justiça COMUNICADA.

Glorificação
Somos glorificados em Cristo quando o recebemos como nosso Salvador, mas ainda estamos num mundo de pecado. Por isso há um momento futuro da salvação; “último dia” (1Pe 1:5; 1Jo 3:2). Somente por ocasião da segunda vinda de Cristo a pessoa estará finalmente livre da própria presença do pecado.

[1] Ellen G. White, Caminho a Cristo, (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000), p. 17.
[2] Ver “Repent” em www.blueletterbible.com (acessado em 09/02/2011).
[3] Frederick F. Bruce, The Acts of the Apostles; [Greek Text Commentary], London: Tyndale, 1952, p. 97.
[4] Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 62.
[5] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, ANO), vl 1, p. 396.
[6] Nisto Cremos, p. 154.
[7] Seventh-Day Adventist Bible Dictionary (Washington: Review and Herald, 1960), 8:955.
[8] Nisto Cremos, p. 154.

[9] Ibid., p. 155.

sábado, 3 de agosto de 2013

Ladrões e Janelas Abertas

O sol tinha acabado de nascer quando Charlie entrou pelo belo portão de ferro da propriedade em que ele fielmente servira seu mestre por mais de 20 anos. Ele era um cristão muito querido, mas seu patrão passou a vida toda ganhando mais e mais dinheiro, e tornou-se um homem muito rico. Passou a ser conhecido como o homem mais rico de Big Valley. Na noite anterior, Charlie teve um sonho estranho. Pela manhã, quando chegou ao trabalho, foi direto falar com seu patrão: “Patrão, tive um sonho estranho na noite passada. Sonhei que o homem mais rico de Big Valley morreria à meia-noite de hoje. Mas, patrão, quero que o senhor saiba que foi apenas um sonho, e tenho certeza que nada acontecerá. Apenas senti que deveria contar-lhe.”

O patrão deu um tapinha em suas costas e disse: “Bom e velho Charlie, você não tem de se preocupar comigo, estou em boa saúde. É verdade que sou o homem mais rico em Big Valley, mas estou bem.”

Mas conforme as horas iam passando, uma pergunta começou a se formar na mente deste homem muito rico, e ele começou a se questionar: “E se?” Ele tentou esquecer a idéia inconveniente, dizendo a si mesmo: “Isso não pode ser verdade. Por que eu deveria me preocupar com um sonho sem sentido?”

As horas foram passando, o sol se pôs, e o homem foi para casa, mas não conseguia tirar aquela idéia da cabeça: o fiel Charlie tinha tido um sonho em que o homem mais rico em Big Valley morreria à meia-noite.

Este pensamento o incomodou tanto que ele pegou o telefone e ligou para um amigo, médico. Disse: “George, você conhece Charlie, que trabalha para mim? Esta manhã ele me  disse que havia tido um sonho estranho em que o homem mais rico em Big Valley morreria à meia-noite de hoje. Sei que isso não importa. Não estou preocupado, mas faz um bom tempo desde meu último check up.”

George começou a rir. “Tudo bem, George, ria  quanto quiser. Mas falando sério, George, agora seria uma boa hora para fazer outro check up. Posso ir ao seu consultório? Acho que eu dormiria melhor. Não me importo em dizer isso.”

George disse: “Venha, e cuidarei de você.” Ele foi até lá, George o examinou, e não havia nada de errado com ele. “Você está com uma saúde de ferro!”, disse. Eles riram, e o ricaço foi para casa, mas assim mesmo não conseguia esquecer o sonho de Charlie. A pergunta, “e se?”, continuava a importuná-lo.

Mais uma vez, lá estava ele ligando para George. “George, detesto incomodá-lo, e você pode rir quanto quiser, apenas não conte nada aos nossos amigos  em comum. Não temos passado muito tempo juntos, você tem estado ocupado em seu consultório e eu em meu trabalho. Você se importaria de vir até minha casa e passar estas horas de crise comigo?”

George disse: “Tudo bem, vou até aí. Vamos falar sobre os velhos tempos, e talvez possamos discutir um pouco sobre negócios ao mesmo tempo.” George foi até lá e sentou-se com o amigo. Enquanto conversavam as horas iam passando e estava cada vez mais perto da meia-noite. À esta altura o homem rico estava andando de um lado para outro. Parecia que nada que seu amigo médico dissesse poderia acalmá-lo.

Finalmente o relógio marcou meia-noite. Nada aconteceu. George voltou para sua casa, e o homem foi para a cama e dormiu como um bebê.

Na manhã seguinte ele ouviu alguém batendo à porta. Quando a abriu, lá estava o filhinho de Charlie, que disse: “Senhor, mamãe mandou lhe avisar que meu papai morreu à meia-noite ontem.”

Afinal, o que é a riqueza, e quem é realmente rico? Todos nós nos preocupamos em ganhar dinheiro. Não podemos sobreviver neste mundo sem ele. Ganhar dinheiro ocupa a maior parte de nosso tempo e energia. A maioria de nós tem suas preocupações financeiras. Não há muitos de nós que possuem mais dinheiro do que precisam.

Existe um grande temor entre muitos dos que estão no topo financeiro de que um novo choque no sistema econômico internacional possa descontrolar o mercado e gerar uma depressão. Outra preocupação é que a inflação cresça.

Numa reunião recente entre o FMI e o Banco Mundial, quase todos os 140 ministros das finanças ali presentes alertaram para o perigo de uma crise econômica iminente. Amir Jamal, ministro das finanças da Tanzânia, e presidente da reunião disse:

“O mundo está saturado de palavras, palavras e mais palavras sobre a situação econômica global.”

Preocupamo-nos com nossa inflação, e com razão. Mas, comparada a outras partes do mundo, ainda não vimos nada. Passei 11 anos na América do Sul onde vimos uma verdadeira inflação. Os preços dobravam em questão de meses, às vezes, até mesmo, semanas. A maneira mais sábia de administrar o dinheiro era gastar o cheque do pagamento assim que possível, porque se fosse guardado, mesmo que por um dia, teria menos poder de compra.

Vi uma charge interessante num dos jornais do Rio de Janeiro. O primeiro quadro mostrava um homem dormindo enquanto um ladrão entrava em seu quarto. O intruso retirou o que havia na calça da vítima, que estava numa cadeira ao lado da cama. O ladrão jogou todo o dinheiro no chão antes de correr com a calça. O quadro seguinte mostrava o homem colocando suas roupas no cofre e deixando o dinheiro no guarda-roupa.

A alta taxa de inflação na América do Sul e em algumas partes da Europa é ainda mais significante quando se considera o fato de que sua fonte de renda é apenas um pouco mais que a metade do que ganhamos na América do Norte.

Quando a primeira bomba atômica foi lançada em Hiroshima, as pessoas ficaram alarmadas, temendo que o homem fosse destruir a terra. Falava-se muito sobre o mundo acabar numa explosão. Mais tarde, no início dos anos 70, nossas preocupações se voltaram para os problemas ecológicos. A poluição era a maior preocupação. Estávamos impressionados com o perigo de nos afogarmos em nosso próprio lixo. Nossas preocupações eram expressas da seguinte forma: “Assim que o mundo vai terminar. Não numa explosão, mas em lamúria.”

Mais tarde, um novo problema dominou o palco central da atenção global. As longas filas nos postos de gasolina e os altos preços do petróleo pediram nossa completa atenção. Alvin Toffler, autor do best-seller Future Shock, disse:

“Nossos problemas globais são, decididamente, ameaçadores. O mundo não acabaria numa explosão, ou em lamúrias, mas com um espasmo econômico.”

Ficamos tão dependentes do Oriente Médio que uma guerra no Golfo Pérsico nos faz tremer. Alguém disse que quando espirram na Arábia Saudita, alguém pega um resfriado na Wall Street ou na Bay Street, mas no Japão pega-se uma pneumonia. Noventa e cinco por cento do óleo japonês vêm do Oriente Médio. O Japão é completamente dependente da venda de seus víveres aos norte-americanos. Uma depressão na América do Norte significaria que eles não poderiam vender seus Hondas, Datsuns e Toyotas, nem suas câmeras e gravadores. E se eles não venderem estas coisas, eles não comem.

Hans Matthoefer, ministro das finanças da Alemanha Ocidental recentemente disse:

“Não temos uma escassez global de óleo combustível porque os altos preços forçaram um recuo no crescimento econômico. Ao invés de filas para a gasolina, existem filas de desempregados.”

Até mesmo pessoas religiosas são dominadas pelas preocupações financeiras. Muitos religiosos tornaram-se grandes empresários. Charles Spurgeon leva o crédito pela seguinte declaração: “O que torna uma doutrina certa e sem enganos? Milhares de dólares todos os anos.”

É estranho, mas muitas pessoas têm dificuldade para pensar que dinheiro não é tudo na vida. Algumas das pessoas mais ricas do mundo são as mais miseráveis, enquanto muitas das mais pobres são as mais felizes. Embora o dinheiro compre quase tudo, nunca irá comprar felicidade, paz de espírito, ou boa saúde. Se você tem dinheiro você pode comprar uma passagem para quase todos os lugares do mundo, mas não há dinheiro suficiente no mundo que compre uma passagem para o Céu.

Com as nuvens ameaçadoras de um conflito mundial prestes a acontecer você pode olhar para o futuro com confiança. Temos um Deus que nunca falha em suas promessas a Seus filhos.

Um estudo da contabilidade de Deus é absolutamente fascinante. A Bíblia nos ensina que o que importa é o que somos, e não o que temos.

Você sabia que a Bíblia pode torna-lo um economista melhor? Deus nos diz que nove reais com suas benção podem comprar mais que dez reais sem elas. No El Paso Times apareceu um recente relatório sobre a condição financeira dos americanos que seguem o plano de Deus, comparada com aqueles que não o seguem. O relatório declarava que quarenta em cada cem americanos aos 65 anos são totalmente ou parcialmente dependentes. Os mórmons seguem um plano de pagamento de dízimo e menos de nove em cada cem são dependentes aos 65 anos. Para os Adventistas do Sétimo Dia o total é menos de seis para cem. De 352 adventistas do sétimo dia no mundo dos negócios, apenas oito faliram em sete anos, e nenhum deles era fiel em seu compromisso com Deus.

A maioria das pessoas tem uma visão completamente distorcida de nosso maravilhoso Criador. Parece que algumas pessoas pensam que Ele é um pobre mendigo, com a mão esticada esperando por uma esmola de Seu povo. Deus não é pobre. Ele possui tudo o que há neste mundo. Ele diz:

“Pois são meus todos os animais do bosque,, e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que pululam no campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu, e quanto nele se contém.” (Salmo 50:10-12)

Por que tudo pertence a Deus? Você e eu pertencemos a Ele por três razões! Em primeiro lugar, Ele nos criou. Em segundo lugar, Ele nos comprou através da morte de Cristo no Calvário. Em terceiro lugar, Ele nos sustém. Não poderíamos sequer respirar sem Seu poder sustentador.

Conta-se a história de um garotinho que construiu um barquinho de brinquedo. Ele trabalhou duro na oficina de seu pai. Seu pai lhe deu um pouco de tinta com a qual ele pintou cuidadosamente o barquinho, e sua mãe lhe deu um pedaço de tecido com o qual ele fez uma vela. Como ele gostava de brincar com o barquinho que construiu! Amarrou uma cordinha no barco, e o deixava navegar rio abaixo. Enrolando a cordinha ele trazia o barco de volta. Mas um dia ela escapou de suas mãos, e, com tristeza, ele viu seu barquinho sendo levado embora pela correnteza do rio.

Alguns dias depois ele passou por uma loja de penhores e, para sua surpresa, lá estava seu barco à venda. Tentou convencer o dono da loja de que o barco era seu. O dono respondeu: “Alguém o vendeu para mim. Paguei por ele e agora ele é meu. Se você o quiser terá de me pagar US$5.00”

O garoto trabalhou muito, até que juntou dinheiro suficiente para pagar por seu barco. Quando saiu da loja, olhou para seu precioso brinquedo, e disse: “Barquinho, você é meu duas vezes. Primeiro eu o construí, e agora o comprei.”

Deus pode nos dizer: “Você Me pertence três vezes. Primeiro eu o criei, depois o comprei, e agora o sustento.”

Deus não precisa de nosso dinheiro. Ele possui toda riqueza do mundo. Por que pede que o entreguemos a Ele? Não porque Ele precise, mas porque nós precisamos disso. Isso não é para ajudá-lo, mas para nos ajudar.

Não é o plano de Deus que Sua obra seja operada de forma desorganizada! Não é Seu plano que os pregadores implorem pelo dinheiro de seus membros. Não é Seu plano que Seus ministros se interessem mais em ajudar os ricos do que os pobres. Não é Seu plano que as igrejas se tornem organizações financeiras.

Muitas igrejas gastam mais energia fazendo dinheiro do que ganhando almas. Suas atividades incluem jogos de bingo, eventos sociais, jantares e, até mesmo, loterias. Em muitas igrejas a cozinha tornou-se mais importante que o púlpito. Há fogo no fogão, enquanto não há no púlpito!

Quando estive no Brasil, peguei um avião que ia para uma cidade do interior do país. No mesmo avião encontrei um amigo, um ministro de outra igreja, indo para o mesmo lugar. Sua companhia tornou minha viagem mais agradável. Enquanto conversávamos, ele me contou o triste objetivo de sua visita àquela cidade em particular. Ele ia fechar uma igreja. “Tentamos diferentes projetos para manter a igreja a salvo em suas bases financeiras,” ele explicou. “Todos os nossos projetos para arrecadação de fundos falharam. Fizemos venda de assados, bingos, loterias, e muitas outras atividades, mas elas não resolveram nossa crise. Creio que tentamos tudo o que podíamos.”

“Vocês já tentaram o plano de Deus?”, perguntei. Quietamente, ele admitiu que sua denominação não praticava um plano sistemático de dízimo.

O livro de Malaquias fala sobre ladrões e janelas abertas.

“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vida no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos.” (Malaquias 3:8-11)

Deus diz isso. Neste verso Ele nos diz que há ladrões na igreja! O dízimo não pertence a nós, pertence a Deus. Não pagamos o dízimo, nós o devolvemos.

Quando estive na América do Sul, um ministro comprou um carro novo, e foi com ele até a igreja. Seus membros estavam revoltados, e alguém escreveu com o dedo na poeira que estava sobre o carro: “Nossos dízimos e ofertas”. Se o carro realmente foi pago com a os dízimos, não foi com o dízimo que pertencia aos membros. Todos os dízimos pertencem a Deus.

O plano de Deus é justo e razoável. Uma pessoa que recebe mais, paga mais. Quem recebe pouco, paga pouco. Se a pessoa não recebe, não há dízimo, já que dez por cento de nada é igual a nada.

Para que é usado o dízimo? Predomina a idéia de que possa ser usado para qualquer propósito religioso. A Bíblia é bastante específica quanto a esta questão.

“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados, do próprio templo se alimentam; e quem serve ao altar, do altar tira seu sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.” (1Coríntios 9:13-14)

Como ministro do evangelho, agradeço a Deus porque posso dedicar todo meu tempo trabalhando no ministério. Não tenho que trabalhar em algum emprego secular o dia todo, dando a ele o melhor de minha energia, e então oferecer a Deus o tempo que restou, antes que eu esteja exausto.

A que Paulo se referia quando disse que os ministros se alimentam do templo? Ele estava se referindo a um princípio que Deus deu a Seu povo.

“Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação.”  (Números 18:21)

O dízimo foi designado para um único objetivo, e este era sustentar os levitas, os ministros de Deus nos tempos do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Paulo aplica este verso ao ministério do evangelho. Se todos seguissem o plano de Deus, não haveria escândalos financeiros nas igrejas cristãs. De acordo com este plano, o dízimo vai para uma central, onde é distribuído.

Em meu trabalho como ministro do Evangelho, nunca tive de pedir dinheiro a ninguém. Meu salário modesto me assegura que nunca serei rico. O salário que ganho cobre minhas despesas e assim posso dedicar todo meu tempo à pregação do Evangelho.

O livro de Malaquias nos diz que se retemos o dízimo de Deus, nós O estamos roubando.

Uma vez um homem disse a um ministro: “Não tenho de ser batizado. O ladrão na cruz nunca foi batizado, e Jesus prometeu-lhe um lugar no paraíso.”

Mais tarde o ministro pediu a seus membros que participassem de um projeto missionário. O mesmo homem disse: “Não preciso fazer isso. O ladrão na cruz nunca fez um trabalho missionário e foi salvo.”

Em outra ocasião surgiu o assunto do dízimo. O homem usou a mesma desculpa, exatamente como o pastor esperava. Ele disse: “O ladrão na cruz nunca deu o dízimo, e ele foi salvo.”

“Há uma grande diferença entre você e o ladrão na cruz”, disse o pastor. “Aquele ladrão estava morrendo, e você está vivo.”

Malaquias não fala só sobre ladrões, também fala sobre janelas abertas. Através deste profeta Deus diz: “Prove-me”. Que desafio! Ele promete abrir as janelas do céu e lançar uma benção tão grande que não haverá espaço para ela. Sua promessa é:

“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.”  (Lucas 6:38)


Eis aqui uma de minhas promessas bíblicas favoritas:

“Fui moço e já agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.”  (Salmos 37:25)

Em minha experiência no ministério posso concordar de todo coração com o salmista. Nunca vi um cristão passar fome porque foi fiel a Deus. Mais que isso, nunca vi um cristão ter um centavo a menos como resultado de seguir a Deus. Isto é porque nove dólares com as bênçãos de Deus compram mais que dez reais sem estas bênçãos. Este princípio tem sido demonstrado muitas vezes em minha vida, e na vida de outros.

Nunca vou me esquecer da experiência de um jovem chamado Gary. Uma noite ele me chamou à sua casa e disse: “Não posso devolver o dízimo. Vou lhe mostrar porque.” Abriu um caderno em que havia feito o orçamento da família. Na parte de despesas estavam as contas da casa, do carro, do aquecimento, do supermercado, das roupas para a família, e outros itens necessários. Não havia nada extravagante. Suas despesas requeriam cada dólar de seu salário.

“O que o senhor acha que eu poderia tirar do meu orçamento para ser fiel no dízimo?”, ele perguntou. “Minha família necessita de roupas e alimento, e preciso pagar as contas da casa ou eles não terão onde morar. Precisamos do carro, sendo assim essas contas são importantes no meu orçamento.”

Tive de admitir que não via nada no orçamento dele que pudesse ser cortado. “Tudo que sei é que Deus diz ‘Prova-me’”, respondi.

“Quando receber meu próximo salário, vou separar o dízimo antes de pagar qualquer conta. Mas, se minha família passar fome, o senhor vai ouvir a meu respeito”, assegurou-me. Gary recebeu o pagamento, e imediatamente separou o dízimo para retorná-lo à igreja.

No dia seguinte ele ouviu seu nome sendo chamado, no trabalho, pelo auto-falante. O chefe queria falar com ele. O que poderia ser? Entrou no escritório do chefe, e aqui estão as palavras que ele ouviu:

“Tenho observado você ultimamente, Gary, e você é um empregado fiel. Acho que você precisa de um aumento, e vou dar-lhe um aumento de dez por cento agora mesmo.”

Quando trabalhei no estado de Massachussets, conheci um senhor português chamado Enoch. Seu problema era semelhante ao de Gary. Ele decidiu aceitar o desafio de Deus.

Enoch recebia o pagamento semanalmente. Uma semana depois de tomar a decisão de devolver fielmente o dízimo de Deus, ele dividiu comigo, com entusiasmo, a história de seu milagre. “Quando recebi meu salário, a primeira coisa que fiz foi dar os dez por cento para Deus. Depois paguei minhas contas. Não posso explicar como ou porque, mas quando paguei as contas tínhamos dinheiro sobrando. Isto nunca aconteceu em nossa casa.”

Na semana seguinte ele estava tão exuberante quanto na anterior. “Aconteceu de novo”, ele me disse. Semana após semana o milagre se repetiu. Desde o dia em que ele começou a ser fiel a Deus, sua situação financeira começou a melhorar.

Um dia um jovem deixou sua casa no Sul. Sua família era pobre, e sua mãe não poderia ajudá-lo. William teria que fazer sua parte e arranjar um emprego.

Ele embarcou num navio que o deixaria na cidade de Nova York. No caminho, o capitão do navio se interessou pelo rapaz. “O que você vai fazer quando chegar a Nova York?” ele perguntou. “Que tipo de trabalho você sabe fazer?”

“Não muitos”, foi a resposta. “Minha mãe me ensinou a fazer sabonete, já que não podíamos comprar. É isso que sei fazer.”

“Vá a Nova York e faça sabonetes. Seja sempre honesto, e dê a Deus Sua parte, e Ele o abençoará”, foram as palavras do capitão cristão.

William foi para Nova York e começou a fazer sabonetes. Conforme vendia, ele, imediatamente, tirava dez por cento de seus ganhos e dava à Causa de Deus. O Senhor o abençoou, e logo ele prosperou a tal ponto, que  achou que poderia dar o dízimo em dobro. Conforme prosperava, ele aumentava suas contribuições. Seu negócio se espalhou por todos os Estados Unidos, crescendo até tornar-se uma companhia internacional.

O garoto que enriqueceu como resultado de sua fidelidade a Deus chamava-se William Colgate.

Deus também quer que você prospere. Ele não promete que todos seremos ricos, mas Ele promete Suas bênçãos. Ele tem muitas formas de nos abençoar.

Um dia Jesus foi ao templo com seus discípulos. Um homem rico estava lá dando grande quantia em dinheiro para a Causa de Deus. Quando os discípulos viram, ficaram impressionados com a generosidade daquelas pessoas ricas. Nesse momento entrou uma viúva pobre. Tinha muito pouco. Silenciosamente, ela colocou suas moedinhas no gazofilácio.

“Estando Jesus a observar viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.” (Lucas 21:1-4)

A contabilidade de Jesus não parecia ter lógica para os discípulos. Nem sempre parece lógica para Seus discípulos modernos. Como a pequena oferta da viúva parecia valer mais que as doações do rico? Esta parábola nos ensina que não é a quantia que conta. Deus não precisa de nosso dinheiro. É o espírito que importa.

Você já sonhou em encontrar um tesouro enterrado em sua propriedade? Ou talvez em encontrar petróleo em suas terras? Jesus contou a história de um homem cujo sonho tornou-se realidade. Nós a encontramos no livro de Mateus.

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem, e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e tendo achado uma pérola de grande valor, vendeu tudo o que possuía e a comprou.”  (Mateus 13:44-46)

Este homem estava arando num campo alugado quando seu arado acertou algo duro. Ele começou a cavar para ver o que era, e ali ele encontrou uma grande caixa. Seus olhos se arregalaram quando ele removeu a tampa da caixa e viu que estava cheia de jóias, diamantes, pérolas, e rubis, coisas que ele nunca tinha visto.

Rapidamente, colocou a caixa de volta na terra, voltou para sua casa, e disse a sua esposa: “Vamos vender tudo o que temos – nossa casa, nosso celeiro, nosso gado, nossa mobília, vamos vender tudo!”

“Levi, Levi, você enlouqueceu?”, ela se queixou. “Não quero vender os tesouros que temos juntado todos esses anos!”

“Sim, sim, devemos vender tudo.”

“Levi, você deve estar louco. Você não pode fazer isso.”

Mas Levi não a ouviu. Vendeu tudo e correu para visitar o dono da terra. Colocando todo o seu dinheiro sobre a mesa, disse: “Quero comprar aquele pedaço de terra.”

“Por essa quantia você pode ficar com o campo”, o dono disse.

Depois de comprar o terreno, ele foi para casa buscar a esposa. Quando se aproximou, ouviu-a reclamando com as amigas: “Meu marido está louco”. Ele a levou ao terreno, cavou, pegou o baú e mostrou a ela. Seus olhos brilharam quando ela viu tamanha riqueza. “Levi, oh, Levi, estou casada com o homem mais esperto do mundo. Agora entendo porque você queria vender tudo. Oh, como você é esperto.”

Que verdades importantes Jesus ilustrou com essa história? Como, geralmente, falhamos em reconhecer as coisas de verdadeiro valor!

Um homem possuía uma lojinha no campo onde vendia de tudo, de móveis e ferramentas, à guloseimas. Uma manhã, quando ele abriu a loja, notou que a porta de trás havia sido arrombada durante a noite. Sabendo que alguém havia entrado no prédio, imediatamente ele chamou a polícia.

Depois de uma busca cuidadosa no edifício, eles descobriram que, estranhamente, não parecia estar faltando nada.

Não demorou muito para que o mistério se desvendasse. Um de seus amigos disse: “John, você está louco? Veja o preço desta TV a cores, duas por 25 centavos.” Mas quando olharam para algumas canetas esferográficas o preço era de 450 dólares cada. Um jogo de sala estava a venda por 2 dólares e 49 centavos, mas uma vassoura custava 635 dólares.

Moleques tinham entrado em sua loja durante a noite e trocado as etiquetas de preços.

Meu amigo, parece que enquanto você e eu estávamos dormindo, na noite passada, alguém trocou as etiquetas. O que tem valor? As pessoas dão muito valor ao dinheiro, enquanto que o cuidado da saúde parece ser menos importante. A sede de aventura, diversão e entretenimento leva uma etiqueta com um preço alto, mas ajudar aos necessitados é um item barato na lista de prioridades. As pessoas fazem fila para um evento desportivo, mas é muito raro vê-las fazendo fila para aprender mais a respeito da Palavra de Deus.

Convido você a buscar a Pérola de grande valor. Deus diz:

“Ora, além disso o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.”  (1 Coríntios 4:2)

Há muitos anos um missionário se aventurou pelo norte do Canadá para pregar o evangelho aos índios. Naqueles tempos não era considerado seguro estar tão longe das agências de proteção da lei, mas ele foi pela fé.

Seus ouvintes se sentavam no chão enquanto ele repartia com eles a história do evangelho. Do fundo de sua experiência ele lhes disse o que Cristo fez por ele. De repente, o chefe se levantou, e começou a andar em direção ao missionário abanando sua machadinha no ar. Isso era um ataque?

Quando o chefe chegou ao lugar onde o missionário estava de pé, ele largou sua arma aos pés do pregador e disse: “Chefe índio dá machadinha para Jesus Cristo.”

Encorajado pela resposta, o missionário continuou a história do evangelho de Jesus. Ele contou como Jesus deixou o conforto do céu para que todos tivéssemos vida eterna. Mais uma vez o chefe se levantou, e tirando a manta de seus ombros, colocou-o aos pés do missionário. “Chefe índio dá manta para Jesus Cristo”, ele exclamou com emoção em sua voz.

O pastor continuou a história de Jesus, e logo o chefe foi até a floresta que os cercava. Ele voltou com seu pônei favorito. Amarrando-o a uma árvore, disse: “Chefe índio dá pônei para Jesus Cristo.”

Deus não precisa de nosso dinheiro. Numa era de materialismo, é revigorante saber que Seus filhos Lhe são fiéis em todas as coisas. Até mesmo seus livros de bolso são convertidos! Eles não podem ser comprados ou vendidos. Deus está chamando pessoas de todo tipo de vida, que desejam ser controladas pelo Deus do Céu. Elas serão ricamente abençoadas por Ele nesta vida, e receberão a vida eterna em Seu reino. Você vai entregar sua vida a Ele agora?