sexta-feira, 30 de setembro de 2011

QUANDO DEUS SURGE NA TEMPESTADE

Introdução: Mateus 14:22-33
Com uma certa constância as pessoas perguntam-me: “Por que tenho problemas, mesmo estando em Cristo? Eu achei que Ele me livraria de todos os males! Afinal, eu busquei uma igreja para melhorar a minha vida e não para a piorar!” Esta é uma ideia muito simplista ou sem conteúdo sobre a fé. Muito se fala sobre aprender com os problemas da vida. Isto é certo, mas aprender o que? Uma pessoa que não tem harmonia com Cristo pode aprender de fato, muitas experiências sobre a vida, mas se ela estiver a vivenciar um outro problema similar ao que já passou, notará que se repetir o mesmo procedimento para se livrar daquela circunstância amarga não irá funcionar. O que eu quero dizer é que cada problema tem a sua própria solução, ainda que ele se pareça com o anterior. Por quê? Porque nas lutas que temos na vida, sempre estarão envolvidos terceiros com temperamentos e personalidade diferentes.
Para uma pessoa que não está numa harmonia profunda com Cristo (que não se entregou a Ele), os problemas servem para tentar sensibilizá-lo a buscar a Deus e a Sua sabedoria. Isto não quer dizer que a pessoa não aprenderá muitas coisas na vida sozinha. Para aquele que está em Cristo, os problemas ocasionais servem para mantê-lo em Cristo, depender Dele e permitir que Ele por meio da pessoa se manifeste. Uma coisa é enfrentar a vida sem Deus e outra é enfrentá-la com Ele.
Com Deus no meio das nossas lutas, não apenas aprenderemos a enfrentar os problemas e a superá-los, mas cresceremos em sensibilidade e na fé. Além disso, somos aperfeiçoados por Deus para que através das lutas, adquiramos características de Cristo nas nossas vidas; isto é, estaremos sensíveis para enfrentar diversas situações, com um espírito aberto, teremos iluminação e direção exata no meio da luta. Deus espera que você deseje ardentemente a Sua presença. Você tem no seu coração a Sua Palavra, graças a Deus! Mas, isto só não basta. É necessário ter a sua presença para que a Sua Palavra lhe dê direção, iluminação, amadurecimento e vitória.

1. Não devo enganar-me, pois mesmo estando em Cristo terei que enfrentar tormentas ocasionais na minha vida. Eu creio que esses momentos servem para fortalecer a minha fé, aperfeiçoar-me para a vida com Deus e em geral, como me corrigir, a fim de que eu seja mais maduro.

9 (...) Confiem no Senhor; e lembrem-se que outros cristãos ao redor do mundo estão a passar por estes sofrimentos também. 10 Depois que vocês tiverem sofrido um pouquinho, o nosso Deus, que está repleto de bondade, lhes dará por meio de Cristo a sua glória eterna. Ele virá pessoalmente, tomará vocês e os colocará num lugar firme, e os fará mais fortes do que nunca. (1 Pedro 5:9,10 BV) O apóstolo Pedro nos chama a atenção para quatro coisas importantes para aqueles que já conhecem a Deus:
(1) Confiar em Deus.
(2) Lembrar que outros irmãos estão a sofrer como nós.
(3) Que indubitavelmente teremos sofrimentos.
(4) Deus virá até nós, para nos colocar em um outro nível mais firme e que seremos mais fortes do que nunca!
NOTA: Já temos conhecimento da realidade de Deus? Temos a Sua Palavra em nosso íntimo? Ótimo, o próximo passo é buscá-lo; isto é, ter um forte desejo de ir até Ele. Então temos que ser realistas com a vida, e não tentar fugir do que chamamos de momentos negativos. Se demonstrarmos essa atitude, com toda a certeza teremos a Sua presença conosco e seus benefícios, como o próprio versículo nos diz.

2. Eu devo aceitar uma grande realidade: Necessito preparar-me para os desafios estabelecidos por Deus. Deus desafia-nos para um nível acima de onde estamos. Esses desafios divinos não nos tornarão orgulhosos, egoístas e materialistas, mas nos trarão lições de confiança em Deus. Devo lembrar-me sempre de que em cada situação há um propósito divino para a minha vida. Outra coisa: Se eu guardo a Sua Palavra eu tenho a Sua presença comigo?

(...) Jesus mandou que os seus discípulos entrassem num barco e atravessassem para o outro lado, enquanto Ele permanecia ali, a fim de despedir o povo para suas casas. (Mateus 14:22 BV)

Já dei a entender que Deus está constantemente a impulsionar para níveis acima dos quais nos encontramos. Esta finalidade divina não visa apenas os nossos benefícios pessoais, mas um propósito muito maior. Não devemos ser tão egoístas a ponto de crer que Deus existe para o nosso favor. Não fomos nós que criamos Deus, mas foi Ele quem nos criou. Nós criamos religiões e deuses que se adaptem ao nosso perfil pessoal. Na verdade, não queremos ser dirigidos, mas dirigir – comandar a própria vida. Não pensamos muito sobre o significado que nossas vidas têm neste mundo. Jesus deu uma ordem aos discípulos: “Entrem em seus barcos e atravessem para o outro lado”. Dentro da Sua declaração ou ordem, prevemos o que aconteceria: Eles entrariam em seus barcos atravessariam o Mar da Galiléia, acontecesse o que acontecesse.

Há uma lição muito importante aqui. Eles tinham a ordem; isto é, a Sua Palavra: “Vão e atravessem”. Mas eles não tinham a Sua presença. Muitos cristãos decoram e discutem sobre a Bíblia com outras pessoas. Às vezes essas discussões se tornam muito ásperas, infelizmente. Temos que entender que a Palavra de Deus (a Bíblia) sozinha, não convencerá a ninguém – nem a nós mesmos! Ficamos maravilhados com os seus ensinamentos e acontecimentos miraculosos, nela registrados. Então dizemos: “Será que isto pode acontecer na minha vida?” Esta pergunta é prova suficiente de que lemos a Palavra de Deus e a amamos, mas não temos a convicção da presença do Senhor conosco. Deveríamos dizer: “Pai, eu tenho lido a tua Palavra e quero encontrar nela princípios, a fim de superar esta situação tão difícil para mim. Não consigo enfrentá-la sozinho e não quero fugir da mesma, mas sei que ela poderá gerar benefícios incalculáveis para a minha vida. Preciso que o Senhor Se expresse por meio da minha vida, onde habitas e ilumine a minha mente para que eu me entregue totalmente a Ti, e veja o Teu grande poder agindo a meu favor e a favor do Teu Reino. Manifesta a Tua glória através da minha vida”. Você percebe a diferença? Essa oração expressa a busca por Deus, não foge da realidade de ter que enfrentar um momento crítico, revela o desejo de se entregar a Deus para que Ele oriente, ajude, mostre a Sua vontade e poder. Não é uma oração egoísta. Não é uma oração que só deseja o que a pessoa espera, mas se submete a um propósito superior e divino, que será revelado. Ela expressa fé e confiança na Palavra e na Pessoa de Deus.

3. Não devo ter medo das transições estabelecidas por Deus, mas toda transição trará tormentas sobre a minha vida. Nesses momentos devo lembrar-me da Palavra que já recebi; então, devo buscar a Deus com muita concentração.

(...) Ele subiu à montanha para orar. Caiu a noite, e lá no lago os discípulos estavam em dificuldades, pois o vento tinha-se levantado e eles lutavam com o mar muito agitado. Perto das quatro horas da madrugada, Jesus veio até eles, caminhando por cima da água! (Mateus 14:22-25 BV)

Então Pedro gritou: “Senhor, se realmente é o Senhor, diga-me que eu vá caminhando por cima da água até onde o Senhor está”. “Pois não”, disse o Senhor!” “Venha!” Assim Pedro saiu do barco e caminhou por cima da água na direção de Jesus. (Mateus 14:28,29 BV)

Fica claro nesta porção da nossa passagem o que eu disse anteriormente. Os discípulos tinham a Palavra de Jesus, mas estavam lutando contra a tormenta com seus recursos pessoais. Então eles viram um “ser” flutuando por sobre as águas do mar e pensaram se tratar de um fantasma. Pedro tomou a iniciativa de ir até onde estava Jesus e ao comando do Senhor, ele também andou por sobre as águas. A presença do Senhor era maior do que a própria tormenta.

4. Sempre que eu desviar minha atenção de Jesus, serei absorvido por um sentimento de fragilidade e me sentirei desamparado. Devo voltar a buscar uma atitude de confiança, pois o Senhor me conduzirá a um lugar firme e ali serei fortalecido.

Mas quando ele olhou em volta para as ondas altas, ficou cheio de pavor e começou a afundar. “Salve-me, Senhor!”, gritou ele. No mesmo instante Jesus estendeu-lhe a mão e o salvou. “Ó homem de tão pequenina fé, por que você duvidou?” (Mateus 14:30,31)

De repente, ele começa a afundar porque tirou os olhos e sua atenção da Pessoa do Senhor. Novamente cabem algumas perguntas: Ele não tinha a ordem ou a Palavra? Tinha, mas quando perdeu a noção da presença do Senhor, começou a afundar. Novamente, Ele tinha que buscar a presença do Senhor com muita concentração para ser salvo.

Naquele instante, a tormenta não terminou. Ela continuava, mas não dentro da alma de Pedro, enquanto este estivesse nas mãos do Senhor. Os dois caminharam em meio à tormenta para dentro do barco.

E quando eles subiram no barco, o vento parou. Os outros ficaram muito admirados e assustados. “Realmente o Senhor é o Filho de Deus!”, exclamaram. (Mateus 14:32,33)

Quando no barco, todos passaram a experimentar a presença do Senhor, a tormenta simplesmente passou.

Vamos observar duas coisas:
(1)A experiência de Pedro. Você pode estar enfrentando uma tormenta na sua vida, mas é necessário que se concentre em Cristo. Talvez a tormenta não passe, mas você andará pelo meio dela em vitória.
(2)A experiência dos outros no barco. A experiência de Pedro com a presença de Jesus influenciou o comportamento dos outros – eles adoraram, reconheceram a presença, o poder e a divindade de Jesus.

Não desanime só porque a tempestade continua ao redor da sua vida. Se você fixar sua atenção na Palavra de Deus e na Sua presença, a tempestade estará ao seu redor, mas dentro de você algo de Deus estará acontecendo – algo muito maior do que a própria tempestade. Enfrente-a com o poder e a presença Deus. Não se esqueça de que sua experiência deve abençoar a outras pessoas. A presença do Senhor na sua vida deve ser vista por outras pessoas, que vivem ao seu redor. A tempestade poderá terminar ou eles, individualmente falando poderão ter a mesma experiência que você teve com o Senhor.

Não esqueça o que Pedro nos ensinou em 1 Pedro 5:9,10. Quando estamos com a presença do Senhor em meio a outros que estão enfrentando lutas e reconhecerem não só a nossa experiência, mas a presença do Senhor em nós e a desejarem também, algo de maravilhoso certamente acontecerá!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quando Deus Diz: Espera!

João – 11:1- 7
ler 34-36, 39-40 e 43.

vv. 5/6 – “Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã Maria e Lázaro, ainda ficou onde estava dois dias, depois de receber notícias da doença”...

- Ou seja, Marta, Maria e Lázaro tiveram que esperar... e, esperar, talvez, seja o exercício mais difícil da vida cristã, especialmente quando estamos a enfrentar alguma adversidade na vida.

- Entretanto a espera faz parte da vida: alguns esperam por um casamento que lhes traga amor e realização. Outros esperam que o seu futuro financeiro e profissional se resolva através de um bom emprego. - Espera-se pela casa própria. Espera-se pela entrada na faculdade. Espera-se pela mudança de comportamento das pessoas, ... pela atuação mais eficaz dos governantes ... por uma Justiça que resolva mais rápida e honestamente os casos judiciais ..... enfim, esperamos! Esperamos inclusive por uma resposta de Deus que dê sentido à provação que às vezes enfrentamos....e, este foi o caso de Marta, Maria e Lázaro.

- E o mais interessante disto é que no auge da aflição porque passamos, e quando não recebemos qualquer resposta divina, sentimos como se algo tivesse errado connosco, ... porque a gente pressupõe que se tudo estivesse certo, então os desejos do nosso coração seriam satisfeitos.

- Ou seja, relacionamos o tempo ESPERAR com a incapacidade de reselver os problemas e fraquezas que, segundo o sentimento humano, que é equivocado, forçam o SENHOR a nos abandonar...

-Assim irmãos, no momento da maior angustia, quando somos forçados a esperar ... nós precisamos de perspectivas!!! - E “perspectiva” diz o Dicionário é: uma probabilidade, é a esperança de um facto a acontecer, é a qualidade do que é provável. - Então, o nosso único recurso é recorrer à Palavra de Deus, pois ela contém a perspectiva correta que precisamos. Ou seja, a Bíblia estabelece relação entre espera – esperança e graça.

- ABRAÃO esperou para ser o Pai das Nações. NOÉ, primeiramente, esperou cair chuva do céu e depois esperou que ela cessasse. MOISÉS esperou 40 anos para deixar de pastorear ovelhas e assumir a condição de comandante do Povo Israelita. JACÓB trabalhou 14 anos, à espera para casar com a sua amada Raquel.

- E talvez um dos melhores exemplos encontrados na Palavra de Deus, de que devemos ter perspectiva na espera é o texto que nós acabamos de ler em João capítulo 11.

- O lar de Marta e Maria era muito hospitaleiro. Ali Jesus não precisava de esperar para encontrar um cântaro de água para refrescar os pés e uma refeição quente para aconchegar o estômago. Supõe-se que Lázaro era um homem rico e que ajudava no sustento do ministério de Jesus. E o texto deixa claro que Marta e Maria tinham muita fé em Jesus e criam no Seu Ministério. E isso fica patente quando elas mandam chamá-lo para vir em socorro do irmão Lázaro.

- Diz o texto que Lázaro adoecera gravemente. E talvez Marta e Maria achassem que sendo Lázaro um amigo querido e íntimo de Jesus, este viria imediatamente para cura-lo:
vv. 3-6 “Por isso as duas mandaram um recado a Jesus, dizendo: “Senhor, o teu amigo íntimo está doente, muito doente mesmo. Mas quando Jesus ouviu isto disse: o propósito da doença dele não é a morte, mas sim a glória de Deus. Eu o Filho de Deus serei glorificado com este caso. Embora Jesus gostasse muito de Marta, Maria e Lázaro, ainda ficou onde estava os dois dias seguintes depois de receber a noticia da doença”.

- Conseguem imaginar esta situação? O texto está a dizer que mesmo sabendo do facto, JESUS permaneceu ainda dois dias onde estava! ...... Do ponto de vista de qualquer pessoa, isto é um contra-senso! Porque nós equacionamos as nossas aflições do seguinte modo: Se estou a sofrer, DEUS vai agir depressa em meu socorro.

- Ou seja, para nós a espera não traz nenhuma perspectiva, nenhuma esperança!! ... E é exactamente aí que nos enganamos.
- Por que Jesus não tomou uma atitude imediata a favor de Lázaro, já que amava tanto a família? .... É muito complicado para o ser humano entender este porquê.
A partir do momento que pedimos auxílio, DEUS inicia uma obra, que é sempre mais abrangente do que imaginamos e que, apesar de NOS FORÇAR A UMA ESPERA, vai redundar em bem para o nosso espírito, edificação para muitos e glória para Deus!

- Imagino que Marta e Maria tenham passado momentos de desespero à espera da chegada de JESUS. Podemos visualizar uma delas a cuidar do irmão, a sofrer pela sua enfermidade fatal, enquanto a outra corria até os portões de entrada da cidade para ver se Jesus vinha pelo caminho. E depois, ambas se revezavam . enquanto isso Lázaro piorava.

- E JESUS NÃO APARECEU! Porquê? Será que a mensagem não Lhe terá chegado? Quantas vezes Ele se hospedou na casa da família e recebeu carinho, atenção e cuidado dos três irmãos... Por que razão agora, numa hora tão crucial, JESUS não aparecia, não vinha socorrer os amigos que lhe foram tão fiéis?

- Certamente já experimentaram a frustração de esperar por algo ou por alguém. Certamente alguém que está aqui hoje tem aguardado uma resposta a uma oração que ainda não foi atendida. E quem sabe já deve ter perguntado ao Senhor: “Porquê Deus? Porquê esta espera? ... E a dúvida surge na mente e no seu coração.

- Diz o texto que Lázaro morreu! Talvez numa manhã, uma das irmãs ao entrar no quarto encontrou-o morto na cama. Sem dúvida, nessa hora, essas mulheres sentiram um vazio, uma dor, desapontamento e desilusão. As esperanças terminaram. Tudo tinha acabado. - E com certeza, envolvidas num monte de pensamentos tristes, havia um em particular que a cada instante retornava às suas mentes: Porque razão JESUS não veio?

- E quantas vezes pensamos assim? Como um Deus de bondade pode ficar de braços cruzados diante de tantos sofrimentos, dor e tristeza? Quanto tempo tenho que esperar que a manifestação divina aconteça? .....

- Contudo, no decorrer da narrativa de João no capítulo 11, percebemos que JESUS estava completamente comprometido com o problema de Lázaro e sabia precisamente tudo o que deveria fazer e o que estava por acontecer.

- A Bíblia afirma que JESUS se alegrou com a morte de Lázaro! ... E podemos questionar: Como pode Jesus ficar contente com a morte de um amigo e com a dor que a família estava atravessar?

- E esta pergunta reflete novamente, como não conseguimos perceber o objectivo divino de alcançar um alvo mais elevado, mesmo que por um breve tempo. Ou seja, assim como Maria, Marta e Lázaro, tenhamos também que sofrer e esperar...

-vv. 34-36: “Onde é que ele está sepultado? perguntou. Eles disseram: Vem ver. As lágrimas vieram aos olhos de Jesus. “Eles eram amigos íntimos” disseram os judeus. “Vejam como gostava dele!”

- Amados irmãos e amigos tenham absoluta certeza do amor de Deus e do Seu interesse e empenho em ajudar quando você estiver a passar por tribulações e provações!

- Há duas realidades que nunca devemos esquecer quando estamos em tribulação: 1 – Deus é sensível ao que sentimos! 2 – Seja qual for o processo que Deus tenha que executar para alcançar o seu alvo mais profundo e elevado, o resultado será sempre em nosso benefício!

-Mas Pastor afinal de contas, quais eram esses alvos tão elevados que Jesus queria atingir e que para expôr os seus amigos a uma dor tão cruel?

- No versículo quarto encontramos o primeiro alvo: PARA A GLÓRIA DE DEUS. Nos versículos 41-42 encontramos o outro: PARA QUE CREIAM QUE TU ME ENVIASTE. - Ou seja, a oportunidade de glorificar a Deus e comunicar a pessoas incrédulas a Sua Divindade era o objectivo de Jesus, com a morte de Lázaro.

-Lázaro morrera e fora sepultado há quatro dias. E isso ocorreu, segundo o plano de Deus, para que toda atenção ficasse voltada para Ele e Seu Filho JESUS. ... Da mesma maneira que por determinação divina do Pai, JESUS fosse crucificado e declarou-se parte de um plano que precisava ser cumprido, mesmo que isto exigisse a sua própria morte.

-Por isso a Palavra de Deus diz aos nossos corações hoje que os Sofrimentos, lutas, provações e tribulações é a maneira pela qual DEUS traz honra e glória para Seus filhos. E o apóstolo Paulo testifica isso em II Coríntios 4:17-18:
(Confira este texto em sua bíblia):

“Estes nosso sofrimentos e aflições, afinal de contas, são bem pequenos e não durarão muito tempo. Entretanto, este curto tempo de angústia resultará na mais rica benção de Deus sobre nós para todo o sempre! Portanto, não olhamos para aquilo que podemos ver atualmente, as dificuldades que nos rodeiam, mas olhamos para a frente, para as alegrias do céu que nós ainda não vimos. As aflições logo desaparecerão, mas as alegrias futuras durarão eternamente”

-E quando lemos este texto a impressão que fica é que cada cristão tem um conta eterna, onde “glória” pode ser depositada e aplicada na equivalência de nossos sofrimentos terrenos.

-vv. 39-40: “Rolem a pedra para um lado” disse Jesus. Porém Marta, a irmã do morto, falou: “Mas o mau cheiro será terrível, porque ele está morto há quatro dias”. “Eu já disse que se crer, verás um maravilhoso milagre de Deus?” respondeu Jesus. - v. 43: Então Jesus gritou bem alto: “Lázaro, vem para fora!” v. 44-45: E Lázaro veio – preso com faixas e com o rosto envolto num pedaço de pano. Jesus disse: Desamarrem as faixas e deixem que se vá embora. Assim, muitos dos judeus que estavam com Maria e viram isto acontecer, finalmente creram NELE!”

- A pedra foi tirada e então se manifestou a glória de Deus naquela situação, E MUITOS CRERAM EM JESUS!!
- Quais são as pedras que bloqueiam a actuação de Deus a fim de que Ele manifeste a sua glória nas aflições, dores e dificuldades da sua vida?

- Nas aflições da vida somos chamados a duas opções: Confiar que Deus receberá glória nisso, ou, fixar o olhar na pedra que está diante de nós. E somos nós quem faz a escolha!

- Por isso enquanto você ESPERA você precisa ter fome da Palavra de Deus, porque ela é a sua Perspectiva a sua Esperança de vida.... Enquanto você ESPERA uma resposta de oração você precisa suplicar: “Espírito Santo vem guiar-me.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O BATISMO E A VOLTA DE JESUS

Existe relação entre o batismo e a volta de Jesus? Você acredita que precisa aceitar a Jesus como seu Salvador? E aceitando a Jesus como seu Salvador, você acredita que um dia Ele virá? Acredita que Jesus virá para resgatar os Seus Filhos?
O título da palestra de hoje é: O BATISMO E A VOLTA DE JESUS.
Um pai entrou no quarto onde seu filho estava brincando e assentou-se na cama e em silêncio ficou olhando o filho brincar. Depois de alguns momentos o menino olhou para o pai e disse: - o que você quer papai? - Nada filho, respondeu o pai, eu só estava precisando ficar perto de você.
Pessoas que se amam não conseguem viver longe, separadas, distantes, pôr muito tempo. O amor cria a necessidade de ficar junto com a pessoa amada.

Jesus experimentou os sentimentos do ser humano e sabe o que é ter saudade. Imagino que quando Jesus estava subindo ao céu, após Sua ressurreição, Seu grande coração ficou pequeno e apertado, com a realidade da separação de seus amados.

Imagine com que carinho e ternura Jesus pensou ao deixar Sua mãe, Seus irmãos, Seus discípulos e todos aqueles que Ele conheceu e se deixaram ser amados e tocados pôr Ele. Com que ardente desejo, Jesus deve ter dito: “Virei outra vez”.

Quando Adão morreu, depois dos seus 930 anos, Jesus também sentiu saudade de ouvir a voz, ver os movimentos, sentir o cheiro de seu primeiro filho terrestre.

Ele tinha tanto desejo de estar com o homem que levou Enoque, o sétimo depois de Adão para ficar junto com Ele. De quando em vez, Jesus levava um de seus filhos fiéis para o céu, para matar a saudade.

Moisés, Elias e os que ressuscitaram junto com Jesus, foram para a casa do Pai e também representam o que Jesus vai fazer com você e comigo na Sua segunda vinda: levar-nos para estarmos para sempre com Ele.

Por isso O vemos afirmando através do apóstolo João no Apocalipse: “Certamente, venho sem demora” Apoc. 22:20. Jesus virá para buscar os seus filhos. Diz a Bíblia:“Quando vier o filho do homem na Sua majestade e todos os anjos com Ele... então dirá: Vinde benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” Mat. 25:31 e 34.

Porém qual é a relação entre o batismo e a Volta de Jesus? Na Bíblia encontramos a resposta: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém não crer será condenado”. Marcos 16:16.

Nossos problemas são resolvidos por Jesus. Talvez nosso maior problema seja a morte, mas, quando aceitamos a Jesus como nosso Salvador, nossa vida se transforma. Se torna maravilhosa.

E é através do batismo, que tornamos público o amor que temos por Jesus e que mudamos a maneira de viver. Mudamos porque Cristo vive em nós a partir do momento que o aceitamos como o Salvador e Senhor de nossa vida.

Quando Jesus vier pela segunda vez, Ele vai ressuscitar os mortos de todos os tempos. Ressuscitará os que tiveram uma convivência de amor com Ele, para estarem eternamente juntos.

A Palavra do Senhor afirma: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”.
I Tess. 4:16 e 17.

Jesus virá para por fim à morte que por tanto tempo reinou soberana na triste trajetória do homem no mundo.

Jesus vai por um ponto final na história da dor, da miséria e do sofrimento, história esta contada através dos séculos. “E lhes enxugará dos olhos toda a lágrima, diz o Apocalipse, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque a primeiras coisas passaram”Apoc.21:4.

E Naum 1:9 afirma: “A angústia não se levantará por duas vezes”. Nunca mais se ouvirá falar de revolta, decepção, aflição, ansiedade, greve ou injustiça, porque Jesus instalará um reino de justiça e paz.

“Nós porém, diz o apóstolo Pedro, segundo Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”. II Ped. 3:13. A volta de Jesus garante uma nova vida de plenitude, isenta de qualquer vestígio do mal.

Quando Jesus vier, além do encontro com Ele, o céu vai promover o reencontro dos séculos, onde filhos, pais, mães, parentes e amigos, se unirão para nunca mais se separarem.

Os que permanecerem vivos por ocasião da volta de Jesus, abraçarão os queridos ressuscitados, e todos, transformados, serão trasladados para junto do seu amado Senhor.

Nunca mais você vai ouvir falar de saudade. A distância, a morte, a escravidão, a pobreza e a miséria, não vão mais separar as pessoas.

Jesus vem para buscar os que são Seus. Ele vem para por fim à morte; ao pecado que trás consigo toda a maldição de sofrimento e dor. Ele vem estabelecer justiça para sempre.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE DEUS

Introdução.
O nosso amoroso Deus é um Deus de comunicação. Desde o princípio Ele tem comunicado com a Sua criação. De facto, Ele não somente comunica connosco, como também nos incita a comunciar com Ele. Mais ainda, Ele convida as pessoas a comunicarem amorosamente umas com as outras da mesma maneira.

I- Termos Hebraicos de Comunicação no Velho Testamento.
A Bíblia hebraica usa vários termos para descrever os meios de comunicação de Deus.

1. “Dizer” (hebraico: amar)
As Escrituras começam com as nove famosas palavras hebraicas traduzidas por: “No principio criou Deus os céus e a terra.” (Gén. 1:1). Notem que imediatamente a seguir ao verbo “criar”, que identifica a Deus como o supremos Criador do Universo, o verbo seguinte, que se refere a Deus, descreve-O como comunicador. É o verbo “dizer”. Na verdade, o relato inspirado afirma que no primeiro dia da criação, “Deus disse, haja luz” (Gén. 1:3). Ele poderia ter criado o mundo sem palavras, mas em vez disso Ele prferiu falar, para comunicar oralmente.

2. “Chamar” (Hebraico: qara)
O Segundo verbo de comunicação usado com referência a Deus na Bíblia é “chamar” (Gén. 3:9). Isto quase sempre transporta a conotação de “gritar”. É interessante que quando Adão e Eva pecaram e se esconderam de Deus, dois verbos de comunicação são usados na mesma frase para descrever as acções de Deus: “E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?” (Gén. 3:9). Deus não somente falou com Adão, quando ele estava escondido, como também o chamou em voz alta. Sem pretendermos ser irreverentes, podemos descrever este encontro entre Deus e Adão e Eva como o primeiro jogo de “brincar às escondidos.”

Parece que Deus jogou com eles o mesmo jogo que nós jogamos com crianças pequenas. Os pequenos gostam de esconder-se e imaginar que nós, adultos, não conseguimos saber onde eles estão. Se levarmos a sério o jogo, acabamos por “descobrir” onde eles estão. Adão e Eva, como crianças pequenas, estavam escondidos, não percebendo, aparentemente, que é impossível escondermo-nos de Deus, nem sequer num jardim com árvores frondosas (Génesis 3:8). Ainda assim, Deus amorosamente tomou parte no “jogo” e perguntou: “Onde estás?” como sse Ele já não o soubesse.

Hoje Deus ainda chama os Seus filhos transviados. Ele chama-nos repetidas vezes, quando tentamos esconder-nos d´Ele e não queremos comunicar com Ele. De facto, é porque aceitámos o Seu chamado que estamos aqui hoje a adorar na Sua presença.

3. “Falar” (Hebraico: dabar)
O terceiro verbo de comunicação usado em conexão com Deus é “falar”. No hebraico o termo transmite geralmente u significado forence. Por exemplo, é usado na expressão “Dez Palavras”, usualmente traduzio por “Dez Mandamentos” (cf. Deut. 4:13; 10:4). As “Dez Palavras” foram a base do concerto de Deus com a humanidade. Por esta razão as duas tábuas que as continham eram guardadas na arca do concerto, que estava localizada no lugar santíssimo do santuário. A expressão, “Dez Palavras”, distingue esta série de dez princípios de todas as outras leis e mandamentos hebraicos.
Tal distinção torna-se ainda mais relevante se ligarmos as “Dez Palavras” do Velho Testamento com o seu Autor, a Palavra (dabar em hebraico; logos em grego) no Novo Testamento. Não é, portanto, de surpreender que Jesus tivesse afirmado que as Suas “palavras” (mandamentos) nunca perderiam a sua validade (Lucas 16:17) “É mais fácil passar o céu e a terra do que ciar um til da lei.” As “Dez Palavras” exprimem o código amoroso do concerto de Deus connosco, que foi confirmado, renovado e selado na cruz do Calvário, de uma vez por todas, com o sangue precioso de Jesus.

4. “Revelar” (Hebraico: galah).
O quarto verbo usado na Bíblia para exprimir os meios de comunicar de Deus é “revelar”. Lemos em Deut. 29:29; “As coisas encobertas são para o Senhor, nosso Deus; porém, as reveladas são para nós e para os nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei.” Notamos, com surpresa, que, embora o pecado tivesse alargado o fosso entre Deus e a humanidade, Deus nunca desistiu de comunicar. De facto, contrário aos ensinos de outras religiões mundiais, onde seres humanos pensam que podem apaziguar a ira dos seus deuses por meio de sacrifícios humanos e ofertas, o nosso amoroso Deus tomou sempre a iniciativa de nos reconciliar com Ele. Ele convida continuamente os Seus filhos a restabelecer a sua perdida comunicação com Ele.
II. Os Agentes de Comunicação de Deus - Como Ele Comunica.

1. Por meio dos Seus profetas (Hebraico – nabi)
Originalmente o termo hebraico para “profeta” era usado no contexto de um porta-voz geral. Assim, Aarão foi chamado profeta do seu irmão Moisés (Êxodo 7:1), “Arão teu irmão será teu profeta”.
Contudo, no mesmo contexto o termo foi também usado para se referir a Moisés como porta-voz de Deus. No Velho Testamento, os profetas foram escolhidos por Deus até aos dias de Malaquias. Mais tarde Deus decidiu levantar o Seu maior profeta, João Baptista, para preparar o caminho do Senhor Jesus Cristo. Assim vemos que, ao escolher alguém para ser o Seu porta-voz, ou profeta. Deus tem estado a revelar as Suas mensagens via agentes humanos ao longo da história da Terra.
Em Amós 3:7 lemos: “Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas.” Deus tem cumprido fielmente a Sua promessa, para que o Seu povo não viva ansioso a respeito do que acontecerá amanhã. Isso faz parte da mensagem que o pov de Deus, chamado profeticamente no tempo do fi, deve dar. Ele também apela ao Seu povo para nunca desprezar a Sua Palavra como foi revelada pelo Seus profetas. Assim, no seu enquadramento original, a admoestação seguinte torna-se ainda mais relevante, quando recordamos o que se encontra no último livro da Bíblia: “Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas, e sereis prosperados.” (II Crónicas 20:20).

2. Por meio dos Seus sacerdotes.
Os sacerdotes do Velho Testamento foram os agentes humanos desgnados por Deus para prover comunicação entre os humanos e Ele próprio. Assim, enquanto os profetas comunicavam entre Deus e os Seus filhos, os sacerdotes comunicavam entre Israel e Deus. Embora os sacerdotes pertencessem à família de Aarão e seus descendentes, os profetas eram sempre escolhidos individualmente pelo próprio Deus.
A respeito dos sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes, é digno lembrar que eles nunca foram feitos para apaziguar a Deus. Eles eram pontes simbólicas que prefiguravam a nossa Ponte suprema, Jesus Cristo. Eles não eram ex opere eperato (“como valor em si mesmos”). Nenhum sacrifíco
sacrifício teria tido algum signficado se Jesus não tivesse sido vitorioso no Seu supremo sacrifício na cruz. Porém, devido ao Calvário, Ele tornou-Se a nossa Ponte, o nosso Sumo Sacerdote, o nosso Advogado, e, como tal, o nosso único meio para restabelecer comunicação com Deus o Pai (1ª Tim. 2:5).

3. Por meio do Urim e do Tumim.
Durante um período limitado de tempo, no Velho Testamento, Deus comunicou com o povo de Israel por meio do Urim e do Tumim, duas pedras incrustadas no peitoral do sumo sacerdote (cf. Êxodo 28:30). Deus revelava a Sua vontade por meio de um “sim” ou “não”, segundo as pedras brilhassem sobrenaturalmente num lado ou no outro.

4. Por meio de animais.
Ainda que pareça incrível, quando humanos recusavam ouvir as mensagens de Deus, Ele não hesitou em falar por meio de animais. Não chamou Deus animais para entrarem na arca de Noé, quando a maioria dos humanos recusou obedecer? Não corrigiu Ele a Balaão por meio da sua jumenta, quando o profeta persistiu obstinadamente em seguir o seu próprio caminho (Núm. 22:28-30)? Não falou Deus ao peixe que engoliu Jonas, quando o profeta recusou ir a Nínive (Jonas 2:10)? Se até animais ouviram a Deus, não deveríamos nós ouv-Lo também?

5. De “várias maneiras.”
Lemos em Hebreus 1:11: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas, a nós, falou-nos nestes últimos dias, pelo Filho.” Ellen White escreveu: “O sistema de educação instituido no começo do mundo, devia ser um modelo para os seres humanos em todo o tempo. Como ilustração dos seus principios uma escola modelo foi estabelecida no Éden. O jardim era a sala de aulas, a natureza o livro de compêndio, o próprio Criador era o professor e os pais da família humana os alunos.” (Verdadeira Educação, p. 14).

6. Por meio do Seu Filho.
Quando pareceu que a comunicação entre Deus e os humanos não podia mais continuar, Deus falou-nos por meio do Seu Filho (cf. Hebreus 2). Como resultado, mediante os méritos de Cristo nós temos agora acesso permanente ao trono de Deus.
Assim, as linhas de comunicação permanecerão abertas para sempre, enquanto mantiverermos uma relação e diágolo diários com Ele. Mas, ainda que nos escondamos, como fizeram Adão e Eva, o Espírito Santo está presente para amorosamente nos convidar a arrepender e a restaurar a nossa comunicação com Deus. Sim, meus amigos, na primeira vinda de Jesus, o povo de Deus entrou na corrida decisiva final para alcançar a eternidade. Quando Jesus venceu a morte, depois de ter sido crucificado na cruz do Calvário, a humanidade foi habilitada a entrar em comunicação directa com Deus por meio de Jesus Cristo.
III – ILUSTRAÇÃO: O CORAÇÃO E O LIVRO
Salmo 119:97

Há um belo incidente relatado na vida da senhora Schumann, perita musicista e devota amante da nobre arte do seu esposo.

Ela dava, frequentemente, programas depois da morte de seu marido; mas, antes de fazê-lo, lia algumas cartas de amor que recebera durante os dias de noivado. A razão para tal, disse ela, era que depois refrescar o coração com o sentimento de amor que ele lhe tinha tido, ela sentia-se inspirada para interpretar a sua música.
O amor é o melhor de todos os intérpretes; é ele que nos ajuda a compreender as verdades da Bíblia, esse Livro que se encontra repleto da música proveniente do próprio coração de Deus. Tem em si material suficiente para mil majestosos oratórios; possui grandes salmos e hinos tão fortes e poderosos quanto o soprar dos ventos; contém muitos encantos, solenidades e cordas menores que tocam as mais sensíveis fontes de lágrimas, além de outras notas jubilosas que alcançaram as mais altissonantes barras de gesso.
Ó grande livro de música divina. Os maestros mais singulares em canto e harmonia têm encontrado inspiração Beethoven, Mendessohn, Haydn, Handel e Schubert inflamaram o seu génio nesse precioso Livro. Apesar de tudo, o coração é o único intérprete competente das suas harmonias celestes; o seu teclado divino responde em doces notas quando tocado pelos dedos apaixonados do amor.
Um teólogo disse: "Eu não sei o que possa crer, porém eu creio a fim de poder saber."
Há uma citação mais elevada e verdadeira do que esta.
Podemos dizer: não sei o que possa crer, nem crer o que possa saber, mas amo para poder tanto crer como saber. – J.T.M. Farland.

domingo, 11 de setembro de 2011

A FAMÍLIA DE DEUS

INTRODUÇÃO: Efésios 3: 14 - 21
a) O Espírito Santo revela-nos neste texto uma das maiores bênçãos que nos foi dada por meio de Cristo.
• Transformou-nos de sapos em príncipes.
• Adotou-nos na Sua família, chamou-nos para dentro da Sua casa. (João 14:1-3)
• O Pai de Jesus passou a ser O PAI NOSSO ( “Este é o meu Filho amado” )
b) PERGUNTAS:
• Quem faz parte desta família?
• O que significa fazer parte da família de Deus?

1. A FAMÍLIA DE DEUS É FORMADA POR TODOS AQUELES QUE RECEBERAM A JESUS COMO SENHOR E SALVADOR DAS SUAS VIDAS
a) João 1:12- “Mas a todos quantos O receberam...” Marcos 3:32-35
b) Estes são os que foram transformados pelo Senhor. Como já dissemos no início: De SAPOS em PRINCIPES
c) IMPORTANTE: Há muitos filhos de Deus que já foram abraçados por Jesus, tornaram-se príncipes, mas insistem em viver como órfãos.
• Acham que a sua vida não tem sentido, vivem no lamaçal do pecado, andam como derrotados.
• o seu louvor não passa de um ruído sem vida e sem sentido.
d) QUERO PERGUNTAR: Há alguém ao ler esta mensagem que sinta que está a viver assim?
e) Cap.3:6 - o filho de Deus não é escravo, mas príncipe (fomos libertos, todo aquele que aceite Jesus como Senhor está assentado em lugares celestiais )
f) REIVINDIQUE AS PROMESSAS: Se você ainda está a viver derrotado! OS FILHOS SÃO CO-HERDEIROS COM CRISTO. O que diz a Bíblia:
• O pecado já não terá domínio, O maligno não nos pode toca, Em Cristo somos mais que vencedores
g) Meu amigo,o Pai diz:
• Filho, tudo o que é meu é teu, Quem mexe em ti, é contra Mim, Eu quero cuidar de ti
• Abra a sua Bíblia em Gal.3:13-14 (Qual é a benção de Abraão?)

2. O QUE SIGNIFICA FAZER PARTE DA FAMÍLIA DE DEUS?
2.1. QUE O HOMEM INTERIOR SERÁ FORTALECIDO COM PODER PELO ESPÍRITO SANTO QUE VEIO HABITAR EM NÓS (v.16 )
A LUTA DO ESPÍRITO CONTRA A CARNE: O Espírito Santo nos revela que Ele está a lutar contra a carne (natureza caída)
a) Quando nos tornamos filhos, O ESPÍRITO VEM HABITAR EM NÓS, para nos fortalecer a fim de vencermos as tentações e as ciladas do diabo.
b) O OBJETIVO DO ESPÍRITO SABTI: Destronar a carne, para que Cristo habite nos nossos corações.
c) PRESTE ATENÇÃO - Se Cristo ainda não ocupou o TRONO DO CORAÇÃO, Ele ainda não se tornou o Senhor da sua vida (Ex. Deus mandou que os israelitas expulsassem todos os moradores de Canaã, mas eles não o fizeram, por causa disso sofreram).
d) Meu amigo: VOCÊ NÃO PODE TER DÓ DO PECADO, ele poderá destruir a sua vida!
e) CRISTO QUER SER O DONO DA SUA VIDA.
2.2. FAZER PARTE DA FAMÍLIA SIGNIFICA RECEBER O AMOR DO PAI NA SUA VIDA (v.18,19)
a) PERGUNTA: Quanto você acha que Deus o ama? (Muita gente PENSA que Deus não OS ama)
b) QUERO DIZER-LHE ALGUMAS COISAS:
• Cristo o ama não porque você faz as coisas certas, Cristo o ama não porque você é um líder, ou porque você vai à igreja, Cristo ama-o porque Ele é amor, e Ele nunca deixará de o amar
• ELE ESCOLHEU-O PARA FAZER PARTE DA SUA FAMÍLIA (você já pensou nisso? O que significa isso para você?)

CONCLUSÃO
a) Jesus quer ser o Seu melhor irmão, o Seu melhor amigo
b) Talvez pergunte: O QUE POSSO FAZER PARA CONHECÊ-LO MAIS?
• Ore, Aproxime-se d´Ele com fé, Procure servi-Lo, servindo as pessoas que Ele criou com todo amor e espere que Ele se aproxime e fale ao seu coração (v.20-21)
c) Gostaria de perguntar: Você já faz parte da família de Deus? Se anida não, procure uma igreja que tenha como orientação: Apocalipse 14:12
a) A Perseverança – na Palavra de Deus.
b) A Fé – Jesus é o Salvador e Senhor.
c) A Observancia dos Mandamentos de Deus – estes foram dados por Deus a Moisés no monte do Sinai.

sábado, 10 de setembro de 2011

A FONTE DO PODER

Tito 1. 5-9
Introdução:
• Esperamos que sejamos veículos do poder de Deus, vencendo todos os obstáculos que porventura apareçam em nosso caminho. Oramos, também, para que tanto os instrutores, como os que serão treinados e formados, sejam instrumentos do poder de Deus, nas vidas das igrejas em que vierem a ministrar. Oramos, com igual intensidade, que o poder de Deus se manifeste em suas vidas, mantendo as convicções, a visão, a fidelidade à sã doutrina, fazendo-os frutíferos para a disseminação do reino de Deus.
• Devemos ponderar, entretanto, que vivemos numa era onde a busca e procura pelo PODER é ávida. Ela ocorre não somente fora da igreja, mas principalmente dentro da igreja. Busca-se a Religião do Poder, como nos descreve Michael Horton no livro do mesmo nome que editou. Mas é ele próprio que nos alerta, quando escreve: "O evangelho de poder é um inimigo do poder do evangelho" (p. 267).
• Ocorre que o PODER, como é hoje em dia procurado e demonstrado, não é o verdadeiro poder do Espírito Santo. Procura-se o inusitado, o extraordinário, o sobrenatural. Esquece-se o verdadeiro poder de Deus que ressurgiu Cristo ao terceiro dia, que converge n´Ele o centro do plano de redenção, que realizou a indescritível maravilha de separar um povo Seu para glória eterna, transformando os perdidos e aniquilados pelo pecado.
• A este povo, a esta Igreja, congregados em igrejas locais, Deus chama líderes que a dirijam com base no poder que emana do Espírito Santo. Que não se envergonhem "... do evangelho, que é poder de Deus para a salvação..." (Rm 1.16)
• Não devemos, portanto, desprezar, as expressões relacionadas com o exercício do poder, mas possivelmente, nesta ocasião, possamos ponderar sobre a maneira que Deus escolheu para utilizar os líderes do Seu povo, como veículos do Seu Poder. Que a instrução e alerta sirva para todos nós,, especialmente os envolvidos na execução do Projeto de levar o Evangelho Eterno aos perdidos.
• Chamaria a vossa atenção para a leitura da Palavra de Deus, conforme a encontramos na carta de Paulo a Tito, 1.5-9. Nesse trecho, escrito pelo apóstolo a um jovem pastor e líder, como os que frquentam a Igreja do Senhor, bem como aos mais idosos. Paulo, após declarar a sua autoria, os seus objetivos, a sua autoridade e após definir o destinatário (Tito), lemos:
v. 5 Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi:
v.6 alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados.
v.7 Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância;
v.8 antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si,
v.9 apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem.
Creio que podemos destacar três pontos, para nossa meditação e instrução, nesta passagem. Em cada igreja local estabelecida, o que é necessário, para que os líderes tenham poder?
1. É necessário uma estrutura bíblica de organização, com oficiais.
Vemos isso no verso 5 - "...para que pusesses em ordem...". A necessidade de pôr em ordem. Espontaneidade desregrada, aliatoriedade constante, individualismo indiscriminado, independência descabida das estruturas eclesiásticas, não são sinónimos de espiritualidade. Na realidade, temos testemunhado a queda de muitos, por terem rejeitado os chamados bíblicos à organização, à sistematização ao planeamento exercitado dentro de uma visão do Deus Soberano, que cumpre os seus propósitos através das nossas vidas.
Ainda no verso 5 - "... constituísses presbíteros...". Essa estrutura pressupõe uma multiplicidade de presbíteros, a existência de oficiais na igreja, um governo representativo, com oficiais apontados, eleitos ou indicados.
2. É necessário que os oficiais tenham uma vida " irrepreensível". Vemos essa admoestação, nos versos 6-8.
a. Isso pressupõe, em primeiro lugar a crença / a conversão à Fé Cristã. No versículo 16, lemos que não estamos a falar de mera profissão. Ela é necessária, mas não é suficiente, em si: "No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra". A verdadeira profissão se manifestará na acção do Espírito Santo na vida, nas obras de cada um, na medida em que o processo de santificação se torna evidente à igreja.
b. Vida irrepreensível (v. 6; 1 Tm 3.2 e 10) não é um conceito abstrato, nebuloso. Não significa, também ausência de pecado, perfeccionismo. O apóstolo é bem concreto, colocando algumas necessidades em duas áreas (em ambas a palavra irrepreensível é repetida) básicas indispensáveis, que caracterizam a irepreensibilidade.
(1) A primeira delas é no âmbito da vida familiar. No verso 6 está o requerimento:
(a) Marido de uma só mulher. Fiéis no matrimónio (v. 6; 1 Tm 3.2 e 12).
(b) Filhos crentes - não dissolutos (v. 6; 1 Tm 3.4, 5 e 12). Que foram instruídos a não causarem brigas e dissensões e que aprenderam subordinação e respeito hierárquico, no lar, na igreja e na sociedade.
(2) A segunda área, é no relacionamento com os demais - com os irmãos, com a igreja, com o próprio exercício da liderança. Paulo explica que o oficial é "despenseiro" - administrador (oikonomos) das coisas de Deus, perante o Seu povo. Nesse sentido, temos, nos versos 7 e 8, alguns NÃOS e alguns SINS.
(a) O líder do povo de Deus NÃO pode ser (verso 7):
Arrogante - Seguidor de sua própria vontade. Desconsiderado com os demais.
Irascível - Inclinado à ira.
Dado ao Vinho - Que se detém na atração das bebidas.
Violento - Espancador, aquele que intimida os demais.
Ganancioso (cobiçoso de ganho indevido) - Ávido pelo ganho desonesto.
(b) SIM - O líder DEVE ser (verso 8).
Hospitaleiro - Disposto ao sacrifício do conforto pessoal para abrigar outros.
Amigo do Bem (se compraz) - (filagayos)
Sóbrio (não dominado pelas emoções) - Prudente, de mente aguçada, não bêbado.
Justo - (dikaios) Reto
Piedoso - Direcionado a Deus.
Com domínio próprio - Auto controlado, temperante (egkratha).

3. É necessário que os oficiais tenham apego à Palavra de Deus.
FIEL - Note no versículo 9 - "...apegado à Palavra Fiel.."; ou seja, fiel à Palavra Fiel.
Harmônico com o corpo de doutrinas previamente reveladas. Ensinando segundo a revelação previamente recebida. Ainda no v. 9 - "... que é segundo a doutrina".
Quantas e quantas vezes somos relembrados da necessidade de nos mantermos coerente com o corpo de doutrinas reveladas:
Is 8.19-20: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva".
Rm 12.6: "... se profecia, segundo a proporção (analogia) da fé".
Jd 1.3: "...exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos".
Rm 3.2; Hb 5.12; 1 Pe 4.11: "... aos judeus foram confiados os oráculos de Deus"; "... tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus?"; "Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus...".
Conclusão:

• Todas as qualificações, maneira de viver, conteúdo do ensinar, que foram transmitidos por Paulo a Tito tinham um propósito bem definido, explícito no próprio verso 9 - a concessão de PODER ("de modo que tenha poder"). Não o poder pessoal, próprio. Não um poder espúrio, irreal, enganoso. Mas o poder advindo de Deus.
• A palavra utilizada (dunatos) expressa um pouco mais do que "ter a possibilidade", como está no inglês. A tradução de Almeida é mais feliz, bem como a Holandesa (machtig - might). Revela ser poderoso, no sentido de transmissor do poder de Deus, em função de retratar uma vida compatível com os preceitos de Deus.
• Poder para exortar, pelo reto ensino.
• Poder para convencer os de persuasão contrário.
• Não há lugar para os "vôos independentes", para os "ventos de doutrina". O poder é exercitado pelo reto ensino - aquilo em que todos nós, almejamos, venhamos a envolver-nos.
• Não há lugar para arrogância, para um conceito de que representamos uma casta superior de agraciados, ou mais inteligentes e perceptivos do que os demais crentes - o direcionamento de Paulo e que temos de ter a paciência a exortar, bem como a competência e o esmero necessários no convencer aos que discordam. Assim como Paulo arrazoava e demonstrava, as verdades do Evangelho. Assim como a palavra deve ser sempre "temperada com sal"(Col. 4.6), para que a verdade transmitida não venha a tropeçar em nosso próprio orgulho.
• Todos nós queremos ser veículos do poder de Deus. Muitos querem poder, nos dias de hoje. Estamos agindo dentro das Estruturas determinadas por Deus? Estamos a demonstrar uma vida Exemplar e dirigida pelos princípios da Palavra? Estamos apegados à Palavra de Deus, à sã doutrina, exercitando o reto ensino?
• Que Deus nos possibilite a seguirmos os seus princípios e que as estruturas nas quais estamos envolvidos evidenciem o poder de Deus, pelas vidas formadas e transformadas pela Fé Cristã no Evangelho Eterno.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Discípulos crescentes com a aprendizagem transformacional.


Clarence foi pela primeira vez à igreja após ter sido desafiado.

Prometeu ao seu amigo pastor, que daria uma hipótese à igreja, se o pastor ganhasse uma partida de damas. O pastor ganhou, e Clarence foi à igreja na semana seguinte. Respondeu ao chamado de Deus, e ao amor da congregação, que o levou ao batismo, assim como a sua mulher e filhos.

Passadas algumas semanas, Clarence foi ter com o seu pastor com uma dúvida que perturbava o seu coração. Ele não sabia como viver uma vida Cristã. “Antes de ser batizado” disse ele, “se viesses ter comigo e me dissesses que querias ser jogador de futebol, não te teria deixado somente fazer isso, mas ter-te-ia mostrado como ser um jogador. Preciso que alguém me mostre como ser Cristão.”

A maior parte das vezes, aqueles como nós, que estão na liderança espiritual podem realmente partilhar com os seus membros porque é importante ser um discípulo de Cristo. A maior parte das vezes, ficamos aquém em ensinar os nossos membros como serem discípulos. Os dois são fundamentais para o amadurecimento do Cristão. Mas como é que nós, enquanto pastores, podemos nos guiar pela chamada “aprendizagem transformacional”, aprendizagem orientada não só para informar, mas também para transformar?

Sendo editor e trabalhando com colegas que têm experiência na área da educação, ajudou-me a dar valor à integração dos modelos do ministério da educação e teologia dentro das nossas igrejas. É claro que as Escrituras juntam esses dois modelos do ministério. Em Efésios 4, o apóstolo Paulo diz “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, outros doutores, outros pastores e professores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à maturidade, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:11-13, Almeida RC 95) ênfase adicionado.1

Este artigo pretende mostrar como uma integração do ciclo de aprendizagem retirado do modelo do ministério da educação e usado para promover a aprendizagem transformacional, pode realçar as perspectivas pastorais no ensino e na pregação e assim ajudar os membros da igreja a compreender o evangelho e adquirir a maturidade para se tornarem discípulos confirmados em Cristo.

O que é o ciclo de aprendizagem?

As pessoas aprendem através de vários métodos. No início doas anos 70, David Kolb identificou dois estilos de aprendizagem: percepção e processamento.2 A maneira como as pessoas percebem e processam a informação constitui o seu “estilo de aprendizagem.”

Alguns têm uma percepção da vida através dos seus sentidos e sensações – pela experiência directa (de modo subjectivo). Outros têm uma percepção da vida através do entendimento (de modo objectivo) ao conceptualizar ou pensar. A maior parte de nós utiliza estes dois filtros misturados, mas favorecemos mais um do que outro.
As pessoas processam novas experiências através da reflexão (observando) ou através da acção (fazendo) – ou através dos dois.3
Por exemplo, enquanto que o meu marido e eu partilhamos o mesmo estilo de percepção da vida, através da experiência directa, temos uma forma diferente de a processar.

Ele processa as novas experiências através da acção ao contrário de mim que o faço através da reflexão. As duas formas são legítimas. Assim, quando vamos à praia, é o primeiro a ir para a água. E geralmente a praia inteira fica a sabê-lo, uma vez que tem dificuldade em esconder o seu prazer pela vida, e grita com entusiasmo quando entra na água! “Anda Bonita, a água está boooooooa!” Eu, por outro lado, aguardo e observo a situação por um instante antes de me sentir suficientemente confortável para ir. O meu diálogo interno segue mais ou menos estas linhas: Tudo bem, Bonita, parece que não há corrente, o Roy ainda está de pé...Está um dia de sol, logo não vou morrer de frio na água...não há muitas pessoas, por isso não tenho de me desviar delas. Uma vez que fiz esta reflexão, geralmente estou pronta para enfrentar esta nova experiência, a não ser que tenha um livro para ler, aí, esqueçam a água.

Da mesma forma que o meu marido e eu temos uma percepção e um processamento das experiências de maneira diferente, também os membros da igreja têm essas divergências. São destas duas formas, ou até mesmo de mais. Alguns querem agir, fazer e experimentar; outros querem reflectir e observar antes de experimentar. Alguns ainda querem pensar na experiência mais do que outros antes de fazerem alguma coisa. E temos também aqueles que preferem pensar e reflectir em vez de agir.

Utilizando a teoria de Kolb como fundamentação, Bernice McCarthy, em 1987 descreveu quatro estilos básicos de aprendizagem e a correspondência estratégica mais eficiente de ensino para as pessoas aprenderem. De acordo com McCarthy, cada estilo de aprendizagem coloca várias perguntas e implica vários esforços durante o processo de aprendizagem. Estes estilos de aprendizagem utilizam tanto o lado direito do cérebro como o esquerdo no processamento das técnicas.4 Assim, quando integramos os quatro estilos de aprendizagem, nos nossos sermões e ensino, estamos a educar “o cérebro inteiro.” 
O aluno interactivo coloca a seguinte questão, “Porque este tema é importante para mim?” O aluno analítico pergunta, “O que preciso saber sobre este tema?” O aluno pragmático pergunta, “Como é que utilizo a informação?” O aluno dinâmico pergunta, “E se usasse a informação desta maneira?”

O meu estilo de aprendizagem principal é o interactivo, em segundo lugar vem o dinâmico. Assim sendo, como pregadora sou geralmente boa a responder pela minha congregação às perguntas, “Porque este tema é importante?” e “E se usasse esta informação desta maneira?”. Também não sou má no estilo analítico ao responder a “O que preciso saber?” Infelizmente sou a maior parte das vezes má a responder à pergunta “Como é que utilizo esta informação?”

Assim, quando preparo os meus sermões, tenho que ser intencional e tentar relacionar-me com o aluno pragmático.

Já ouviram membros da igreja dizerem do Pastor, “Ele é um homem bom, mas não consigo aprender nada com os seus sermões?” ou então “Os seus sermões são demasiados ‘vazios’, ‘superficiais’ ‘são apenas histórias’, ou então ‘é irrelevante para a minha vida’".

Primeiro, temos que ter consciência que nunca vamos conseguir alcançar toda a gente. No entanto, quando começamos a compreender melhor o ciclo de aprendizagem, conseguiremos realizar que uma das razões pelas quais as pessoas sentem-se assim, é porque a maior parte das vezes, saltamos uma ou mais componentes do ciclo. Quando começamos a integrar cada componente na nossa pregação, mais ouvintes conseguirão relacionar-se com a mensagem.

Como utilizar o novo ciclo de aprendizagem
Como incorporar o modelo educativo nas nossa pregações?

Primeiro, visitem o site referido nas notas deste artigo, e tire partido do estilo de aprendizagem. Conseguirá assim ter um melhor entendimento do vosso próprio processo de aprendizagem, assim como das necessidades dos outros. Encontrará também no site, mais artigos explicando este conceito.
Segundo, pense nas quatro perguntas do conceito do ciclo de aprendizagem, à medida que prepara o esquema do sermão.
Após ter escolhido a exegese do texto, questione-se, Porque é que o meu ouvinte vai achar este tema importante? O objectivo desta pergunta é despertar interesse no tópico e preparar o ouvinte para o que seguirá. A maior parte das vezes a história introdutória responde a esta pergunta. Assim, a finalidade de uma história (ou ilustração) introdutória não deve ser somente para "entreter."

Com uma fraca introdução, o ouvinte poderá não se sentir suficientemente interessado para continuar a ouvir. Na terminologia dos escritores a introdução consiste no “gancho” que prende o ouvinte.

A pergunta seguinte é, O que é que o meu ouvinte precisa saber sobre este tema? Os professores dizem-nos que a homilética é o “Corpo” ou “Argumento” do sermão. Nesta secção, vamos dar-lhe a informação, os factos, definir e esmiuçar o tema. Várias técnicas poderão ser usadas, inclusive a comparação e o contraste, relacionados com outros temas ou até mesmo ilustrando o nosso ponto de vista. Como discípulo experimental posso dizer que mesmo apreciando a ênfase recente da nossa igreja na experiência da salvação e na nossa relação com Deus, em alguns casos podemos ter ido ao extremo e não demos aos nossos membros factos suficientes acerca da sua fé.

A nossa próxima pergunta é, Como é que o meu ouvinte vai usar a informação no seu dia a dia? Isto representa a aplicação da secção do nosso sermão. Recentemente encontrei algo de interessante quando lia um dos meus livros de pregações. Enquanto que as outras partes da preparação do sermão estendia-se numa ou duas páginas, o elemento da aplicação tinha dois parágrafos!

Esta componente, quando forte, incentiva a acção, não somente “dizer o que é preciso, mas agir como é preciso”. É neste ponto que queremos convencer os nossos membros que irão ser beneficiados se aplicarem a mensagem nas suas vidas.

A última pergunta para criarmos o nosso esquema é, E se o meu ouvinte puser em prática esta informação, como é que vai influenciar a sua vida? Acredito que isto possa ser a nossa conclusão. Como um dos professores de homilética costumava dizer, a conclusão consiste em “Algumas frases ou ilustrações escolhidas a dedo que dêem uma ideia central e um propósito ao sermão.”5 Uma forte conclusão no sermão é tão importante como uma forte introdução. Enquanto recapitulava o meu sermão, Que imagem vou deixar na minha congregação? Como é que as suas vidas vão ser depois de aceitarem esta mensagem?

Terceiro, uma vez que usou o esquema para criar o rascunho do seu sermão, peça ajuda ao seu cônjuge ou ancião para avaliar o seu desempenho. O seu cônjuge pode já ter dado uma opinião não solicitada, e os oradores precisam disto! Mas tentem ser intencional ao pedir ajuda. Peça a várias pessoas cujos estilos de aprendizagem sejam diferentes dos seus. Use os comentários dessas pessoas como meio para descobrir uma possível falha no seu sermão. E também ainda sobra tempo para fazer as alterações necessárias antes da pregação.
O momento da pregação
Pregar a palavra de Deus permanece um profundo privilégio, uma experiência sobrenatural. Deus usa os nossos talentos, a nossa personalidade, as nossas experiências de vida, e até mesmo as nossas fraquezas para executar a Sua vontade na vida do Seu povo. Mas ao delegar os Seus poderes, Deus não nega a necessidade de fazermos o que podemos para sermos o veículo mais eficaz através do qual conseguimos realizar esta missão. O Espírito trabalha através dos ciclos de aprendizagem, e por vezes o Espírito até trabalha através de uma partida de damas.

Notas:
1. Para um excelente artigo sobre estes dois ramos do ministério, ver George Knight’s “Two Ministries, One Mission”, Ministry, December 2010.
2. http://effective.leadershipdevelopment.edu.au/david-kolb-learning-styles/experiential-learning/.
3. Charles Betz with Jack Calkins, “Leading Adult Sabbath School” (Lincoln, NE: Advent Source, 2001), 20.
4. Ver Dr. McCarthy’s office Web site em http://www.aboutlearning.com.

5. Williams Evans, How to Prepare Sermons (Chicago: The Moody Bible Institute, 1964), 90.

Recursos:
• Para descobrir o seu estilo de aprendizagem vá até http://bit.ly/ghWXHU.

• Para uma estrutura de currículo do Discípulo Crescente que o ajude a crescer e amadurecer com base no ciclo de aprendizagem, ir a www.growingfruitfuldisciples.com.

Autora: Dra Bonita Shields

Tradução: Cátia Santos