domingo, 12 de dezembro de 2010

O Cântico ao Cordeiro de Deus

Introdução:

Jesus é o Cordeiro de Deus e por Seu sacrifício, todos os remidos O louvarão.
O Céu vive um clima de música e louvor. Esta é uma das características do Paraíso de Deus. O louvor está sempre presente na ordem do dia.
Embora por toda a eternidade passada, presente e futura, o Céu viva o clima do louvor, haverá um momento especial na história do Universo quando os redimidos vão cantar um cântico de vitória.

Será um hino de louvor ao nosso Deus e ao Cordeiro.
Será o cântico da vitória sobre o pecado, sobre este mundo e sobre Satanás. Será também um cântico de vitória sobre a morte, pois a vida florescerá para os remidos de uma maneira interminável. Começa para os remidos a vida eterna que é conferida aos vencedores. Jesus afirmou: “Ao vencedor dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no Paraíso de Deus”. Apocalipse 2:7. “Ao vencedor dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como eu também venci e me sentei com meu pai no seu trono”. Apocalipse 3:21.

Comer da árvore da vida significa viver eternamente com o Senhor e assentar no trono com Ele significa reinar com Jesus para sempre.
Vamos ler sobre o Cântico do Cordeiro no livro de Apocalipse 15:2-4. (Ler o texto).
Se compararmos este texto que retrata o Cântico do Cordeiro, com o que está escrito em Apocalipse 7:9-14, vamos ter uma visão mais ampla dos que estarão no mar de vidro cantando o Cântico do Cordeiro.

I – Cântico dos Vencedores:

Quem vai cantar o Cântico de Moisés e o Cântico do Cordeiro?
Na visão que João teve dos glorificados, ele viu uma grande multidão, tão grande que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Uma representação fiel dos habitantes do Planeta. Uma seleção composta de pessoas de todos os lugares do mundo.

Os redimidos ou remidos, estavam vestidos de vestiduras brancas, símbolo de pureza; e com palmas nas mãos, símbolo de vitória.
João diz também que estavam numa praça semelhante a um mar de vidro, mesclado com fogo. Esta foi a melhor maneira de definir a beleza da praça onde ele viu os redimidos.
João os chama de vencedores. Venceram pelo sangue do Cordeiro e estavam de pé, tinham nas mãos as harpas de Deus.
Estavam de pé porque venceram.
Venceram a besta e sua imagem quer dizer que venceram as provações e perseguições impostas aos filhos de Deus pelos poderes do mal.
No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes - os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal. Se bem que a igreja e o Estado reúnam o seu poder a fim de obrigar a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, a receberem o sinal da besta, o povo de Deus, no entanto, não o receberá. O profeta de Patmos contempla os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número de seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro.

Em Êxodo 15, está o cântico de Moisés. Cântico de louvor a Deus após a passagem pelo Mar Vermelho. É um cântico comemorando a vitória de Deus ao tirar Seu povo do Egipto.
Quando rompeu a manhã, esta revelou às multidões de Israel tudo que restava do seu poderoso adversário: os corpos, vestidos de malha, arremessados à praia. Do mais terrível perigo restara um completo Livramento. Aquela vasta e indefesa multidão - escravos não acostumados à batalha, mulheres, crianças e gado, com o mar diante de si, e os poderosos exércitos do Egipto fazendo pressão na retaguarda - vira seu caminho aberto através das águas e os inimigos submersos no momento do esperado triunfo. Apenas Jeová lhes trouxera livramento, e para Ele volveram os corações com gratidão e fé. Sua emoção encontrou expressão em cânticos de louvor. O Espírito de Deus repousou sobre Moisés, que dirigiu o povo em uma antífona triunfante de acções de graças, a primeira e uma das mais sublimes que pelo homem são conhecidas.

Este cântico e o grande livramento que ele comemora, produziram uma impressão que nunca se dissiparia da memória do povo hebreu. De século em século era repercutido pelos profetas e cantores de Israel, testificando que Jeová é a força e livramento daqueles que nEle confiam.
Aquele cântico não pertence ao povo judeu unicamente. Ele aponta, no futuro, a destruição de todos os adversários da justiça, e a vitória final do Israel de Deus. O profeta de Patmos vê a multidão vestida de branco, dos que "saíram vitoriosos", em pé sobre o "mar de vidro misturado com fogo", tendo as "harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro". Apocalipse 15:2 e 3.

O Cântico do Cordeiro será o cântico dos remidos após vencerem este mundo de pecado, quando estivem do outro lado da eternidade.
O Cântico retrata o poder de um Deus que ama Seus filhos. Fala das admiráveis obras de Deus, o Senhor Todo-Poderoso. Fala de Sua justiça e de Seu reino. E por Sua santidade todos O adorarão.
É um cântico com sabor de liberdade e amor, gratidão e reconhecimento, louvor e adoração.
O desejo de Deus é que você e eu façamos parte daquela multidão que cantará o Cântico do Cordeiro lá no Mar de Vidro.

I I – Jesus é o Cordeiro do Cântico:

João viu a misericórdia, a compaixão e o amor de Deus de mistura com Sua santidade, justiça e poder. Viu encontrarem os pecadores um Pai nAquele a quem eles, por pecadores que eram, foram levados a temer. E olhando para além da conclusão do grande conflito, contemplou Sião e também os que saíram vitoriosos, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro. Apocalipse 15:2-3.
O Salvador é apresentado perante João sob os símbolos do “Leão da tribo de Judá”, e de um “Cordeiro, como havendo sido morto”. Apocalipse 5:5-6. Esses símbolos representam a união do omnipotente poder e do amor que se sacrifica. O Leão de Judá, tão terrível para os que rejeitam Sua graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis.

Jamais poderá o preço de nossa redenção ser avaliado enquanto os remidos não estiverem com o Redentor ante o trono de Deus. Então, ao irromperem as glórias do lar eterno em nossos arrebatados sentidos, lembrar-nos-emos de que Jesus abandonou tudo isso por nós, que Ele não somente Se tornou um exilado das cortes celestiais, mas enfrentou por nós o risco da derrota e eterna perdição. Então, lançar-Lhe-emos aos pés nossas coroas, erguendo o cântico: “Digno é o Cordeiro que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória e louvor. Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra e glória e o domínio pelos séculos dos séculos”. Apocalipse 5:12-13.

Posto que os pesares, dores e tentações da Terra estejam terminados, e removidas suas causas, sempre terá o povo de Deus um conhecimento distinto, inteligente, do que custou a sua salvação.
A cruz de Cristo será a ciência e cântico dos remidos por toda a eternidade. No Cristo glorificado eles contemplarão o Cristo crucificado. Jamais se olvidará que Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos vastos domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem querubins e resplandecentes serafins se deleitavam em adorar - humilhou-Se para levantar o homem decaído; que Ele arrostou a culpa e a ignomínia do pecado e a ocultação da face de Seu Pai, até que as misérias de um mundo perdido Lhe quebrantaram o coração e aniquilaram a vida na cruz do Calvário.
O fato de o Criador de todos os mundos, o Árbitro de todos os destinos, deixar Sua glória e humilhar-Se por amor do homem, despertará eternamente a admiração e a adoração do Universo. Ao olharem as nações dos salvos para o seu Redentor e contemplarem a glória eterna do Pai resplandecendo em Seu semblante; ao verem o Seu trono que é de eternidade em eternidade, e saberem que Seu reino não terá fim, irrompem num hino arrebatador: Digno, digno é o Cordeiro que foi morto, e nos remiu para Deus com Seu mui precioso sangue.

III – O Cordeiro é nosso Resgatador:

O Antigo Testamento fala do resgatador como uma pessoa ligada à família, isto é: um parente. Quando alguém do povo de Deus no Antigo Testamento ficava endividado e suas terras tinham que ser vendidas, de acordo com a lei, a terra e também os familiares podiam ser resgatados por um parente próximo. (Para compreender isto, ler o livro de Rute).
Nosso planeta e nós mesmos, vivíamos uma situação idêntica. A terra e seus moradores foram entregues a Lúcifer com a queda de Adão e Eva.
Alguém deveria nos resgatar e Jesus tornou-se nosso irmão para ser o nosso resgatador.
O Cordeiro é digno de louvor porque como nosso parente chegado Ele abriu os selos, isto é: Ele nos resgatou. Em Apocalipse 5:9 está escrito: Com o teu sangue compraste para
Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.

Depois de sua expulsão do Éden, a vida de Adão na Terra foi cheia de tristeza. Cada folha a murchar, cada vítima do sacrifício, cada mancha na bela face da natureza, cada mácula na pureza do homem, era uma nova lembrança de seu pecado. Terrível foi a aflição do remorso, ao contemplar a iniquidade que era dominante, e, em resposta às suas advertências, deparar com a acusação que lhe faziam como causa do pecado. Com paciente humildade, suportou durante quase mil anos a pena da transgressão.
Sinceramente se arrependeu de seu pecado, confiando nos méritos do Salvador prometido, e morreu na esperança da ressurreição. O Filho de Deus redimiu a falta e a queda do homem; e agora, pela obra da expiação, Adão é reintegrado em seu primeiro domínio.

Em arrebatamento de alegria, contempla as árvores que já foram o seu deleite - as mesmas árvores cujo fruto ele próprio colhera nos dias de sua inocência e alegria. Vê as videiras que sua própria mão tratara, as mesmas flores que com tanto prazer cuidara. Seu espírito apreende a realidade daquela cena; ele compreende que isso é na verdade o Éden restaurado, mais lindo agora do que quando fora dele banido. O Salvador o leva à árvore da vida, apanha o fruto glorioso e manda-o comer. Olha em redor de si e contempla uma multidão de sua família resgatada, no Paraíso de Deus. Lança então sua brilhante coroa aos pés de Jesus e, caindo a Seu peito, abraça o Redentor. Dedilha a harpa de ouro, e pelas abóbadas do céu ecoa o cântico triunfante: Digno, digno, digno é o Cordeiro que foi morto e reviveu. A família de Adão associa-se ao cântico e lança as suas coroas aos pés do Salvador, inclinando-se perante Ele em adoração.

Esta reunião é testemunhada pelos anjos que choraram quando da queda de Adão e rejubilaram ao ascender Jesus ao Céu, depois de ressurgido, tendo aberto a sepultura a todos os que cressem em Seu nome. Contemplam agora a obra da redenção completa e unem as vozes no cântico de louvor. O próprio Jesus vendo os frutos de seu trabalho, exulta também.
O mistério da cruz explica todos os outros mistérios.
Ver-se-á que Aquele que é infinito em sabedoria não poderia idear plano algum para nos redimir, a não ser o sacrifício de Seu Filho. A compensação desse sacrifício inunda o coração dos remidos de alegria. E majestosa é também a alegria de Deus ao povoar a Terra com seres resgatados, santos, felizes e imortais. O resultado do conflito entre o Salvador e os poderes das trevas é alegria para os remidos, redundando para a glória de Deus por toda a eternidade. E tal é o valor de cada alma que o Pai está satisfeito com o preço pago; e o próprio Cristo, contemplando os frutos de Seu grande sacrifício, exulta e fica satisfeito.


Conclusão:

Nunca em toda a história se viu ou se ouviu algo semelhante. O Universo inteiro rejubilará com o Cântico que será prestado ao Cordeiro.
Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Ele é digno de louvor.
Pela graça de Deus você e eu estaremos lá, louvando a Jesus o Cordeiro de Deus.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ESCOLHA ENTRE A VIDA E A MORTE, O BEM E O MAL, A BÊNÇÃO E A MALDIÇÃO

Deuteronómio 30:15-20
"15 Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16 Se guardares o mandamento que eu hoje te ordeno de amar ao Senhor teu Deus, de andar nos seus caminhos, e de guardar os seus mandamentos, os seus estatutos e os seus preceitos, então viverás, e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus te abençoará na terra em que estás entrando para a possuíres. 17 Mas se o teu coração se desviar, e não quiseres ouvir, e fores seduzido para adorares outros deuses, e os servires, 18 declaro-te hoje que certamente perecerás; não prolongarás os dias na terra para entrar na qual estás passando o Jordão, a fim de a possuíres. 19 O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, 20 amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz, e te apegando a ele; pois ele é a tua vida, e o prolongamento dos teus dias; e para que habites na terra que o Senhor prometeu com juramento a teus pais, a Abraão, a Isaque e a Jacó, que lhes havia de dar".
1. A vida impõe não raramente "escolhas", decisões a tomar. Se não soubermos optar por decisões sábias corremos o risco de perder privilégios e suportaremos grandes desilusões. No mundo em que vivemos somos pressionados a assumir posição entre obedecer ou desobedecer, estudar ou não estudar, trabalhar ou não trabalhar, casar ou não casar, etc. Certamente tais decisões poderão trazer bênçãos sobre nossa vida, ou maldições. Daí a necessidade de fazermos a escolha certa para não vivermos de maneira frustrada, convivendo com fracassos!
2. O texto de Moisés já velho, em fim de carreira, prestes a passar a liderança do povo de Israel a Josué. A sua missão até ali, tinha sido um sucesso! Deus o abençoara profundamente à frente de seu povo! Agora, antes de transmitir a incumbência a Josué, Moisés, sob a inspiração divina, transmite princípios que se observados pelo povo, fariam deles uma nação poderosa para desbaratar os seus inimigos na conquista da terra da promessa. Porém a negligência em observar tais princípios, traria sobre eles a derrota e o fracasso.
3. Quais são, então, as escolhas propostas? Vejamos:
DEVERIAM ESCOLHER:
I – ENTRE A VIDA E A MORTE V. 15
"Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal..."
1. A questão de "vida" ou "morte" na forma como é colocada por Moisés envolvia uma avaliação séria do povo na tomada de decisão. A palavra "vida" vem do termo hebraico "yx – chay" que significa "vivente", "vivo", uma referência tanto à vida animal e vegetal, como também à vida humana. Considerando a palavra em termos humanos, a vida aqui é "longa" e "prospera". Já a palavra "morte", é o hebraico "twm - maveth", "morrer prematuramente". Podemos afirmar que diante da escolha proposta, o povo de Deus iria, ou prolongar a vida de maneira próspera, ou morrer na miséria prematuramente.
2. A Palavra de Deus nos mostra como a vida ou a morte podem determinar o nosso estilo de vida e consequentemente os nosso destino na terra.
a) Morte:
1) Veja como Jób em momento de estrema desgraça descreve a morte – "O meu rosto está todo afogueado de chorar, e sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte", Jób 16.16. A sua desventura, fazia com que ele presumisse a morte prematura. A expressão "...sobre as minhas pálpebras está a sombra da morte", descreve de maneira clara o estado de Jób, que antevia a morte, caso a sua sorte não fosse mudada. A sua previsão é clara em 30.23:, "Pois eu sei que me levarás à morte e à casa destinada a todo vivente".
2) David assusta-sefrente à morte, "Estremece-me no peito o coração, terrores de morte me assaltam", Sal. 55.4. O seu sofrimento era tão intenso que David antevê o fracasso, que certamente o levaria à morte. Isto causava-lhe terror. Certamente a morte causa pavor àqueles que não tem vida eterna! Porém, quanto aos verdadeiros filhos de Deus, temos a promessa da Palavra de que somos libertos do pavor da morte: "...e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida", Hb 2.15.
3) Porém existem pessoas que fazem aliança com a morte, "A vossa aliança com a morte será anulada, e o vosso acordo com o além não subsistirá; e, quando o dilúvio do açoite passar, sereis esmagados por ele", Is 28.18. Este textoo refere-se aos acordos políticos de Israel com o Egipto e Samaria. Mais adiante estas nações seriam instrumentos de morte para o povo. Estes acordos eram abomináveis ao Senhor, tanto é, que Ele tomava a iniciativa para anulá-los. Certamente, temos aqui uma referência àqueles que não conhecem o real significado da morte, e caminham no limiar do perigo! Fazer aliança com a morte significa preparar-se para colher a calamidade, o infortúnio e desgraça.
b) Vida:
1) Jób reconhece que a vida está nas mãos de Deus, "Na sua mão está a vida de todo ser vivente, e o espírito de todo o género humano", Jób 12.10. Ver também Jób 33.4, "O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida". Quando morre uma pessoa prematuramente, é comum ouvirmos alguém dizer: "Esta pessoa tinha muito para viver". Ao pensarmos assim, esquecemo-nos que a vida está nas mãos de Deus. É Deus quem permite que alguém continue a viver ou morra. Há exemplos na Palavra de Deus de vidas que foram ceifadas prematuramente pela interferência direta do Todo-Poderoso. Um desses exemplos sobre a acção de Deus provocando uma morte antecipada, podemos ver em Atos 12.21-23, "21 Num dia designado, Herodes, vestido de trajes reais, sentou-se no trono e dirigia-lhes a palavra. 22 E o povo exclamava: É a voz de um deus, e não de um homem. 23 No mesmo instante o anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus; e, comido de vermes, expirou".
2) O Temor a Deus é a fonte de Vida, "O temor do Senhor é uma fonte de vida, para o homem se desviar dos laços da morte", Pv 14.29. Quando alguém vive debaixo do cuidado e do temor do Senhor, a sua vida é prolongada na terra. Embora a expressão "...laços da morte", possa designar uma acção do nosso arqui-inimigo, ou dos seus demónios usando pessoas para nos atingir, é bem verdade que ela também descreve a morte iminente daqueles que não vivem debaixo do temor do Senhor. Não raramente, os demónios provocam acidentes, impulsionam guerras, devastações, etc., para destruir vidas humanas. Porém aquele que vive pelo temor de Deus, será certamente preservado de muitas situações de risco. A sua vida é guardada pelo Poderoso!
3) A vida está associada à prática da justiça e à bondade, "Aquele que segue a justiça e a bondade achará a vida, a justiça e a honra", Pv 21.21. Neste texto podemos ver claramente que o servo de Deus que vive na prática da verdadeira justiça, e ao mesmo tempo é bondoso no trato com os seus semelhantes, encontrará a "vida, a justiça e a honra". Vale a pena viver em justiça, que a colheita é farta!
3. Pelas descrições acima acerca entre a morte e a vida, podemos dizer que uma escolha sábia não penderá pelo lado da morte.
II – ENTRE O BEM E O MAL
V. 15 "Vê que hoje te pus diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal..."
1. Da mesma forma, o homem precisa aprender a escolher entre o bem e o mal. A palavra "bem", vem do hebraico "bwj - towb" – Aquilo que é "bom", "agradável", "amável", "que traz benefício", etc.. E a palavra "mal", vem do hebraico "er - rá", significando "ruim", "desagradável", "infeliz", etc.
2. Desde o princípio, e isto podemos ver no livro de Génesis, há uma descrição do homem como sendo mau na sua natureza: "Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente", Gén 6.5. Esta visão de Deus em relação ao homem é compatível com as acções deste após a queda no Éden e a sua consequente degradação. É certo, porém que a geração do início de Génesis, foi engolida e dizimada pelas águas do dilúvio. Porém a semente do mal não foi totalmente erradicada, como podemos ver mais tarde no registo bíblico:
a) Sl 5.9, "Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua". Observe as expressões "suas entranhas são verdadeiras maldades" e "sua garganta é um sepulcro aberto". Estas expressões mostram claramente que o mal é residente no interior do homem. No dizer de Jesus ele vem de dentro, do coração e exterioriza acções destrutivas, "18 Mas o que sai da boca procede do coração; e é isso o que contamina o homem. 19 Porque do coração procedem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias", Mt 15.18-19.
b) Ec 9.3, "Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo. Também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; há desvarios no seu coração durante a sua vida, e depois se vão aos mortos". Novamente podemos observar como Salomão descreve o mal como sendo algo ligado ao "coração dos filhos" e há "desvarios no seu coração". Certamente é através do coração do homem que o mal é irradiado, provocando ações pecaminosas!
c) Rm 7.18-20, "18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. 19 Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim". Neste texto, Paulo nos apresenta o dilema de sua vida e consequentemente o dilema da vida de todo filho de Deus. Como filho de Deus, ele desejava praticar somente o bem, porém em razão de sua natureza pecaminosa propensa para o mal, se vias às voltas com atos contrários à sua vontade.
3. Com esta inclinação para o mal, a raça humana tem caminhado a passos largos para a destruição e a morte. Não há quem busque o bem! No dizer de Paulo aos romanos, "todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só", Rm 3.12.
4. Voltando nossos olhares para proposta divina em nosso texto básico, o homem precisa fazer uma escolha entre o bem e mal. É evidente que por si só, em razão de sua natureza pecaminosa, este homem não poderá chegar a lugar algum. Porém através de Cristo, uma nova possibilidade surgiu! Temos a garantia de que através dEle, podemos trilhar o caminho do bem. Veja nos textos abaixo como o retorno ao bem é possível:
a) Lc 6.45, "O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca". É verdade que não há qualquer homem bom na terra. Um só é bom (Mt 19.17), e este "um" é Deus. O "homem bom" nas palavras de Jesus é aquele que passou pela sua cruz. Através da cruz de Cristo, podemos agora nos tornar bons e praticar atos de bondade.
b) Jo 5.29, "...os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo". Observe a expressão: "os que tiverem feito o bem", que é uma expressão alusiva àqueles que foram salvos pela graça de Deus. Somente se levantarão na "ressurreição da vida", os redimidos, aqueles que tiveram suas vestes lavadas no sangue do Cordeiro, "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes no sangue do Cordeiro para que tenham direito à arvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas", Ap 22.14.
5. De acordo com os textos acima, podemos ver que existe uma possibilidade do homem deixar o mal e praticar o bem. Esta possibilidade nos vem através do Senhor que derramou seu sangue como remissão de nossos pecados. Ao nos entregarmos a Cristo sem restrições, Ele criará em nós pelo seu Espírito, condições reais para praticarmos o bem e nos prepararmos para a "ressurreição da vida".
III – ENTRE A BÊNÇÃO E A MALDIÇÃO
V. 19 "O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição..."
1. Temos ainda o contraste entre duas palavras significativas: a bênção e a maldição. A palavra "bênção", vem do terno hebraico "hrkb - Barakah", e quer dizer "prosperidade", "presente", "dom"; a palavra "maldição", é o hebraico "hllq - qalalah", e significa "difamação".
2. A palavra maldição está sempre ligada à desgraça, miséria, ou a uma desventura, ou a um acontecimento funesto. Vejamos o uso desta palavra nas Escrituras:
b) Is 24.6, "6 Por isso a maldição devora a terra, e os que habitam nela sofrem por serem culpados; por isso são queimados os seus habitantes, e poucos homens restam". Temos aqui o cumprimento relativo ao texto anterior. Houve desobediência ao Senhor e a nação teve que amargar grandes maldições, como a invasão inimiga, queimando suas casas juntamente com seus habitantes.
c) Jr 23.10, "Pois a terra está cheia de adúlteros; por causa da maldição a terra chora, e os pastos do deserto se secam. A sua carreira é má, e a sua força não é reta". Aqui até mesmo os animais sofrem, pois as pastagens secaram deixando-os sem alimentos, fruto da maldição lançada sobre o povo.
3. Já a palavra bênção, descreve a bem-aventurança do justo, daquele que teme a Deus e anda em seus caminhos:
a) Gn 12.2, "Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção". Temos aqui uma descrição da chamada de Abraão, onde Deus promete abençoar-lhe, perpetuando seu nome na terra, transformando-o numa bênção para outras nações.
b) Gn 39.5, "Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo". José, um símbolo de Cristo, enfrentou o dissabor e a revolta de seus irmãos, que o venderam como escravo. No Egito, na casa de Potifar, que o comprara dos ismaelitas, começou a provar a bênção de Deus, bênção esta, também extensiva ao seu dono.
c) Is 44.3, "Porque derramarei água sobre o sedento, e correntes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência". Aqui, temos a promessa da bênção divina, não somente sobre nós, mas também sobre nossa posteridade. Quando caminhamos debaixo da bênção de Deus, nossos filhos e netos também serão abençoados. A promessa divina é que a sua misericórdia atingirá "...até mil gerações daqueles que me (o) amam e guardam os meus (seus) mandamentos", Êx 20.6.
4. Quando escolhemos a maldição em lugar de bênção, não precisamos dizer que fizemos uma escolha desastrosa!
CONCLUSÃO
1. Pudemos ver nesta noite o contraste entre "vida ou morte", "bem ou mal", "bênção ou maldição". Tais palavras e conceitos foram colocados ao povo de Israel como opção de escolha. Teriam eles liberdade para escolher entre viver ou morrer, praticar o bem ou o mal, serem abençoados ou amaldiçoados. Porém ao optarem pelo lado mal, iriam sofrer as conseqüências da funesta escolha.
2. Hoje também, como povo de Deus, a mesma opção nos é dada pelo Senhor. Muitos acabam a trilhar o caminho da morte, do mal e da maldição. Por esta razão, estão em constante sofrimento e dor. Que sejamos sábios para escolher a vida de Deus para gozarmos dos privilégios da sua Palavra!