segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

1ª SÉRIE DE CONFERÊNCIAS PÚBLICAS

COMO SER FELIZ NUM MUNDO ANGUSTIADO

INTRODUÇÃO:
1. A razão de ser do tema: Todos querem ser felizes.
a) Aquele que trabalha honrosamente.
b) Aquele que rouba.
(1) Sem dar-se conta que assim não o conseguirá nunca.
c) Aquele que se casa.
d) Aquele que decide ficar solteiro.
e) O que é generoso.
f) E o avarento.
2. Quando somos sinceros, reconhecemos que poucos o são, e talvez seja porque não distinguem entre os amigos e inimigos da felicidade.
3. Um indício que sugeriria que não temos ido bem nesta época na arte de ser felizes, pudesse ser o fato de que muitos tomam a palavra felicidade como utópica; como demasiado mística. Mas, permitam-me dizer-lhes que tenho várias coisas que lhes farão muito bem e os ajudarão a incrementar a felicidade alcançada, ou mesmo a recuperar a perdida. E comparti-las-ei com vocês hoje.
4. Como desenvolverei o tema:
a) Serei prático.
(1) Mostrarei "retalhos da vida diária";
(2) Fatos reais ocorridos com pessoas tão humanas como cada um de nós.
b) Procurarei mostrar os dois lados da moeda.
(1) Que coisas destroem a felicidade.
(2) Como ser felizes...

I. UM CONCEITO QUE DEVERIA SER CORRIGIDO
1. Muitos, além dos que imaginamos, crêem que felicidade e prazer são sinônimos. Porém, creio não equivocar-me ao sugerir que FELICIDADE # PRAZER (Felicidade não é igual a prazer).
a) É verdade que a felicidade é fonte de prazer, mas nem todos os prazeres produzem felicidade.
b) Pelo contrário: Há prazeres que estropiam a felicidade.
Por exemplo:
(1) O que busca o prazer do álcool e este hábito destrói o lar; o que sob o efeito de um "excesso de prazer" alcoólico sofre um choque automobilístico e fica inválido; ou sob esse mesmo "excesso de prazer" fica agressivo, mata alguém e termina no cárcere.
(2) Outro exemplo: O que busca a felicidade numa relação sexual ilícita e enfrenta problemas de uma enfermidade venérea; inclusive, se não for curada a tempo, vê nascer filhos defeituosos por dois minutos de prazer...
2. Como poderíamos definir a felicidade.
a) Por outro lado, não creia que prazer e felicidade sejam antagônicos. Parece-me que os prazeres sadios, emoldurados nas leis da vida, produzem felicidade.
(1) Daí, a importância de conhecer e estudar as leis que regem as diversas áreas da vida.
(2) Creio que estaremos de acordo em que o ser humano tem, pelo menos, três áreas básicas que constituem algo assim como um triângulo eqüilátero:


(3) De modo que os prazeres de qualquer uma das três áreas básicas, os quais não vulnerem as leis que regem quaisquer uma das outras áreas, bem podem ser fatores de felicidade.
(4) Quando os prazeres quebram a harmonia, mesmo que seja interna de alguma das áreas, como de alguma das outras duas, estaríamos diante de um prazer que não gera felicidade desde o momento em que quebraria a harmonia interna, necessária do indivíduo.
3. Uma definição: A Felicidade é uma atitude do espírito profundamente enraizada na carne. Não depende tanto do material como da atitude que adotamos e a valorização que tenhamos das coisas, dos fatos e das idéias.

II. HÁBITOS PSICOLÓGICOS QUE VULNERAM ALGUMA DAS ÁREAS DO SER, OS QUAIS ROUBAM A FELICIDADE

1. O pessimismo.
a) "A maior parte das pessoas são infelizes por haver contraído, pouco a pouco, o hábito de queixar-se de frivolidades e de ver tudo sombrio." (Orison Sweet Marden, La Dicha de Viver, p. 149.)
b) Jonathan Swift, autor de As Viagens de Gulliver, era o mais devastador dos pessimistas da literatura inglesa. Lamentava tanto por haver nascido que se vestia de luto quando fazia aniversário. Contudo reconhecia que: "Os melhores médicos do mundo são o Dr. Dieta, o Dr. Quietude e a Dra. Alegria" – (D. Carnegie, Como Vencer las Preocupaciones, p. 131).
c) O pessimista vê tudo negro, não porque as coisas sejam realmente assim, mas porque não quer tirar as lentes mentais negras, nem de dia nem de noite.
d) Conta-se que a princípio deste século, quando a locomotiva era algo ainda completamente novo, certo homem que assistia à inauguração de um comboio que ligaria o lugar onde ele vivia com o restante do país, depois de observar atentamente a locomotiva disse em alta voz: "Isto não pode andar, não andará nunca... nunca." Mas, chegou o momento da partida e em meio dos aplausos da multidão, o maquinista deu o sinal e a locomotiva, que se sacudiu até o último parafuso se pôs finalmente em movimento, aumentando pouco a pouco sua velocidade. Então, aquele homem começou a dizer: "Isto não poderá parar, não parará nunca... nunca..."
e) Disse alguém que se pode medir o otimista e o pessimista diante de uma meia garrafa de qualquer bebida. O otimista disse: "Que bom! Ainda fica meia garrafa." Em troca o pessimista comenta tristemente: "Que desgraça! Falta meia garrafa!"
- A santa Bíblia, que sabe muito sobre felicidade, nos ensina. I Tessalonicenses 5:16, 18.
(1) Alguns querem ser felizes, mas não querem mudar esses hábitos pessimistas.
(2) São tão pessimistas que sentem que se deixarem de ser pessimistas deixam de ser eles mesmos.
(3) E então clamam: Felicidade, onde Estás?
a) Um bom remédio para curar o pessimismo é o que o Dr. Crane sugere: "Praticai a felicidade! Pela prática da felicidade quero dizer a educação de nossa mente para que pense como o determina a vontade, o desenvolvimento da capacidade de controlar nossos sentimentos pelo domínio de nossos pensamentos..." (Dr. Crane, citado por Fayard em A Chave da Felicidade e a Saúde Mental)
2. A Inveja
a) Alguém dizia:
Minha jovem cunhada, mãe de quatro rebentos, contava-me de uma vizinha que tem oito filhos.
- Causa-me admiração! A casa está sempre limpa como uma taça de prata. Como cozinheira, é excelente. Costura a sua própria roupa. Suas crianças são corteses e de bom comportamento. Toma parte nas atividades de limpeza pública. Ajuda a cuidar de um grupo de Escoteiros e é diretora de uma seção dos "Boy Scouts". Além disso, é bonita e tem muita personalidade. Não a posso agüentar!
a) O invejoso não é feliz. Não pode sê-lo. Sua vida gira, não em torno do que tem, mas do que têm os demais.
3. A ira, o rancor, o ressentimento
a) "Não aqueças tanto o forno de ódio que queimes a ti mesmo." (Shakespeare)
b) Às vezes, em um arrebatamento de ódio, podemos produzir situações que se prolongarão por toda a vida.
c) Gosto dos versos do poeta mexicano do século passado, E. González Martínez, porque nos levam a uma sadia reflexão:
De minha mão inconsciente caíram
duas ou três minúsculas sementes de ódio.
Germinaram, cresceram ... São árvores
de copas sinistras e agressivos troncos.

Para derribá-los, passarei a vida
o machado na mão e o pranto nos olhos...
E pensar que os grãos caíram
sem saber nem quando, nem como!
(O Semeador, por E. González Martínez).

d) Não está demais meditar nisto, pois todo observador sereno sabe que o ódio, o rancor, os desejos de vingança, são sentimentos ardentes os quais queimam mais a quem odeia, que ao odiado.


III. HÁBITOS FÍSICOS QUE NÃO CONTRIBUEM EM FORMA ESTÁVEL À FELICIDADE.

1. Os vícios.
a) ILUSTRAÇÃO: Um trabalhador dado à bebida
- Contou a sua esposa, certa manhã, um sonho que havia tido.
- Sonhei que quatro ratas me cercaram. A primeira era muito gorda, as outras duas muito magras, e a quarta era cega. A mulher, que era supersticiosa, teve medo e não sabia como interpretar o sonho. Mas o filho, um rapazote que não tinha superstição e sim muito vivo, serviu de Daniel, interpretando o sonho desta maneira:
- A rata gorda é a cantina da esquina, que devora tudo o que o senhor ganha; as duas magras são minha mãe e eu, que não temos o que comer; (e começando a correr para evitar o castigo prosseguiu:) - e a rata cega é o senhor, que não se apercebe da loucura que está cometendo.
2. Alguns perguntam a si mesmos:
a) Que farei para mudar? e concluem que:
(1) "Não se pode!"
(2) "Eu não posso"
Isso é ser pessimista.
3. Eu pergunto honestamente: Pode-se mudar?
a) Segundo William James: A maioria das pessoas só estão 5% vivas.
ILUSTRAÇÃO: Um homem vivia nas imediações de um cemitério. Para chegar do trabalho em casa, devia caminhar umas quantas quadras e dar a volta em quase a metade do muro.
Uma manhã pensou na perspectiva de cruzar diretamente pelo meio do cemitério. Não obstante, a idéia de cruzá-lo, de manhã, e depois quando estava anoitecendo, não lhe era totalmente satisfatória. Um dia decidiu-se. Cruzou em meio das tumbas e canteiros e chegou plenamente descansado e feliz do outro lado. Esse caminho tornou-se para ele uma alegre rotina. Uma tarde as ocupações o retiveram mais que de costume e quando chegou em frente do cemitério já era noite, porém ele conhecia bem o caminho, assim que, assobiando tranqüilamente uma toada, começou a cruzá-lo. Não havia chegado à metade, quando imprevistamente caiu em uma cova aberta, na qual poriam no dia seguinte um caixão. Apressadamente, começou a apalpar as paredes da cova, mas não encontrava forma de trepar e sair. Finalmente resignou-se a esperar com paciência o raiar do dia. Não havia passado muito tempo quando ouviu passos próximo de si, e poucos momentos depois um segundo transeunte caía na mesma armadilha. Produziu-se um silêncio sepulcral. Depois de repor-se da emoção, o segundo cavalheiro começou a apalpar as paredes da cova. Nesse momento sentiu-se tropeçar em alguma coisa e ouviu uma voz que lhe dizia: "Você nunca sairá daqui." Não se sabe como, mas em poucos segundos o homem não só havia saído da cova, mas também transposto os portais do cemitério.
b) São Paulo defendia a tese de que é possível. Embora lhe agregasse a outra dimensão ou área da vida. Filipenses 6:13.

IV. PROBLEMAS DA ÁREA ESPIRITUAL QUE ANULAM A FELICIDADE.

1. Uma consciência culpada.
a) Querem ser felizes (e têm direito de sê-lo).
b) Crêem que violando as leis morais estabelecidas pelo Criador (ou seja, vivendo no pecado) desfrutarão mais da vida.
c) Então ficam as pegadas...
2. Um caso comovente é o do filósofo francês Rousseau (1712-1778). Quando era jovem viveu na cidade de Turin, na casa de uma mulher de Verecelli. Em suas confissões escreveu: "Desta casa levo comigo um terrível sentimento de culpa que depois de 40 anos ainda permanece indelével em minha consciência, e quanto mais velho fico, mais pesada é a carga de minha alma." Ele havia roubado um objeto de valor da dona da casa. Posteriormente, quando foi descoberta a falta, lançou a culpa sobre uma servente da casa, que como resultado perdeu u emprego e a reputação. Rousseau continua: "Acusei-a de ladra, lançando assim, sobre o nome de uma jovem honesta, a miséria e a ruína. Disse-me ela então: 'Você lançou a desgraça sobre mim, mas não desejo estar em seu lugar'. Esta freqüente recordação me produz noites de insônia, como se houvesse ocorrido agora o incidente. É certo que algumas vezes minha consciência esteve adormecida, mas agora ela me atormenta como nunca antes. Esta carga é agora mais pesada sobre meu coração; sua recordação não morre. Tenho que fazer uma confissão."
3. Naturalmente, Deus quer ajudar-nos e o problema tem solução.
a) Porém, até que não compreendamos o valor dessa área da vida não poderemos encaminhar-nos pela senda das soluções.
b) Como seres pensantes, seres moralmente livres que somos, não rode haver soluções profundas sem:
(1) Nossa captação do problema.
(2) Aceitação das soluções.
(3) Prática ou vivência das mesmas.
4. E não se esqueça disto: em nosso idioma, "FELICIDADE" começa com FÉ, e na prática, a fé costuma ser o primeiro passo para a felicidade.

CONCLUSÃO:

1. O ser humano é uma unidade que tem ao menos três áreas:

2. A Felicidade é uma atitude do espírito, profundamente enraizada na carne, que não depende tanto do que se tem como da valorização das coisas, dos fatos e das pessoas.
3. Os hábitos que quebram essa unidade não ajudam a alicerçar a felicidade real.
a) Hábitos físicos
b) Hábitos mentais
c) Hábitos espirituais
4. Os que aprenderam a estudar as leis que regem cada uma dessas áreas e vivem dentro delas, são contados entre as pessoas mais felizes.
5. Que nos propomos fazer?
a) Desenvolver este ciclo inspirado no slogan "VIVER com saúde, amor e paz".
b) Por meio destes programas analisar de um modo ameno as leis que governam cada uma dessas áreas.
c) Com sentido prático, apresentar idéias concretas que nos permitam viver dentro delas e assim ser felizes.
6. Como primeira contribuição, aqui vai uma fórmula para ser feliz:
a) E.D.V.M.
b) Esqueça-se de você mesmo, é o significado.
c) Veja quão bem o disse, em versos, Gabriela Mistral:


"O Prazer de Servir"

Toda a natureza é um anelo de serviço.
Serve a nuvem, serve o ar, serve o sulco.
Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu;
Onde houver um erro que corrigir, corrige-o tu;
Onde houver um esforço de que todos esquivam, aceita-o tu.
Sê aquele que afastou a embaraçosa pedra do caminho, sê o que afastou o ódio dentre os corações e as dificuldades do problema. Existe a alegria de ser sadio e a de ser justo; porém há, sobretudo, a beleza, a imensa alegria de servir.
Que triste seria o mundo se tudo o que existe nele estivesse feito, se não houvesse uma roseira para plantar, um empreendimento em que investir!
Que não te chamem somente os trabalhos fáceis.
É tão bom fazer o que outros recusam!
Porém não caias no erro de que só se fazem méritos com os grandes trabalhos; há pequenos serviços que são bons serviços: adornar uma mesa, ordenar livros, pentear uma criança.
Aquele é o que critica, este é o que destrói, sê tu o que serve. O servir não é tarefa de seres inferiores.
Deus que dá o fruto e a luz, serve. Poderia chamá-Lo assim: O que serve.
Ele tem Seus olhos fixos em nossas mãos e pergunta-nos cada dia: Servistes hoje? A quem? À árvore? A teu amigo? À tua mãe?

O SEGREDO DA FELICIDADE CONJUGAL

INTRODUÇÃO
1. O lar é o ambiente natural e mais propício para que floresça e frutifique a alegria.
a) Não podemos ser felizes sozinhos.
b) Se considerarmos que psicologicamente temos a necessidade de amar e sermos amados, compreenderemos facilmente que uma das formas mais sábias de assegurar o prazer individual é formando lares sólidos que provejam o ambiente adequado para o desenvolvimento da alegria.
2. Contudo, por paradoxal que pareça, não é fácil alcançar a felicidade familiar.
a) A Academia de Ciências Morais e Políticas de Paris estudou o caso de 96.834 casamentos e assinala que somente 17 eram felizes.
b) Qual é a causa de tantos fracassos? Evidentemente não se trata de uma razão mas de muitas, algumas das quais comentaremos,
3. Há os que pensam que a cultura pode garantir a felicidade doméstica.
a) Particularmente sinto um profundo respeito pelas ciências, mas devo dizer que o termômetro da felicidade familiar nem sempre concorda com o da cultura, nem com o da capacidade intelectual.
b) Quando penetramos na intimidade dos grandes homens de todas as épocas, surpreendem-nos pela vida do lar pouco satisfatória que teve uma porcentagem tão alta deles.
c) Sócrates orientou uma corrente de pensamento que chega até nossos dias, mas não pôde orientar satisfatoriamente as relações em seu lar, onde eram muitos os momentos ingratos. Conta-se que em uma ocasião Jantipa, sua esposa, começou a repreendê-lo furiosamente. Era cedo. Como as coisas não melhoravam e Sócrates chegou a cansar-se, saiu de casa. A mulher, fervendo de ódio, arremessou da janela uma bacia de água na cabeça. Sócrates parou, olhou para cima e assim como estava, molhado até os ossos disse:
– Eu já estava prevendo. Depois da trovoada costuma chover.
Lincoln, no tempo em que era advogado, realizava longas viagens recusando voltar ao seu lar quando outros colegas o faziam, pelas amarguras de sua vida conjugal.
E esses problemas continuaram até sua morte.
d) Leon Tolstoi, pensador e novelista russo de grande talento, contraiu matrimônio e teve 13 filhos. Mas não foi feliz em seu lar. Seu diário íntimo reflete a angustiosa tragédia de seu casamento. E assim os exemplos poderiam preencher muitas páginas, mas não seguiremos com eles para dar lugar à enunciação de problemas específicos que deveríamos evitar e princípios que faríamos bem em seguir.

I. A IMATURIDADE CONSPIRA CONTRA A FELICIDADE CONJUGAL

1. Muitos lares fracassam porque aqueles que contraem matrimônio chegam a este ponto sem ter plena consciência do que estão fazendo.
a) Perdem de vista a solenidade dessa união e entram para as bodas nupciais com leviandade.
b) Crêem que o matrimônio é uma espécie de contrato no qual cada uma das partes arrisca o mesmo, e que poderão dissolver diante das desavenças. É correto pensar deste modo?
(1) Não.
(2) O lar não deveria ser estabelecido sobre as bases de um contrato que pode ser dissolvido, mas sabre promessas de valor perpétuo, mesmo diante das dificuldades que poderão surgir.
(3) Mas não é suficiente que concebamos o matrimônio como um contrato para toda a vida. Quando Deus o estabeleceu propôs muito mais que fazer que um homem e uma mulher vivessem juntos para sempre. O Criador quis prover o ambiente de paz e amor onde nascessem e crescessem os filhos. Quis oferecer-nos a oportunidade de dar e receber amor, produzindo assim a maturidade da personalidade.
2. Há pouco tempo atrás, os diários de Buenos Aires publicaram a notícia de uma jovem de 20 anos de idade que castigou sua mãe e a queimou com água fervendo porque esta não lhe permitiu açoitar a seu filhinho. Esta reação colérica fala de um caráter imaturo não capacitado para ser a cabeça de um lar que, contudo, se formou.
3. Ao falar de imaturidade não nos referimos necessariamente a pessoas jovens.
a) Nesse mesmo dia li a notícia de um casal de maior de idade que não soube encontrar uma saída pacífica para suas desavenças. O esposo tomou um pau, sua mulher o imitou e se lançaram um contra o outro em um encarniçado duelo. A esposa ganhou a partida, embora ficasse com várias costelas quebradas e muitas outras lesões. Ambos estão detidos, e quando o esposo sair do hospital – indicava a nota do jornal – passarão à disposição do juiz para prestar conta de seus atos.
b) Um caso extremo! exclamaram muitos. Admito que é assim.
c) Contudo a mesma imaturidade – embora se manifeste com menor ferocidade – está asfixiando a muitos casamentos da atualidade. Se não, pensemos nos gritos encolerizados, estridentes, inoportunos, bruscas represálias que não guardam relação com a magnitude dos fatos, etc.
4. Ao fazer uma análise dos motivos que levam os casais a discutir, teremos que reconhecer que no fundo da maioria das disputas há criancice.
a) Tieche, em seu livro El Arte de Vivir, narra o caso de Felipe e Catalina. Um noite estavam em sua salinha e viram cruzar um rato. Ambos perguntaram-se de onde pôde sair.
– Entrou por aqui, disse Felipe.
– Não, foi por este lado – replicou Catalina.
– Te disse que veio desta direção!
– Não, eu o vi chegar de lá!
A disputa se agravava rapidamente até o ponto de o serão terminar em uma atmosfera carregada de eletricidade, e ambos esposos não se dirigem a palavra por vários dias. Felizmente a cena se produziu poucos dias antes do ano novo, e como é o momento dos novos começos, é necessário arrumar as coisas. Felipe rompe o silêncio e diz:
– Vamos, Catalina! Não devemos passar assim o dia de ano novo. Façamos as pazes, está bem?
– Como não, Felipe!
Confundem-se em um comovedor abraço, e enquanto Catalina seca as lágrimas por cima do ombro de Felipe, acrescenta:
– Mas recorda que o rato veio deste lado, sabes?
– Oh, não! Te asseguro que foi por este outro lado.
E a disputa se renova.
b) Os dois esposos brigam por uma insignificância. Como não têm suficiente maturidade em suas personalidades, deixam-se levar pelo amor próprio e negam-se a ceder. Não é pois estranho que seja incômodo viver nessa casa, e talvez se torne impossível com o tempo.
c) Joseph Sabath, magistrado de Chicago, depois de atuar como árbitro em mais de 40.000 casamentos desgraçados, declarou: "No fundo da maior parte da infelicidade matrimonial, há trivialidades."
(1) Sem dúvida, este homem estava autorizado a dizer essas palavras, pois tinha material em abundância diante de si para emitir juízo.
(2) Muitos outros, com experiência semelhante, mencionam-nos que aqueles que recorrem ao divórcio para solucionar suas diferenças conjugais e depois concretizar outra união, não são felizes. A mesma imaturidade que os levou a ser incapazes de estabilizar o primeiro casamento leva ao precipício a segunda tentativa.
d) Sem dúvida, expressa muita sabedoria aquele provérbio espanhol que diz: "No casamento é preferível a pior tormenta ao naufrágio."

II. O PRIMEIRO PASSO DA SOLUÇÃO: CRESCER EMOCIONALMENTE

– Pois bem – dirá alguém – que devo fazer agora para solucionar as dificuldades com meu esposo?
1. O essencial, no caso de disputa, é dar prova de boa vontade e ter um ânimo perdoador.
2. Até me animaria a dizer que nos convêm imitar o que acontece no Dahomey em ocasiões semelhantes. Os esposos aborrecidos sentam-se nos extremos da choça. Depois de um momento um deles – as más línguas dizem que é o esposo – levanta-se e passeia de um lado para outro repetindo:
– Sou um imbecil, sou um imbecil!
Ambos se reúnem no centro da choça e repetem em diversas ocasiões:
– Somos uns imbecis!
a) Uma vez de acordo quanto ao primeiro ponto é fácil entender a respeito dos demais, e a disputa cessa.
b) Você e eu não vivemos no Dahomey e sem dúvida não somos o que eles dizem ser. Mas, às vezes, quando penso em todas as coisas belas da vida de lares que destruímos, pergunto-me se os que nos contemplam não estarão pensando que não parecemos um pouco.
3. Antes de tomar decisões trágicas e definitivas valeria a pena que provássemos como seria colocar-nos em lugar de nossa esposa, reconhecer nossos defeitos e estar dispostos a perdoar. Com toda segurança que o resultado será visto na solução do que nos havia parecido um beco sem saída.
4. Devemos crescer emocionalmente para evitar uma das razões freqüentes pelas quais surgem dificuldades que é a perda gradual do respeito mútuo entre os casais que, como resultado lógico, culmina na falta de respeito entre pais e filhos.
a) A melhor maneira de não cair nesta situação é evitar a primeira briga.
b) Uma vez que esta se produziu, as seguintes terão lugar com mais facilidade, pois já existe certo grau de desvalorização da instituição matrimonial como do companheiro.
5. Evidentemente nem todos os leitores serão recém-casados, muitos estarão procurando uma solução feliz para uma vida conjugal plena de amargas dificuldades. Os tais terão que colocar muita boa vontade de sua parte e exercer muita renúncia.
6. Conheci o Dr. Santiago A. Chichizola por motivo de uma série de conferências que ministrei em Flores, Buenos Aires. Este proeminente médico que foi por mais de 20 anos diretor do Hospital Alvarez de Buenos Aires narrou-me um incidente que ilustra nitidamente o que queremos dizer.
7. Uma senhora humilde entrevistou uma curandeira para pedir-lhe que realizasse algum mal ou encanto para dominar a seu esposo, que acostumava beber e castigá-la brutalmente. Depois de dar toda sua informação, a atribulada mulher viu que em meio de uma espécie ritual misteriosa a curandeira enchia um frasco escuro de certo líquido e lhe dizia:
- Este frasco contém água milagrosa. A próxima vez que seu marido vier com ameaças e injustiças, você terá que encher a boca de água milagrosa e mantê-la ali todo o tempo que puder. Não a tome nem a jogue fora. Quanto mais tempo a conservar na boca, maior poder terá sobre ele. Logo verá como o dominará completamente.
Logo depois ao regressar para sua casa pôde colocar à prova a receita. O esposo abriu a porta visivelmente alterada e com voz áspera começou a recriminar, a ameaçar, enquanto erguia seus punhos cerrados, a proferir fortes insultos. Diante desse quadro a infeliz esposa tirou dentre suas roupas o frasco e encheu sua boca com a "água milagrosa". O marido continuou com suas injustiças e insolências. Ela manteve a "água milagrosa" na boca durante vários minutos, e finalmente viu que as palavras foram cada vez mais serenas e entre palavras entrecortadas apareceram as primeiras desculpas. Depois de um silêncio longo e finalmente chegou a calma. Então, desocupou a boca da "água milagrosa" que lhe deu tão surpreendente resultado, pois cada vez que quis responder – e os impulsos eram de utilizar o mesmo tom que seu esposo – encontrou que não podia fazê-lo sem tragar ou lançar fora a água. E como "quando um não quer, dois não brigam"...
a) Contei esta história quando em certa oportunidade dissertava sobre a felicidade no lar. Sugeri aos assistentes que aplicassem a moral. Em meio do auditório, sorridentes, escutavam meus pais, os quais levavam quase meio século de casados. Dias depois os visitei e enquanto abraçava o papal, perguntei-lhe como marchavam as coisas.
– E já verás, filho – respondeu – com o frasquinho no bolso.
b) Eu não sou curandeiro e não creio nisso. Mas se me ocorre que alguns de nós deveríamos pensar na possibilidade de aplicar de alguma maneira esta receita, não é verdade?
7. Omito voluntariamente neste capítulo as conseqüências que produz nos filhos a ruptura do vínculo matrimonial, pois será tratado ao falar da delinqüência juvenil. Contudo, será bom dizer claramente que o homem ou a mulher que procuram solucionar suas diferenças conjugais por vias do divórcio devem pensar antes que têm uma responsabilidade contraída com os filhos: Diante deles, da sociedade e diante do Criador. Se nas decisões não estão incluídos os interesses reais dos filhos estaríamos frente a um ato egoísta que não trará alívio e menos ainda felicidade. Onde quer que procurássemos formar um novo lar, a sombra desses pequenos nos perseguirá.

III. O AMOR QUE DÁ CRESCIMENTO EMOCIONAL, CRIA A FELICIDADE CONJUGAL

1. Hamilton enumera o que considera são elementos necessários para um lar feliz. Expressa-o assim: "Seis requisitos são necessários para um lar feliz. A integridade deve ser o arquiteto e o asco o tapeceiro. Deve ser amornado pelo afeto, iluminado pela alegria e a laboriosidade deve ser o ventilador que renova a atmosfera e traz nova saúde; tanto que, sobretudo, como pavilhão protetor e de glória, nada será suficiente exceto a bênção de Deus.
2. É provável que alguém pergunte a si mesmo: Por que incluímos Deus ao falar do casamento? A resposta é clara: parque a experiência demonstra que assim deve ser.
a) Costuma-se dizer que para o matrimônio necessitam-se de dois seres: um homem e uma mulher. Tornou-me muito sábia a declaração do monsenhor Tihamer Toth: "Na realidade necessitam-se de três: um homem, uma mulher... e Deus."
b) Nos Estados Unidos, onde de cada três enlaces produz-se um divórcio, comprovou-se que dentre as famílias que assistem assiduamente aos cultos religiosos só se divorciam um de cada cinqüenta casamentos. Ou seja, apenas dois por cento. Essa é a diferença que existe entre o lar onde se praticam os princípios cristãos e o que os esquece.
3. Finalmente quero dizer que para que a alegria reine no lar este deve estar fundado no amor.
a) Há os que formalizam o compromisso matrimonial por interesses de ordem material e logo choram por não haver encontrado a felicidade que esperavam;
b) Outros chegam ao matrimônio pela força das paixões, que se desvanece quando se murcha a beleza física, e ainda antes, ao desaparecer o deslumbramento inicial.
c) Severo Catalina expressou: "O matrimônio é um magnífico castelo que não tem mais que uma porta: o amor."
d) E quando dizemos amor não nos estamos referindo a um arrebatamento, a uma atitude mística, nem tampouco ao fogo impetuoso das paixões.
e) Falamos desse princípio inspirado no caráter sublime do Criador. Um princípio que rege a vida e que nos leva voluntariamente ao respeito da personalidade alheia e ao desprendimento, à renúncia sem segundas intenções nem malícia, ao bem do ser amado.
4. O amor é tão necessário para manter o lar como foi no momento em que este foi constituído.
a) Através dos anos os cônjuges deveriam buscar a forma de cultiva-lo a fim de manter sua louçania inicial.
b) O esposo deveria manter o trato cortês e as considerações que tinha para sua esposa quando eram noivos e lhe prometia amor eterno. Lembre-se de que sob essa promessa você a tirou da casa de seus pais para fazê-la sua esposa. Quando você uniu sua vida à dela recebeu o produto dos sacrifícios e ilusões de um pai; dos desvelos e esforços que durante anos ofereceu uma mãe que sonhava com a felicidade da que hoje é sua esposa. E você tomou essa menina da casa desses pais com a promessa de amá-la toda a vida. Não esqueça nunca disso.
c) Quando chegarem as datas especiais ou aniversários, dê-lhe um presente, como o fazia antes... e embora não haja datas especiais, qualquer dia é propício para a galanteria e o reconhecimento dos esforços de uma boa esposa.
d) Seus filhas aprenderão o exemplo e lhes será natural e agradável amar e respeitar a mãe. Eles recordarão sempre com respeito e gratidão o trato considerado que você tenha para com ela.
5. Carlyle, depois da morte de sua esposa, escreveu em seu diário: "Oh, se pudesse vê-la outra vez para dizer-lhe que sempre a amei! Oh, que pena! Ela nunca o soube!"
a) Muitas esposas estão sedentas de manifestações de amor por parte de seus esposos e, como a companheira de Carlyle, descem à tumba sem havê-lo percebido no trato cotidiano.
6. O mesmo costuma ocorrer com esposos que não têm a felicidade de ver suas esposas empunhar as agulhas que tecem a felicidade doméstica.
a) Quando vejo 200 homens sozinhos, sentados num salão público, penso: aqui há 200 pobres homens que não sabem o que é companheirismo no lar.
b) Uma revista muito prestigiada, publicou em certa oportunidade uma nota interessante.
Intitulava-se "Como trata você ao seu cachorrinho?"
Toda a página estava cheia de fotografias que ilustravam o trato carinhoso que uma senhora oferece a este animal: como o penteia,

acaricia-o, dá-lhe de comer, preocupa-se com seus passeios, etc. etc. Ao dar volta a folha lia-se: "Trata assim ao seu marido?"
a) Um esposo tratado dessa maneira não terá muito interesse em sair de casa.
b) Quando ele sente que é querido, que é tratado como um rei, termina por ficar como um escravo voluntário.

CONCLUSÃO:

Amigos, cultivemos o amor a fim de que o lar seja o reino do pai, o paraíso dos filhos, e o mundo da mãe.


A JUVENTUDE E O SEGREDO DO ÊXITO

INTRODUÇÃO:

1. Como é definida a etapa da juventude.
a) Alguns definem a juventude como a maravilhosa ponte estendida entre o mundo inocente e límpido da infância e o mundo da idade madura.
b) Outros como o elo da esperança e o período do descobrimento da vida.
c) Os mais pessimistas a vêm como a hora mais cruéis e violentas dores.
d) Também há os que reconhecem as lutas dessa fase da vida, mas enfatizam o encanto que se desfruta e que se esbanja nesses anos nos quais se pode viver com mais intensidade o romantismo.
e) José Ingenieros expressou-se assim: "A juventude é medida pelo inquieto afã de renovar-se, pelo desejo de empreender obras dignas, pela incessante floração de sonhos capazes de embelezar a vida. Jovem é o que sente dentro de si o desabrochar de seu próprio destino."
2. É uma fase da vida na qual decidimos o rumo que seguiremos.
a) Dos lucros dessa fase dependerá o mérito de uma existência.
b) Ao mesmo tempo é a época do esforço para afirmar-se e ser alguém.
c) Nessa luta desabrocha freqüentemente a instabilidade.
Um caso ilustrativo é o daquele jovem que escreveu à sua noiva a seguinte carta:
"Minha adorada: Para ver a luz de teus olhos, escalaria as montanhas mais escabrosas e cheias de precipícios. Cruzaria nadando uma torrente mais impetuosa e larga que o Esponto para estar a teu lado. Para sentar a teus pés, desafiaria as violentas tempestades e chuvas torrenciais. Teu para sempre." E assinava. Debaixo podia-se ler: P.S. Amanhã irei ver-te, se não chover."
3. Certo grau de instabilidade na juventude é natural. O alarmante é a desorientação num grande setor dos jovens, que não têm escrúpulos em confessar a confusão em que vivem.
a) A leitura de alguns livros escritos por estes jovens que têm como núcleo diversos movimentos, é francamente desanimadora.
b) Por exemplo, vejamos parágrafos do livro En el Camino, de Jack Kerowac: "Respirávamos névoa no ar frio noturno. Finalmente decidi ocultar-me com ela uma noite mais. Ao diabo o dia de amanhã" (p. 96).
"Rickey tinha uma garrafa. Hoje beberemos e amanhã trabalharemos! Vamos lá, homem. Tome um gole." (P. 98).
"O sol começou a ficar vermelho. Não havíamos feito nada de fundamento. Havia na realidade algo que fazer? Rickey disse: 'Amanhã, amanhã, homem, faremos. Toma outra cerveja, homem. Ali vamos, ali vamos'. Saímos dali cambaleando e fomos a um bar da estrada" (p. 99).
"Gosto muito das coisas e confundo-me e desconcerto-me correndo atrás de uma estrela fugaz após outra até cair. Vivo na noite e não posso remediá-lo. Nada posso oferecer, a não ser minha própria confusão" (pp. 134, 135)
"– Sal, temos que nos mover e não parar até chegar.
"– Para onde vamos, homem?
"– Não sei, mas temos que nos mover" (p. 249).
c) Isso é o que tem e o que pode oferecer um setor da juventude que integra diversas linhas dentro da corrente geral "da nova onda".
4. Cada um tirará as conclusões que achar razoáveis sabre as possibilidades que teria nossa sociedade de sair garbosa no difícil futuro que se vislumbra com estes jovens no poder das diferentes nações do planeta.
5. Porém, demos graças a Deus que esse panorama não é de toda a juventude. Há os que têm toda a segurança que se espera deles.

I. A HISTÓRIA ESTÁ COM OS JOVENS

1. Ao lançar uma olhada retrospectiva à História, vemos que as maiores realizações da humanidade estiveram encadeadas com a juventude.
a) Dante compôs seu primeiro soneto antes ser jovem, aos 9 anos.
b) Tasso compôs seus primeiros versos aos 10 anos.
c) Caldeirão da Barca, aos 13, começou a escrever para o público.
d) Vítor Hugo foi premiado nos jogos florais de Tolosa aos 16 anos.
e) Rafael começou a pintar aos 7 anos.
f) Blas Pascal que morreu antes de completar os 40 anos, foi um dos grandes homens do século XVII.
g) Alexandre iniciou suas formidáveis conquistas militares aos 21 anos de idade.
h) Edson, antes dos 30 anos, já havia fundado seu terceiro laboratório.
i) Sarmento, em torno dos 30 anos, já havia fundado seu jornal El Zonda, havia fundado escolas e escrito seu livro Facundo.
j) Gandhi aos 26 anos iniciou seu movimento de resistência passiva.
k) Churchill, aos 26 anos, iniciou sua carreira parlamentar.
l) Kennedy havia entrado no congresso aos 30 anos.
m) San Martin aos 35 anos já havia ganho sua batalha de São Lourenço.
n) E a lista poderia seguir com uma tremenda abundância de nomes, porque quase todos os grandes homens em todos os campos de atividades humanas já sobressaíam antes dos 30 anos.
o) Até o personagem máximo dos que se pudessem nomear, nosso Senhor Jesus Cristo, foi jovem: começou a pregar aos 30 anos de idade e foi crucificado aos 33.
2. Frente a este acúmulo de fatos podemos compreender que um jovem com aspirações tem grandes possibilidades. O que necessita é descobrir o caminho que conduz ao êxito e segui-lo.
3. Alguns, às vezes, são pessimistas como aqueles que se queixavam diante de um famoso jurista.
– Não há lugar para a juventude em nosso tempo. Todos os altos cargos estão ocupados.
– Jovens – respondeu energicamente – Sempre há lugar no cume!
Analisemos agora alguns princípios fundamentais que permitirão a um jovem abrir caminho e triunfar na vida.

II. PRINCÍPIOS TRIUNFADORES

1. Comecemos com a necessidade de auto-realização.
a) Um dos pontos negativas de nossa época é a falta de sinceridade.
b) Nossos contemporâneos gastam muito tempo procurando aparecer em vez de realizar-se e ser alguém. Em certa medida parecemo-nos como aquele pequeno galpão municipal onde um deputado leu a seguinte inscrição:
"4.156, Serviço Geral da Administração Nacional; Terceira Região; Serviço Municipal de Edifícios Públicos; Divisão Administração de Edifícios; Quarto de Implementos; Depósito de Vassouras."
c) Em muitos aspectos o homem moderno sente-se como enfeitiçado diante dos que têm a habilidade de representar o que não são. Tal é o caso, por exemplo, dos atores.
a) Recordo da oportunidade quando o faleci do doutor Alexandre Fleming visitou nosso país. Um pequeno grupo de pessoas – muito selecionadas certamente – esperou sua chegada e os meios de difusão publicaram discretamente a notícia. Nesses mesmos dias chegou uma famosa atriz cinematográfica. Praticamente toda a cidade foi ao aeroporto. Os diários e revistas dedicaram páginas inteiras com grandes fotografias; os noticiários competiam freneticamente para apresentar as notícias mais chamativas a respeito da mundialmente famosa artista.
b) Ao fazer um balanço uma pessoa pode cair na tentação de tirar conclusões mais ou menos como estas: nossos cidadãos vibraram ante a presença de alguém cujo maior mérito é o de representar o que outro escreve; parecer com o personagem imaginado por um bom argumentista. E lhes foi quase indiferente a presença daquele que foi um verdadeiro benfeitor que salvou milhares de vidas em todas as partes do mundo por meio de seu descobrimento, a penicilina.
(1) Em outras palavras, têm mais interesse nos que se aparecem do que nos que são algo.
(2) Não é estranho, então, o fato de que são poucos os que triunfam.
d) O grande libertador disse: "Serás o que deves ser, ou se não, não serás nada."
(1) Um de meus professores de história, o Professor Guilherme Krieghoff, costumava dizer que a frase original do general San Martin reza da seguinte maneira: "Serás o que deves ser, ou se não, não és nada."
(2) Eu não poderia ser juiz para determinar qual das duas versões é a autêntica, mas considero mais significativa esta última que traça o problema no presente: Já, neste momento, não és nada.
(3) Por não ser o que deve está anulando a você mesmo.
(4) Jovem, se quiser vencer na vida seja leal com você mesmo, não se conforme em ter uma aparência. Esforce-se e seja alguém; realize-se.
e) Da mesma forma como não há duas pessoas que tenham as impressões digitais exatamente iguais, muito menos há duas pessoas que tenham 100% a mesma personalidade.
(1) Só essa razão já seria suficiente para lutar depois do que acabamos de dizer.
f) Recordemos da noz. O que vale não é a casca mas o fruto que se esconde no interior.
(1) É bom que reflitamos bom aspecto, sempre que se harmonize com boas realizações interiores. Do contrário estaríamos caminhando para o fracasso.
(2) Abraão Lincoln foi muito explícito a respeito. Disse: "É possível enganar a todos durante um tempo, a alguns todo o tempo, mas não é possível enganar a todos a todo o tempo."
2. Vocação
Para que possamos cumprir com este objetivo faz-se imprescindível determinar a vocação a seguir na vida.
a) Alguém disse que "o que leva ao êxito não é a distância percorrida, mas o rumo tomado".
b) A escolha da atividade na qual se inverterá a existência marca o rumo a seguir.
c) De nada valeria se corrêssemos freneticamente sem saber para onde nos propusemos chegar, não é verdade?
d) Certo dia Miguel Ângelo passou por um mercado de mármore e viu um pedaço velho, que nenhum outro escultor havia querido adquirir; parecia deformado e pouco prometedor, mas o artista olhou-o detidamente e com interesse. Um de seus amigos achou isto estranho e perguntou-lhe por que se interessava em algo inútil, e Miguel Ângelo respondeu:
- Nesse pedaço de mármore vejo um anjo; vou despertá-lo.
Com genial maestria transformou aquela pedra aparentemente sem valor em uma das cabeças mais bonitas que havia esculpido. É conhecida como a forma de um rosto de anjo e está no palácio dos Médici de Florença.
(1) Dentro de todo jovem dormem grandes possibilidades.
(2) O importante é despertar a vocação e segui-la com lealdade.
e) Um menino maltrapilho oferecia jornal num trem.
– Alô, menino! Vende-me um jornal – disse um dos passageiros.
– E daí, que vai ser quando crescer?
Os olhos da criança brilharam de ansiedade, mas com segurança e arrogância respondeu:
– Senhor, eu serei um inventor.
Um sorriso indulgente desenhou-se no rosto do homem ao observar a mísera figura do menino. Mas o que o cavalheiro não sabia é que o jornal que acabava de comprar havia sido redigido e impresso por esse menino, que tinha uma pequena imprensa no vagão posterior do trem. Passaram os anos e aquele menino patenteou 1.300 inventos utilíssimos.
Chamava-se Tomás Alva Edson.
(1) Em seu coração ardia a chama de uma vocação. Havia orientado seus interesses em uma direção bem definida, e não estranho que haja chegado.
(2) Admitimos que com isto só não é suficiente, que devem dar-se outros passos para chegar ao êxito. Um deles é o da dedicação conscienciosa na procura desse ideal.
f) Conta a condessa de Pardo e Bazar que o conde sonhava. Via a si mesmo passeando em um bosque frondoso. De súbito ouviu o estampido de um disparo; um instante depois uma pomba ferida caía a seus pés. Levantou a infeliz avezinha, e enquanto a contemplava com infinita compaixão, apareceu o caçador que lhe disse:
– Conde, dá-me essa pomba; derrubei-a e pela lei do bosque ela me corresponde.
– Dá-me caçador; permite-me que lhe salve a vida.
– A pomba é minha - insistiu o caçador - não a darei.
– Caçador, dá-me a pomba e em troca pede-me o que quiseres.
– Bem – disse o caçador – dar-te-ei se me deres um pedaço de tua carne que pese tanto como a pomba.
– Concedido, caçador.
O caçador, com habilidade própria do homem do bosque, improvisou uma balança e com sua faca afiada de caça aproximou-se do conde e este lhe disse:
– Corta, não temas.
O caçador cortou, mas a balança indicou que a pomba pesava mais.
– Corta mais, caçador – disse o conde.
E o caçador cortou, mas a pomba pesava mais.
– Volta a cortar, caçador. Não vaciles.
Fez aquilo que se lhe indicava, mas a pomba pesava mais. Finalmente o conde compreendeu.
– Caçador – disse-lhe – coloca-me e todo o meu corpo, todo meu ser, na balança.
E quando tal coisa sucedeu, o conde pesava mais.
(1) Não podemos nos entregar a um ideal pela metade e esperar que nos coroe o êxito.
(2) Devemos colocar nosso coração, nosso esforço e entusiasmo para chegar à meta proposta.
3. Preparação.
a) Uma vez definido o problema da vocação frente à vida, teremos que nos aproximar à preparação.
(1) O jovem que anseia triunfar não pode deixar tudo livre ao acaso.
(2) Os que confiam na boa sorte podem, em casos isolados, obter certos triunfos, mas isso não é alcançar o êxito.
(3) E mesmo no melhor dos casos, o mérito não seria dele, mas da casualidade.
b) A vida presente, com seu crescente tecnicismo, exige homens e mulheres preparados.
(1) O nível de conhecimento intelectual de nossos contemporâneos supera em muito o de nossos antepassados.
(2) Um século e meio atrás era muito razoável a frase de Sarmento: "As coisas devem ser feitas. Bem ou mal, mas há que fazê-las."
(3) Nossos dias exigem jovens devidamente capacitados para fazê-las bem.
(4) Jovens esforçados que tenham escalado os degraus do saber na área de atividades para a qual se dedicarão.
c) Durante os primeiros anos de vida, a diferença entre a criança aplicada e a negligente se deixa ver, mas não tão nitidamente como quando se chega aos anos de maior produtividade.
(1) É ali quando a diferença chega a ser apreciada em toda sua dimensão.
(2) Os anos transcorreram igualmente para Adolfo e Gustavo, aqueles meninos que partilhavam o banco da escola primária e os jogos infantis. Mas – aos 40 anos de idade – vemos Adolfo consertando sapatos (tarefa que de nenhuma maneira desonra a quem a realiza) e Gustavo à frente de uma importante fábrica de automóveis.
(3) Qual é a razão?
Diferente quociente intelectual? Mesmo admitindo que pudesse ser isso, torna-se difícil passar por alto o fato de que o primeiro recusou seguir estudando quando terminou o primário, enquanto que o segundo formou-se na Faculdade de Engenharia.
d) O jovem que triunfa na vida se prepara, embora isto lhe signifique realizar grandes esforços.
(1) Sei de muitos que, devido a situação econômica, trabalham durante o dia e assistem às aulas noturnas.
(2) Um jovem, atualmente bioquímico, colava cartazes para cobrir seus gastos enquanto estudava.
(3) Uma senhorita que lavava louça em várias casas para puder estudar seu curso de Filosofia.
(4) Para eles a vocação era suficientemente forte e a meta razoavelmente apetecível para realizar qualquer tarefa lícita que lhes permitisse chegar ao que seria sua profissão de toda a vida.
e) A falta de recursos não deveria ser razão de desânimo. Muitos jovens pobres chegaram a triunfar.
(1) Rousseau foi filho de um cervejeiro.
(2) Epicuro e Tamerlão foram pastores.
(3) Franklin trabalhou de tipógrafo de imprensa.
(4) Demóstenes foi filho de um ferreiro.
(5) Terêncio nasceu escravo.
(6) O rei Davi foi um pastorzinho de ovelhas.
(7) Lucano foi filho de um oleiro.
(8) Colombo foi filho de um operário.
(9) Milton não era mais que um pobre escriturário.
(10) Cervantes era um simples soldado.
(11) Lincoln foi filho de um pobre lenhador.
(12) De certa forma, Mahatma Gandhi foi um dos dirigentes de mais êxito do século XX. Por ocasião de sua morte, suas posses consistiam em duas xícaras de arroz, uma colher, dois pares de sandálias, uma cópia do Bhagavad Cita, seus óculos e um velho relógio de bolso.
4. Um bom caráter.
a) Alguns jovens com capacidade intelectual destacável ficaram para trás por falhar nisto.
b) Em primeiro lugar um jovem deve ser sincero consigo mesmo para poder descobrir e corrigir seus erros.
(1) Não é fácil.
(2) A mente humana tem diversos mecanismos por meio dos quais procura escapar da realidade quando esta é desfavorável ao eu.
(3) Mas teremos que lutar contra essa tendência e – por tais difícil que seja – contemplarmos como somos na realidade, e como os demais nos vêem.
c) Outro ingrediente valioso do caráter encontramos no espírito de cooperação.
(1) A Universidade de Chicago realizou um estudo sobre 1.000 formandos durante o ano. Descobriu-se que 87% dos que fracassaram, sofreram esse revés por não saber se sair bem com os demais. Somente 13% fracassaram por falta de capacidade. Este dado é de muita utilidade para os que desejam abrir caminho na vida.
(2) Uma inspetora visitou uma escola pela primeira vez para ver o desenvolvimento dos professores e dos alunos. Ao entrar no vestíbulo do edifício lhe chamou a atenção um quadro pregado no quadro de anúncios. Um menino estava parado ao lado, radiante de infantil orgulho.
- Que lindo quadro! Exclamou a inspetora.
- Fizeram-no as meninas e os meninos de seu curso?
- Sim - respondeu o rapazinho.
- E você, que fez?
- Eu lavei os pincéis, senhorita.
Embora fosse uma tarefa humilde, era imprescindível e o menino – que havia aprendido o que era espírito de cooperação – se sentia feliz de havê-la realizado.
d) Ademais, teremos que cultivar a cortesia.
(1) Com freqüência vemos as crianças brincando de ser pessoas importantes. Franzem a testa, dão ordens enérgicas e até desconsideradas.
(2) Também é fácil encontrar alguns subalternos ou chefes de pequenas seções que, crendo que os que ocupam postos semelhantes devem ser "importantes", atuam como essas criaturas.
(3) Mas quando um deles chega até seus superiores – aqueles que realmente valem – vê homens e mulheres corteses, cheios de sábia consideração.
(4) É verdade que alguns que ocupam altas responsabilidades carecem de amabilidade, mas o jovem que deseja triunfar, deve lembrar-se de que para fazê-lo necessitará dos que o rodeiam; que não poderia ter êxito sendo um solitário lutador; e que a cortesia convida à colaboração.
e) Conta-se que certo dia o rei Luís XV saía de Versailles com seu preceptor. Um engraxador de sapatos que estava à porta, tirou o chapéu ao passar Sua Majestade sem que este lhe respondesse o cumprimento. Mas o preceptor o fez.
– Como – perguntou-lhe estranhando o rei, é que cumprimentastes a um perdulário?
– Senhor – respondeu o preceptor – prefiro cumprimentar um perdulário a que digam que o perdulário tem mais educação que eu.
5. Falta algo mais.
a) Se um jovem já conseguiu estas conquistas, vai por um bom caminho, mas isso não é tudo.
Uma vez aconteceu o caso de um estudante que reunia quase todas estas condições, mas que aos olhos do professar com o qual conversava, não estava completo. Trocaram idéias durante vários minutos sem poder entrar em acordo. Finalmente o professor Romero fez ao jovem várias perguntas:
– Quais são os planos que você tem para quando terminar seu curso secundário, Carlos?
– Penso ingressar na Faculdade de Medicina - respondeu o jovem.
– E depois?
– Depois? Bom, suponho que me formarei em Medicina.
– E depois? – voltou a perguntar o professor Romero.
– Sem dúvida que instalarei meu consultório e procurarei garantir minha posição econômica.
– E depois?
– Depois procurarei uma noiva e me casarei com ela - voltou a responder Carlos.
– E depois?
– E... provavelmente virão os filhos - respondeu cada vez mais inquieto o aluno.
– E depois?
– Provavelmente terei netos, nau sei.
– E depois?
– Bom, professor... estarei cada vez mais velhinho...
– E depois?
– Depois, creio que vou morrer...
– O professor fez uma pausa e voltou a interrogar:
– E depois?
Confuso, procurando encontrar uma resposta que não tinha, pois não havia parado para pensar dessa maneira, sentindo sobre seu coração toda a pequenez e vaidade desta vida breve, Carlos disse:
– Depois! ...
a) O jovem que triunfa adquire uma formação tal que desenvolve todas as esferas de seu ser: corpo, intelecto, espírito... E nestes casos não pode faltar Deus; prepara-se conscientemente para enfrentar as grandes realidades da vida agora e depois.
b) Apegado no braço do Todo-Poderoso recebe forças para lutar perseverantemente e alcançar objetivo após objetivo, êxito após êxito até chegar ao triunfo final. Tendo Deus presente em seus planos para esta existência seu caráter se robustecerá de tal modo que serão os homens e as mulheres diferentes que buscam com desespero as grandes empresas de todas as latitudes.
6. Laboriosidade.
a) Alguns jovens que sonham que um dia terão êxito, comportam-se como aquele homem que depois de ser revisado pelo médico manteve o seguinte diálogo: Para ser-lhe franco disse o facultativo – tudo o que você tem é fraqueza.
– Está bem, doutor – respondeu – mas qual é o nome científico para poder dizer a minha esposa?
b) Amigo, basta de desculpas. Se quiser abrir o caminho na vida sacuda a preguiça e dedique-se com amor ao trabalho árduo.
(1) Conforme disse Edson, o êxito de sua vida deve-se a 3% de inspiração e 97% de transpiração.
(2) Para outros gigantes do pensamento a fórmula foi mais ou menos a mesma.
c) Hoje, os gênios apressados caminham como se a fórmula fosse aproximadamente a seguinte: mediadores, influências, o parente próximo, padrinho, etc. Tudo isso, igual a um cargo.
d) Com a verdadeira fórmula:
(1) Edson patenteou 1.300 inventos e foi um benfeitor;
(2) João da Áustria, aos 25 anos venceu em Lepanto.
(3) Pascal cumpriu sua obra mais alta sendo ainda um jovenzinho e quando morreu aos 37 anos, já se havia consagrado um gênio.
(4) J. S. Bach
(5) F. Nightingale, e praticamente todos os que fizeram algo que mereça ser mencionado, aplicaram a fórmula do esforço.
7. Perseverança.
a) O gênio vacila, ensaia, cansa; a tenacidade triunfa.
b) Na vida de Abraão Lincoln encontramos os seguintes dados: Perdeu seu trabalho em 1832; no mesmo ano foi derrotado para a legislatura de Illinois; fracassou nos negócios em 1833; um ano mais tarde foi eleito à legislatura do Estado; em 1835 morreu sua noiva e no ano seguinte sofreu uma crise nervosa; em 1838 foi derrotado para a presidência da legislatura de Illinois; em 1843 foi derrotado em uma candidatura ao congresso, mas aos três anos apresentou-se novamente e foi eleito; em 1848 perdeu a reeleição; foi derrotado para o senado em 1854; foi derrotado em sua candidatura a vice-presidente no ano 1856; aos dois anos se apresentou como candidato a senador e foi derrotado outra vez.
Depois de todas estes. reveses, que teria feito você? Provavelmente não seja fácil responder, mas eu vou lhe dizer o que fez Lincoln: Em 1860 apresentou-se como candidato a presidente dos Estados Unidos e foi eleito. Reeleito para o seguinte período, morreu como um dos grandes homens de sua pátria e que alcançou renome mundial.
c) Conrad Dube, de Quebec, Canadá, foi atacado pela poliomielite com 2 anos de idade. Aprendeu a caminhar aos 10 e começou a falar aos 16. Qualquer um em sua situação teria considerado sepultadas irremissivelmente suas possibilidades físicas e mesmo intelectuais. Quando li a notícia ele tinha 29 anos e acabava de chegar de bicicleta a Copenhague, depois de percorrer 15.300 quilômetros através dos Estados Unidos e Europa. Havia começada já a volta ao mundo de bicicleta.
d) Tamerlão ocultou-se, depois de um combate desastroso, em um edifício em ruínas. Pensativo e desanimado pôs-se a observar uma formiga que, carregada com um grão de cevada, tentava vencer um obstáculo. Contou até 20 tentativas inúteis e disse:
- Esta formiga é tonta, porque se empenha em realizar o impossível.
Mas a formiga continuou com seus esforços e quando o grande conquistador mongol contava a tentativa número 70, a formiga superou o obstáculo com sua carga à força. Então Tamerlão sentia que o inseto lhe havia dado uma bofetada que feriu seu amor próprio. Levantou-se como impulsionado por uma mola e exclamou:
- Somos uns covardes. Quem tenha retrocedido, que avance. Tamerlão não se desencoraje: Avante! - E venceu.
e) Numa calorosa tarde, novembro, enquanto viajava rumo ao estabelecimento educativo onde cursei os estudos secundários, em meio dos apertões e cotoveladas do coletivo, com a transpiração que me corria pelo rosto, li o que o motorista havia colocado escrito acima de uma das janelinhas de seu veículo:
"Fracassar não é terminar, é começar a lutar." Em meio da incomodidade da viagem, e embora nesse momento não tenha entendido, sem dúvida, tudo o que essas palavras queriam significar, senti-me feliz de pensar que tinha um motorista que havia adotado uma filosofia tão sadia.
Embora não tenha conhecido essas palavras e nem mesmo ao condutor que as fez pintar, certo jovem que prestou serviço na Reserva Naval dos Estados Unidos as viveu. Talvez terá pensado que breve chegaria a ser mais que um simples tenente. Mas como ocorreu a tantos outros, não muito tempo depois, recebeu uma carta de 10 caricaturas assinadas pelo almirante-chefe de Operações Navais que lhe informou que não era possível promovê-lo de posto. Procurando não desanimá-lo, em uma de suas partes lhe dizia que muitos dos que não conseguiram progredir na Marinha têm chegado, não obstante, "a conquistar na vida civil posições diretivas dentro dos círculos nos quais lhes toca atuar". Esse jovem, que fracassou como oficial da marinha, sabia que o êxito e a perseverança no trabalho árduo marcham juntas; que '"fracassar não é terminar; é começar a lutar".
Valeu a pena? O leitor saberá julgar. O único que farei é completar a1guns dados biográficos: em 20 de janeiro de 1961 esse homem jovem sentava-se na cadeira presidencial dos Estados Unidos. Chamava-se John Fitzgerald Kennedy.
f) Helen Keller com sua história de lutas desvantajosas é uma constante reprovação para todos aqueles que somos capazes de abandonar uma empresa nobre pelo único motivo de que é difícil chegar à meta. Ao chegar aos 19 meses de vida ficou cega e surda, e pouco depois perdeu o dom da fala. Essa série de calamidades não foi obstáculo para que se convertesse em uma das mulheres mais dinâmicas e famosas de nosso século. Desde o poço de sua cegueira, mudez e surdez nos fez chegar o encanto de suas mensagens otimistas através de mais de uma dezena de obras famosas. Ela cria na luta e na perseverança, por isso chegou, apesar de tudo, ao cume.

CONCLUSÃO:

1. Nesta luta tenaz, persistente, o jovem que triunfa utilizará armas legítimas.
a) Não cairá na ilusão da vida fácil ou na idéia de subir rapidamente deixando de lado alguns princípios éticos.
b) O jovem de êxito quererá desfrutar logo as vitórias obtidas e para isso necessitará ter sua consciência em paz.
2. Além disso, as diretorias das grandes empresas buscam desesperadamente gente capaz nos quais possam confiar para pô-las a cargo de pesadas responsabilidades, jovens com as características enunciadas por E. G. White quando disse:
"A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que se não comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus."
3. Jovem: seja você um deles e encontrará as portas abertas em qualquer parte e verá que seus êxitos não serão transitórios. Será um triunfador para felicidade sua, para alegria de seu lar, para honra de sua pátria e para glória de Deus.


SEGREDOS PARA VENCER AS PREOCUPAÇÕES

INTRODUÇÃO

1. A complexidade do século XX envolve indivíduos e famílias no frenético redemoinho das preocupações.
2. Para que a alegria reine no lar é necessário saber como enfrentar vitoriosamente as preocupações.
3. Em nossos dias misturam-se grandes êxitos com angustiosos problemas.
a) Aumenta o progresso científico e ao mesmo tempo decresce a capacidade de desfrutar estabilidade e paz interior.
b) Bertrand Russell disse a respeito: "A época atual caracteriza-se pelo predomínio de uma intuição de perplexidade impotente. O maior obstáculo de um mundo bom é o medo. No mundo moderno, o medo excessivo, acima do nível que pode ser chamado de razoável, é mais notável que nunca antes."
4. Esse aumento dos temores e ansiedades está causando sérios transtornos de saúde.
a) Não faz muito, em um simpósio reunido em uma cidade, o Dr. Lerner expressou que "A tensão é nosso cárcere portátil." Em forma patética este facultativo destaca a tortuosa experiência daqueles que não encontraram uma forma satisfatória de resolver problemas, ou ao menos de encarar suas preocupações.
b) Provavelmente ninguém escape, neste século tão especial por sua complexidade, a certo grau de tensão nervosa e de preocupações.
c) Não sei se em outras épocas houve quem as tiveram, mas estou absolutamente convencido de que teremos que encontrar uma maneira sábia de vencer nossas preocupações ou pagaremos muito caro em saúde nossa ignorância a respeito.

I. INFLUÊNCIA PSÍQUICO-EMOCIONAL SOBRE A SAÚDE FÍSICA

1. E. G. White, em seu livro A Ciência do Bom Viver, pág. 241, diz: "O estado da mente actua muito mais na saúde do que muitos julgam. Muitas das doenças sofridas pelos homens são resultado de depressão mental. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte".
2. Um estudo de 15.000 pacientes tratados de desarranjos digestivos na Clínica Mayo (Buenos Aires) permitiu descobrir que quatro de cada cinco não tinham uma base física para suas enfermidades do estômago. O medo, a preocupação, o ódio, um egoísmo supremo e a incapacidade para ajustar-se ao mundo das realidades eram em boa parte as causas de suas enfermidades e suas úlceras de estômago.
3. Marcelo I. Fayard cita ao Dr. Slaughter na seguinte declaração: "A úlcera péptica é quase sempre resultado de uma tensão emocional prolongada."
4. Por sua parte, o Dr. Montagne afirma que "as úlceras do estômago não vêm do que se come. Vêm daquilo que está comendo a gente..."
5. Faz poucos meses, li em um dos jornais de lima cidade a notícia do surpreendente resultado de uma pesquisa médica. Os dados provinham de Londres e correspondiam a um trabalha realizado pelo Dr. Harward, psiquiatra de West Sussex, que descobriu que de 69 operados de apendicite, 16 eram sadios! A ansiedade e angústia mentais dos pacientes haviam provocado sintomas semelhantes aos que a enfermidade provoca realmente.
6. A cientista sueca Ulia H. Olin, especialista em demografia das Nações Unidas, no discurso que pronunciou na última reunião da Associação Norte-Americana para o Progresso da Ciência, declarou que "a tensão nervosa causada pela vida nas grandes cidades diminui a fertilidade humana precisamente como sucede com os animais".
7. Praticamente não há aspecto de vida que não fique afetado pelas preocupações quando não são resolvidas satisfatoriamente. Os efeitos sobre a saúde são tão surpreendentes como para justificar a seriedade com que deveríamos enforcara filosofia de vida a adotar, não como paliativo nem para cegar-nos voluntariamente, mas para encarar com decisão e êxito as preocupações.
8. O Dr. Flanares Bumbrar e seus colegas do centro Médico de Nova Iorque têm estudado os casos de 1.500 enfermos de várias enfermidades, e mais da metade provinham de transtornos emocionais.
9. O Dr. Candey Robinson fez um estudo de 50 enfermos que se queixavam de náuseas ou dor de estômago, e em apenas seis tinha uma causa fisiológica concreta desses sintomas, Também disse que 92% dos casos de colite muco-membranosa e de espasmos no cólon, são produzidos por desgostos.
10. É interessante conhecer a influência que exercem as emoções nos casos de asma.
a) É verdade que às vezes se considera o pólen de algumas flores, o pó e muitos outros ele mentos como causadores de alergia asmática, mas os doutores MacDermott e Cobb de Massachusetts descobriram que em 50 casos de asma, 37 evidenciavam uma forma definida de fatores emocionais.
b) Marcelo I. Fayard cita em seu livro A Chave da Felicidade e a Saúde Mental, vários casos interessantes.
(1) Numa cidade, vivia um homem que tinha freqüentes ataques. Mudou-se para outra localidade e ficou bom, até que chegou uma carta na qual comunicava-lhe que de via voltar.
(2) Outro cavalheiro tinha ataques invariavelmente às 17 hs. Um dia o trabalho absorveu-o tanto que não se conscientizou do transcurso do tempo até às 19 horas. Não teve o ataque às 17, mas quando olhou as horas, sofreu o ataque.
(3) Provavelmente o caso mais extremo é o caso de uma senhora, a quem a pólen das rosas produzia ataques alérgicos. Certo dia, ao fazer uma visita, observou que na sala havia um grande ramalhete de rosas. Naturalmente, veio-lhe um violento desmaio. Enquanto explicava o efeito tremendo que lhe produzia o pólen das flores, aproximou-se delas e, surpreendida, descobriu que eram artificiais.
11. D. Carnegie cita um informe do Dr. William I. L. MoGonigle apresentado ante a Associação Dental Norte-Americana com as seguintes palavras: "As emoções desagradáveis como as causadas pelas preocupações, o medo, o enfado ... podem transformar o equilíbrio do cálcio no organismo e originar as cáries." Referiu-se a um paciente que teve uma dentadura perfeita, até que começou a preocupar-se com a repentina enfermidade de sua esposa. Durante as três semanas que ela esteve internada num hospital, ele teve nove cáries. Essas cáries eram causadas pela preocupação. (D. Carnegie, Como Suprimir las Preocupaciones, p. 37.)
12. A mesma influência têm as preocupações sobre a tensão arterial, diabetes, e tantas outras enfermidades que levaram o Dr. Alexis Carrel – prêmio Nobel da medicina em 1912 – a afirmar que "os homens de negócios que não sabem como combater a preocupação, morrem jovens.
13. Complementando o pensamento poderíamos dizer que não é necessário se dedicar aos negócios para sofrer os mesmos resultados. Enquanto não saibamos que fazer com nossas preocupações, não importa o ramo de atividades em que nos desempenhamos, estaremos encurtando nossa vida, ou no melhor dos casos, amargando-a sem necessidade alguma.
14. Deixaremos de enumerar os efeitos físicos das preocupações, pois não é esse o objetivo deste capítulo. Contudo, se o leitor acha que estas preocupações não são exatas, suspenda a leitura e entreviste o seu médico para que o esclareça a respeito. Verá como lhe falará sobre isto e muito mais. Volte a tomar este livro novamente e demore-se nas análises sem prejuízo das soluções que lhe ofereceremos.

II. A ACÇÃO AJUDA

1. Para vencer as preocupações, temos que pôr em ação um plano. A atividade faz bem.
2. Fayard opina que "a melhor maneira de multiplicar nossas angústias, consiste em não fazer nada. Enquanto nos colocamos a fazer algo para evitar que se produza o que tememos a angústia nos abandona."
3. Pode ajudar-nos a reflexionar o que aconteceu a certo agricultor.
a) Havia um cavalo velho que caiu em um poço. Como o animal já não lhe servia mais, e vendo que tinha água até os joelhos e não dispunha de meios para tirá-lo, se lhe ocorreu que o usaria como recheio para tapar o poço. De maneira que arregaçou as mangas, tomou sua pá e começou a puxar a terra. A idéia não causou graça para o cavalo. O animal não queria morrer, assim que, à medida que a terra ia cobrindo suas patas ia pisando os torrões que caíam. Assim se foi enchendo o poço até que o cavalo pôde sair e marchar para o canto de sua "querência".
b) Você e eu cremos ser mais inteligentes que um cavalo, e sem dúvida que é assim. Mas neste caso temos que admitir a instintiva sabedoria com a qual atuou aquele animal. Não permitiu que as contingências pouco gratas da vida o esmagassem. Pôs-se em movimento para resolver suas dificuldades e se saiu bem.
c) E. G. White disse: "Devemos ser amos das circunstâncias e não escravos dela." E eu estou de acorda com esse pensamento. Não permitamos que as dificuldades se nos vão acumulando, sejamos nós os que orientemos as coisas, tomemos as rédeas e avancemos.
4. É possível que alguém pense: "Faz anos que estou lutando energicamente e não passo resolver a situação. As forças já começam a faltar-me e invade-me o desânimo diante da idéia do fracasso. Reagirmos e lutar não é o suficiente."
a) E provavelmente tenha razão.
b) Colocar-nos em ação é bom, alivia, mas não é tudo.
c) Se até aqui, estando ativo, não obtive êxito razoável ao que pude aspirar, é porque não apontei na direção correta.
d) Tem que descobrir o plano que dê resultado.

III. O PLANO MAIS EFICAZ QUE CONHEÇO

1. Bernard Shaw disse que "quando se quer que uma pessoa não aprenda uma coisa, temos que tratar de ensiná-la." Não desejo discutir se estava certo ou não. Pelas dúvidas procurarei fazer-lhe caso e deixar que os amáveis leitores exerçam seu juízo crítico para decidir o valor do que diremos.
2. A. E. Housman, professor da Universidade de Cambridge, em uma conferência que pronunciou nessa casa de altos estudos, manifestou: "A verdade maior que jamais se tinha dito e o mais profundo descobrimento moral de todas os tempos foram estas palavras de Jesus: 'Quem encontrar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida, por minha causa, achá-la-á'."
a) O mais significativo é que essas palavras foram ditas por um catedrático ateu.
b) Apesar de todos os seus preconceitos contra a religião, chegou a reconhecer o tremendo poder e a grande importância das palavras do Senhor Jesus.
3. Faz um tempo fui convidado para assistir a uma classe de magistério ditada em uma das faculdades de Buenos Aires. Assim que finalizaram os atos, fiquei conversando com um dos membros do pessoal do corpo docente da faculdade. Em um determinado ponto de nosso diálogo, o educador expressou: "As coisas mais grandiosas que posso explicar em minhas aulas para os alunos, são extraídas do Sermão do Monte – uma das partes das Sagradas Escrituras. Se eles o soubessem escutariam com preconceitos; mas nunca lhes digo que isso foi dito por Jesus; nem onde está ou onde aparece o discurso maior de Nosso Senhor Jesus Cristo."
a) Amigos, eu não tenho esses temores.
b) Além disso, quero ser intelectualmente honesto reconhecendo o direito de autor de Jesus.
c) Sei que o melhor que se disse e possa dizer-se sobre a arte de enfrentar nossas preocupações e vencê-las brotam dos lábios de nosso Senhor Jesus.
d) E o mesmo opinou o Dr. Guillermo Sadler em sua monumental obra Modern Psychiatry, pág. 760:
"Os ensinamentos de Jesus aplicados à nossa civilização moderna – aplicados com toda compreensão e não aceitas em forma puramente nominal – nos purificariam, elevariam e vitalizariam de tal maneira que a raça humana chegaria a estar constituída de imediato por uma nova ordem de seres que possuiriam capacidades mentais superiores e uma acrescentada força moral.
"Prescindindo das recompensas futuras da religião, deixando de lado toda discussão sobre a vida do além, valeria a pena que todo homem e mulher vivessem a vida cristã tão-somente pelas recompensas mentais e morais que aquela proporciona aqui no mundo presente. Algum dia o homem despertará, talvez, ao fato de que os ensinamentos de Cristo são poderosos para prevenir e curar a enfermidade. Algum dia nosso tão comentado desenvolvimento científico será colocado em dia e a nível dos ensinamentos do Homem da Galiléia."
4. É altamente significativo e reconfortante o fato de que tantos psicólogos e psiquiatras alguns em forma consciente, outros, quem sabe, sem sabê-lo, estejam empunhando os conselhos do Senhor para restabelecer a estabilidade psíquica, e em outros casos emocional, de seus pacientes. Em especial os ensinamentos contidos no Sermão do Monte.
5. Como é lógico supor, os leitores têm convicções muito diferentes uns dos outros.
a) Alguns serão profundos cristãos.
b) Outros incrédulos.
c) Alguns, talvez, ateus.
d) Haverá os que – sem ser ateus – não vêm a Jesus como o vemos, como cristãos.
e) Com respeito às convicções sinceras de todos, por isso convido-os somente para provar a eficiência dos conselhos de Jesus.
f) Eu o fiz e depois de avaliar os resultados decidi não abandoná-los jamais.
g) Poderia citar psicólogos judeus, ateus e de outras correntes de pensamento que têm conhecido o sublime dos ensinamentos de Cristo.
6. Em vez de expormos as opiniões de outros, transcrevamos alguns parágrafos que o Grande Professor apresenta de métodos a seguir, para vencer as preocupações: [Mat. 6:25-34]
"25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?
"26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
"27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?
"28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.
"29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.
"30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
"31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?
"32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;
"33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
"34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal."
(Estas palavras estão registradas na Santa Bíblia, no Evangelho segundo de São Mateus, capítulo 6, versículo 25 a 34.)

IV. O MÉTODO CRISTÃO PARA VENCER AS PREOCUPAÇÕES

Vivamos com sabedoria o presente, ou utilizando as palavras de Carnegie "vivamos um dia de cada vez".
1. Não queremos dizer com isto que temos que ser desagradecidos com o passado, nem imprevisíveis com respeito ao futuro.
a) Desejamos fazer ressaltar o fato de que o ontem é flor murcha que já cumpriu seu dever, e o futuro é um botão sem abrir que não poderemos desfrutar e de cuja beleza e formosura devemos cuidar.
b) Alguém disse que "Cada dia é unta nova vida para o homem ajuizado". Não permita que o ontem arruine o presente.
c) Tagore disse: "Se choras por haver perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas."
d) É verdade que pode haver na vida de qualquer ser humano erros passados que tenham que ser emendados. Nossas palavras também incluem essa reparação. Se temos que arrumar algo hoje, façamos já, mas não permitamos que as sombras do passado governem o presente.
2. Deveríamos aplicar o mesmo critério com respeito no futuro. Algumas coisas nas quais já estivemos de acordo nos ajudarão a harmonizar também neste ponto.
a) Todos nós concordamos que não é possível colher o trigo antes de que haja sido semeado; que se tornaria sem lógica pensar em descer do ônibus antes de haver subido nele; que não teria sentido procurar dar volta à esquina antes de encontrá-la; que não teria finalidade procurar subir uma montanha, antes de alcançá-la; que façamos o que queiramos não poderemos ver mais além do horizonte.
b) Por que então querer resolver hoje os problemas que nos corresponderá resolver amanhã, ou carregar no presente com as dificuldades que pertencem ao futuro?
c) Quando fazemos assim não estamos sendo justos com a vida nem leais com nós mesmos, pois a ânsia de viver o dia de amanhã com suas fatigas e dificuldades não nos permitirá cumprir nossas responsabilidades presentes.
d) Ao viver sabiamente o dia de hoje estaremos colocando o fundamento sólido que merece o futuro.
3. Se a noiva escuta dos lábios de seu pretendente a proposta de casamento e pensar em quantos pratos terá que lavar até cumprir 10 anos de casada, tenho certeza que até a mais corajosa desmaiaria. Mas não é problema porque cada dia lava os pratos correspondentes a esse dia, e isso pode fazê-lo.
a) Assim também Deus, nosso Senhor, nos dá a vida de um dia cada vez, para que em cada jornada nos defrontemos com as contingências que ela nos traz.
b) Querer viver o futuro seria como querer roubar a Deus uma vida que ainda não nos pertence e que ignoramos se alguma vez nos corresponderia viver.
c) Roberto Luís Stevenson expressou: "Todo o mundo pode suportar sua carga, por pesada que seja, até à noite. Todo o mundo pode realizar seu trabalho, por mais duro que seja, durante o dia. Todos podem viver suavemente, pacientemente, de modo amável e puro, até que o sol se ponha. E isto é tudo o que a vida realmente significa."
4. Um consciencioso estudo da vida nos permitirá descobrir que de cada dez problemas que avistamos no horizonte de nossa vida, sete desaparecerão antes que cheguemos a eles; um será resolvido somente amanhã; outro não tem solução; um, só um, nos compete resolver hoje, e a esse devemos dedicar-nos.
5. Quando nosso Senhor disse: "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal", queria tirar de sobre nossos ombros esses 90% de carga factícia que levamos e que esgotam nossas energias a tal ponto de tomar defeituosa a solução de nossas dificuldades reais, ou pelo menos muito mais dificultosa.
6. Voltando ao que dizíamos momentos atrás, se em vez de procurar dar voltas à esquina antes de chegar a ela nos dedicássemos a adiantar na reta que ainda temos que percorrer, chegaríamos antes e com menos contratempos. Ao viver um dia cada vez com pureza e integridade, chegaremos ao amanhã com maior felicidade e sem os incômodos de um passado defeituoso; encontraremos que uma grande porcentagem de nossas perplexidades desaparecem e que as restantes podem ser aliviadas alegremente. Jesus quis orientar-nos neste sentido e também a respeito desses 10% de problemas que não têm solução. Falaremos sobre isso a seguir.

Colaboremos com o inevitável.
1. Quando não é possível mudar as coisas, recordemos que ao menos podemos mudar nossa atitude com respeito a elas.
a) Certa moça sentia-se infeliz pelas contínuas discórdias que havia em seu lar. Um dia ela foi vista muito contente, refletindo paz interior. Alguém perguntou:
– Como vão as coisas em seu lar?
– Como sempre – respondeu a jovem – mas agora eu sou diferente.
2. Com respeito aos problemas insolúveis ou situações inevitáveis, devemos ser diferentes do normal das pessoas, e até, talvez da maneira como temos sido até aqui.
a) Milton dizia que "não é uma desdita ser cego e sim não ser capaz de suportar a cegueira".
b) O grande psicólogo prático William James nos disse "Aceita que seja assim. A aceitação do que tem sucedido é o primeiro passo para superar as conseqüências de qualquer desgraça."
c) Não somente para superar as desgraças, mas para vencer as preocupações também.
3. Elsie McCormick opinava que "quando deixamos de lutar pelo inevitável deixamos em liberdade uma energia que nos permite criar uma vida mais rica." Por outro lado, essas energias antes desperdiçadas para lutar contra o impossível, nos permitirão solucionar as coisas que estão ao nosso alcance resolver, e também isso será fonte de alivio.
4. Yousuf Karsh, célebre fotógrafo, foi ao Vaticano para retratar o papa João XXIII acompanhado do bispo Flaton Sheen. Enquanto Karsh preparava a máquina, o papa, dirigindo-se ao bispo Sheen, observou: "Deus sabia há 77 anos que algum dia eu seria papa. Por que não me fez mais fotogênico?" Essa atitude que João XXIII fez em tom de brincadeira é uma realidade amarga na vida de milhares de pessoas que se desgastam em lutar contra o inevitável.
a) Não aceitar o indispensável é uma atitude tão carente de bom senso como querer parar o sol ou "tapar o sol com a peneira".
b) A verdadeira paz de espírito – dizia Lin Yutang – provém da aceitação do pior. Psicologicamente, creio que isto significa uma liberação de energia."
c) Exato! Liberação de uma energia que necessitamos para viver prazerosa e satisfatoriamente o dia de hoje.
5. Dizem que os chineses têm um provérbio que se traduzimos para o português expressa: "O problema tem solução? Então, por que me preocupo?"
6. Se não gostou desse refrão pode ser que encontre lógica nesta outra sentença: "Para os males do mundo pode haver ou não remédios; se houver, vá procurá-los, e se não, não seja néscio."
7. Os psicólogos têm muita fé neste princípio maravilhoso. O maravilhoso é saber que já o tinha sido exposto pelo nosso Senhor nas palavras do Sermão do Monte e que já citamos anteriormente. Depois de falar da confiança com a qual deveríamos enfrentar a vida, disse: "Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?"
a) Se com o preocupar-se uma pessoa pudesse crescer alguns centímetros, muitos viveriam com um complexo a menos, não é verdade?
b) Mas também é certo que o complexo desapareceria se estivessem dispostas a aceitar – que é mais que resignar-se – o inevitável.
c) Papai costumava dizer-nos: "Se com o lamentar pudéssemos ordenar as coisas, eu também o faria todos os dias. Mas as palavras 'que lástima' não solucionam nada." E é verdade, com tudo nem sempre se tomaria fácil aplicar este princípio, capaz de terminar com uma enorme quantidade de preocupações, a menos que aceitemos o outro princípio mencionado por Jesus Cristo.

Tenhamos fé em Deus.
1. Muitos de nós caminhamos na vida como as crianças que ainda não foram à escola.
a) Tomam em suas mãos um livro, olham as páginas impressas, mas não captam seu significado.
b) Isto nos enche de perplexidade a tal ponto de perder o sono, sofrer palpitações, hipertensões, úlceras ou qualquer outra forma como a vida nos cobra nossa falta de fé no futuro e em Deus nosso Senhor.
2. O exemplo de um soldado que foi aprisionado durante a segunda guerra mundial pode nos ajudar. Foi encerrado numa cela semelhante a uma masmorra, mas durante todo o cativeiro ele se manteve com um semblante alegre. Assobiava e cantava, a tal ponto que parecia se sentir mais feliz do que seus captores. Um dia o guardião perguntou-lhe o porquê de sua atitude e esta foi sua resposta:
– Olhe aquela janela lá em cima. Quando olho para fora, posso ver o céu azul. Não há razão para desesperar-se enquanto continue estando ali.
3. Voltava para casa depois de realizar uma de minhas viagens. Através da janelinha vi repetir-se várias vezes a mesma cena. Um homem assentado em seu trator dando voltas à terra deixando um ancinho de discos. Atrás dele, uma grande quantidade de aves brancas esvoaçando com candura e inocência. Seguiam o agricultor e iam comendo as sementes como se ele estivesse realizando essa tarefa para elas. Sem dúvida que na época da semeadura não será interessante ao chacareiro ver que as aves o seguem, mas para elas – repito – o seguirão como se a tarefa estivesse sendo realizada para elas.
a) Ao ler parte do parágrafo das Sagradas Escrituras que já transcrevemos, sentir-nos-íamos inclinados a pensar que de certa forma é assim
(1) O Senhor ensinou: "Portanto vos digo: Não vos preocupeis com vossa vida, que haveis de beber; nem por vosso corpo, que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo que o vestido? Olhai as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimente. Não tendes vós muito mais valor que elas? ... E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
4. O secretário de Oliver Cromwell teve que aprender esta lição. Foi enviado à Europa para uma missão importante. Deveria passar a noite num povoado da costa, mas não pôde dormir. A preocupação o corroía e empurrava-o a dar voltas repetidas vezes em sua cama. De acordo ao velho costume, um servente dormia em seu quarto, e a verdade é que o fazia bem profundamente. Este fato o deixou ainda mais nervoso de maneira que terminou por despertá-lo. O servo, então, perguntou por quê seu amo não podia descansar.
– Tenho medo que minha embaixada não saia bem – respondeu.
Criando um pouco mais de confiança o servo voltou a falar.
– Senhor, posso tomar a liberdade de fazer-lhe uma pergunta ou duas?
– Claro que sim, concedeu o embaixador.
– Governava Deus o mundo antes que nós tivéssemos nascido? – perguntou timidamente o servo.
– Naturalmente.
– E Ele continuará fazendo-o depois de havermos morrido, senhor?
– Sem dúvida que sim.
– Então meu amo – disse com mais segurança – por que não deixa que Ele governe agora também?
Poucos minutos depois ambos dormiam profundamente.
5. O apóstolo S. Pedro, que sem dúvida haverá estado entre os que escutaram os ensinamentos que, naquele dia, o Mestre partilhou da montanha, nos aconselha: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, parque Ele tem cuidado de vós"
6. Amigo, por que você não faz também esta prova? Você verá como os problemas que o preocupam neste momento diminuirão instantaneamente desde o momento em que você focalizar sua fé – não importa se ela é pequena e fraca – no Todo Poderoso Criador do universo. Se Ele cuida das aves, como não Se interessaria em resolver suas dificuldades? O Senhor está esperando somente, que você tenha fé nEle e O deixe operar poderosamente em seu favor.
E agora, encerremos esta conferência com a lição que nos conta um relato oriental. Aconteceu num desses reinos antigos.
Certo rei sentia-se aborrecido com um de seus súditos e desejava eliminá-lo. No entanto, este cumpria com tanta fidelidade e eficiência suas responsabilidades que o monarca não encontrava uma forma para terminar com ele e ao mesmo tempo manter as aparências.
Um dia, apresentou-se-lhe a oportunidade esperada. Outro rei presenteou-lhe uma magnífica coroa de ouro com a parte da frente preparada para colocar ali a inscrição que desejasse. Chamou o súdito, mostrou-lhe a coroa e ordenou-lhe:
– Você terá que encontrar a palavra que gravarei na coroa. Mas tem que ser uma palavra especial. Uma palavra que, quando me encontrar deprimido, preocupado, mergulhado na angústia, levante meus ânimos e me leve ao plano da normalidade, e que quando me encontrar demasiado eufórico, chame-me à reflexão e me coloque novamente no plano da normalidade. Você terá tempo até amanhã para isso. Se até então não encontrar essa palavra, morrerá imperdoavelmente.
O pobre homem sentiu uma corrente gelada correr por sua coluna vertebral, que seu rosto se enchia de um suor frio e que as pernas lhe tremiam. Pensou em sua esposa, que ficaria desamparada, em seus filhos que tanto necessitavam dele; na injustiça da ordem e no inapelável que resultavam as palavras pronunciadas por um soberano, e em quem sabe quantas coisas mais...
Aquela tarde regressou à sua casa um pouco mais cedo que de costume. A esposa notou a preocupação angustiosa que estava passando e interessou-se em saber o que acontecia. Mas, por que preocupá-la também com algo que aparentemente não tinha solução? Negou-se em falar várias vezes, mas diante de cada negativa a mulher redobrava mais e mais sua determinação em saber o que estava acontecendo.
– O que acontece é que você não me quer mais, por isso não me confia mais os seus problemas.
– Minha querida, como você quer que eu lhe confie meus problemas, se não os tenho? – explicava o esposo.
– Como que não os tem se nem sequer quis jantar? É o que eu disse, já não me quer mais...!

Amigo leitor, você sabe como são as esposas, quando querem inteirar-se de alguma coisa, não é verdade? Pois finalmente aconteceu o que havia proposto. Foi pouco depois de deitar-se para dormir. O atribulado esposo deu tantas voltas na cama que não pôde dormir e acabou contando à sua companheira o que havia acontecido.
– Por isso é que estou preocupado, meu amor. Amanhã, na primeira hora do dia o rei me pedirá que lhe diga qual é essa palavra capaz de levantá-lo do poço de suas preocupações e fazê-lo sentir-se normal, e ao mesmo tempo com poder para fazê-lo descer dos cumes de sua euforia. E eu não sei qual é a palavra. Então ordenará minha execução...
– É por isso que está tão preocupado? – replicou a esposa. Mas isso é muito simples! Eu sei qual é a palavra.
– Pois, então diga-me; assim poderei dormir em paz!
– Ah, não! Para que você aprenda a lição por não haver me dito antes, somente lhe direi amanhã bem cedo,
De nada valeram as petições e mesmo as ameaças do esposo. A esposa voltou-se para o outro lado e logo depois, dormia tranqüilamente. os primeiros raios de sol encontraram o súdito daquele rei sem haver conciliado o sono. Apenas despertou sua mulher, quis conhecer a palavra exigida pelo monarca, mas ela disse:
– Depois do desjejum.
Esse foi o desjejum mais amargo que havia servido em toda sua vida, em troca a esposa tomou-o cheia de otimismo.
Finalmente, quando estava despedindo-se para ir rumo ao palácio, a esposa consentiu em dizer qual era essa palavra tão especial. o súdito sentiu que a alma lhe volvia ao corpo. Respirou como se todo o ar do mundo não fosse suficiente para encher seus pulmões e soltou um grande suspiro de alívio. Então exclamou:
– Mas claro! Como não se me tinha ocorrido antes? E foi satisfeito rumo ao palácio.
Sentado no trono, o monarca saboreava com antecipação o que cria que seria seu triunfo. Quando viu aparecer seu súdito, perguntou-lhe maliciosamente:
– Você lembrou da minha incumbência? Já tem essa palavra que quando me encontrar mergulhado no desânimo, nas preocupações e, talvez, no desespero, levante-me o ânimo como para levar-me à linha da normalidade, e que quando me encontrar exageradamente otimista, eufórico, pensando em tocar as nuvens com minhas mãos, me faça descer ao plano da normalidade?
– Sim majestade – respondeu serenamente o servo.
– Pois bem, diga-me.
– Majestade, a palavra capaz de produzir as efeitos que você deseja é: "PASSARÁ".

CONCLUSÃO:

1. Vivamos com plena fé em Deus.
2. Um dia de cada vez.
3. Aceitando o inevitável.
4. Recordando que todo problema, por mais angustioso que seja, passará.
5. Então desaparecerão as preocupações e poderemos desfrutar a paz dAquele que "tem cuidado de nós".


O HORÓSCOPO E AS PROFECIAS

INTRODUÇÃO

1. Há milhões de pessoas que por nada deste mundo tomariam uma decisão importante sem consultar antes as estrelas.
a) Buscam direção nos horóscopos sobre o rumo que devem seguir em assuntos tão delicados e importantes como a profissão, o matrimônio e os negócios.
b) Dizem que no exato momento em que nasce uma pessoa, forma-se no céu um mapa concernente à mesma, e que o segreda do êxito consistiria em descobrir esse plano e segui-lo. Crê em que o caráter e a destino de uma pessoa ficam determinados pela posição das astros no momento de seu nascimento.
2. Os homens de negócios deram-se conta desse interesse.
O comércio oferece todo tipo de artigos com os signos do Zodíaco: guardanapos de papel, cortinas, lenços, talco, prendedores, etc., etc., e outras mil coisas que ostentam touros, escorpiões, peixes, leões, capricórnios e demais signos.
3. Por outro lado, para muitos, a astrologia é um bom negócio ao escrever sobre os signos.
a) O mais conhecido dos astrólogos norte-americanos é Carrol Righter, que ganha um dinheirão. Este decano da astrologia escreve uma coluna diária para 306 jornais. É lido por 30 milhões de pessoas e considera-se que sua renda ou entradas anuais não baixam dos 300 mil dólares (Visión, 17-06-72).
b) Talvez por isso (ou talvez não) 1.200 dos 1.750 jornais dos EE.UU. publicam horóscopos.
c) Dizem que nesse pais há 10.000 astrólogos, tempo completo, e 175.000 mais que o fazem em momentos livres.
4. A cada momento fica-se sabendo de coisas bem curiosas, tal como ocorreu em Glendale, Califórnia, onde se publicou um livrinho preparado por um cabeleireiro, intitulado "o horóscopo astrológico de seu cachorro".
5. É curioso falar sobre o que pensam em outras latitudes, mas não esqueçamos que também em nossa terra se crê muito em astrologia.
6. Sem dúvida será bom que, antes de seguir desenvolvendo a conferência, explique-lhes qual será o delineamento da mesma:
a) Em primeiro lugar, falarei um pouco acerca da astrologia: sua história, os fundamentos que se invocam.
b) Depois veremos até que ponto um crente em Deus, pode aceitar ou não a vigência dos horóscopos.
c) Assinalarei também uma fonte, muito digna de confiança, de profecias que nos permite entrar no futuro.

I. FAÇAMOS UM ESTUDO IMPARCIAL DA ASTROLOGIA

1. Comecemos com a sua história:
a) Teria surgido na Babilônia.
b) Chegou ao ocidente pelo Egito, Grécia e Roma.
c) Em Roma dos Césares, o mundo mediterrâneo foi conquistado pela astrologia.
d) Durante a Idade Média, devido à proibição da igreja, ficou, poderíamos dizer, estacionada.
e) No século XVI, aquele amigo e conselheiro de Catarina de Médicis chamado Michel de Notre Dame (Nostra Damus) (1503-1566) voltou a sacudir a imaginação com suas predições.
f) Durante a era da razão ou do Iluminismo, sua falta de base científica demonstrável voltou a escurecê-la.
g) Estranho é o seu ressurgimento nesta época de tanto adiantamento científico e tecnológico.
2. Quando uma pessoa analisa o tema, não se pode desfazer de algumas inquietudes:
a) Além do cortante manifesto assinado por 186 cientistas norte-americanos, entre os quais figuram 18 galardoados com o Prêmio Nobel, negando a astrologia toda base ou fundamento científico (Sete Dias Ilustrados, 31/l0/ 1975), alguém pode pensar no que publicou a revista Eternity.
b) (1) Por que diferentes astrólogos dão interpretações diversas a um mesmo quadro astrológico?
(2) Por que os gêmeos idênticos, nascidos na mesma hora e sob o mesmo signo do Zodíaco, freqüentemente se tornam tão diferentes em sua personalidade e têm marcas opostas de caráter?
(3) Por que as predições astrológicas não encontram apoia nos estudos estatísticos?
§ Segundo a astrologia, as pessoas que nascem sob determinados signos estão mais inclinadas para escolher certas profissões. Por exemplo, as crianças nascidas em Libra deveriam ter mais inclinação artística que as outras.
§ Contudo, um estudo realizado com 2.000 pintores famosos e músicos destacados demonstrou que tal não era o caso. (Eternity, outubro, 1970).
3. Creio que há um obstáculo maior mesmo para os que crêem na astrologia: o Zodíaco se divide em doze "casas" ou seções. A cada uma destas "casas" corresponde um signo diferente:
1) Áries
2) Touro
3) Gêmeos
4) Câncer
5) Leão
6) Virgem
7) Libra
8) Escorpião
9) Sagitário
10) Capricórnio
11) Aquário
12) Peixes
"O que se torna ridículo em todo este assunto é que a astrologia não se desenvolveu ao mesmo passo que a astronomia. Desde 150 A.C, quando se criou o atual sistema astrológico, o Zodíaco se moveu em uma "casa" completa, e este fato por si só inutiliza e destrói esta pseudo-ciência. Isto significa que todos os que crêem que nasceram sob o signo de Escorpião, realmente nasceram sob Sagitário. Portanto, a astrologia moderna não tem nada que ver com os planetas ou as estrelas reais, mas tão-somente com os astros fictícios." (Eternity, out. 70, citado por S. I. Collins, que apresenta o articulista como autoridade na matéria, em La Personalidad Triunfadora del Joven Moderno, p. 12.
4. Talvez a esta altura você esteja fazendo a mesma pergunta que estou fazendo a mim mesmo: Por que, então, as pessoas crêem nos signos astrológicos? Achei muito interessante a opinião publicada pelo Dr. Humberto Raúl Treiyer, a qual podemos resumir assim:
a) As pessoas preferem pensar que a culpa não está nelas, mas nas estrelas.
– A astrologia proporciona uma fácil escapatória pessoal.
– A pessoa não seria culpada do que faz.
– Tudo estaria determinado pelos astros.
– A responsabilidade das ações individuais seria, então, extrapessoal, extra-humana e até extraterrestre.
– Encontra sulco a velha tendência para as desculpas que como humanos temos e que tão patéticas se mostram em Adão e Eva.
b) O fracasso das religiões tradicionais que tem trazido grandes incertezas sobre a humanidade.
– E o homem, que é religioso por natureza, não pode viver sem crer em algo, mesmo que seja no ateísmo.
c) O desejo de penetrar no futuro incerto.
– A astrologia promete revelá-lo.
– Promete a companhia das estrelas.
d) "Certas pessoas crêem que por haver consultado acerca de seu futuro, já fizeram o quanto era necessário em favor de seu porvir. Custa muito menos trabalho dirigir-se a um astrólogo do que construir a sua própria sorte."

II. PODE UM CRENTE EM DEUS CRER NOS SIGNOS ASTROLÓGICOS?

Para responder esta pergunta devemos saber em que se baseia a astrologia; por que os antigos criam nela.
1. Os antigos, ao dar seus nomes aos planetas, criam que cada planeta tinha um deus diferente que influía sobre o planeta para que, por sua vez, este tivesse influência sobre as pessoas.
a) Por isso criam na influência dos astros sobre as pessoas.
b) Sem a mitologia, a astrologia carecia de sentido.
c) Eles eram politeístas. Criam em muitos deuses.
2. Pode um cristão crer nisto e continuar sendo cristão? Em quantos deuses cremos?
a) Nós os cristãos, pelo menos, não somos politeístas (não cremos em muitos deuses).
b) Os hebreus, muçulmanos e outros, igualmente aos cristãos, crêem que há um só Deus verdadeiro.
3. Sendo que cremos em um só Deus verdadeiro, Criador do Universo, não aceitamos a idéia de que haja um deus diferente em cada planeta.
a) Cremos que os planetas não pensam nem têm um deus em particular.
b) Portanto não há nenhuma influência fora da relação da força da gravidade, que tenha a ver com o destino de uma pessoa.
c) A ausência desses deuses em cada planeta reduz a teoria da relação de influências astrais a uma simples fábula.
4. O profeta bíblico Daniel viveu no próprio berço da astrologia: na Babilônia. Que nos diz a respeito?
a) Ele sabia muito de astrologia, pois seus companheiros de palácio eram os maiores astrólogos do afundo.
b) Também conheceu o futuro, mas ele nos disse como obteve sua informação acerca do amanhã:
Daniel 2:19-23, 27, 28
a) E a seguir revelou 2.500 anos de história que vão desde seus dias até os nossos. E não são predições ambíguas, como as que geralmente aparecem nos horóscopos, que não importa o que acontece, como se se cumprissem. As da Santa Bíblia são bem claras e exatas.
5. Qual é a opinião de Deus?
a) Segundo Deus, há consultas que estão demais.
Deuteronômio 18:9, 10-14; Isaías 47:13-14.
b) Mas ele tem interesse de introduzir-nos no futuro Amós 3:7.

III. AS PROFECIAS LEGÍTMAS

1. Desde a antigüidade é aconselhado ao crente em Deus a buscar seu futuro no Senhor. Isaías 8:19
2. S. Pedro nos diz onde encontrar essa orientação por parte de Deus. 2 S. Pedro 1:19-21.
a) Essa palavra profética é a Sagrada Bíblia.
b) Diz S. Pedro que faremos bem em estar atentos a ela.
c) A razão é muito simples: Deus a inspirou; é Sua revelação para nós.
3. Creio que é digna de confiança.
a) Tem umas 2.300 profecias.
b) Até onde pude investigar, nenhuma delas falhou.
c) Muitas delas estão em pleno cumprimento em nossos dias.
d) Outras ainda se projetam para o futuro.
4. Não lhes parece que em vez de colocar nossa confiança nos astros mortos e inconscientes, deveríamos colocar nossa fé no Criador dos astros?
5. Por isso é que me animo a sugerir crer na Santa Bíblia de Deus que penetra no futuro.
a) Com o mesmo entusiasmo e interesse, que lê em cada dia a página dos horóscopos, leiam a santa Bíblia.

6. Gostariam que em alguma destas noites analisássemos algumas destas interessantes profecias da Bíblia? Não percam o tema do sábado sobre As oito palavras que mudaram a história do mundo.

CONCLUSÃO:

Como conclusão, poderíamos dizer:
1. Evidentemente a astrologia está muito generalizada em nossos dias.
2. Respeitem as opiniões alheias. Porém, sendo que
a) se baseiam em postulados politeístas pagãos;
b) não têm base científica que se passa demonstrar;
c) não têm aceitação no pensamento monoteísta cristão;
d) e Deus não as aprova,
e) parece-me que faríamos bem em definir nossa posição diante dos horóscopos.
3. Animo-me a dizer algo mais: Seria bom considerar o que S. Pedro diz em: 2 S. Pedro 1:19-21.
4. Deus promete uma bênção para aquele que presta atenção às profecias de Apocalipse 1:3.



O QUE FAZER PARA QUE O ORÇAMENTO FAMILIAR SEJA SUFICIENTE

INTRODUCÃO:

1. O tema sempre foi importante, mas provavelmente se intensifique sua vigência numa época como a nossa.
2. Milhares de pessoas estão presas ao círculo econômico. Há uma família para sustentar, obrigações hipotecárias que enfrentar, outras contas que devem ser pagas. Deveriam estar contentes com o trabalho, e poderiam estar, mas para muitos o trabalho é uma série de penosas cargas, entre as quais a sobrevivência torna-se em um constante aguilhão.
3. Não são poucos os casais que enfrentam fortes tensões diante da impossibilidade de manter-se dentro do orçamento.
a) O esposo trabalha arduamente e acha que se esbanja.
b) A esposa que faz a maioria dos gastos, sente-se quase culpada... oprimida... Mas decide gastar. Afinal, o marido queixa-se da mesma forma...
c) As crianças vêem e vivem em uma atmosfera tensa.
d) Falta um plano, um orçamento.
e) Às vezes o esposo retém tanto dinheiro quanto pode, e a esposa tira tanto quanto pode.
f) Não há planejamento nem orçamento.
4. Não crêem que estas tensões se devam a um enfoque exageradamente materialista da vida.
"Mesmo sob condições medianamente ideais, o problema financeiro num lar constitui matéria de relevância. Não se deve necessariamente a que o esposo ou a esposa seja ávido por dinheiro; não que o dinheiro, em si, signifique mais do que a afeição e a harmonia no lar. Apenas representa as coisas materiais que proporcionam um ambiente confortável" (A Felicidade Conjugal, p. 110).

I. POR QUE O DINHEIRO NÃO É SUFICIENTE

1. Naturalmente, já temos perguntado a nós mesmos uma infinidade de vezes: Por que o dinheiro?
a) Suponho que, alguns mais, outros menos, mas todos temos nossa filosofia a respeito.
b) De qualquer forma, que tal, se nos animássemos a esquematizar algumas possíveis causas?
2. Ambições excessivas em relação com as realidades que cabe a cada um viver.
a) Creio na virtude das aspirações sadias. Sem dúvida nunca deveríamos renunciar a elas, pois constituem-se em um motor que impulsiona ao progresso.
b) Aqui estou falando de um ponto assinalado pelo Dr. Haroldo Shryock em seu livro A Felicidade Conjugal. "E ao notar as lutas que têm muitos de meus amigos para ajustar seus gastos e suas rendas, descobri que os ricos têm tanta dificuldade, numa média, como os pobres. Parece que o problema do manejo das finanças não pode ser resolvida tendo simplesmente maiores entradas.
"... o segredo pareceria residir em aprender a controlar o desejo de obter coisas que se podem comprar com dinheiro."
c) Sim, Thomas Adams estava certo então: "O ambicioso sobe por escadas altas e perigosas e nunca se preocupa como vai descer: o desejo de subir anulou o medo da queda".
(1) Provérbios 20:13
(2) Provérbios 6:6
3. Outras vezes o orçamento não é suficiente por falta de organização.
a) Não existe um orçamento.
b) Inclusive pode ocorrer que haja alguém que não tenha nenhuma noção a respeito.
4. Às vezes é problema de educação, ou formação.
Disse um economista:
– Necessita-se de três gerações para passar de um estágio de mangas arregaçadas a outro.
– Queria dizer que através da economia e do trabalho árduo, a primeira geração de uma família acumula um bom capital; a segunda geração herda-o, ou desfruta-o, e o faz diminuir; a terceira geração gasta mal o que fica e, finalmente, deve trabalhar diligentemente. Volta a "arregaçar as mangas da camisa".

II. FALEMOS UM POUCO DE ORÇAMENTOS

1. Alguém disse que o orçamento é algo que nos indica para onde irá o dinheiro, em vez de averiguar para onde foi depois de haver sido gasto.
2. Creio que o General San Martin estava certo ao declarar que todo ser humano deve viver com o que ganha. Sem dúvida, o orçamento nos ajuda a alcançar esse objetivo.
a) Ajuda-nos a determinar em que gastar e em que economizar. Isso é bom, porque como dissera Samuel Johnson: o homem que sabe gastar e sabe economizar é mais feliz, por que desfruta de ambas as coisas.
b) Além disso, dá uma estabilidade muito benéfica.
3. Creio que o orçamento deveria contemplar as necessidades da família.
a) Concordo que há diferentes tipos de necessidades:
(1) Básicas ou primárias, que são inevitáveis.
(2) Secundárias, que são boas.
(3) Supérfluas, ou criadas por nossa ambição.
b) Cada família deveria estabelecer a ordem de prioridades de suas necessidades e depois estudar o grau de factibilidade das mesmas.
4. Como ilustração, façamos uma lista de coisas que deveriam entrar num orçamento que também possa incluir as famílias de recursos escassos:
– Luz
– Gás
– Aluguel
– Comida
– Roupa
– Despesas Escolares
– Gastos médicos
– Gastos gerais
– Gastos do esposo
– Gastos da esposa
– Imprevistos
– Caridade - Provérbios 11:26, 25.
– Deus - Deuteronômio 8:11-16, 17.
a) Deveria ser anotado o dinheiro líquido de que se disporá.
b) Em primeiro lugar se deveria calcular o necessário para os gastos fixos.
c) Depois os gastos necessários.
d) Não se esquecer dos imprevistos. Sempre a soma orçamentada em gastos será menor que o dinheiro disponível.
5. Como manejar em forma prática um orçamento?
a) Os que têm noções de contabilidade não necessitam acessoramento, pois sabem manejar com o débito e o haver.
b) Portanto, daremos um sistema simples para as pessoas que não têm noções de contabilidade ou que não se interessam em deixar-se manejar por normas de contabilidade.
c) O sistema dos envelopes:
(1) Faça a lista de itens.
(2) Determine a quantia necessária de dinheiro para cada item.
(3) Some tudo para comprovar que o que foi orçamentado não excede ao dinheiro disponível.
(4) Dedique um envelope para cada item, rotule-o com o item correspondente, e anote no envelope a soma a dedicar.
(5) No caso do item alimento, dedique um envelope para cada semana e divida o que corresponde a comida nas semanas correspondentes.
(6) Coloque dentro de cada envelope a importância designada para esse fim.
(7) Não "peça emprestado" à semana que virá ou a outro item.
(8) Se no final do mês sobrou algo, distribua novamente essa importância.
d) Este simples método, tão fácil de ser levado à prática, tem sido a solução para muitos. Se não obteve bons resultados com outros métodos, por que não fazer a prova?

III. CONSELHOS PRÁTICOS QUE AJUDAM A ECONOMIZAR

1. Alguns descobriram que se economiza muito dinheiro comprando frutas frescas, da época.
a) Geralmente são mais baratas.
b) Os que gostam de conservar frutas, acham que é possível comprá-las a preços muita baixos para o final da época, e assim têm frutas por baixo preço para todo o ano, ou boa parte do mesmo.

2. Outros são ardorosos defensores de cultivar o terreno.
a) Além de economizar os gastos com verdura, fazem um sadio exercício e uma espécie de sedativo nervoso, que nesta época faz muito bem.
b) Os que fazem isto explicam a satisfação que lhes produz comer o que eles mesmas plantaram. E depois de tudo, essas alegrias inocentes também fazem a vida.

3. Parece que quando se compram casas de boa qualidade, duráveis, a longo prazo, saem mais barato.

4. Alguns asseguram que levar uma caderneta onde possam anotar o quanto gastaram para ver em que foi o dinheiro, ajudam-nos a planejar mais objetivamente os gastos do próximo mês, e isso também permite-lhes economizar.

5. Há os que gostam de comprar fiado, com caderneta, como alguns dizem.
a) Geralmente torna-se mais difícil controlar os gastos e como no final têm que pagar...
b) Por outro lado, os que compram como foi determinado (por exemplo com o sistema dos envelopes) controlam mais facilmente.
c) Ademais, comprando com o que foi determinado costumam conseguir descontos e escolhem comprar onde haja preços vantajosos.

6. Nesta época é difícil evitar os créditos, mas convém ser cuidadoso.
a) Alguém disse: se quiser que o tempo passe voando, assine uma nota promissória para 90 dias.
b) Foi Benjamin Franklin que disse:
"Lembre-se que um remendo em seu paletó e dinheiro no bolso, valem mais que uma dívida em suas costas, sem dinheiro para saldá-la."

7. Outra forma de economizar é comprando proteínas da carne. Mas há outras fontes mais econômicas, e vamos compará-las.

Por exemplo: comparemos por kg de cada um.

PREÇO
PRODUTO
GRAMAS DE PROTEÍNA POR KG
ADEMAIS

Carne bovina
182
27 mg de ferro, 110 de cálcio

Carne frango
216
o dobro de ferro que a carne de vaca.

Feijão
207


Lentilhas
208


Feijão soja
349
2270 de cálcio;
800 de ferro s/ colesterol

Queijo
259

Queijo parmesão
327


Um ovo, 3-4 p/ semana (mais que isso não pelo colesterol)
27,9


Amendoim torrado (não comer mais que uma mão fechada em cada vez)
269
760 mg cálcio
190 mg ferro

8. Há mulheres que economizam muito dinheiro fazendo e reformando suas roupas e as dos filhos.
a) Claro, nem todas gostam. Dizia Oscar Wilde: "O primeiro dever de uma mulher é atender a sua modista. Quanto ao segundo, ninguém o descobriu ainda."
b) Concordo que nem todas as donas têm tempo para fazê-lo, mesmo que elas gostassem.
c) Também sei que há mulheres muito virtuosas e inteligentes, mas que não têm habilidade diante de uma máquina de costura.
d) Por outro lado, os desenhistas de modas, defendendo os seus bolsos e não o de seus clientes, encarregam-se de introduzir variedades suficientes tais como para terminar com qualquer orçamento. Pareceria que os que não se preocupam em estar permanentemente na última moda defendem melhor seu dinheiro.
9. Outras formas de "esticar" seu dinheiro.
a) Economizando o dinheiro gasta em jogos e loterias.
(1) Faça a conta e verá o quanto gasta nisso.
(2) No jogo de três colunas da loteca, há 999 probabilidades de perder e uma só de ganhar. As organizações de loterias nunca ganham menos de 60% do dinheiro jogado. Por isso é que os que realmente ganham são os organizadores do jogo, e não o jogador.
b) O dinheiro gasto em cigarros. (Faça a conta de 1,1/2 maço – 30 cigarros por dia - x 12 meses. Depois comente que geralmente na casa fumam vários. Suponhamos que fumem 2 pessoas. Multiplique o resultado obtido x 2.)
c) O dinheiro gasto em vinho, gostoso, porém não um alimento real (1 litro por mês).
d) (Faça o quadro dos três elementos juntos):
Por mês Por ano
Maços . . . . . . . . . . . . .
Vinho . . . . . . . . . . . . .
Loteria . . . . . . . . . . . . .
T OTA L _______ ________

Em 10 anos: Total do ano x 10 = ________
E se o colocasse a prazo fixo?
Ali tem sua própria loteria!

CONCLUSÃO:

1. O dinheiro não é tudo:
a) Não é a vida.
b) Não é a felicidade.
2. Mas o dinheiro é necessário e oferece um apoio:
a) À vida.
b) À família.
c) À felicidade.
3. Como fazer para que seja suficiente?
a) Organizando os gastos.
b) Buscando fontes de economia.
c) Planejando o orçamento antes de utilizar os fundos.
d) Sendo inflexíveis conosco mesmos, não saindo do orçamento.
4. Vale a pena provar.
a) ILUSTRAÇÃO: Conta-se que um homem esteve preso 20 anos, em uma prisão sem ferrolhos, por não fazer a tentativa de empurrar a porta!
b) Por ali, esta é a porta. Por que não tentar?

A SAÚDE MENTAL E SEUS COMPLEXOS
Pr. Carlos Aeschlimann

INTRODUÇÃO:

1. Todos nós sentimos intenso apega à vida.
a) Por isso procuramos nos proteger das enfermidades e perigos.
b) Em todos os tempos esse poderoso sentimento tem impulsionado os homens a realizar grandes esforços para prolongar a média de vida.
c) Médicos como Sérgio Voronoff e outros têm dedicado sua existência à busca de algum elixir mágico que prolongue a juventude.
2. Que tipo de vida levamos?
a) Blake dizia: 'Em todos os rostos que encontro, vejo sombras de fraqueza e de dor."
b) A existência da grande maioria é uma luta constante.
c) Luta com o meio ambiente que nos sufoca por sua crua concepção materialista.
d) Luta com um sem-fim de falsos inimigos.
3. Contudo, as lutas mais violentas travam-se em nosso ser.
a) O ego, influenciado por tendência hereditária e adquirida.
b) A mente onde combatem as fobias, os complexos, inibições, idéias fixas, etc.
c) A alma que luta com os poderosos gigantes do medo e da ira.
4. Na realidade somos um cúmulo de tendências encontradas e reações inesperadas.

I. A MENTE

1. Consideremos a mente que é a sede das mais elevadas funções.
a) Dela governam-se nossas sistemas, órgãos e sentidos.
b) É, também, a sede da vida racional e emotiva.
2. Os psicólogos explicam que a mente está estruturada em três estágios bem diferentes, o que se pode ilustrar comparando-a com uma casa de três pisos:
a) CONSCIENTE: Seria a planta baixa e corresponde a vivências diárias e à atividade mental do momento.
b) SUBCONSCIENTE: Corresponderia ao porão da casa e é a parte interna da mente que funciona como um enorme arquivo, onde ficam registradas e armazenadas todas as experiências, frustrações, desejos e educação.
c) SUPER EGO OU CONSCIÊNCIA: Seria a planta alta, ou seja, o conjunto de regras morais e princípios de ética que nos têm sido inculcados e que atuam como um censor e freio de nossas ações.
3. Fala-se muito e escreve-se muito acerca da mente, pois foi estabelecida a estreita relação que muitos transtornos físicos acumulam com a mente perturbada ou intranqüila. A eminente escritora Ellen G. White disse: "A condição da mente tem muito que ver com saúde do organismo. Nove décimos das enfermidades de que sofrem os homens têm seu fundamento na mente."
4. Por outro lado as estatísticas pintam-nos um quadro alarmante sobre o estado da saúde mental do mundo.
a) Nos EE.UU. todos os anos morrem 250.000 no poço da loucura.
b) O Dr. Luís Karnosh da Western Reserve University afirma: "A neurose ocupa o segundo lugar depois do resfriado, entre as enfermidades mais comuns."
c) Tudo isso nos diz que o naufrágio da demência e a neurose constituem uma das tristes características deste século.

II. COMO ENLOUQUECEM AS PESSOAS?

A psiquiatria, ciência que estuda a mente, tem estabelecido uma série de conclusões muito interessantes:
1. Ninguém enlouquece de imediato, mas todo resultado de alienação mental é resultado de um processo mais ou menos prolongado. Ao aparecerem sintomas de alienação, é possível fazer muito mediante uma atenção adequada.
2. Também nos transtornos da mente, é melhor prevenir do que curar.
3. Nos casos de alteração mental concorrem três fatores essenciais.
a) Fator hereditário, predisposição biológica ou constitucional.
b) Fator emocional ou psíquico, ou seja, uma situação permanente de conflito sem resolução.
c) Fator desencadeante: um feito fortuito que é como a pedra no caminho.
(1) Pode ser uma infecção.
(2) Uma emoção violenta.
(3) Um susto.
(4) Uma grande desilusão, etc.
4. Somente a conjunção destes três fatores determina a loucura.
a) Há pessoas que apesar de estarem predispostas nunca terão problemas.
b) São os conflitos morais, desmaios, ansiedades e angústias QUE NÃO SE SOLUCIONAM os que afetam a saúde mental.
c) Daí a importância de determinar nossos problemas, averiguar suas causas e buscar as soluções.

III. EVASÃO DA REALIDADE E SEU MECANISMO

1. Quando não se encaram os problemas recorre a evasão da realidade. Isto é, refugiar-se num mundo ilusório e fictício. Entretanto, quanto maior for a evasão, mais pronunciado se torna o transtorno psíquico. Neste processo mental de auto-engano que às vezes se realiza inconscientemente, a mente usa certos ardis para escapar dos problemas apresentados. Vejamos alguns como exemplos:
a) "CATATÍMIA": É a deformação da realidade pela excitação dos sentimentos. Em outras palavras, ver as coisas mais avultadas do que realmente são.
b) REGRESSÃO: Consiste na expressão exagerada dos sentimentos. Chama-se regressão porque regride o indivíduo à etapa infantil. O mesmo ocorre àquele que termina uma discussão com frases que ferem e um grande golpe à porta. A regressão faz com que o indivíduo se expresse emocionalmente em vez de racionalmente.
c) RACIONALIZAÇÃO: Consiste em deformar os verdadeiros motivos, disfarçando-os para que pareçam nobres e dignos. É um dos estratagemas mais comuns do neurótico que geralmente se transforma em hábito permanente. É uma forma de auto-justificação que é usada em vez de analisar com franqueza a motivação dos atos e encontrar as soluções que correspondem.
d) PROJEÇÃO: Por meio desta mania desloca a causa ou a responsabilidade de um conflito a outra pessoa ou objeto. Outras manias mentais são: isolamento, repreensão, desassociação, conversão dos conflitos em doenças físicas, identificação, etc.
2. Estas manias têm como causa básica a ANSIEDADE, que é um estado emotiva crônico, complexo com apreensão e temor como ingrediente principal.
a) A ansiedade é um temor vago e difuso diante dos perigos, às vezes ilusórios: tem seu foco central na dinâmica do comportamento.
3. Há um mecanismo mental que nos permite superar em forma construtiva e nobre; é a sublimação, que recusa derivar por canais ilícitos o excesso de energia psíquica provocada pelos desejos: instintos ou propósitos que a consciência inibe de realizar.
4. Quando o paciente foge da realidade sem enfrentar seus problemas, tem que excitar o uso das manias mentais com o qual se forma um trágico circulo vicioso que vai agravando sua saúde mental e pode converter-se em um estado demencial.

IV. OS COMPLEXOS

1. A maioria dos conflitos que tiram a paz da alma, sobrevêm quando tendências anti-sociais e regressivas, submergidas no subconsciente, lutam para nivelar no campo consciente, mas entram em choque com a censura dos princípios morais da consciência.
a) Os complexos podem ter também suas raízes em experiências desafortunadas na infância, que provocaram uma ferida e trauma no subconsciente, ferida que ao supurar, estorva a vida do jovem ou do adulto.
2. O que é um complexo?
a) Segundo Strecker e Appel, complexo é:
"Uma idéia ou grupo de idéias estreitamente ligados por um laço emocional".
(1) A emoção é o sentimento que dá energia e cor à vida.
(2) O amor, o ódio, a tristeza, a ira, são emoções.
(3) Quando ima idéia está intimamente ligada a uma emoção, forma-se um complexo.
(4) Por exemplo: Alguém tem um complexo de medo da escuridão. Ao pesquisar descobre-se que na infância o indivíduo foi preso num lugar escuro onde experimentou um medo terrível. Agora a idéia de escuro vai ligada à emoção do medo e aí está a presença de um complexo.
3. Complexos bons e maus.

a) Nem todos os complexas são maus. Aquelas idéias matizadas pela emoção, que movem à ação nobre e construtiva, são complexos bons.
(1) Poderíamos mencionar o patriotismo.
(2) O afeto familiar, etc.
b) Outros complexos são inofensivos.
(1) Entre eles se poderia mencionar o colecionar selos.
(2) Moedas.
(3) Qualquer outro hobby.
c) O complexo é prejudicial quando se destrói e inibe, produzindo predisposições, preconceitos, intolerâncias, atos de injustiça, etc.
4. Características do Complexo:
a) O pensamento em vez de ser lógico é emocional, Todo aquele que defende uma idéia, passando por alto o raciocínio, a lógica, as analogias, para atender somente os seus sentimentos, tornando-o em forma enfática e mesmo violenta, está na presença de um complexo.
b) Faz associações com facilidade; a idéia fixa estende-se veementemente. Em todos os temas ou ocasiões, vê uma alusão ou oportunidade para manifestar-se.
c) É insistente: Brota a cada instante e procura expressar-se em todo momento.
5. Os três grandes complexos.
a) Complexo do eu:
(1) Todos temos este complexo.
(2) A ele corresponde o instinto de conservação.
(3) A dignidade pode assumir uma forma perniciosa quando se manifesta em um sem-número de fobias.
(4) Outros complexos que correspondem ao básico do eu, são os complexos de inferioridade, que consistem em subestimar ou sobrestimar nossos méritos ou submissão reais ou aparentes.
b) O complexo sexual.
(1) Em sua forma nobre manifesta-se no amor.
(2) Na ternura.
(3) Os sentimentos maternais e paternais.
(4) Em sua forma perniciosa encontram-se nos ciúmes, as loucuras sexuais, o sadismo e no fetichismo.
c) O complexo gregário:
(1) Nasce da necessidade da sociabilidade.
(2) É bom quando se expressa em forma de amizade, fraternidade, solidariedade, heroísmo.
(3) É mau quando assume as formas de misantropia, tirania, etc.
6. O complexo de inferioridade.
a) Provavelmente, é o complexo mais popularizado e também o mais temido. Strecker e Appel dão a seguinte definição: "O sentimento de inferioridade é uma idéia ou série de idéias fortemente atadas por um vínculo emocional, que nos faz sentir inferiores diante de nossos semelhantes.
b) Há diferenças entre sentimento e complexo de inferioridade.
(1) O sentimento é simples, consciente e não tem nada de mórbido ou deprimente; mas suscita energias, desperta a emulação e a vontade de triunfar.
(2) O complexo é mais complicado, geralmente inconsciente, produz inibição e pode chegar a ser mórbido.
c) São várias as causas que determinam o complexo.
(1) Insatisfações na tenra infância, imposições por parte de companheiros mais velhos, fracassos, castigos injustos, sugestões de inferioridade como ouvir dizer a cada passo: "Não serves para nada", educação sexual defeituosa, etc.
(2) Também influem os defeitos físicos, a falta de educação, a escassez econômica.
(3) Todo desvio do termo médio que seja no aspecto ou na função física.
(4) Muitas vezes os pais são os causadores do complexo, ao orientá-los para profissões para as quais não têm capacidade ou sugerindo-lhes continuamente a idéia de que são e serão inúteis.
(5) A educação puramente repressiva e a falta de carinho são tremendos para a psique da criança.
d) O complexo manifesta-se em formas contraditórias, que flutuam entre:
(1) A atitude derrotista e apática.
(2) Até a desafiante superioridade em que se aparenta um valor e uma segurança que não se possuem.
(3) Outros se refugiam num mundo interior povoado de fantasias.
e) O complexo de inferioridade não é sempre pernicioso.
(1) Pode chegar a ser extraordinariamente fecundo quando estimula o progresso e mantém alerta e dinâmico o indivíduo.
(2) A mesma falta de êxito e perfeição mantém na luta e excita a vontade.
f) O segredo fundamenta-se em adotar compensações adequadas que podem desenvolver perfeições não usadas.
(1) Centenas de artistas, pintores, músicos e escritores, escalaram a fama e a perfeição como compensação por desagradáveis defeitos.
(2) Tal é o caso de Demóstenes, gago que chegou a ser o maior orador da Grécia.
(3) Beethoven, surdo, criou as melodias mais perfeitas.
(4) Miguel Ângelo, de aparência fraca, pintou e esculpiu figuras belíssimas.
(5) Helen Keller, surda, muda e cega, transformou-se em um espírito ricamente cultivado.
g) Ninguém necessita fracassar por causa do complexo de inferioridade, o segredo consiste em aproveitar nossas grandes possibilidades de reação.
7. Fatores que produzem os complexos
a) Podem ser externos como o excesso de trabalho, fadiga ou as frustrações.
b) Mas quase sempre as causas são internas.
(1) Em muitas ocasiões os traumas psíquicos inferidos na mente sensível da criança, por erros na educação, causam um complexo difícil de curar.
(2) Por exemplo: um pai repreende o seu filho na presença de terceiros, dizendo-lhe que é um inútil e imprestável. Passam os anos e logo o jovem e adulto luta com um sofrível complexo de inferioridade, não progride na vida porque está convencido de que é um inútil.
c) Outras vezes os problemas sem serem encarados e resolvidos são uma fonte de complexos.
d) Mesmo assim os conflitos morais, por atos que estão renhidos com os bons princípios, podem causar o agonizante complexo de culpabilidade.
8. Formas de encarar os complexos.
a) Muitos praticam a filosofia da fuga, ou seja, evitar a confrontação com seus problemas, ou consigo mesmo.
b) Outros efetivam o que o Dr. Paul Tournier denomina: "Liquidação menor", que consiste em dar respostas motrizes a nossos problemas.
c) Outros recorrem ao psicanalista.
d) Em casos extremos não falta os que se entregam aos vícios.
e) Quando tudo se afunda, o homem fugiu definitivamente da luta consciente e perde a razão.


V. O PAPEL DA PSIQUIATRIA

1. Esta matéria científica que tem experimentado extraordinários progressos nos últimos decênios, tem indiscutivelmente uma missão muito grande que realizar.
a) No campo da prevenção, oferece conselhos úteis, e no da cura, procedimentos eficazes que têm conseguido resultados louváveis.
2. São ensaiados hoje com relação ao êxito, diversos tipos de psicoterapia, tais como:
a) Eletrochoques
b) Insulinoterapia
c) O uso da "reserpina" e outras drogas que, devidamente dosadas e combinadas, restituem a normalidade parcial ou total a milhares de pacientes.
d) Não esqueceremos o valor extraordinário da terapia ocupacional, que consiste em brindar trabalho útil e produtivo aos pacientes.
3. Contudo, a psiquiatria tem suas limitações.
a) Nem sempre consegue curar e aliviar a todos os enfermos.
b) Em muitas oportunidades deixam raízes do mal que logo voltam a florescer.

VI. UM FACTOR INDISPENSÁVEL PARA A SAÚDE MENTAL

1. Para conseguir soluções para os seus problemas, você deve romper as cadeias opressoras dos complexos e conseguir uma transformação feliz da personalidade. O homem necessita de uma ajuda Suprema.
a) O único e grande remédio para os complexos, males da alma humana são: a fé e a confiança em Deus: em uma palavra, os valores eternos do cristianismo.
2. Os psiquiatras e homens da ciência aconselham uma reavaliação dos valores do cristianismo e da aceitação e conformação da vida de seus princípios imortais.
a) O Dr. Carl Jung disse: "À par da decadência da vida religiosa, as neuroses tornam-se notavelmente e mais freqüentes."
b) O Dr. J. A. Hadfield, um dos maiores psiquiatras da Inglaterra escreveu:
"Falando como estudioso da psicoterapia, estou convencida de que a religião cristã é uma das mais valiosas e potentes influências para produzir essa harmonia e essa confiança da alma que se necessita para a saúde de uma grande proporção de pacientes nervosos."
c) E Dr. William Brown, catedrático de filosofia mental de Oxford, expressa: "Estou mais convencido que nunca, de que a religião é a coisa mais importante para a saúde mental."
d) William James, um dos maiores filósofos contemporâneos, declarou: "Natura1nlente o tratamento radical da ansiedade encontra-se na fé cristã."
3. Conta-se que um paciente afligido por profundos conflitos, foi consultar ao célebre Dr. Carl Jung. Este aconselhou-o a prática dos princípios do cristianismo, enfatizando que esta era a melhor terapêutica que podia prescrever. Os imortais princípios do cristianismo genuíno produzem na mente e no coração, forças dinâmicas que ajudam a pessoa a enfrentar os problemas com um novo enfoque. Animados pela segurança da bênção divina, o homem sente-se sustentado e acompanhado nas duras lutas da vida. A mente agoniada encontra a verdadeira paz. Os grandes interrogantes encontram sua lógica resposta.
Com razão disse o Dr. Jung: "Durante os últimos trinta anos pessoas de todas os países civilizados têm-me procurado. Tratei de centenas de pacientes. Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida – isto é de mais de 35 anos – não houve um, cujo problema não fosse em última instância o de encontrar uma perspectiva religiosa para a vida. Posso dizer que todos eles se sentiam enfermos porque haviam perdido o que as religiões vivas de todos os tempos têm dada a seus fiéis, e que nenhum deles foi curado sem reconquistar essa perspectiva religiosa."

CONCLUSÃO:

Vale a pena conhecer esses princípios cristãos que nos levam a um melhor conhecimento de Deus e que podem transformar o rumo de nossa vida. "Cristo e Sua doutrina quando chegam a ser a pauta que rege a vida, constituem o único que pode fazer surgir fortaleza na fraqueza, esperança na incerteza, calma na angústia, paz na convulsão: o único que pode assegurar-nos o mais alto grau de felicidade."


SEIS PALAVRAS QUE MUDARAM A HISTÓRIA DO MUNDO
Nota: Este tema costuma ser de mais impacto quando é ilustrado com muitos diapositivos.

INTRODUÇÃO:

1. A fim de desfrutar melhor este tema, faremos uma breve recapitulação do que cada um de nós temos estudado em nossas aulas de história.
2. Depois analisaremos as seis palavras que mudaram a história do mundo.
3. Veremos seu impressionante cumprimento histórico que chega até nossos dias e ainda penetra no amanhã.

I. BREVE ESQUEMA HISTÓRICO

1. Há vários métodos filosóficos de estudo da História, e todos eles têm seus partidários. Estas filosofias da História obedecem ao modelo que os historiadores asseguram encontrar no passado.
a) Modelo Linear. Que segue uma direção.
(1) Uma interpretação linear pode ser progressiva ou regressiva. A maioria das teorias lineares tem sido progressivas. Por exemplo Kant.
b) Cíclico. Ciclos que se repetiriam indefinidamente em povos e épocas sucessivas. (Osvaldo Spengler toma dos gregos e o compara a estações).
c) Caótico, exibindo, como o declarara H. A. Fischer, somente o jogo do não contingente e o não esperado.
d) Existem várias combinações das possibilidades básicas. Um desenvolvimento cíclico pode estar ligado a um linear para formar um tipo de avanço espiral, como sustenta Vico em seu New Science.
e) Também existe método religioso da História, de Reinhold Niehuhr.
2. Talvez o método mais popular entre os historiadores seja o cíclico, que já mencionamos.
a) Poderíamos resumi-lo em um provérbio: A história se repete.
b) Aparentemente a história lhes daria a razão até certo ponto. Se assim o fora, há 6 palavras que mudaram a História do mundo.
c) Um breve enfoque da História demonstra-nos que durante séculos se cumpriu o aforismo "a história se repete". Pelo ano 605 A.C. surge no panorama histórico o império de Babilônia, impulsionado por Nabucodonosor. Estes são desalojados pelo império Medo-Persa. À queda destes, se sucede o terceiro império universal: os gregos, que com Alexandre à frente, derrotaram os seus antecessores. Até aqui a história se repete: Após a queda de um império universal surge outro e assim sucessivamente. Então surge o império romano que termina com o grego. Mas quando cai Roma (476 D.C.) a história muda e longe de surgir outro império universal, estabelecem-se (no que fora o império romano) 10 reinos que lutam pela supremacia sem consegui-la por nenhum deles, nem tampouco conseguem unir-se. É que as seis palavras das que nos ocuparemos nesta dissertação mudaram o destino do mundo.

II. UMA MARAVILHOSA PREDIÇÃO

1. As seis palavras em questão formam parte de uma admirável profecia bíblica escrita pelo profeta Daniel há 2.500 anos (dados comprovados pela arqueologia moderna).
2. No capítulo 2 do livro da Santa Bíblia escrito pelo profeta já mencionado, Deus ilustrou o desenvolvimento da História desde aquela época até nossos dias, por meio de uma imponente imagem que revelou em um sonho inspirado. Resumiremos o que aparece em Daniel 2:17-36.
a) Após fervorosas orações por parte do profeta e de seu círculo íntimo, o enigma é revelado.
b) O profeta expressa ao rei o conteúdo do sonho e seu significado destacando o fato de que ele, como indivíduo, carecia do poder e da sabedoria para explicar os enigmas que exporia, e que ao fazê-lo expressaria o que Deus havia revelado.
3. O conteúdo da visão. Daniel 2:31-35.
Na visão aparecia uma estranha imagem, de aspecto imponente. A cabeça era de fino ouro; os peitos e braços de prata; o ventre de metal ou bronze; as pernas de ferro; e os pés tinham a fragilidade do barro misturado com a fortaleza do ferro. Então cai uma pedra, não cortada com mão humana, que dá nos pés e esmiuça toda a estátua e ela (a pedra) enche a Terra.

III. SIGNIFICADO NA VISÃO PROFÉTICA

1. Se as coisas houvessem terminado aqui, prestar-se-iam a um sem-número de interpretações. Mas o profeta, inspirado por Deus, dá a interpretação. Daniel 2:36-60.
a) Cada um das elementos constituintes dessa estátua simbólica representava um império, que apareceria em forma sucessiva a partir de Babilônia. Por que a partir de Babilônia?
Daniel 2:37-38.
b) Se compararmos a História com esta profecia, veremos como as características dos impérios estão magnificamente ilustradas nos símbolos preditos pelo profeta.
2. Babilônia foi adequadamente ilustrada com a cabeça de ouro. Na Babilônia houve muito ouro.
a) ILUSTRAÇÃO: A história do ouro é uma controvérsia. Arruinou a milhões e tem elevado a milhares ao pináculo da glória. Na Babilônia havia muito ouro, Mas os persas se apoderaram do mesmo. Quando Alexandre, por sua vez, conquistou a Pérsia, era tanto o ouro que encontrou que lhe foi necessário empregar 2.000 soldados para que trabalhassem durante um mês transportando esse ouro À Macedônia. Os romanos o levaram à Grécia e à Roma, e mais tarde foi tomado pela primeira tribo de bárbaros que entrou em Roma: os Visigodos. Mas os espanhóis, descendentes dos visigodos, não souberam aproveitar esse ouro. No ano de 1492, por ocasião do descobrimento da América, a Espanha encontrava-se à beira da ruína financeira. O ouro da América salvou a Espanha do colapso econômico. Em Lima, Peru, pude-se ver o cadáver de Francisco Pizarro que está em exibição. Não é mais que um montão de ossos, embora estejam conservadas algumas partes do corpo cobertas com músculos secos. Esse é o homem que levou à Espanha o ouro dos incas, o homem que teve entre suas mãos toneladas de ouro. Mas hoje seu cadáver não se diferencia das demais.
"Sie transit gloria mundi." Assim se passam as glórias do mundo.
b) O historiador King, em sua história da Babilônia, fala do templo de Marduk. Nabucodonosor havia feito revestir suas paredes com ouro como se fossem de gesso.
Heródoto afirma que no interior do templo havia uma grande figura sentada de Zeus que, como o trono, o pálio e a mesa que havia diante dela, eram de ouro. Pesavam uns 800 talentos, aproximadamente 30.000 quilos. Dario pensou em roubar a estátua do templo, mas não se animou a realizar esse sacrilégio. Xerxes, seu filho, o fez. Deodoro acha que o valor contido nesse templo era de uns 6.300 talentos babilônicos de ouro, ou seja, mais de 1 bilhão de dólares. (Haveria que atualizar o valor de acordo com a alta do ouro nos últimos anos.)
3. Parecia mentira que a profecia pudesse cumprir-se, porque para as armas daquela época, Babilônia era inexpugnável. Tinha:
§ Muralhas: 100 m altura x 30 de largura e um perímetro de 90 km.
§ Jardins suspensos.
§ Palácios: vários km de circunferência.
§ Ruas: eram 50 de 25 km de comprimento que se cruzavam em ângulo reto. (Segundo a descreveu Rawlinson, Lenormant, e Sayce, seguindo a Heródoto).
4. Mas a profecia fazia alusão à queda da Babilônia nas mãos de um segundo império representado, na estátua, pelos braços e peitos de prata. Daniel 2:39. p.p.
a) No ano 539 A.C. Medo Pérsia, um reino importante, porém menor que Babilônia, dominava a este, cumprindo com exatidão a profecia bíblica.
5. E um terceiro reino, como de bronze. Daniel 2:39.
a) Qualquer que tivesse vivido nessa época e houvesse sido um pouco observador poderia haver tirado a seguinte conclusão: A História se repete, Babilônia cumpriu seu ciclo e foi vencida por Medo-Pérsia. Esta cumpriu seu ciclo e foi vencida pela Grécia. Quando esta cumprir seu ciclo, cairá nas mãos de um quarto reino e este de um 5º e de um 6º, etc.
Vejamos o terceiro reino.
b) O brilho como de ouro, mas transitório, que oferece o bronze, poderia ser um símbolo adequado da meteórica carreira de Alexandre Magno, que dirigiu o surgimento do império Greco-Macedônico.
c) No ano 331A.C., o império Greco-Macedônico se apodera da hegemonia que tiveram os Medo-Persas.
d) Em 8 anos, (de 331-323) recorreu e dominou Ásia Menor, Síria, Palestina, Egito, Mesopotâmia, Babilônia, Pérsia, Média, Bactriana, Sogdiana, Beluchistão e vários outros países situados nos confins da Índia. Plutarco compara sua carreira à de um meteoro.
e) O império de Alexandre estendeu-se desde o Indu até o Mediterrâneo, e desde o Danúbio e o Araxes até o oceano Índico.
f) Em três batalhas: Grânico, Iso e Arbela, derrotou todos os exércitos de Dario Godomano.
"Depois da guerra médica – disse Montesquieu – a expedição de Alexandre é o maior acontecimento que a História possa lembrar."
g) Alexandre, com 40.000 soldados de infantaria e 7.000 de cavalaria venceu ao exército persa de 1.000.000 de homens.
Mas o que havia dominado o mundo não pôde dominar a si mesmo e morreu por conseqüência de uma intoxicação alcoólica na cidade da Babilônia na prematura idade de 33 anos.
h) À morte de Alexandre, mais de uma vintena de seus generais viram-se envolvidos em guerras internas, eclipsando o brilho do genial conquistador, até que quatro deles (Cassandro, Seleuco, Licímaco e Ptolomeu) dividem a direção do reino.
6. E um quarto reino como o ferro. Daniel 2:60.
a) A História se repete. Se houvéssemos vivido nos dias de Roma poderíamos haver argumentado: e quando completar seu ciclo cairá e surgirá um 5º reino, e um 6º e um 7º, e assim indefinidamente.
b) O ferro é um símbolo adequada do férreo império romano, que vence a Grécia na batalha de Pidna no 168 A.C., e se constitui em Império Universal.
c) As armas da república, às vezes vencidas na batalha, mas sempre vitoriosas na guerra, avançaram a passos rápidos até o Eufrates, Danúbio, o Rim e o oceano; e a imagem do ouro, da prata ou do bronze que podiam servir para representar as nações e seus reis, foram sucessivamente quebrantadas pela férrea monarquia de Roma. (Eduardo Gibbon, Decline and Fall of the Roman Empire, tomo 3, cap. 38. Schubert L., V, J., 61.)
d) Calcula-se que chegaram a ter 70.000 de escravos no império.
e) O império romano alcançou sua maior extensão sob Trajano, no ano 98 de nossa era.
Chegava do Atlântico ao Tigre, e desde a muralha de Antônio na Grã-Bretanha ao Danúbio, os Cárpatos e o Mar Negro pelo norte, até os desertos da África e Arábia pelo sul.
Tinha quase 600 léguas do norte ao sul, e mais de mil do oriente ao ocidente.
7. Mesmo que a lógica, baseada nos antecedentes históricos, houvesse nos dito que ao cair Roma deveria surgir um quinto império universal e outro e outro, o ritmo da história viu-se transformado bruscamente.
a) Chegamos ao momento em que a história muda. Não surge um quinto império universal. Roma é invadida pelas tribos bárbaras, e como resultado fica dividida entre os alamanes, francos, burgúndios, suevos, vândalos, visigodos, anglo-saxões, ostrogodos, lombardos, e hérulos. Estas tribos deram origem aos atuais estados da Europa.
b) A profecia o indicava. Daniel 2:41, 42.

IV. AS SEIS PALAVRAS

1. Daniel 2:43
a) "Não se ligarão um ao outro."
b) Estas seis palavras mudaram o ritmo da História.
2. Muitos grandes militares e políticos lutaram contra estas seis palavras (consciente ou inconscientemente), mas tiveram que humilhar-se.
3. Carlos V.
a) Dizia que em seus domínios o sol nunca se punha. Dominou a América, os Países Baixos, parte da Itália e Alemanha. Mas enfermou-se de reumatismo e teve que abdicar em favor de seus filho Filipe II e se encerrou num convento de Yute.
4. Carlos Magno: Tentou unir o que uma vez foi o império romano. "Seus exércitos venceram em todas as batalhas, mas não conseguiu seu objetivo. Morreu antes. Faz pouco seus restos mortais foram encontrados em Aix Chapella. Estava o esqueleto sentado com uma coroa de ouro sobre sua caveira e seu dedo assinalando um versículo de uma Bíblia manuscrita, o versículo era: 'Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente' Isaías 60:8."
5. Luiz XIV, monarca absolutista do século XVII:
a) O colbertismo deu-lhe certa hegemonia.
b) Disse ao seu neto quando este foi enviado para governar a Espanha: "Filho meu, já não há Pireneus."
c) Porém, as seis palavras o fizeram recordar que os Pireneus continuavam de pé...
6. Napoleão:
a) À medida que expandiam seus domínios, criava tronos para seus irmãos e cunhados.
b) A seu filho o chamou: "Rei de Roma."
c) Declarou: "Em cinco anos serei dono do mundo." Não obstante perdeu sua última batalha. Napoleão culpou a chuva, mas em seu desterro de Santa Helena disse: "O Deus Todo-Poderoso era mais forte do que eu.
d) Víctor Hugo, ao falar do conquistador e de por que perdeu a tão bem planejada batalha de Waterloo, disse: "Estorva a Deus."
e) As seis palavras: "não se ligarão um ao outro", foram mais poderosas que seu gênio militar.
7. Vitória e Christian IX da Dinamarca, conhecidos como "os avós da Europa", pareciam estar unindo ou misturando com semente humana, ou com alianças humanas, a Europa. Seus descendentes governavam sobre os diversos tronos.
8. Jorge V tinha nada menos de 100 parentes nas cortes da Europa. O Kaiser Guilherme II era seu primo, assim como o czar da Rússia. A rainha da Noruega era sua irmã e a rainha da Espanha sua prima.
a) Estavam como dizia a profecia: unidos ou aliados por alianças humanas.
b) Mas as seis palavras diziam: "Não se ligarão um ao outro."
c) Embora fossem todos parentes, sobreveio a primeira guerra mundial; pelejaram "como cachorros e gatos", e as seis palavras se cumpriram.
9. Hitler quase o alcança.
a) Declarou: "Fundarei um império que durará mil anos."
b) Chegou a dominar a Polônia, França, Checoslováquia, Romênia, Albânia, Iugoslávia, Grécia, os Países Baixas, Noruega, Bélgica e Holanda. Os exércitos nazistas estiveram a ponto de cruzar o Canal da Mancha para ferir a batalha decisiva pela Europa no próprio território das Ilhas Britânicas.
c) Quando já parecia estabelecer o 5º império universal a partir de Babilônia, espatifou-se contra as seis palavras, e não pôde.
10. Carlos Magno, Carlos V, Luiz XIV, Napoleão, Hitler, Mussolini, os Estados Unidos e a Europa e ainda as próprias Nações Unidas, organização que nos inspira profundo respeito pelos ideais que sustenta, mas que está se tornando impotente contra a Palavra de Deus, tiveram que humilhar-se diante desta profecia.

V. COMO TERMINARÁ A CRISE

1. A profecia não termina aí.
a) Fala de um poder representado pela pedra que pulverizava a estátua e crescia.
b) Finalmente a pedra ocupava o lugar de todos os reinos anteriores.
2. A quem representava essa pedra?
a) Alguém poderia dizer: os EE.UU.
b) Outro: a Rússia.
c) Outro: a China.
d) Outro: o mundo árabe.
e) Ou inclusive: a igreja.
3. Não necessitamos conjeturar.
a) Felizmente, também isso está explicado na profecia.
b) Daniel 2:44-45.
"Nos dias destes reis"', ou seja nossa época, quando querem unir-se e não o conseguem.
c) "O Deus do céu suscitará um reino."
4. Que reino?
a) Quando Jesus nasceu da bem-aventurada virgem Maria há 20 séculos, veio pagar a dívida de nossos pecados, Essa manifestação de Sua misericórdia significou que o reino de Deus, em sua fase de reino da graça, havia chegado até a raça humana.
b) Agora se refere a outra fase: a glória.
5. Há uma frase reveladora: "nem será o reino deixado a outro povo"
a) Quer dizer que não será administrado por seres humanos.
b) Evidentemente o próprio Deus o fará.
c) Será o cumprimento da oração do Pai nosso: "... venha o teu reino."
d) Do Credo: "Está sentado à destra de meus Pai Todo-Poderoso, e desde aí há de vir para julgar os vivos e os mortos."

CONCLUSÃO:

1. Quer dizer, amigo, que estamos vivendo nos últimos dias de nosso mundo enfermo, momentos nos quais Deus intervirá para terminar com tanta miséria, injustiça e dor. Estamos nos dias em que "o Deus do céu levantará um reino que jamais se corromperá." Agora, mais que nunca, cobram atualidade as palavras que o Senhor nos ensinou a orar no Pai nosso: "'Venha o teu Reino."
2. Deus abençoe e ajude para que você e seus queridos façam a devida preparação para esse dia glorioso, e assim serem cidadãos desse reino eterno e feliz.


A EDUCAÇÃO DOS FILHOS

INTRODUÇÃO:

1. Para que reine a alegria no lar são necessários os filhos.
a) Isto pode soar estranho a alguns ouvidos nesta época quando se pensa cada vez mais seriamente em controlar a natalidade.
b) Não discutiremos agora se é correto ou não limitar o número dos nascimentos, mas sim diremos que, quando Deus estabeleceu o santo estado do casamento – no sexto dia da criação – incluiu em Seus planos os filhos, como um elemento que acrescentaria o prazer dos cônjuges.

2. Havia em certa ocasião um casal que pela situação financeira evitou ter filhos. Com o passar dos anos reuniram uma fortuna considerável mas não eram felizes, faltava-lhes algo. A esposa chorava em sua solidão e o esposo sofria. Um dia, estando no escritório de seu secretário, atendeu o telefone. Era uma voz infantil que falava do outro lado, e que com inocência lhe disse: "Papaizinho querido...".
a) Tratava-se da filha de seu secretário.
b) Enquanto secava uma lágrima que procurou conter inutilmente, pensou consigo mesmo: "Este homem, com menos recursos financeiros, é mais feliz do que eu."

3. Não é pequena a responsabilidade dos pais. Por isso, enfatizamos tanto na necessidade de personalidades amadurecidas ao abordar o tema do lar.
O Papa João XXIII disse: "É mais fácil para um pai ter filhos, que para eles, ter um pai que saiba sê-lo."
4. Nesta conferência enfocaremos aspectos práticos quanto à educação dos filhos.

I. ONDE DEVE SER VERIFICADO O PROCESSO EDUCATIVO DO FILHO

O primeiro ponto que analisaremos, é onde educar a criança.
1. Alguns pensam, imediatamente, em boas escolas.
2. Outros procuram professores de maior prestígio e depositam neles sua confiança.
a) Creio que isto é bom, mas não o ponto mais importante.
3. O ponto nevrálgico na educação dos filhos está no lar.
a) Jamais poderemos exagerar sua importância na educação e na formação da personalidade da criança.
4. Vejamos isto em forma bem prática.
a) A criança vive acordada umas 14 horas por dia, ou seja 5.110 horas por ano. Destas, assiste às aulas somente 640 horas contra 4.670 horas que pode passar junto a mãe (se tomamos em conta que assiste às aulas 8 meses integrais por ano, 20 dias ao mês e 6 horas diárias).
b) A professora terá que ver, ao mesmo tempo, com outros 30 alunos enquanto que a mãe o fará no máximo, com outros 3 ou 6.
c) Admitimos que a tarefa do professor é a de ensinar, enquanto que a mãe tem que se dividir entre muitas outras.
d) Contudo, a maioria das crianças vão à escola uns 6 anos depois de haver chegado ao lar.
e) Na escola a professora poderá ensinar matemática, história, geografia, ou qualquer outra matéria do conhecimento humano; mas no lar os pais inculcarão a própria vida por meio do exemplo.
f) Embora seja certo que um professor consciente procure ensinar a seus alunos princípios morais e de urbanidade sadios, os laços insuperáveis de inter-relação de mãe-filho fazem que o lar tenha maiores possibilidades na arte de inculcar princípios de hábitos e vida.
g) Sem que o notemos, as crianças adotam a filosofia da vida, as virtudes e mesmo os defeitos dos maiores.
h) É possível que alguns pais não hajam advertido as crianças, mas elas estão pendentes do espírito mais que das palavras que lhes são ditas. Seus coraçõezinhos ternos captam suas reações. Suas vidas crescerão mais sadias se chegarem a perceber amor e ternura. Não nos conformemos em dar-lhes conselhos, alimentá-las e vesti-las, devemos amá-las e oferecer-lhes compreensão a fim de ajudá-las a se superar na vida.

II. ALGUNS PRINCÍPIOS PRÁTICOS

1 . Compreensão.
a) Um dia Einstein – quando assistia à escola primária – chegou chorando em casa e disse:
– Mamãe, não vou mais à escola. A professora disse-me que sou um inútil em matemática e reprovou-me.
– Pobre Alberto - disse com amor e esperança a mãe – a professora não o entende. Ela não sabe que você é um gênio. E foi verdade. Jamais saberemos o grande valor que pôde ter na vida do grande sábio o espírito compreensivo de sua mãe.
b) Deveríamos nos esforçar para compreender os interesses e os problemas de nossos filhos. Nunca os depreciemos. Essas minúcias – para nossa escala de valores – têm muita importância para eles. Possivelmente podemos entendê-lo melhor por meio do incidente que torturou por vários dias o coração da mãe de Bonnie. Do acampamento de férias a menina enviou-lhe um cartão postal com a seguinte legenda: "Te adverti que se me obrigasse a vir aqui algo horrível iria acontecer, e aconteceu. Abraços, carinhos, Bonnie." Ao final do acampamento a atribulada mãe descobriu que a tragédia consistia em que a menina havia se esquecido em casa sua tartaruga favorita.
c) Ao ser compreensivos com eles partilharemos de suas inquietudes e de seus divertimentos, embora nos aconteça como aquela jovem senhora que se tornou amiga de uma criança que morava em uma casa vizinha e ia visitá-la todos os dias às dez da manhã. Um dia, quando tocou a campainha, quis fazer uma brincadeira ao seu amiguinho. Ao abrir a porta escondeu-se atrás dela, e colocando-se em "quatro pés" apareceu a cabeça e começou a latir: "Au, Au!" Ficou imóvel ao ver que não era seu pequeno amigo que entrava, mas um vendedor ambulante que, diante a esse espetáculo foi-se o mais rápido que pôde, crendo estar, sem dúvida, diante de alguém que não desfrutava de juízo sadio.
Evidentemente a possibilidade de que aconteça algo semelhante com você, é muito remota, mas pode ter a certeza de que a necessidade que os seus filhos têm de compreensão e companheirismo é real e de todos os dias.
2. Um ponto de vital importância é determinar quando começar a educá-los.
a) Teodoro Roosevelt opinava: "o que tenhamos de fazer pelo homem, façamo-lo antes que seja homem."
b) Um educador amigo visitava uma família conhecida no interior da província de Entre Rios. A filhinha da família estava pondo muitas coisas fora de lugar. Diante da pergunta de por quê não a disciplinava, a mãe respondeu:
– Ainda há tempo. Quando completar 6 anos será o momento certo para começar a me preocupar.
– É que levará então seis anos de vantagem – respondeu o educador.
c) É interessante um costume antigo dos chineses. Eles contam a idade de uma pessoa desde sua concepção, ou seja nove meses antes de nascer. Mas eu creio que no terreno da educação dos filhos deveríamos partir antes. E fazendo minhas as palavras de um velho professor digo: Devemos começar 20 anos antes de nascer a criança. Em outras palavras, a educação de uma criança começa com a de seus pais.

III. A DISCIPLINA

1. ILUSTRAÇÃO: Contam que, há muitos anos, viveu um príncipe árabe que desde muito jovem se preocupou em descobrir o melhor método para educar os filhos. Era solteiro ainda e, contudo, esse era seu tema preferido. Durante muito tempo, falou a todos dizendo que tinha seis normas para a educação.
Passou-se o tempo, casou-se e – já idoso – encontrou-se com um de seus velhos amigos que lhe perguntou sobre as atividades de seus últimos anos e finalmente como havia ido com as 6 normas para a educação das crianças.
O príncipe respondeu:
– Quando vivia sem filhos tinha seis normas para educá-los. Agora tenho seis filhos e nenhuma norma.
Provavelmente muitos concordarão comigo que a tarefa não é fácil, mas há normas nas quais podemos confiar e que nos serão de grande ajuda.

2. Objetivo da disciplina.
a) E. G. White em seu livro Educação, pág. 287, escreve: "o objetivo da disciplina é ensinar à criança o governo de si mesma. Devem ensinar-se-lhe a confiança e direção próprias. Portanto, logo que ela seja capaz de entendimento, deve alistar-se a sua razão ao lado da obediência."
3. São Necessárias
a) Bless nos diz: "Assim uma educação demasiado branda pode originar uma ansiedade frente à independência, como uma educação demasiado rígida facilmente será começo de um complexo de inferioridade."
b) Conseguir equilíbrio ao aplicar a disciplina é um ponto de importância.
c) Os pais que, crendo integrar correntes novas de pensamento, têm omitido a disciplina, hoje lamentam profundamente.
d) O equilíbrio psíquico de uma criatura exige disciplina.
4. Harmonia entre os progenitores.
a) Ao estabelecer as normas que a criança cumprirá no lar, deve ter cuidado para que estas sejam poucas, mas suficientes para reger sua conduta.
b) Estas devem enquadrar-se às possibilidades da idade da criança. Se pedir a uma criança algo que está acima de suas possibilidades, ela desanimará ou será levada ao plano da rebelião, e nenhuma dessas coisas são desejáveis.
c) Essas normas terão que ver mais com princípios fundamentais do que com uma longa série de pequenos detalhes.
d) A missão dos Dais está vinculada com a aplicação desses princípios, através dos conselhos e do exemplo cotidiano.
5. Os princípios devem ser apoiados pela conduta.
a) Essas normas não deveriam ser violadas pelos pais, nem se tolerarão transgressões hoje para castigá-las violentamente amanhã.
b) O critério deve ser mantido com uniformidade e espírito de justiça para que a administração da disciplina produza resultados satisfatórios.
c) Quando prometer certo castigo, este deve ser cumprido.
d) O mesmo critério deve ser mantido ao prometer recompensas.
e) Um vai que promete castigo ou prêmio e que chegado o momento de cumpri-lo não o faz, está faltando com a verdade, e sua 1nlagem se desvaloriza na mente do filho.
f) Isto nos coloca diante da necessidade de pensar seriamente antes de prometer. Pôr na balança as possibilidades que temos de cumprir com a palavra empenhada na frente de nossos filhas, tanto como a consideração de se é justo o que estabelecemos.
6. Um ponto sobre o qual temos recebido muitas consultas, é a respeito do momento em que devemos castigar.
a) Creio que o pior momento para fazê-lo é quando estamos nervosos; explicarei o por quê.
b) Um pai que não pode castigar seu filho quando está calmo, demonstra que ao fazê-lo nos momentos de desorientação não procura corrigi-lo, senão vingar-se dele pela frustração que acarreta sua desobediência. E creio firmemente que a missão que temos, como pais, é corrigir e não nos vingar.
7. Dentro das coisas que devemos evitar figuram os "resmungos".
a) Convém trocar de idéias com os filhos sobre a disciplina que será aplicada e esta deve ser cumprida, mas não repreender continuamente.
b) Algumas mães são especialistas nisto, mas quero dizer-lhes que o método não dá bom resultado.
c) Isso cansa as crianças e em vez de conseguir que eles sejam obedientes, conseguirá maior indisciplina.
8. Também não deveríamos gritar.
a) Isso seria confessar tacitamente que se fracassou, que já não ficam razões que invocar.
9. Comum Acordo.
a) Quando os pais tiverem que entrar de acordo sobre algo que será exigido, devem discutir em secreto.
b) A estabilidade emotiva da criança será maior, é advertida que seus progenitores apresentam uma frente unida quanto ao que deve ser feito ou está vedado.
c) Se um deles deu certa ordem, o outro não de veria mudá-la sem o consentimento do primeiro.
d) As crianças são muito hábeis para captar as desavenças entre os pais, e a menos que estes sejam muito espertos a respeito, passarão momentos ingratos.
10. Aceitar o arrependimento e a reabilitação.
a) Surgirão oportunidades para o filho confessar por si mesmo as faltas cometidas. Essa será uma boa oportunidade para cumprimentá-lo e prestar-lhe a ajuda necessária, a fim de corrigir-se.
b) Estas medidas disciplinares procurarão edificar o caráter. Nunca buscarão como objetivo confundir a personalidade do filho.
c) Para isso evitemos envergonhá-los na frente de seus amigos.
11. Esboçamos apenas alguns princípios gerais. Sem dúvida ficam muitos outros sem mencionar com respeito à disciplina. O bom senso do leitor descobri-los-á e lhe permitirá aplicá-los. O importante é que não nos aconteça como Marco Aurélio, que olhando ao seu filho que não tinha mais que um ano de vida, disse:
– Você é a pessoa mais poderosa de toda Roma. Porque você manda em sua mãe, sua mãe manda em mim, e eu governo sobre todos os romanos.
a) O imperador não tinha problemas em reconhecer suas deficiências como pai.
b) Evidentemente é uma virtude conhecer os próprios defeitos, mas maior mérito tem aquele que é capaz de tomar as precauções necessárias para evitá-los e corrigi-los.


IV. A FORMAÇÃO DO CARÁTER PARA A VIDA

1. Ocupemo-nos alguns momentos falando sobre a moral de nossos filhos.
a) Cada pai deve ensinar princípios nobres a seus filhos por palavra e por seu exemplo.
b) Geralmente o problema não está nas conversas e conselhos que costumam ser por demais abundantes, mas na vida que mostramos a nossas filhos.
c) O exemplo a seguir pode ajudar-nos a entender o que estamos procurando dizer. A mãe chama o Ricardinho e nervosa reprova-o:
– Ricardinho, vem aqui que lhe vou a ensinar a não mentir mais. Eu não sei de onde saiu um menino tão mentiroso! Não sabe por acaso, que é muito feio não dizer a verdade? Para que não se esqueça vou lhe castigar.
Quando o menino termina de secar as lágrimas soa a campainha. A mãe olha por entre as cortinas e observa que se trata da senhora Gomes a quem não pode atender por alguma razão. Então chama a Ricardinho e dá-lhe a ordem:
– Diga-lhe que não estou.
O menino sai e desta vez, inocentemente, é veraz. dirigindo-se à senhora Gomes explica:
– A mamãe disse que ela não está.
E o pobre Ricardinho, que havia sido castigado por mentir, recebe agora uma boa repreensão por haver dito a verdade.
d) Creio que esta é a melhor forma de tornar uma criança mentirosa. Esta receita falha somente em raras exceções Por mais sermões que lhe demos, se nossa conduta não es tiver de acordo com as palavras, tudo será inútil.
e) As crianças não necessitam tanto de conselheiros como de modelos a quem imitar. Necessitam ver em seus pais a demonstração prática da veracidade e da virtude.
2. Mencionaremos algo a respeito da laboriosidade.
a) Freqüentemente ouço alguns pais que lutaram arduamente na vida dizerem:
– Eu não quero que meus filhos passem pela mesma vida que eu passei.
Parece-me que é um desejo nobre. Mas se esse desejo inclui o plano de eliminar o trabalho das atividades do filho, faríamos muito bem submeter a um processo de revisão nossas determinações. Aqueles pais que não proporcionam a seus filhos a oportunidade de trabalhar para que "não passem o que eles passaram" na vida, estão privando-os do melhor; do mais nobre; daquilo que os tornou homens de bem e lhes deu certa prosperidade material.
b) O trabalho é necessário para a formação do caráter do jovem ou de uma criança.
(1) Referimo-nos não somente ao aspecto intelectual como também às tarefas físicas.
(2) Jesus nosso Senhor dignificou o trabalho físico como Seu exemplo. Suas mãos calejaram-se empunhando a plaina de carpinteira, o martelo e o serrote.
Quando aos 30 anos de idade começou seu ministério de pregar às multidões, estes não viram um corpo raquítico e flácido, mas um homem vigoroso, de braços com músculos de aço formados pelo trabalho árduo. Esta é outra das lições que devemos ensinar aos nossos filhos.
b) Um bom método para que os filhos aprendam a ter amor pelo trabalho, é permitir que, desde pequenos, nos ajudem nas tarefas simples que não signifiquem um risco para eles.
(1) Certa vez, uma senhora disse-me:
– Quando Norma – que tinha 6 anos – me ajuda a fazer um bolo, demoro mais tempo que quando o faço sozinha, e quase sempre suja mais do que ajuda. Contudo ela se sente útil e está criando amor pelo trabalho.
(2) E é verdade. Essa mãe trabalhou sabiamente.
(3) Pode ser que quando o esposo tenha que colocar um par de parafusos nas dobradiças da porta da garagem, Jorginho, em vez de ajudar, atrapalhe. Mas se ele quer ajudar agora, e não lhe é permitido fazê-lo, o dia que o pai lhe pedir terá pouco interesse em colaborar.
c) Por outro lado, sem chegar ao pessimismo, pense na possibilidade de que um certo dia você poderá faltar.
(1) Se seu filho aprendeu a trabalhar e a ser responsável, de alguma maneira ele abrirá o caminho na vida.
(2) E embora tivesse o privilégio de chegar â velhice, o normal será que ele vá por si mesmo, que desfrute do trabalho e que não lhe seja uma carga enfadonha.
(3) Agora é o momento em que você semeia sementes de êxito ou de fracasso no caráter de seu filho a respeito do trabalho.
3. A moral religiosa
a) Ao enfatizar o tema do casamento, dissemos que devíamos incluir Deus em nossos planos. Agora que estudamos o relativo à glória do lar, que são os filhos, voltamos a enfatizar sobre o mesmo ponto.
b) O doutor Frank Grane não teve problemas em dizer: "O elemento mais essencial de qualquer lar é Deus." Ainda mais quando se pensa em formar o caráter de uma criança.
c) Certo menino estava sentado junto à janela, pensativo, com seu olhar perdido. De súbito interrompeu suas meditações para perguntar;
– Mamãe, Deus está morto?
– Por favor! Como pode pensar nessas coisas? Deus não pode morrer, é eterno. Por que pergunta isso?
– É que antes você sempre me falava de Deus, e agora não o faz mais.
(1) A cena poderia repetir-se em grande quantidade de vezes, para enrubescimento de muitos lares.
(2) As crianças crescem num ambiente onde Deus não é honrado, ou que vivem alheias à realidade de Sua existência, e logo os resultados são vistos...
4. Valor Formativo do Amor.
O último ponto que apresentaremos nesta conferência deveria ser um denominador comum de todos os conselhos anteriores: o amor.
a) As crianças necessitam sentir que são amadas.
b) Têm o direito de sentir que o amor de seus pais é incondicional.
c) Que os amam quando são bons e quando não o são, e que nessas circunstâncias os disciplinam porque os querem e procuram o bem deles.
d) Cornélia, uma gentil matrona romana da antigüidade, recebeu a visita de outra senhora da nobreza a qual lhe pediu que mostrasse suas jóias. A anfitriã saiu da sala por alguns momentos. Quando voltou estava rodeando com seus braços seus dois filhos, rapazes de aspecto robusto.
– Estes são minhas jóias preciosas - disse.
e) Quando assim acontece, e os filhos se sentem bem-vindos e amados no lar, a personalidade deles se desenvolve mais sadia e harmoniosamente.
(1) Nos casos quando ocorre o contrário, as crianças o captam, e faz-lhes um mal inesperado.
(2) Faz já algum tempo um menino de 12 anos foi encontrado refugiado debaixo das tribunas, na quadra do Clube Furacão. Foi descoberto que ele era de Bahia Blanca – Argentina, e que se encontrava ali porque fugiu de sua casa. Quando o interrogaram, sua patética resposta foi:
– Saí de minha casa porque papai não me quer mais...
(3) Sim. Eles necessitam de afeto e nós que os trazemos ao mundo temos a obrigação de oferecê-lo. Esta responsabilidade é incontestável diante da sociedade que tem o direito de esperar que nossos filhos sejam elementos úteis.
a) Mesmo no caso que gostaríamos de exagerar a importância do amor no desenvolvimento do caráter de uma criança, não o poderíamos fazer.
(1) A psicologia assinala cada dia mais nitidamente.
(2) Já nos tempos de Frederico II, que fora imperador da Alemanha, lá pelo século XIII, houve certas experiências que permitem entendê-lo. Este monarca quis saber que idioma falariam as crianças se elas fossem isoladas do contato social. Para averiguar tomou vários recém-nascidos e os encomendou aos cuidados de mães adotivas, encarregando-lhes encarecidamente que não lhes falassem nunca. ordenou que os atendessem esmeradamente e que os alimentassem da melhor forma possível. Mas suas esperanças ficaram frustradas. Depois de uns poucos meses morreu o primeiro menino; depois de um tempo outro, e outro... e o rei teve que suspender a experiência.
"Agora sabemos por que morreram essas crianças que foram tão bem atendidas e alimentadas. A psicologia averiguou que a falta do estímulo afetivo – as carícias, os rostos alegres e as palavras amáveis – concedido pela mãe ou por quem ocupa seu lugar, a criança afunda em uma enfermidade conhecida com o nome de "marasmo"; esta expressão eqüivale a atrofiamento ou fraqueza infantil. Informa-nos Margaret Ribble que há três décadas este mal que afeta particularmente as crianças em seu primeiro ano de vida, foi responsável pela metade das mortes das crianças nessa idade. Filhos de lares acomodados, mas atendidos em forma impessoal por suas mães, freqüentemente entravam neste estado de "morte lenta", ao mesmo tempo que filhos de lares pobres, mas com uma mãe carinhosa e dedicada, venciam as inconveniências da escassez e da falta de higiene e se convertiam em viçosas criaturas.
"Foi descoberto que o elemento que faltava nas áridas vidas dos bebês do primeira grupo (aqui se fala de um estudo realizado com dois grupos de crianças), e que era generosamente oferecido aos que se desenvolviam florescentes apesar das condições pouco propícias, era o amor maternal" - (Sergio Collins, La Família Moderna y sus Problemas, p. 40, 41).

CONCLUSÃO:

1. Ao falar sobre este tema, a doutora Belle Wood Comstock opinou: "Se vocês amam os seus filhos suficientemente, o restante lhes sairá bem."
a) Não quero dizer que todos os demais elementos sejam desnecessários, mas amando-os possuiremos a arte que nos permite enfrentar as transformadoras situações do tratamento com eles e resolvê-las em forma construtiva.
b) Oxalá que estas reflexões despertem inquietudes e ajudem a solucionar dificuldades para que reine a alegria no lar.
2. Até me ocorre pensar que alguém esteja na situação descrita numa página de autor anônimo: "Escuta, filho. Falo com você enquanto dorme. Vejo sua mãozinha empunhada sob a face e seu sorriso colado à fronte molhada de suor. Entrei furtivamente em seu quarto. Há poucos minutos ocupava-me na leitura do jornal quando invadiu me uma sensação sufocante de remorso. Não pude resistir, e com a convicção de culpabilidade encaminhei-me à sua cana.
"Filho meu, estava pensando que me havia aborrecido com você. De manhã o repreendi enquanto se vestia para ir à escola, somente porque havia passado a orla da toalha no rosto em vez de lavá-lo. Fiz você trabalhar porque não havia lustrado os sapatos. Gritei furioso porque encontrei seus brinquedos espalhados pelo chão.
"Durante o almoço também censurei você por derramar suco na mesa. Comeu a comida sem mastigá-la. Colocou os cotovelos sobre a mesa. Passou muita manteiga no pão. E quando você saía para brincar e eu saía para a estação, você acenou sua mãozinha e me despediu com um: "Adeus, papai querido! E eu, com o semblante franzido, repliquei: 'Endireita os ombros!'...
"Você se lembra quando à noite, enquanto eu lia, você entrou na sala, lento, timidamente, com um olhar de pena, com uma expressão assustada nos olhos? Lembra, quando impaciente pela interrupção levantei a vista do jornal, e você parou vacilante na porta? Depois perguntei para você com aspereza: 'O que quer você agora?'.
"Você não me respondeu nada, mas correu precipitadamente e me cercou com seus bracinhos e me beijou repetidas vezes, enquanto estreitava me com o carinho formoso que Deus havia colocado em seu coração, e que nem mesmo meu abandono podia murchar. Depois você retirou-se para descansar. "Bem, filhinho, foi pouco depois disso quando o jornal se deslizou de minhas mãos e invadiu-me um terrível desassossego. Repentinamente contemplei-me tal como era, em todo meu horrível egoísmo, e senti-me angustiado.
"Como me havia deixada levar tanto pelo hábito? – o hábito de queixar-me, de censurar, de repreender – essa era a recompensa que lhe dava porque era uma criança. Não era porque não lhe queria; era porque eu esperava muito de sua idade. Estava medindo você com a vara de meus próprios anos.
"E em seu caráter havia tanto de bom, de agradável e de ingênuo! Filho, você não merece o tratamento que lhe tenho dado. Seu coraçãozinho era tão grande como a aurora que despontava sobre as montanhas. Assim demonstrou seu impulso espontâneo de correr e beijar-me esta noite antes de se retirar para dormir. Nada mais importa neste momento, filhinho. Vim junto à sua caminha na escuridão, e ajoelhei-me, sufocado pela emoção e muito envergonhado. É uma pobre reparação. Sei que você não compreenderia estas coisas se as dissesse quando estiver acordado; contudo devo dizer o que estou dizendo. Devo acender o fogo da reparação. só aqui no seu dormitório, e fazer esta confissão completa de minha culpa. Tenho orado a Deus para que me ajude a cumprir uma nova resolução. Amanhã serei um verdadeiro pai! Serei seu amigo e sofrerei quando você sofrer, sorrirei quando você sorrir. Morderei a língua quando a impaciência me assaltar. Repetirei mais de uma vez: 'Não é mais que uma criança'."

NOTA: Você pode oferecer para enviar-lhes gratuitamente em suas casas, uma cópia do teste para pais que copiamos a seguir. Aproveite a oportunidade para visitar os lares, ou que os instrutores se encarreguem desta parte.

Os doutores Eleonor de Glueck e Sheldon Glueck, aos quais nos referimos ao tratar do tema da delinqüência juvenil, propuseram um questionário a fim de que os pais possam respondê-lo e saibam para que direção seguir no tratamento de seus filhos.

(Continuação...)



PERGUNTAS PARA AMBOS OS PAIS

SIM NÃO
1. Sabem bastante acerca dos amigos de seus filhos? ... ( ) ( )
2. Sentem-se as crianças bem-vindas em seu lar? ......... ( ) ( )
3. Estimulam ativamente as atividades, os interesses e
os entretenimentos de seus filhos? . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
4. Passam, freqüentemente, breves momentos com
seus filhos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
5. Ajudam-nos a resolver seus problemas escolares? . . ( ) ( )
6. Elogiam-nos generosamente por seus esforços e
êxitos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
7. Cumprem seus filhos responsabilidades no lar? . . . ( ) ( )
8. Quando não estão em casa, encarregam a alguém
o cuidado das crianças? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
9. Animam-nos a se unirem a grupos que realizam
atividades adequadas para sua idade? . . . . . . . . . . . ( ) ( )
10. Têm cuidado de não favorecer a um filho mais que
a outro? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
11. Confiam no caráter e nas capacidades de seus filhos? ( ) ( )
12. Demonstram-lhes carinho tomando-os nos braços,
abraçando-os, beijando-os e despedindo-se deles
à noite? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
13. Agrada-lhes passar longos momentos com seus
filhos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
14. Cumprem as promessas feitas a seus filhos? . . . . . . ( ) ( )
15. São coerentes na disciplina, e não severos umas
vezes e indiferentes outras, quando as crianças
fazem as mesmas coisas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
16. Quando os castigam, sabem as crianças os motivos
pelos quais estão sendo castigadas, e pensam que
foram tratadas com justiça? . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
17. Evitam insistir em um incidente desagradável
depois que tudo terminou? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
18. Procuram compreender os temores, o mau humor,
o desânimo de seus filhos a fim de poder ajudá-los
a dominá-los? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
19. Realiza a família, com freqüência, atividades em
conjunto, tais como jogos, passeios, piqueniques,
passatempos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
20. Participa a família de pelo menos uma refeição em
conjunto? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
21. Assiste a família em conjunto às reuniões religiosas? ( ) ( )
22. Fazem planos antecipados para a educação de seus
filhos, como férias, etc.? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
23. Crêem que o esposo ou a esposa estão dando um
bom exemplo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )

SOMENTE PARA OS PAIS

24. Partilha V. a responsabilidade da disciplina em vez
de deixá-la toda a cargo da mãe? . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )
25. Chega V. cedo em casa para passar alguns momentos
com seus filhos antes que estes durmam? . . . . . . . . ( ) ( )

SOMENTE PARA AS MÃES

26. Você sempre sabe onde estão os seus filhos? ( ) ( )
27. Têm em seu lar um horário certo para as refeições,
banhar e deitar-se? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ( ) ( )